- Sandra Bullock -
- 32 -
A ENTREVISTA
Na quarta feira a imprensa da capital estava um alvoroço. O Jornal da Cidade publicava uma matéria com exclusividade sobre Discos Voadores nas terras do município de Panelas. O repórter Eustáquio Lopes assinava o texto. Os jornais locais – da cidade – procuravam de toda a forma encontrar o homem Aquiles Gafanhoto para saber de alguma coisa a respeito de Discos Voadores. Rádios e televisões também o fizeram, E por mais que procurasse o chamado Gafanhoto, esse não foi encontrado. No fim de tudo, certo repórter sem a menor presença tinha encontrado Gafanhoto e feito a matéria exclusiva sobre aparição de naves espaciais.
--- Isso não pode! – dizia um chefe de reportagem com vos alterada.
Enquanto isso, outro argumentava:
--- Mas Sonrisal? Isso não pode|! – argumentava outro chefe de jornal espantado com a notícia exclusiva.
--- Chama o homem! Chama o homem! – articulava de modo altivo outro diretor de jornalismo da mais importante teve da capital.
E todos queriam ter a fama do repórter com exclusividade pagando mais do que o Jornal da Cidade. Ao ser abordado por agentes de imprensa o repórter apenas dizia:
--- Agora vocês estão a acreditar? Meu peso é em ouro. Preparem-se porque tem mais noticia. – sorriu o rapaz ao negar sua saída para a maior teve do Estado.
E rádio pertencente ao Jornal da Cidade continuava a chamar com vinhetas para quem não leu no jornal e poder acompanhar em gravações exclusivas as matérias sobre a questão dos Discos Voadores. As emissoras mesmo em seus horários nobres perderam a vez, pois todos queriam escutar os detalhes, mesmo em gravações do questionável assunto do dia. Para alguém aquilo não passava de uma farsa:
--- Isso é mentira de jornal. É farsa! – dizia de forma brutal um chefe de escritório.
--- O Jornal é responsável pelo fato! – respondia outro atalhando seu chefe.
--- Que fato? Que fato? Que fato? Isso é mentira deslavada. – comentava alguém com o jornal caído da mão
--- Vocês viram a foto do Disco? – perguntava uma moça aos demais funcionários com seu jornal a expor.
Por conta da saída da vendagem o Jornal da Cidade tirou uma nova tiragem. E a cada tiragem havia quem comprasse. Para os outros Estados, inclusive do sul do país, as vendas eram imensas. Telefones zoavam a todo instante no gabinete da diretoria do jornal pedindo exclusividade para repor a matéria. O repórter Eustáquio Lopes teve um dia-noite atormentado contado à história que ele viu e ouviu do senhor Aquiles Gafanhoto sobre a questão das naves espaciais. Seus hangares; assuntos nunca ditos sobre a Cúpula dos Eternos; Tribunal Supremo; Areópagos; Sumérios e Palácio dos Deuses.
--- Conta esse caso dos Sumérios. Conta! – fez questão de falar o entrevistador da emissora de rádio.
E o rapaz ficou extasiado em falar sobre a civilização suméria. Enfim, falou.
--- Pelo que me contou Aquiles, como são sabidos, os Sumérios formaram a primeira civilização desta Terra. Acontece que, antes deles, chegaram aqui os alienígenas, os seres das estrelas. Esses homens procuravam ter relações sexuais aqui na Terra e deixar os seus filhos para governar o poder. A Terra foi visitada constantemente por alienígenas que viajavam em discos ou objetos em forma de charutos para aqui saltar. E eram muitas naves. Ainda hoje elas viajam para a Terra. Por isso tem em cima da Serra um campo de pouso dessas naves gigantes. – relatou com fé Eustáquio Lopes.
--- E esse povo sumério? O que tem mais a contar? – indagou o entrevistador da rádio.
--- Bem. Sumérios, como sendo a primeira civilização, ensinaram o seu povo a plantar, colher. Até mesmo a fazer orações. Eles cunharam a sua vinda do cosmo em letras cuneiformes e, depois de muitos séculos, apareceu entre nós o Pentateuco, que são os cinco livros escritos pelos Judeus. E esses livros são uma cópia do que os Sumérios deixaram entre nós. Esse livro sumério está em um Museu de Londres. Eu digo que os sumérios não foram os primeiros, porque antes deles houve os proto-sumérios, surgidos no Norte da Mesopotâmia. Esse povo nunca foi semita, descendente de Sem. De qualquer modo, para bem dizer, os Sumérios habitaram entre os rios Tigre eu Eufrates. Por isso eles formam a Cidade dos dois rios. Eles constituíram as cidades-estados, a escrita cuneiforme e a cevada da qual se originou a cerveja. Sumérios quer dizer “o povo de cabeças negras” e diziam serem senhores da civilização. A origem dos Sumérios ainda é pouca conhecida. Mas foi o que me contou assim o homem Aquiles. – relatou o repórter.
