MESAS ESPÍRITAS
PARTE III
Em certa ocasião, há alguns anos,
eu sonhei – eu gosto de dizer “mentalizei” – com um amigo já morto há alguns
anos. Esse amigo, quando em vida, se chamava Zé de Melo. Veio-lhe a morte de
forma repentina, quando ele se levantou (da cama) por ter ouvido, possivelmente
alguém a tentar abrir a porta do seu pequeno comércio. Ela mantinha esse
comércio para sustentar a família com o dinheiro apurado. Nessa manhã cedo,
ainda não havia luz do sol, Zé de Melo se levantou quase que apressado para
pegar o possível “ladrão”, provavelmente de frutas, uma vez que o meu amigo não
deixava qualquer apurado na gaveta já temendo os larápios da noite. Mas, o
homem não teve tempo nem mesmo de abrir a porta da sua casa para chegar ao
local de vendas de frutas. Quando Zé de Melo tentou abrir a porta da casa, ele
veio a cair no chão já quase morto. Houve a celeuma dentro da casa e ele olhou
para a sua filha e responde que de nada se importasse. E logo depois morreu.
Essa foi à história de Zé de Melo quando em vida. No meu sonho, ele aparecia,
como de repente, vindo à rua da sua casa em direção ao Cemitério bem próximo e
onde ele foi sepultado. Eu então indaguei com surpresa.
Eu:
--- José? Você não morreu?! –
disse-lhe eu um tanto assombrado.
E Zé de Melo, sorrindo, então me
respondeu:
Zé:
--- Estou aqui! Não está vendo? –
e sorriu de um modo agradável.
Eu fiquei sem ação, pois eu tinha
a certeza de que o homem morrera de verdade. E voltei a indagar.
Eu:
--- Então foi mentira ou estás
aqui de verdade? Mas, o que eu quero saber é de como se morre e como se vive
outra vez.
E Zé sorriu para poder voltar a
falar com toda paciência.
Zé:
--- Amigo, não há morte. Há uma
passagem. Eu estou aqui e passo para o outro lado. Na verdade, eu fico mesmo no
igual lugar. Apenas você não me percebe, pois eu estou em outra posição. É como
se estivesse em um braço. Eu estou no braço direito e passo para o esquerdo. –
respondeu Zé a sorrir.
No entanto eu não entendi
perfeitamente e continuei a indagar:
Eu.
--- Mas eu quero saber é como
você faz para vir ou ir para essa outra dimensão. – eu indaguei ainda cheio de
surpresa.
Zé de Elo voltou a sorrir para
então explicar:
Zé:
--- Veja bem. Tem uma espécie de
senha. Eu peço a senha e espero a minha vez. Quando a senha é dada, então eu
venho para um determinado lugar. Eu não vou a todos os lugares. Mas ao que eu
escolhi. Agora, eu estou aqui. – respondeu Zé cheio de sorrisos.
Eu.
--- Não entendi coisa alguma.
Quer dizer que você não pode ir a outro lugar? – perguntei então atônito.
Esse foi o sonho ou a “mentalização”
que eu mantive com o “espírito” de Zé de Melo. Outros vieram após esse episodio.
Nas sessões espíritas que eu já frequentei, tive o ensino no qual um espírito
ao desencarnar, ele vai para um lugar nunca previsto. A minha mãe – já morta –
vive em outro lugar onde não pode vir a ser a sua antiga casa. Lembro-me bem de
que, quando ela morreu, estava no quarto hospitalar apenas uma nora. A moça declarou
que, quando ela estava a morrer, olhou para nora e dai então, o espírito
“subiu” para um lugar remoto e a minha mãe então sucumbiu de vez. Há caso em
que o “espírito” de alguém, quando morre, ele retorna quase que de imediato a
fica a observar o corpo que era seu. No caso de minha mãe, a moça me contou
certos meses após, ter o “espírito” vindo a sua presença e apenas indagar sobre
com estava o seu filho. A moça respondeu está muito bem. Ao que se supõe, o
filho era um elo entre o espírito de sua mãe e o tempo presente. E eu pergunto:
Por que a minha mãe não foi saber de todo ao seu próprio filho? Então, esse é o
enigma.
