segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

CREPÚSCULO - 48 -

- Helena Bonham Carter -
- 48 -
PALÁCIO
Na segunda feira pela manhã, logo cedo já estando na sua repartição, o doutor Orlando Martins de Barros foi conhecedor de um acidente ocorrido pela madrugada com um camponês em uma rodovia do interior do Estado. Apesar de ser a notícia desencontrada e com certos exageros, deu para Martins entender. Mesmo por alto de um homem perseguido pelo um objeto voador não identificado em uma estrada carroçável. Tal feito foi ocorrido por volta das duas horas da madrugada quando o homem teria ido buscar leite em uma fazendo de gado próximo ao local do acidente. Para algumas pessoas, o homem teria morrido de medo. Para outra, o homem não morrera. Havia desencontro nas versões, por assim dizer. Na verdade, ao que parecia, o camponês teria sido seguido por um objeto de luzes fortes. Há certo tempo, o homem parrou estarrecido a procurar areia nos seus pés e não encontrar. Dizia-se de tal objeto tinha parado em frente ao camponês e descido do mesmo um homem ou mulher – as feições não davam para identificar – e levou o camponês para dentro do objeto. Uma escada de ferro ou apenas de metal, teria descido até o chão e o objeto ficou sustentado no ar. A escada media cerca de cinco metros de altura e o alienígena subiu com o camponês a escada e dai o objeto seguiu viagem para o céu. Em outras versões dizia-se ao contrario: que o camponês foi deixado há alguns metros do campo onde foi pego por o alienígena e que o homem estava bem de saúde. O problema é que ele não mais se lembrava do que acontecera no meio tempo de apenas dez minutos ou coisa assim. Falou-se que um pelotão da Aeronáutica – ou do Exercito – compareceu ao local com bastante pressa e tinha levado o camponês para outro lugar bem mais seguro e garantido.
A conversa seguiu caminho com seus desencontros durante vasta hora. Um rapaz que presenciou tudo era o mais requisitado pela imprensa a cuidar do fato. Ele especulou ter visto o camponês de nome Elói quando pego pelo alienígena e levado pelo braço até o objeto e depois seguiu rumo desconhecido. Eram muitas indagações que se fazia ao rapaz. Como era o alienígena, a sua cor, tamanho, forma, era alto ou baixo, forma e muitas outras questões. O rapaz se atanazou e foi embora, pois não queria inventar o que ele não viu.  Um policial, homem da casa onde Elói deveria ter ido apanhar leito, foi o mais coerente. Ele falou ter sido procurado pelo camponês logo após a sua chegada do voo estelar. O militar falou não saber de muita coisa, pois a conversa com Elói teve muito desencontros. O militar apenas combinava o que Elói dizia com o que gostaria em falar. E teve pouco tempo para conversar com Elói, pois foi quando os superiores da Aeronáutica chegaram para levar o pobre camponês. Mesmo assim, Elói relatou que o alienígena tinha o formato de um ser humano normal como os demais da região. Seu tamanho era de cerca de 1,70 metros de altura; falava fluentemente a sua língua, olhos amendoados e cabelos lisos. O militar ainda quis saber das vestes do alienígena. E Elói respondeu ser longas, lhe cobrindo até aos pés e nada havia demais para lhe cobrir a face. Isso ele viu quando o alienígena veio devagar até Elói. Depois que ele entrou na nave, não se lembrava de como era feita. Apenas pode notar na subida da escada que o material era como uma espécie de zingo ou alumínio. E nada era quente na escada.
Ele – Elói – não se lembrava de mais de coisa alguma. Apenas de quando entrou da nave. Parecia que um véu lhe toldara todo o consciente. Ao perguntar por que o alienígena procurara uma pessoa comum, Elói respondeu não saber. Apenas o alienígena lhe dissera ter ele seu nome imaculado. Na verdade ele devia ser chamado por um nome mais conclusivo. Isso disse o alienígena antes de subir a escada de levar até a nave especial. Quando voltou ao seu recanto, Elói ainda nada sabia. Apenas, com o passar do tempo é que foi se lembrado do que ele dizia. Na Base Aérea, o homem contou a mesma história, pois de nada se lembrava.
No correr das horas, um homem que cuidava de embarcações, de nome Noé, chegou a dizer ter o mesmo encontro quando ele era rapaz com vários alienígenas. Ninguém deu importância ao relato do velho. Porém, teve um repórter de nome Eustáquio Lopes que deu de cara com esse barqueiro. E perguntou e se podia escrever algo sobre suas visitas às naves espaciais. O homem acedeu e então o repórter buscou a perguntar detalhes das visitas. O ancião foi respondendo a tudo o que o repórter perguntava. E disse o ancião que as naves espaciais tinham um piso metálico, poltronas, luzes e varias pessoas ao comando da nave quando essas se dirigiam ao espaço. E o repórter quis saber de qual espaço o homem falava, e esse disse sem temor:
--- Espaço. Longe. Muito longe. Eles diziam ser de outras (o homem não teve como dizer galáxias e disse apenas ‘mundo’). – falou o ancião.
E o repórter indagou:
--- Galáxias? – perguntou Eustáquio Lopes.
--- Isso mesmo. Esse nome aí. Porque a minha língua não dá para dizer. Mas é como o senhor falou. – sorriu o velho Noé.
--- E esses mundo como são? – perguntou Eustáquio Lopes.
--- Homem! Nós fomos num mundo que era tudo reluzente. Parecia ouro. Os homens das estrelas me disseram ser aquele o mundo que eles habitavam há muito tempo. Mas tinham outros tão ricos quanto os deles. – respondeu o velho barqueiro.
--- Certo. Mas o senhor se recorda de nome de mundos que eles –  homens das estrelas – lhe mostraram? – indagou o repórter a anotar tudo o que o ancião dizia.
--- Homem. Seu menino. Tem nomes demais. Tem nomes como Aka; Toé; Hué; Log; Esses eu me recordo. – falou o ancião Noé, barqueiro de verdade.
--- Quantas vezes o senhor fez nessas viagens? – quis saber o repórter.
--- Muitas. Muitas. Não sei quantas. Pelo menos onze vezes. – disse o barqueiro moquecado em um canto de cerca, nas imediações do cerado onde o repórter fora para ouvir o homem Elói.
--- Mas nesses locais tinham plantios, roçados, gado, animais gigantes ou pequenos? – tentou ouvir o rapaz.
--- Tem. Ah isso tem. Tem matas. Têm rios, canoas, barcaças, gente a trabalhar. E tem esses palácios de ouro que eu já falei. – respondeu o viajante do espaço.
--- Carros? – indagou o repórter.
--- Desses que tem aqui, não tem. Tem carros modernos. Não usam gasolina. Eles usam energia. – soube dizer o velho Noé.
--- Tem bodegas? – quis ouvir Eustáquio.
--- Homem. Seu menino! Bodega eu não vi. Nem vi casas como essas que nós temos aqui. O povo mora em casas. ... Ou melhor: em palácios. – por fim disse o ancião.
--- Mas o senhor disse que tem barcaças? Para que servem as barcaças? – fez questão em saber o repórter
--- Eu imagino que é para o transporte de víveres. O povo não tem classe social mais rica e nem mais pobre como se diz por aqui. Agora não tem partidos políticos. Tem o Governo Central. Ou seja: os Deuses. Mas todo mundo tem o seu negócio. Eu aprendi ter nesses novos mundos vários Deuses. Cada um com o seu poder. E um Deus Central. Mas eles não vivem espezinhando a gente,. Por lá não tem tempo de vida. Pelo menos no palácio que eu fui. Palácio de Aka. Mas de outras vezes eu fui visitar – conhecer – o palácio de Toé; Outras vezes eu fui ao de Hué. E tive também em Log. É todo igual. Nessas terras não tem miseráveis, nem gente morrendo de fome. E muito menos gente doente. É sim. – falou tranquilo Noé.
--- E os Deuses? Como são esses Deuses? – ainda quis saber o repórter.
--- Como nós! Gente comum como eu e você. Normal! Não tem pompa nenhuma! Ele é Deus sempre que quiser. Quando não quer mais, ele põe outro em seu lugar. Não ganha dinheiro. E dinheiro para que? No mundo de Aka não se precisa de dinheiro. O povo tem tudo. – comentou o velho Noé.
--- Médicos? – indagou por vez o repórter.
--- Médicos? Veja bem, Quando a pessoa nasce  já tem um destino. Ser médico. Pelo menos, em Aka todos são cientistas. Ou seja: todos tem ciência. Não é essa ciência oculta. É ciência. A pessoa tem o seu conhecer e como ciência ele tem o seu conhecimento. Não têm concorrentes. Por isso não tem dinheiro. Um palácio de ouro é feito porque o material é de graça. Ouro, níquel, cobre. Tem tudo a flor da pele. – fez questão de dizer o ancião.
--- Mas deve existir o povo comum! Não existe? – fez questão em saber o repórter Eustáquio.
--- Olhe bem, seu menino. Parece que o senhor não entende. Não existe gente comum com essa plebe rude existe aqui. Todos são iguais. Se voe quer ser Deus, então vá ser Deus! Agora, não pense que o senhor vai ganhar dinheiro. Em Aka não tem dinheiro. Veja se entende! – falou severo o cidadão Noé.
E o repórter Eustáquio Lopes se deu satisfeito e prometeu voltar tao logo a matéria fosse publicada em seu jornal para saber se estava tudo conclusivo ou se alguma coisa tinha a mais para dizer Noé, o barqueiro. O ancião concordou com o repórter e lhe deu seu endereço, pois ele morava em outro local que não era aquele onde estavam a dialogar. Eustáquio temeu um pouco o que levaria então a publicar de um velho alquebrado pela idade e por fim muito bem recebido pela sociedade em geral. De qualquer modo, o jovem repórter se despediu e ouvindo do velho barqueiro as advertências sobre a nova realidade da vida. Na metade do caminho Eustáquio se lembrou de perguntar algum caso de forma pouco inusitada. Porem, de qualquer modo, ficaria para outra ocasião, se ele pudesse voltar com mais vagar.
--- Será que eles não têm um santo? – indagou Eustáquio bastante apreensivo.
Um carro passou pela moto na qual ele seguia para a capital e ouviu um gracejo solto pelos seus heroicos ocupantes:
---  SONRISAL!!! – ouviu-se o grito alarmante dos viajantes.

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