E o repórter continuo a falar sobre as antigas civilizações pre-egípcia, peruanas e até da faixa de buracos existentes do Peru, além das linhas de Nazca localizadas também no Peru. Ainda falou da mortandade de gado. Foi algo feito pelos alienígenas. E nesse momento, houve também a mortandade de gado na fazenda próxima a Serra do Monte Sagrado. A entrevista com Eustáquio Lopes durou uma hora, acabando quando a emissora entrou em cadeia para a transmissão do programa do Governo Nacional. A sala de espera estava cheia de repórteres de outras emissoras, jornais, revistas e estações de teve. O jornalista se sentiu aclamado por seus companheiros de oficio cada um a perguntar uma historia diferente. Eram quase nove horas da noite quando Eustáquio pode se ver livre de tantos repórteres a uma só vez.
O Jornal da Cidade continuou a explorar o tema no dia seguinte a arrebatar leitores na Capital e no interior do Estado, principalmente na cidade de Panelas foco do maior acontecimento do ano, desde que os discos voadores surgiram naquela região. Pesquisadores de renome entraram em campo e continuaram a fazer matérias sobre alienígenas, tanto no País como em outros cantos do mundo. A ciência sempre bateu na tecla dos extraterrestres apesar de nem todos os cientistas concordarem com tudo o que se batia como sendo verdade. Um dos cientistas da Capital fez matéria sobre os treze crâneos de cristal encontrados no mundo Maia. A profecia é de que existem trezes caveiras todas feitas de cristal de alto nível. Desse total foram encontrados sete crânios. Outro cientista fez artigo sobre a cidade de Cholula, no México. Aquele povoado foi edificado todo ele com a perspectiva dos planetas de Orion e de Sírios. As matérias de Eustáquio Lopes repercutiram em muitos outros Países. Com isso, sem muito tempo para dormir, o jovem apenas fazia escrever tudo o que Aquiles Gafanhoto lhe dissera. E nada mais. O título da matéria era Os Viajantes do Tempo com a tarja de “Exclusivo”. Abaixo estava à foto bem larga de um Hangar e o redator chefe do jornal conseguiu por ao centro do hangar um retrato de um disco voador. Em subtítulo tinha o colossal Armagedom – A Batalha Final -. Com esses títulos e subtítulos o jornal conseguiu suplantar todos os demais jornais da Capital. Um segundo caderno vinha com fotos na capa e mais fotos e matérias da segunda página em diante. Na primeira página do Jornal da Cidade era apenas a larga foto com o titulo e subtítulo. O nome do jornalista estava acoplado no segundo caderno logo abaixo do título. De ar risonho o jornalista era cumprimentado por todos os que conheciam e era enorme o numero de repórter de outros jornais a querer saber qual seria a novidade do dia seguinte. Eustáquio Lopes sempre a sorrir apenas comentava ser tudo por etapa.
--- Espero que vocês vejam. – dizia o repórter sem mais o que falar.
As emissoras de rádio e de televisão voltaram à carga escalando os seus repórteres para fazer entrevistas com Aquiles Gafanhoto. Mas não o encontraram tão fácil, pois um dos seus irmãos de sorriso largo no rosto sempre declarava:
--- Ele está perdido no mundo. – relatava o irmão de Gafanhoto.
No Mercado de Panelas o comentário era geral:
--- Você o jornal de hoje? Menino!!! Só dá Gafanhoto! – dizia um dos leitores de jornal.
--- É mesmo! Que sujeito de sorte! – argumentava outro que não vira jamais o homem do Disco Voador.
--- E têm mesmo esses tais discos? – perguntava um alienado.
Com esse vai e vem de noticia, o homem conhecido por Trapo apenas recitava com os braços e as mãos estendidas para o alto.
--- Irmãos! Cuidem-se! O tempo do mal está a chegar! Eu vejo o clarão no céu! – relatava com a voz rouca o moço Trapo.
E todos a gargalhar com a pregação do moço Trapo. Na Secretaria de Educação a titular do órgão, Marina Martins procurava ouvir. Mas não entendia o que estava ocorrer. E então a moça perguntava:
--- Que danado é isso? – falava a mulher para alguém da sala em frente a Secretaria.
--- É o doido. É a noticia o jornal sobre a Serra do Monte Sagrado. – respondia uma senhora em frente do seu computador.
--- Serra? Que foi que houve na Serra? – indagava de novo a Secretária de Educação.
--- Sei lá. É questão do tempo. – respondia a mulher sempre a trabalhar.
--- Senhora! É uma história de Disco Voador que o povo viu na Serra há poucos dias. A senhora não sabe disso? – perguntou um auxiliar de serviços gerais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário