- Meenakshi Thapar -
- 09 -
SENTIDO
Após algum tempo Otto
recobrou o sentido para a alegria de sua noiva. Tao logo se refez, o rapaz teve
que deixar o local onde estava deitado para dar lugar a novo paciente. Mesmo
assim, ele ainda não podia caminhar a contento. A sua respiração era um pouco
ofegante e Vanesca teve de pedir ajuda aos maqueiros para por o noivo em outro
local. Bem mais que urgente Vanesca procurou algo para o seu noivo se abanar. O
rapaz não atinava com coisa alguma. Apenas Otto perguntava algo no seu delírio,
talvez a procura de um note book ou coisa assim para poder fazer matéria de
jornal. Vanesca ficou bem mais preocupada e então procurou um médico para dizer
o que se passava com Otto. Mas, médico não havia a disposição, pois todos
estavam ocupados com casos mais graves. Os maqueiros saíram e deixaram Vanesca
apenas só. Ela e o homem do carro. Esse homem foi quem ajudou a trazer o rapaz
para o hospital. De repente, Vanesca vislumbrou a figura de um médico. Ele
vinha a caminhar quase que depressa entre a multidão formada no pátio interno
do Hospital. A moça não reconheceu quem ele era. Mas, mesmo o puxou pela manda
da túnica alertando de um enfermo a passar mal. O médico quis se soltar da
moça. Foi então ter Vanesca o reconhecido entre tantas pessoas. O Doutor
Fonseca, cliente do seu pai. Ela alertou para o médico:
Vanesca:
--- Doutor? O senhor não me
está reconhecendo? – falou alarmada a moça.
Médico:
--- Não! Deixa-me passar,
faz favor! – falou sem modos o médico.
Vanesca:
--- Eu sou Vanesca, filha do
Coronel Bulhões. – gritou a moça para o medico ouvir.
O médico então divagou para
ter certeza de quem era o coronel. E finalmente quis saber de quem era mesmo o
Coronel. E Vanesca respondeu irritada:
Vanesca:
--- Seu colega de farda! –
respondeu arrogante a moça.
Médico:
--- Ah bom. Onde está
Bulhões? – quis saber o médico.
Vanesca:
--- Não é o meu pai. É o meu
noivo. Ele está alí numa cadeira. Teve um desmaio. E agora já se lembra do meu
pai? – perguntou meio tranquila a moça.
Médico:
--- Claro. Claro. Bulhões.
Colega de farda. E onde está Bulhões? – indagou o medico se encaminhado para
onde Otto estava.
Vanesca:
--- Na fazenda. Eu fiquei.
Estou no serviço de ajuda aos enfermos. Meu noivo também. Ele teve um desmaio.
Eu trouxe para o Hospital. Ele tornou e não diz coisa com coisa. – falou
depressa a moça.
Médico:
--- Onde está a enfermeira?
– indagou o medico a procura de uma enfermeira.
Isso foi quando uma
enfermeira passava com pressa a socorrer outro enfermo. O médico pegou pela
manga do avental e mando a enfermeira verificar a pressão do paciente. A
enfermeira relutou a dizer ter de ir para outro serviço. O medico então mandou
a moça verificar a pressão do paciente, pois naquela hora era estava
requisitada para atender ao homem enfermo e nada mais.
Médico
--- Verifique a pressão! E a
senhora está convocada para atender a esse paciente! É só! – respondeu o médico
com plena brutalidade a enfermeira.
Dito isso o doutor Fonseca
saiu às pressas em direção à entrada do Hospital. No caminho ordenou a dois
maqueiros a buscar o paciente Otto e trazê-lo depressa para a entrada e nada
mais. Os maqueiros ficaram surpresos com tal ordem a olhar um para o outro. Em
seguida foram buscar Otto e por lá perguntaram.
Maqueiro:
--- Quem é o paciente? –
perguntou um dos maqueiros.
Enfermeira:
--- Esse! – disse a
enfermeira enquanto verificava a pressão de Otto.
Os dois corpulentos homens
foram até Otto e, com cuidado, removeram o rapaz para a cama e postaram de
bruços para cima. Com bastante cuidado rumaram eles para a porta do Hospital
onde estava a esperar o doutor Fonseca a bater com as mãos para trás. Ao chegar
à entrada do Hospital, onde havia um montão de gente uma atendente buscou saber
o nome do paciente. O médico disse com certa imprudência que a jovem procurasse
um quarto para o paciente.
Médico:
--- Um quarto, por favor! –
declarou irritado o médico.
Atendente:
--- Mas não tem quarto aqui,
doutor! – fez ver a moça de forma inquieta.
Médico:
--- Arranje! – disse o homem
de forma áspera.
Atendente:
--- Mas como, se não tem? –
disse a enfermeira de forma branda e inquieta.
Médico:
--- Pois vai assim mesmo. Entrem!
– disse o medico as maqueiros.
Os maqueiros entraram e
foram direto para o elevador. Quando chegaram à porta do elevador um deles
falou com mansidão.
Maqueiro:
--- É o terceiro andar? –
perguntou um dos maqueiros.
O médico Fonseca e continuou
a olhar o número dos andares e a bater com as mãos postadas nas costas.
Os maqueiros entraram no
espaço do elevador juntamente com a enfermeira, a noiva do rapaz e o medico
doutor Fonseca. A chegar ao terceiro andar, o medico se dirigiu a uma porta
fechada reservada a pacientes de primeira classe. Alí ele ordenou ter o
paciente a ser internado e providenciar o que fora necessário. À enfermeira,
ele disse:
Médico:
--- A senhora fique aqui até
eu providenciar uma substituta. – concluiu o doutor Fonseca.
Enfermeira.
--- Sim senhor. Como o
senhor manda! – respondeu a enfermeira com verdadeiro rancor.
Por esse tempo, no andar
térreo um rapaz procurou saber da atendente quem era o médico a ordenar a
procura de um quarto para Otto. E a jovem respondeu sem saber:
Atendente:
--- Sei lá! Eu não peguei
nem o nome do doente! – disse a moça constrangida com a situação.
Rapaz:
--- Ele é quem manda aqui? –
perguntou o rapaz.
Atendente:
--- Ele é o dono desse
Hospital. E o diretor também. – relatou a moça um tanto acanhada.
Rapaz:
--- Prá ver. Uns tem tudo.
Outros não têm nada! – relatou o rapaz.
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