- Kristen Stewart -
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MULTIDÃO
Nesse mesma hora uma multidão
corria rua a fora aos gritos. Era um eterno pavor total. Mulheres, moças e
meninos a chamar por Deus e percorrer todas amedrontadas em um verdadeiro
pânico. Toda essa gente passava em frente à Clínica do Doutor Teixeira, médico
veterinário quando esse procurava segurar a estante de medicamento. O rapaz
vindo do Hospital igualmente foi tomado de espanto por conta dos estridentes
gritos das mulheres e moças.
Gritos:
--- Socorro! O mundo vai se
acabar! Socorro! – gritavam as mulheres e moças.
De qualquer forma, na corrida
louca, a multidão apenas avistava a fenda aberta com o terremoto e nada mais,
apesar dessa fenda ficar há uma longa distância para onde o povo todo corria
sem trégua. Nesse ponto, o veterinário escorou a estante e partiu para frente
de sua clínica e de imediato fechou as portas com inseguro pavor. O rapaz se jogou dentro da Clinica com temor
de lhe acontecer algo estranho. Quando o Doutor Teixeira voltava, após trancar
as portas, ainda tropeçou nos pés do rapaz. Por sorte o veterinário não foi ao
chão por sobre ou de qualquer lado do pobre rapaz.
Teixeira:
--- O que é que estás fazendo
deitado? – reclamou o veterinário.
No centro da cidade o tumulto
era total. Gente a gritar aos berros pedindo socorro pelo amor de Deus. Um
procurava a mulher. Outro procurava achar a sua mãe. Tinham os aflitos com o
desaparecimento de todos os parentes. Havia também a procura de uma criança
caída na cratera aberta onde além da terra havia a lama. Uma zoada era um
tumulto eterno. O carro de bombeiros com seus cinco policiais chegou ao local de
maior desordem. Gritos e lamentos, choros entre lágrimas. Procuras e
desassossego. Mulheres ao desmaio. Correria louca de quem pudesse investir.
Meninas a magoada chorar.
Menina:
--- Meu pai! Meu paizinho! –
falava em lamento a menina a cair em prantos.
Mulher:
--- Socorro! Acudam o meu
filho! – chorava a mulher ajoelhada a bater com as mãos no chão.
Outros:
--- Onde está o padre? –
gritava intranquilo o homem a todo instante.
E todo esse drama ou mesmo
tragédia sacudia aquele mundo de pessoas a olhar a vala aberta cheia de lama a
correr sem destino. Os bombeiros socorriam a uns e a outros a quem podiam fazer
algo. Casas de comércio ruíram por completo diante do drama. Eram casas de
móveis, tecidos, artigos domésticos, pratarias, lanchonetes, secos e molhados
até mesmo o posto de serviços de combustíveis. Esse despencou a cair na vala
aberta. O caos era patente. De repente, em meio de tudo aquilo, um rapaz
gritou. Quase ninguém ouviu. Mas o rapaz tremia de medo.
Rapaz:
--- O sol! O sol! Vejam! –
apontava o rapaz para o alto.
Ele queria mostrar o sol a ser
encoberto pela Lua em plena manhã. Devagar, como uma penumbra, a lua avançava
sobre o sol para encobri-lo total. Foi um tempo de desespero. O Céu surgiu como
um encanto e as estrelas começavam a brilhar quase ao meio dia. Quem tivesse
coragem de olhar para o Céu teria a ocasião de ver as maravilhas da natureza em
plena manhã. E o tumulto se formou cada vez mais:
Mulher:
--- O sol está sumindo! –
gritava a mulher em tremenda correria, a esmo par qualquer lugar.
Homem:
--- Olha lá uma luz! – mostrava
um homem à espécie de raio a correr Terra adentra a procura de um matagal em
cima da Serra.
Foi instante terrível aquele.
Ninguém podia atinar ser aquele corpo o enigmático cometa perverso, cheio de
ira capaz de sacudir toda a Terra com seus poderosos raios cósmica. De há muito
o cometa era visível pelos astrônomos. Mesmo assim, em uma cidade interiorana
nada chegava ao seu respeito. O Cometa tinha passagem pela Terra a lançar seus
poderosos ventos celestes a todo custo. Bem maior que a Terra, era ele o
responsável para cobrir toda a nossa atmosfera. Bolas gigantes de fogo
atravessavam o Céu em uma constante arrematada. Se alguém subisse para além da
Terra, veria os estragos em baixo. País da Europa, Ásia, Oriente Médio, as
Américas do Norte ao Sul. Em todos os pontos onde existia energia atômica, em
todos os recantos sem fim, havia terremoto, explosões de Usinas Atômicas,
indústrias bélicas, carros, caminhões, indústria inteira de matérias em geral.
