- ANNE HATHAWAY -
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ONDA
A onda intensa se avolumou
pelas dependências da casa não favorecendo a ninguém ouvir o clamor alarmante de
alguém no meio de tanta confusão. Gritos apavorantes de crianças, homens
procurando se segurar em alguma pilastra, mulheres sem poder nada fazer na
condição na qual se encontravam. Todas as vítimas da onda eram querer o fazer
de se aguentar em algo para se proteger no desesperado instante de
tremendo horror. Brados assombrosos de
tanta gente. Era isso o ouvir no meio da horrorosa tragédia os bramidos das
crianças. Quando a vaga deixou a casa puxou também em seu leito o homem
paraplégico, pai de Otto. E foi então o clamoroso grito dado por Eleanor ao
observar em êxtase o velho Homero sugado pela lama da onda no meio de sofás,
cadeiras e tantas coisas mais. A moça tentava correr ao desespero, mesmo assim,
galhos de matos, cadeira, objetos da residência e as pessoas ao desatino não
permitia. Ela era o clamor crucial diante de tantos brados da parte das pessoas
a se segurar em algo qualquer para enfim sobreviver. A onda gigante levou a
cama e o velho Homero para o interior da lagoa de uma única vez. Assustada com
todo o seu alvoroço Eleanor gritou pelo irmão. Esse estava a segurar a sua mãe
para evitar ter a mulher de ser sugado pela lama. E Otto quase não ouvia diante
de tanto alarido das pessoas da residência e de outros casebres tentando ao
desespero também escapar.
Eleanor
--- Meu pai Otto! Meu pai! –
gritava ao desespero a moça.
O rapaz não tinha tempo de
olhar por causa da gritaria infernal dos meninos, mulheres e até mesmo de
pessoas idosas. Era uma tremenda algazarra de parte das vítimas da onda da
lagoa. Mesmo assim. Otto conseguiu ouvir com melhor atenção o dizer de sua
irmã. Mesmo assim nada podia fazer agarrado que estava a segurar sua mãe. E
essa, nesse momento, também disse:
Luiza:
--- Homero! Homero! Homero!-
vez ver a mulher ao desespero.
No mesmo instante, Otto se
voltou e pode ver a cama onde estava o seu pai sendo tragada com rapidez para o
interior da lagoa onde a onda começou por conta de uma pedra de fogo caída da
cauda do cometa. Ele soergueu a sua mãe para um canto mais seguro de onde
estava e pulou na lama. Entre entulhos e galhos de árvores, palhas de coqueiros,
caixão e muita coisa da sala além da própria lama, Otto se mostrou valente para
empatar de vez o homem já todo caído de boca para baixo engolindo a lama. Ele
notou outras pessoas ao desespero procurando seus parentes entre o lamaçal.
Crianças eram tragadas a todo instante pela volumosa onda. E Homero já havia
sumido nos entulhos da lagoa. Já entrado em meio a destroços e gente aflita,
Otto procurou encontrar a cama de seu pai. Crianças aflitas se agarravam a Otto
e o pobre rapaz fazia o maior sacrifício para salvar quem encontrava, nadando
das águas turbulentas. Novos impactos
fizeram voar pelos ares imensas quantidades de água. Eram outros novos impactos
de vertiginosa pedra de fogo.
Otto:
--- Cuidado! – gritou o rapaz
para uma moça a tentar salvar o seu cão.
Moça:
--- Meu Bilu! Meu Bilu! –
chorava a moça a socorrer o cão.
Outras pessoas procuravam
gentes idosas e moços tragados pela onda e perdidos no lago. E o impacto de
nova pedra de fogo deixou mais aflito o rapaz. Por mais ter Otto procurado
encontrar a cama, nada pode ver então. O tempo se fechou de novo e a chuva
torrencial caiu sobre toda a região. De sua casa, o motorista Ademar saiu de
qualquer modo para ajudar o seu hospede Otto a encontrar seu pai. Outro homem,
o rádio telegrafista Eugenio foi por bem decidido ao se acercar do motorista e
com ele tentar encontrar o pai de Otto. A moça Eleanor ficou mais próxima da
margem do lago suportando toda chuva caída insistentemente. Dezenas de pessoas
das taperas alagadas também procuravam alguém da sua família ou apenas
conhecido. Uma ventania insistente irrompeu de momento uivando como um lobo na
ravina. A mulher do motorista procurava ajudar a esposa de Homero por estar
inconsolável. As mulheres que acompanharam o Coronel Araújo variam tudo para
fora como forma de por mais sossego na casa. O próprio Coronel ficou atento a
procura do velho Homero. A sua filha Vanesca se mostrava inconsolada e aflita
com a demora de Otto encontrar seu pai. Esses estavam na beira do batente da
casa e sempre gritavam para Otto:
Vanesca;
--- Mais pra frente! Mais pra
frente! – gritava quase louca a noiva.
Coronel:
--- Ele procura no lugar
errado. – comentou sem esperança o homem.
