- TIANA COSTA -
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A MORTE
Alguns dias depois Ludmila
caminhava a cavalo pelo campo do seu quintal quando sentiu o corcel a mancar
pela pata direita dianteira. Ela apeou e oi ver a pata do corcel e verificou
ter uma das ferraduras se desprendido estando a cair. Com isso, de imediato a
moça voltou a pé para a mansão puxando o cavalo sem muita pressa e logo chamou
um dos jagunços para ver se podia ser feito de modo a solucionar o tal
problema. Nesse ponto, se acercou da moça o lançador de punhal, Antero Soares,
o Fogueteiro e perguntou se podia fazer algo pela jovem moça. Ela ficou
surpreendia e nem soube o que afirmar. E por fim Ludmila disse apenas serem
problemas na sua montaria. Antero verificou o problema e logo mandou o jagunço
deixar o cavalo, pois ele mesmo seria capaz de resolver o problema. O jagunço
obedeceu e soltou a montaria. Com certeza seria necessário mais uma ferradura.
E Antero Soares, ele mesmo colocou a ferradura na pata do corcel. Quando acabou
de fazer o serviço ele examinou as outras patas e verificou terem todas com
igual problema. Como não havia ferradura suficiente ele então recomendou a moça
seguir para a cidade e procurar um ferreiro:
Ludmila:
--- É preciso ir? – perguntou
angustiada a moça.
Antero:
--- Bem, moça! Toda montaria merece cuidado. E na parte das
patas o cavalo requer o maior cuidado possível. Antes de ferrar o cavalo a
senhora tem que ver quem faça um trabalho de casqueamento adequado. É uma
pratica perfeita para o ajuste da ferradura ao casco. O animal fica com a
distribuição de peso para todos os seus membros. – fez ver o lançador de
punhal.
Ludmila:
--- E só o ferreiro faz? –
indagou meio assombrada a moça.
Antero:
--- Bem! Qualquer pessoa pode
fazer. Mas eu recomendo um ferreiro, pôs tem a parte dos cravos. E ele sabe
fazer tudo isso. Aliás, aqui era pra ter alguém que fizesse esse trabalho. O
cavalo requer 40 dias para fazer o casqueamento em suas patas. – relatou
Antero.
Ludmila:
--- E o senhor poderia ir comigo?
– perguntou ainda desesperada a moça.
Antero:
--- Bem! Eu posso. Mas temos que
ver a disposição do rapaz que toma conta da senhora! Relatou Antero.
Ludmila:
--- Que rapaz? – perguntou
atônita a moça.
Antero;
--- Renovato! – disse o homem do
punhal.
Ludmila:
--- E ele manda em mim? –
perguntou assombrada a moça.
Antero:
--- É a ordem do vosso pai! –
argumentou Antero.
Ludmila:
--- Essa é boa! Pois vamos falar
com ele! – falou abusada a moça Ludmila.
Horas após estavam a cavalgar os
três cavaleiros: Antero, Renovato e Ludmila. Atrás dos três vinha o cavalo
manco, pois a ferradura assentada não pôs fim ao desequilíbrio do corcel. Eles
viajaram da fazenda até a sede do município de Alcântara há poucos quilômetros
de distancia, cidade ordeira com os seus tipos de comércio, Igreja, Mosteiro,
Escolas, Mercado e outros estilos de repartições federais, estaduais e
municipais. O ponto alto de encontro da rapaziada era a praça em frente à
Igreja do município. De manhã, eram os idosos a jogar damas e baralhos. À tarde
eram os rapazes namoradores a escolher suas próximas amadas. Os bêbados ficavam
a dormir nas calçadas da pracinha toda arborizada.
Nesse dia, estava também na
praça, a transitar sem maiores preocupações, o arrogante pistoleiro conhecido
por Fabiano. Ele caminhava a seu bem prazer quando se topou com um ébrio a
procura de um recando para se deitar e, com certeza, dormir. Ao tentar passar a
frente do embriagado, ele não obteve sucesso. Por sua arrogância, Fabiano
derrubou o ébrio e disparou sem sossego três disparos a queima-roupa matando o
bêbado de forma perversa. O caso foi visto por toda gente da praça e pelos três
cavaleiros, Antero, Renovato e Ludmila. Esses três caminhavam para a oficina do
ferreiro da cidade quando escutaram os disparos feitos por o sagaz Fabiano. O
pistoleiro soprou o seu cano de revolver, olhou em volta e saiu despreocupado
por toda a praça. Por coincidência, Fabiano se topou com Renovato no meio de
sua caminhada. E perguntou:
Fabiano:
--- Até o senhor? Não bastava o
outro? – indagou o perverso pistoleiro.
E Renovato em cima, respondeu:
Renovato:
--- Até eu! A diferença é que
estou sóbrio!. – declarou sem arrogância Renovato.
Fabiano:
--- Isso é uma provocação? –
indagou o desaforado Fabiano.
Renovato:
--- Como o senhor puder pensar! –
respondeu muito calmo o rapaz.
Nesse mesmo instante a moça se
meteu e retirou Renovato do embate iminente. E se voltou para o arrogante
pistoleiro. E falou:
Ludmila:
--- A historia pode ser comigo!
Que achas! – afrontou Ludmila ao bandido Fabiano.
Fabiano:
--- Não discuto com mulheres. E
menos com a senhora! Se ele quiser nós resolveremos agora! – relatou o
sangrento pistoleiro.
Antero se meteu para apaziguar o
tumulto formado. Na calçada da praça de imediato a população se afastou do meio
a espera de um desfecho fatal. E Antero falou breve:
Antero!
--- Deixa pra lá! Já temos nosso
negócio! O senhor saia da frente para não atrapalhar! – disse Antero.
E clima de animosidade se
arrefeceu e o bandido Fabiano sacou a arma para fazer disparo. E disse ainda:
Fabiano:
--- Saia daqui moleque ou leva
bala! – falou de verdade o malfeitor.
Ao puxar do gatilho para fazer o
disparo, um punhal cortou o espaço e se alojou no pescoço no malcriado
individuo. Esse só teve tempo de cair. Antero se aproximou e puxou seu punhal
da garganta de Fabiano, limpou a arma na veste do bandido e pôs a adaga no seu
suporte atrás do seu próprio pescoço. O facínora por alguns segundos
estrebuchou e logo se aquietou morto parecendo o vestígio da extinção.
Renovato:
--- Mas a briga era comigo meu
compadre! – relatou com ênfase o outro pistoleiro.
Antero:
--- Ele puxou a arma para mim!
Foi o que aconteceu! – respondeu Antero.
Ludmila:
--- Vamos embora! Depressa! Para
algum lugar! – falou desesperada a moça.
Antero:
--- Não senhora! Vá cuidar de sua
montaria. Eu vou pra fazenda! – e o homem seguiu a cavalo a toda pressa para a
fazenda do coronel Godinho.
Logo depois esteve à polícia no
local a examinar os dois corpos sem saber o que fazer.
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