terça-feira, 20 de dezembro de 2011

CREPÚSCULO - 49 -

- Miley Cyrus -
- 49 -
AKA
No dia seguinte foi publicada a matéria extensa com o homem que fazia barcas. Noé esteve por mais de dez vezes em terras distantes do nosso planeta onde ele pode ver o progresso cientifico e humano dos povos dos mundos distantes onde os seus habitantes eram todos iguais. Conforme disse o homem simples o astro onde mais esteve foi a terra de Aka para onde foi levado em máquinas espaciais voadoras com a sua tripulação, homens inteligentes e de suma acuidade. Ele contou com cuidado toda essa experiência vivida em anos passados bem distantes do que ocorrera com o rapaz Elói. Esse rapaz foi levado por uma nave espacial no dia em que Noé prestou a entrevista ao repórter Eustáquio Lopes. O jovem repórter tinha o habito de procurar temas esquecidos, e esse foi um deles. Anteriormente, o repórter fez uma serie de artigos com o caçador de tatu, Aquiles Gafanhoto, em terras do município de Panelas. Esteve Eustáquio meio fugidio das noticias de impacto até que surgiu Noé e suas viagens interplanetárias. Aproveitando o ensejo Eustáquio enveredou por outros segmentos e foi à vez de ouvir um relato feito por um historiador da capital sobre a vinda e vida de Brahma. Na sequencia de artigos o rapaz fez registro sobre o chamado primeiro Deus a habitar a Terra, nosso planeta. Brahma era o Deus das três formas e a parte manifesta da tripla divindade suprema. Brahma, por sua forma era a liderança dos diferentes estados do Universo: Brahma, Vixnu e Xiva. Esses três arcos simbolizam a criação, a conservação e a destruição do ser.
--- Não bem assim. Huang Di é um dos cinco imperadores. Rei lendário e moralmente perfeito. Antes de Huang Di a China teve três soberanos. Huang Di é da etnia Han. Durante o seu reinado ele interessou-se principalmente pela saúde do povo chinês. Daí surgiu o livro “O Clássico do Imperador Amarelo”. Daí surgiu “O Tratado da Medicina Interna” e o “Pivot Maravilhoso”.
--- Mas! E os Deuses? – indagou o repórter.
--- Essa questão tem um lógico: o budismo. Principalmente do Tibete. Budismo vem de Buda. E esse termo significa Iluminado. O budismo surgiu na cordilheira do Himalaia. É o reino do Shambhala. Ele surgiu próximo a Sibéria. Não tem nada a ver como o Imperador Amarelo. Shambhala significa “um lugar de paz, felicidade, tranquilidade”. Por isso, os seus seguidores são chamados de Iluminados. – explicou com paz  e pormenor o historiador.
--- Porém tem a questão dos Deuses! Eu gostaria de saber sobre Eles. – pesquisou o repórter.
--- Meu rapaz, você está em plena confusão de idéias. Essa questão de Deuses é muito antiga. Surgiu pelo ano de dois bilhões e quinhentos milhões de anos. Para você sentir: faz mais tempo que os chineses ou o povo chinês. Houve uma época, por esses anos remotos que tudo era terra ou agua. O estreito de Bering nem existia. Você sabe o que é Bering? – perguntou o historiador.
---Já ouvi falar! – comentou sorrindo o repórter.
--- Pois bem! O Estreito liga o Mar Chukchi, no Oceano Ártico com o Mar de Bering, no Pacifico. O Mar tem esse nome por ter sido descoberto por Vitus Jonassen Bering, dinamarquês. Com as ultimas glaciações  o Estreito se transformou uma ponte natural entre a Ásia e a América. Muitas outras pontes se formaram durante longos anos. A questão dos deuses vem de antigos relatos dos povos. Veja-me se entendeu? – perguntou o historiador.
--- Essa parte eu entendo. Mas eu gostaria de saber de onde vieram os Deuses? Ou se eles não existem? E se existem como eles fundaram aqui na Terra? – pesquisou o rapaz já bastante atordoado.
--- HÁ certas lendas dizendo que os deuses nunca existiram. Eles vieram de naves extraterrestres e chegara à Terra onde implantaram o seu império. Existem varias lendas. Olhe bem: eu digo “lendas”. Não é fato. Pois bem. Se for lenda ou fato isso deixo que se explique. Mas, nos tempos remotos surgiram populações vindas de planetas remotos, como os de Aka, e se estabeleceram principalmente no Tibete. Eram seres vivos. Gente mesmo. Não tinha nada de seres estranhos. Eram seres como nós. Uma boca, dois olhos, uma narina, dois braços, duas pernas, barriga e tudo isso que eu e você temos. Entende? – indagou o historiador
--- Entendo. Entendo! – sorriu o repórter de boca aberta.
--- Pois bem! Tal planeta era desenvolvido. Bem diferente da Terra. Além de Aka tinham também outros como Toé, Hué, Log e assim por diante. Eram gentes. Veja bem. Gentes. Esse povo veio para a Terra e habitaram em muitos países. Eles pesquisaram desde folhas simples a organismos, e até mesmo o Ouro. Não porque lhe interessasse. Mas porque havia tudo isso em plena abundancia na Terra. Vê se entendeu? – perguntou o historiador.
--- Entendi. Parece! – respondeu sorrindo com a sua cabeça a mil.
--- Quer que eu comece? – indagou o historiador.
--- Não. Não. Continue. – sorriu o repórter bastante abatido.
