- Sabrina Sato -
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SEGUNDOS
Em questão de segundos, toda uma
cidade virou o clima de pânico total. Na capital, havia falta de energia
elétrica e igualmente nos Hospitais. Não chegara nem mesmo a um minuto quando
Vanesca totalmente desnorteada com o médico por cima, fez finca-pé e conseguiu
sair daquele apertado. E o médico fez por igual e chegou alcança a porta. A
fechadura estava travada pelo impacto do sismo violento daquele momento de angústia
e desespero. Pelo lado de fora do consultório apenas se ouvia gritos de pessoas
ao passarem rápidos de norte a sul. Ouviam-se camas correndo com seus pacientes
a gemer entre outras que estavam na metade do caminho atrapalhado o transito
dos que desejavam sair correndo com medo do sismo. No entanto era tudo meio
confuso, pois não se sabia do caos iminente sobre suas cabeças. No consultório,
o médico torcia a maçaneta da porta, dava chutes contra a porta, se zangava por
demais por conta do escuro imperante e da falta de ar condicionado com a parada
do equipamento. Tudo isso foi em questão de um minuto apenas. O tremor de terra
continuava a sacudir moveis estantes e mesmo um computador de mesa já sem valia
alguma, pois não mais funcionava pela falta de energia. Vanesca se soergueu de
vez, meio tonta, com a mão na cabeça, tossindo pelo engasgo da poeira a cair
desordenada não se sabia de onde. Todo esse momento era um desassossego vital.
O acontecido dentro e fora do Hospital se transformou em gritos e alardes de
quem podia então clamar por socorro. Após um breve instante o médico destravou
a tranca da porta e conseguiu abrir para seguir pelo corredor do Hospital. Era
inútil essa ação, pois todo o corredor estava tomado de gente caída pelo chão,
poeira desordenada, pacientes a clamar por socorro, médicos de outros
consultórios a tossir para poder respirar, assistentes, enfermeiras, auxiliares
e técnicos eram da mesma forma. Nunca se viu tamanho tumulto dentro de fora
daquela casa de saúde. Era uma verdadeira algazarra a se formar. Em alguns
segundos ou minutos tudo parecia acabado. Um grito de longe se ouviu:
Pessoa:
--- Fogo! Fogo! Acudam! Fogo! –
gritava alguém de fora do corredor.
O doutor Melo nada podia fazer, a
não ser retirar a poeira vinda do céu a lhe cobrir a face. Vanesca conseguiu
sair para o corredor. Naquele local, igual ao médico, a moça também nada podia
enxergar por conta do véu de fumo a se formar.
Alaridos de pessoas a correr apressada como se tudo estivesse a se
romper era o mais a se notar. Uma enfermeira caída ao solo bem em cima de
Vanesca pedia socorro para por de pé. O edifício havia tombado de um lado
devido ao forte tremor dos últimos segundos. Outros tremores se seguiam ao
primeiro fazendo voar ao espaço objetos de uso hospitalar. O tumulto aterrador
era geral. Na parte interna do Hospital havia desmoronamento total de próprias
repartições. Quando menos se percebia, eram repartições tombadas por conta do
sismo cruciante. Quem reparasse na estada a passar em frente da Casa de Saúde,
teria verdadeiro assombro. A avenida era totalmente arruinada por conta do
sismo. A pavimentação subiu do seu nível de solo por causa do rompimento da
pavimentação feita em escombros. As residências de frente da Casa de saúde
vieram abaixo trazendo morte e destruição total e soterrando seus moradores. Em
alguns pontos da cidade edifícios tombaram de vez abrindo-se em um esquema de
“V”. As casas de moradas de um pavimento
ruíram por completo. A ponte de ligação norte-sul se rompeu de vez. Automóveis,
ônibus, caminhões e mesmo carroças de tração animal ficaram soterrados pelo
abalo. A grande ponte norte-sul pelo Rio Amarelo veio abaixo de qualquer forma como
brinquedo. O Aeroporto Central ficou ao
desleixo com suas aeronaves tombadas de qualquer forma. Não se falava em
epicentro, pois nem se sabia o que motivou o sismo. As estações de radio e TV
ficaram fora do ar no mesmo instante. Alguém pedia por socorro através de
equipamento de radio amador, mas na verdade sem sucesso. Outros Hospitais da
cidade sofriam da mesma agonia. Era o verdadeiro advindo caos da capital.
