- Monica Bellucci -
- 19 -
INCERTEZA
Passaram-se
horas para se chegar a uma versão da causa da doença da mulher, Dulce Pontes.
Já era manhã quando o enfermeiro chegou até onde estava Toré e dialogou com o
rapaz a tal situação a pedir a presença da família ao consultório do medico.
Era um médico de meia idade e especialistas em trombos vasculares cerebrais.
Ele atendeu de pronto à família foi de imediato questionar por que tal fato
ocorreu. Como ninguém sabia de nada, então o médico explicou ser a mulher forte
e ter havido uma isquemia cerebral. A paciente estaria em coma induzido e era
preciso algumas horas ou dias parasse ter uma qualificação da enfermidade.
Médico:
---
Talvez ela apresente sequelas. É bem provável ser uma Amnésia. Mas não se pode
adiantar qualquer sintoma clínico. O que devemos é esperar por mais 72 horas
para se constatar um diagnostico seguro. – falou o médico.
Luiza:
--- Ave
Maria! Isso é grave, doutor? – indagou perplexa e chorosa a mulher.
Médico:
--- É o
que eu disse: vamos aguardar. – relatou o especialista.
Otilia:
--- E tem
visita? – indagou sobressaltada a nora de Dulce.
Médico:
--- Por
enquanto, não. Ela se encontra da UTI. É só. – concluiu o médico.
Os
parentes de Dulce Pontes então saíram do consultório do medico sem nada
entender do que sentia a paciente naquele momento de eterno sono. Alguém
argumentava sobre amnésia sem saber nada do que falava. Outro dizia ser uma
doença grave. E mais alguém temia pelo seu futuro. Nesse momento o enfermeiro
Josino se acercou do grupo um tanto ébrio de sono e indagou de Toré.
Josino:
--- Você
falou com o médico? – indagou o enfermeiro
Toré:
--- Ele
explicou muitas coisas e disse ser possível ela vir a ficar com não sei o que!
– falou sem entender o rapaz.
Josino:
--- Amnésia?
Terá sido isso? – indagou o enfermeiro a Toré.
Toré:
--- É.
Parece que foi essa palavra! – relatou meio sem jeito o filho de Dulce.
Josino:
--- Sim. Foi amnésia. É uma enfermidade temporária. A
não ser ter sido a mulher atropelada por um veículo. O que não foi o seu caso.
Mas, de outra forma, ela se lembrará do ocorrido. – fez vez o enfermeiro.
Toré:
--- É
ruim se ter essa doença? – indagou Toré.
O
enfermeiro sorriu e disse.
Josino:
--- Todos
nós sofremos de um pouco dessa doença. Ele sofreu um surto maior. Talvez por um
Acidente Vascular. – relatou Josino.
Luiza:
---
Acidente? – indagou preocupada a filha de Dulce.
Josino:
--- É.
Isso. A gente tem até mesmo ao nascer. Tem casos de pessoas serem vítimas de um
acidente vascular por muitos anos. Às vezes deixa sequelas. Outras: menos. –
fez ver o homem
Luiza:
--- E ela
pegou em algum peso? – indagou preocupada a mulher.
Otilia:
--- Que
eu saiba, não. – respondeu a outra nora de Dulce.
Josino:
--- Não é
preciso. É um entupimento de uma artéria em alguma parte do corpo o mesmo de
uma veia. Esse é o caso. – tentou explicar o enfermeiro.
Então,
recomendou Josino a todos rumarem para as suas casas. Ele estava de plantão.
Qualquer novidade, Josino retornaria. E assim, o pessoal voltou para suas casas
atentas a qualquer chamado de Josino. O restante do dia transcorreu com graves
preocupações para Otilia, Toré e Luiza. No meio de todos Luiza era a mais
preocupada. Ela passou o restante do dia e da noite a se tremer de medo. Otávio
procurava tranquiliza-la, mas a moça tremia de choro, muitas vezes à espera de
alguma notícia. No domingo, ela passou logo cedo da manhã em casa de Toré
avisando ter de ir para o hospital. O rapaz nada reclamou e disse ter de ir à
feira do domingo. Após fazer a feira, ele rumaria para o hospital. E esse tempo
demorou três dias. Ao passar do tempo, dona Dulce foi transferida para enfermaria
onde havia outros enfermos, alguns em estado grave. A enfermeira verificou a
pressão da paciente e saiu sem dizer coisa alguma. As visitas eram programadas
para as três horas da tarde, porém, um acompanhante podia ficar desde as
primeiras horas da manhã. E assim ficou sentada em um banco a filha de Dulce
atenta a qualquer vestígio de fala de sua mãe. Mas Dulce parecia dormir o tempo
todo. Nem ao menos na hora da refeição a mulher abriu seus olhos. E de hora em
hora a enfermeira verificar a pressão da paciente. No quinto dia de internação
a mulher abriu os olhos. A sua filha correu depressa para ver a sua mãe. Essa
olhou para a moça e nada respondeu. Luiza se tremeu de medo. Quando a
enfermeira veio verificar a pressão da paciente, Luiza comentou:
Luiza:
--- Ela
não fala nada! – disse alarmada a filha da enferma.
Enfermeira:
--- É
normal. É assim mesmo. Seu quatro está ótimo. – relatou a enfermeira e saiu.
Mesmo sem
falar com ninguém ou dizer algo de bom ou não, dona Dulce passou quinze dias
internada e recebeu alta. Nesse meio tempo, Otilia esteve no bar de Isabel por
varias vezes e dizia sempre ser o quatro de sua sogra de estado ótimo, porém a
mulher não falava nada com nenhuma pessoa. Muitas vezes a mulher caminhava pelo
salão em companhia de uma auxiliar de enfermagem e de um dos seus familiares,
porém nada raciocinava. Em dia de segunda feira a mulher recebeu autorização
para sair do hospital. O médico acompanhante revelou ser a mulher portadora de
Amnésia. Isso demoraria uns poucos dias ou meses, de acordo com a evolução da
enferma. Certo dia, à noite a trocar palavras com o seu marido Toré, a senhora
Otilia falou de uma garota. A meninota mostrou o álcool sobre a mesa da cozinha
e, desde então, essa menina não mais surgiu pela vizinhança.
Otilia:
--- Eu
cheguei a pensar em se tratar de uma neta da mulher ao lado. Mas. ...É curioso!
Não a vi mais. Nem na casa e nem em outro lugar. – falou preocupada a senhora
Otilia.
Toré:
--- Deve
ser uma garota da vizinhança. – falou Toré a se acomodar na cama.
Otilia:
--- Pode
ser! Mas àquela hora da madrugada? – falou com estranheza a mulher.
Toré:
--- Pois
é. Elas correrem noite e dia. Eu tinha uma irmã que era assim. – falou quase a
dormir.
Otilia:
--- Irmã? Que irmã? Luiza? – indagou preocupada
a esposa.
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