--- Pois bem. O Ouro. Ouro propriamente dito é um metal. Data do inicio da humanidade. O gênero humano já teve um tempo que ele se considerou imortal. Isso por que ele vivia por mais tempo que hoje. Por isso ele era imortal. Por isso a era do ouro é conhecida com a era da paz. Na literatura antiga a Idade do Ouro conclui com a Queda do Homem. Ou seja: o pecado original. Mas isso é outra parte da história. E não tem nada a ver com o que estamos a declarar. A Idade do Ouro vem do Cronos, divindade suprema. Ele é filho de Urano e Gaia. Urano é o Céu e Gaia é a Terra. E se tornou senhor do céu castrando o seu pai com um golpe de foice a pedido de sua mãe. Foi durante o reinado do Cronos que a humanidade viveu a sua Idade do Ouro. Veja se entendeu? – indagou o historiador.
--- Estou a cabeça confusa. Mas, prossiga! – relatou o repórter sentado em um divã olhando fixo o homem.
--- Continuo? – perguntou o historiador.
--- Continue. Pode prosseguir. – sorriu Eustáquio de boca aberta.
--- Como estava a declarar. Os planetas, nossos vizinhos depois do Sol – e fez um gesto com a mão – mandaram civilizações para habitar a Terra. Está entendendo? Pois bem. Mas, além de Aka e dos outros planetas, temos outras galáxias. Próximas e distantes. Para você entender, o mundo é como uma teia de aranha. Sendo grande. Pois bem. Em cada espaço há um ponto aberto. E nesse ponto nasce uma estrela com os seus planetas, asteroides, cometas. Sempre está a nascer e morrer. Sempre. Como as civilizações estão à procura de locais mais próximos dos seus planetas, encontram outros como encontraram a Terra. Há quem diga que eles são deuses. Na verdade eles são deuses. Eles governam o seu povo. Em Aka tem deuses como nós temos governos. Em outros planetas se tem deuses – governos – que separam as classes nobres e pobres. É o caso da Índia. No País tem quatro castas. Também a casta existe no Nepal e em outros Países de religião hindu. Isso ocorre até mesmo nos muçulmanos e no cristianismo. Casta se define como classe social. E passa de pai para filho, de geração em geração. Aqui no país temos um caso interessante: sobrenome. Se a pessoa é ou era de uma família rica, opulenta, ele adota o sobrenome da família mesmo não sendo da mesma família. Uma mucama que não tem sobrenome, o patrão a adota como da sua família. E nos outros países até mesmo no nosso, temos a questão de castas. Tem casos de envolvimento entre casais: a endogamia. Cada moça só pode casar com um rapaz da mesma família. Na Índia, como estamos a falar, tem as quatro castas: Os Bramas, que são os sacerdotes, podem se casar com pessoas de sua mesma classe, porque os bramas são considerados como a cabeça de tudo. Os Xátrias – guerreiros – moças iguais a ele. Xátrias são os que nasceram como se fosse aos braços dos bramas. Os Vaícias, que são comerciantes se casam com pessoas dessa mesma classe; os sudras, que são camponeses, artesãos e operários, nascidos nos pés de Brama ou Brahma, vão se casar com pessoas da mesma classe.  E ainda tem os párias que não tem divisão. São os marginalizados da sociedade, como são os nossos presidiários. Se forem do nosso País, eles se amigam se juntam com negras. Na verdade, a origem de casta é certa. Elas vêm dos Brahmas, divindades criadoras do universo. Fui claro? – indagou o historiador.
--- Sim. Quer dizer que: em suma Deus é Brahma. Ou seja: não existe Deus. – quis saber o repórter.
--- É. Mais ou menos assim. Esse é o Universo. Com deuses e párias. – sorriu o historiador.
Ao terminar de ler o que estava escrito pelo repórter Eustáquio Lopes, o homem Orlando Martins de Barros ficou a indagar ser tudo aquilo verdade. Na verdade eles acreditam  na unidade e não apenas de toda a vida humana.
--- E a vaca? – perguntou Orlando após ter lido a entrevista do historiador.
--- O senhor falou seu Martins? – indagou com surpresa a secretaria Augusta Muniz.
--- Nada! Não foi nada! – sorriu o doutor Orlando Martins porque ele pensou alto demais.
E ele continuou a meditar nos acontecimentos do que acabara de ler.  E daí pensou:
--- Cronos é um filho da puta. Comeu até seus próprios filhos. Menos Zeus. Esse cresceu e se vingou do velho. Ora porras! Fez o Cronos beber  uma poção mágica e o velho vomitou seus filhos de volta. – sorriu Orlando Martins vendo a cara da moça Augusta que o observava com serenidade.
Depois de alguns instantes Orlando Martins olhou para Augusta Muniz e disse então:
--- Você sabe quem foi Pandora? – indagou Orlando a Augusta a sua secretaria.
--- Quem? – indagou surpresa a moça.
--- Pandora: “a que tudo dá” a “que possui tudo”. Foi a primeira mulher que existiu. Foi ela quem abriu uma caixa onde estavam os males da Terra. Ela apenas foi rápida em conseguir fechar a caixa e deixar dentro: A Esperança!. Mas dai por diante os homens foram afligidos por todos os males. – contou Orlando a Augusta.
Com isso, a moça sorriu. As horas se passaram e era tempo de trabalhar afinal ele acabara de convidar para almoço a sua secretária particular. E essa apenas sorriu e disse:
--- Hoje eu sou Pandora. – falou a moça com timidez.

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