Engatinhando como podia, Vanesca se voltou para a suíte onde estava Otto, percorrendo
um andar de cima. No meio dos escombros encontrou enfermeiras e seus ajudantes
a chorar recuperando frascos de medicamentos. A maca hospitalar estava no meio
do caminho na subida de um andar para outro sem se poder nem mesmo se mexer.
Após vários minutos Vanesca alcançou a porta da suíte onde estava a enfermeira
Irmã Cecília a procura de ajuda para dar apoio ao enfermo Otto. Esse não se
movia dado o estado de sono ao qual foi submetido. Vanesca adentrou a suíte e
logo se pôs a ajuda da Irmã Cecília, toda coberta de fuligem vinda do espaço. A
Irma tossia com o engasgo da poeira reinante no ambiente e em toda a cidade. Um
escuro véu se abateu sobre a capital aduzindo ser aquele instante inseguro o de maior
contratempo. Era um véu enegrecido toldando até mesmo o sol. A enfermeira deu
uma olhadela e depois se voltou ao labor com a ajuda da parceira tentando
consertar a cama onde estava a dormir o rapaz. Com o impacto do sismo a cama se
desajeitou virando ao contrario e fazendo do enfermo um verdadeiro janota. As
duas auxiliares juntaram força para consertar a cama de modo a repor em seu
verdadeiro local. Porém, tudo estava escuro, a não ser por uma luza vaga a
entrar pela janela. Era por essa janela que Vanesca notou o enegrecido véu a
dominar o ambiente. A Irmã Cecilia também já notara o véu negro. No corredor da
frente passavam pessoas na correria para socorrer algum paciente ou para salvar
sua própria pele. O gritar de assombro de alguém se tornava a se repetir:
Alguém:
--- Tragam o extintor! Tragam o
extintor! Tem muito fogo! – gritava sem esperanças uma pessoa.
Talvez fosse um fogo mesmo de
maior consequência. A iluminação elétrica do Hospital em seu gerador não estava
a se refazer. Isso, porém, nem conseguia alertar as duas moças. Elas tentavam a
todo custo trazer de volta a cama de Otto. A se olhar para frente por entre a
janela da suíte, se podia notar o alvoroço dos pobres indigentes e as aberturas
das fendas no asfalto. Por ali não se podia trafegar a lugar algum. Alias
ninguém pensava em sair de seus locais sofridos e miseráveis de inquieto labor vez os quais todos estavam
a se levantar, socorrer os enfermos solitários ou mesmo a procurar algum
parente. As crianças pobres eram as mais inquietas daquele nostálgico momento
sempre a chorar e acudir o auxilio de sua mãe ou parente. Após muito esforço a
enfermeira Cecilia e a noiva de Otto, senhorita Vanesca conseguiram repor a
cama em seu devido lugar. Mas em consequência tudo era muito vago. A falta de
energia era o mais grave. E não adiantava se pedir por ajuda pois todos os
enfermeiros, técnicos de enfermagem e pessoal de apoio estavam a correr de um
lado para outro a procura de algo para poder prestar socorro ou simplesmente
para se livrar de um hecatombe maior, as catástrofes naturais de o terremoto.
O sol empalideceu por completo e
o véu negro dominou todo aquele ambiente. A desordem abafou o ambiente
hospitalar. Fora, eram os gritos por socorro de toda gente. Carros virados eram
o mais visível. A Irmã Cecilia, condoída pela situação logo declarou:
Cecília:
--- Vou descer e ajudar toda
aquela gente sofrida. A senhora fique aqui com o seu noivo! – alertou a Irmã
procurando uma saída de emergência para se por ao lado dos miseráveis.
Vanesca nada respondeu. Apenas
ficou a moça agoniada com a tragédia o terremoto assustador.