Era todo o mundo a pegar fogo por conta do monstro monolítico capaz de destruir
aldeias e cidade. O gigantesco corpo celeste originou-se fora na Terra e
caminhava a passos colossais em busca de algo para destruir. O seu brilho era
enorme e colossal. Talvez o monstro caminhasse a bilhões de quilômetros a uma
velocidade assombrosa. O cometa era de um brilho intenso, talvez mais que uma
Lua Cheia. Tinham-se informes do brilho intenso do Cometa. Mesmo assim não se
pensava nos estragos advindos com a sua passagem pela órbita da Terra. A sua
cauda seguida de fagulhas era a mais ousada já vista. Em todos os recantos da
Terra explosões eram sentidas por conta dos arremessos estonteantes de bolas de
fogo. Para alguns estudiosos o cometa era chamado de O Gato, essa imensa rocha
a cruzar o sistema solar. Do pouco o que se podia saber, ele, o cometa, era
como um gato a fazer o que quisesse. O calculo estimado do Gato era do monstro
ter o transito desde uma nuvem gigantesca, uma redoma com trilhões de rochas.
Sua idade era no mínimo de trezentos anos. Os estudos apontavam ser provável
ter havido um choque entre duas rochas gigantes e uma foi jogada para o sistema
solar da Terra. A sua viagem é de centenas de milhares de quilômetros por hora
podendo se perder no Universo. Mais que isso o seu período orbital era de
mais de 1,5 milhão de anos. A coma tem
milhões de quilômetros de extensão. Por esse ponto notava-se a enormidade do
cometa e o seu poder destrutivo ao se aproximar do Sol. A gigantesca rocha
caminhava para o Sol e dali para o Universo. E quanto atingiu o ponto da Terra
causou toda uma destruição impar. Era, na verdade, o fim do mundo.
Na fazenda do Coronel Tomaz de
Araújo todo o vexame era pouco. A ver de perto o espocar das bolas de fogo no
monte da Serra, o Coronel resolveu partir para um local mais seguro. Ela de
nada sabia o acontecido no Mundo, pois a falta de energia deixava a cidade às
escuras, mesmo sendo dia. E apesar de tudo, a lua tinha o seu eclipse na hora
do desastre. Ele olhou para o céu e viu apenas as brilhantes estrelas. Uma
nuvem encobria a redoma do sol. O povo a correr apavorado nada sabia relatar bem
o sucedido. Otto estava ao seu lado e de imediato concordou em procurar um
lugar mais tranquilo. Afinal, a fazenda estava no meio do fogaréu terrível onde
bolas de fogo zuniam a todo instante a cair na mata e algumas na própria
cidade.
Coronel:
--- Isso é terrível! Vamos
fugir daqui! Longe de tudo! – exclamou espantado o velho coronel.
Otto:
--- A lua encobriu o sol
apenas. Mas essa chuva de meteoros é demais. Eu divulguei a algum tempo da
aproximação de um cometa. Agora parece despejar sua cauda em cima de nós. Vamos
nos proteger com certeza, em um campo mais isolado. – fomentou o rapaz com
bastante temor.
Vanesca:
--- Cometa? É o cometa Gato? –
relatou a moça totalmente assustada na
frente do casarão.
Eleanor:
--- Escuro?! É escuro mesmo? –
averiguou com bastante temo a moça.
Coronel:
--- Vamos cair fora! Eu
pressinto coisa pior! – reclamou o Coronel dando a volta e a entrar em sua
destroçada casa.
Vaqueiros, seus filhos e
mulheres caíram fora para onde Deus queria. No casarão era um assombro. Dona
Matilde, mãe de Vanesca, não parava de chorar àquela hora com o terror a
sufocar a alma. Dona Luiza, mãe de Otto era também da mesma forma. Com a
debandada dos vaqueiros, suas famílias e dos jagunços não sobrou nada para se
olhar. Apenas as empregadas ajoelhadas a pedir socorro ao Bom Jesus. O coronel,
tendo a ajuda de Otto e de Vanesca iniciou o preparativo para se lar de mundo a
fora. Todos eles muito assombrados com a chuva de rochas luminosas a cair sem
parar sobre todo o município. Assim, era chegada a ocasião de fugir para um
local ermo e bem distante. Otto se lembrou da caminhada que ele fez e a agonia
se tornou mais alarmante. O velho Homero, pai de Otto, foi despejado de
qualquer jeito em cima de um carroção e a sua filha Eleonor pediu perdão pelo
mau jeito em deposita-lo daquela forma. Homero apenas quis falar, porem nada
raciocinou. Empregadas e até mesmo a sinhá Anunciada, mulher valente quando
mais jovem. Ela era a mãe do coronel Araújo, homem destemido, vivido no
interior tendo saído apenas quando era da farda.
Anunciada:
--- Vocês já estão com medo da
noite? – e sorriu com bastante vagar.
Coronel:
--- Não é nada disso minha mãe.
É um cometa a se derreter na terra. – respondeu o coronel.
Anunciada:
--- Cometa? Quem já viu uma
coisa dessas? E é noite? – indagou a anciã apena a sorrir.
Coronel:
--- Não é minha mãe. A lua encobriu o sol. Foi isso. – respondeu o
coronel amarando touros, vacas, cavalos e éguas à sua frente.
E com o pouco de tempo, o
coronel Aguiar iniciou sua marcha a todo custo tendo ao seu lado um capataz, Ernesto, um dos poucos a não fugir da casa. A
moça Eleanor se ajeitou ao lado do seu pai enquanto o seu Carroção marchou sob
as ordens de seu irmão Otto, acompanhado da noiva Vanesca.
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