A mulher de Homero não se aguentava. Era todo
choro. E rezava preces por ela decoradas. E o tempo fechou de vez. Uma nuvem
pesada e escura encobriu o clareado do tempo. Como se fosse um agouro a nuvem
teve a intenção de afogar a lagoa com maior força de água. O volume das águas
subia cada vez mais a chegar ao topo da calçada da casa do motorista. A sua
mulher gritou em desespero.
Mulher:
--- Cuidado! Cuidado! O tempo
fechou de vez! Tem agua varrendo a calçada! – gritava ao desatino.
Trovões e relâmpagos varriam o
espaço. Crianças de outras taperas eram obrigadas a voltar. Alguém dizia.
Alguém:
--- Eu mato um “peste” desse se
não vier! – soluçava uma mãe aflita.
A aflição de uma mulher era o
paradigma de uma porção de gente habitante dos casebres e choupanas. Quase
todas as palhoças estavam à beira de um crucial abismo. Não se tinha mais
alguém para amparar de fato. O temporal ruiu por cima de toda a gente e assim,
as pessoas corriam para cima do monte a não se importar com arvores arrastadas
pelo vendaval de terra abaixo. Cobras, lagartos, cotias entre outros bichos do
mato eram levados pela enxurrada de monte abaixo. E cada qual se importasse em
fazer sua defesa. Uma palmeira veio abaixo no tempo imprevisto e várias pessoas
conseguiram escapar do tombo da árvore. Entanto a torrencial chuva caía sobre a lagoa
aumentando o volume das águas. Otto perseguia não sua intenção de encontrar seu
pai entre galhos e árvores partidas pelo vendaval. O motorista Ademar já estava
ao lado com o seu companheiro de labuta, o telegrafista Eugênio, no intento de ajudar na busca do ancião Homero, desaparecido entre troncos,
galhos e velhas mobílias a encher todo o espaço possível.
Após longa busca e enfrentando
o caos da tempestade da chuva a cada vez mais intensa, Otto desvaneceu da busca e ouvindo bem o motorista Ademar igualmente entristecido pelo
trágico desaparecer do ancião. E a hora avançava para a noite de brumas
nebulosas com as águas a chegar sem mais ou menos ao topo do muro da casa de
seu Ademar. O homem estava
entristecido com o insucesso da busca. Vanesca,
Eleanor e a esposa do ancião, senhora Luiza
não paravam de lamentar por ter a perda de Homero
um caso por demais desnecessário. A chuva era mais forte acompanhada de
relâmpagos e trovões. A cada estalo de um relâmpago sobrevinha o intenso
trovejar de forma grotesca parecendo uma porção de timbales e tambores gigantes
de uma terrível orquestra medieval. O açoite das pedras de fogo despejadas pelo
cometa metia medo nos seres viventes. Entra as demais oportunidades, teve uma
vez que a trovoada entrou em conflito com as pedras de fogo. A cada uma que
surgia no céu, o relâmpago açoitava com intensa fúria à sua entrada na Terra.
Era a vez da luta entre relâmpagos e pedras de fogo. Uma luta terrível se fez
em conta entra as forças da natureza.
Enquanto isso, moquecado em um
canto da garagem onde estava o caminhão de Ademar,
a soluçar incontido estava Otto
lamentando a perda do seu pai. Ele estava sentado num tronco de árvore a chorar
sem verter lágrimas. Apenas chorava a olhar a face da lagoa a cada instante
mais forte ponde suas águas na parte baixa da calçada onde morava Ademar e a sua família. De perto, estava o telegrafista Eugenio a acalmar o homem em seu
desespero. Era como dizer ter calma, pois tudo se arranjava. Na parte de dentro
da casa, a anciã Anunciada, mãe do
coronel Araújo chamava para a sua
emprestada cama a sua neta Vanesca. Obediente
a moça se acercou da anciã para ouvi-la dizer algo surpreendente.
Anunciada;
--- O teu pai deve se
apresentar ao Comando. – relatou de forma baixa a anciã.
A moça, sem entender muito bem,
ainda perguntou quem disse a sua avó. E a anciã confirmou.
Anunciada:
--- O Comando está a sua
procura. – relatou a anciã com sua voz trêmula e ofegante.
Vanesca:
--- O Comando? Mas ele está
aposentado faz é tempo! – respondeu a moça sem muito entender.
Anunciada:
--- Lembre-lhe. Agora me dê à
benção. Já é hora de me ausentar da
cama. – falou a mulher com tremida.
Vanesca:
--- Está bem. Eu o aviso. ...
VÓ!!! MINHA AVÓ!!! – falou quase a gritar a moça.
Nesse momento uma luz se abriu
na face da anciã e ela descansou em paz. As pessoas que estavam na cozinha
vieram ver o acontecido. A mulher morrera de forma inesperada. E a moça gritada
a todos os pulmões como que pedia socorro. De imediato, veio o Coronel Araujo para ver o sucedido. Em
extase a moça apenas lamentou ofegante o passamento da anciã.
Coronel:
--- Solta! Deixa-me ver!
...Mãe! Minha mãe! Mãezinha! – gritou o coronel sem nada poder fazer.
De fora, uma mulher se cercou a
anciã e disse apenas:
Mulher:
--- Morreu, Coronel! A velha
morreu! – disse a mulher com bastante calma.
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