Eu não sei se o ”espírito” vive
de acordo com o seu ambiente. Quem é do sertão, vive no sertão. E assim
acontece com que é da cidade. Há alguns relatos onde várias pessoas morrem em
um trágico acidente. Essas pessoas são de nacionalidades diversas. Mesmo assim,
o destino lhe reservar juntar todos em um só meio para então recolher. Esse é
outro enigma. No caso da menina do Sri Lanka, certa vez o médico Erlendur
Haraldsson foi ao País em um marco muito conhecido: o famoso Templo de pedra de
Dambulla. Isso porque Dilukshi falou dele. A família resolveu fazer algo sobre
o que ela disse: perguntar ao abade do Templo se conhecia uma garota que morreu
naquela região e que se encaixa na descrição de Dilukshi. Muitos países com
casos assim crêem em reencarnação. Quando uma cultura permite a idéia da
reencarnação isso torna relatos de outras vidas mais prováveis? É uma das
razões para os melhores casos serem encontrados em lugares como Sri Lanka? Em Sri Lanka muitos casos são em famílias
budistas. A maioria nesse País é budista, dois terços, mas também há casos
entre cristãos e alguns entre muçulmanos. Então os casos em Sri Lanka estão
entre todas as religiões principais. A chave do caso de Dilukshi pode ser o
abade do Templo. O médico Erlendur Haraldsson pode contar com o fato de que
naquele local sua investigação será levada a sério. A reencarnação é algo comum
para um monge budista. Então, o monge Sumangala Abbot, do Templo de Dambulla
Rock declarou o budismo ensina que a reencarnação existe. Ela se dá devido às
ações boas e ruins e o que se chama de carma. O desejo de viver nesse mundo nos
faz nascer de novo. O número de ações boas e ruins que fizemos determina as
circunstâncias do próximo nascimento. Mas no caso de Dilukshi o abade não pode
ajudar. Ele não conhece nenhuma família que se encaixe na história. E recomenda
que se procure o jornal local. Um amigo do abade é um jornalista e decidiu investigar
o caso após falar com o monge:
Jornalista:
--- Aconteceu o seguinte. O Sr.
Abeypala soube do caso. Entrevistou Dilukshi e os pais sobre a vida passada.
Alguns dias depois publico tudo. Este jornal é distribuído no país inteiro.
Para o jornalista era uma boa
história.
Jornalista:
--- Esse caso é único. Há trinta
anos pesquiso casos assim. Conheci várias pessoas que falaram de outras vidas.
Mas esse caso é único.
Todos ficaram pasmos com as
lembranças misteriosas e os detalhes notáveis dos quais ela – Dilukshi – se
lembrava. Mas, uma pergunta ainda continua sem resposta. Os cientistas
encontrarão provas da sua vida anterior e morte? Um jornalista escreveu sobre a
lembrança de Dilukshi sobre uma vida passada. O artigo diz que ela viveu perto
do Templo de Dambulla. Algumas semanas após a publicação o correio chegou à
casa dos Nissanka. Quando o carteiro entregou a correspondência ele ficou
surpreso em ver uma carta de Dambulla. Não tinha amigos nem parentes naquela
região. Quando abriu a carta o pai de Dilukshi ficou surpreso:
Siriwardana: (pai)
--- Fiquei surpreso com a carta
do Sr. Ranatunga de Dambulla. Sua filha morreu do modo que Dilukshi sempre
descreveu. Ele falou do rio e da ponte. Sua filha se chamava Shiromi.
A carta finalmente convenceu os
pais de Dilukshi. Eles iriam levá-la para o lugar onde a menina acha que
morreu. A família fez uma viagem de seis horas até Dambulla. Quando a família
se aproximou da cidade a mocinha reconheceu os pontos de referência. Dilukshi
até dirigiu o motorista para a casa onde sua outra família morava. Até hoje,
após vários encontros é uma reunião emocionante. Para o doutor Haraldsson é uma
chance rara de testemunhar o que pode ser a interseção de duas vidas.
Haraldsson: (médico)
--- É um encontro emocional. Só
em um terço dos casos em Sri Lanka encontram-se uma conexão entre uma o que a
criança diz e outra família ou alguém que morreu que se encaixa na descrição. É
muito raro.
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