- Marilyn Monroe -
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ESTRELAS
Os livros que Marina Martins de Barros procurava eram os mais difíceis de se encontrar na capital. Eram tratados sobre civilizações vindas das estrelas. Algo com o Popol Vuh, dos Maias; o Avestá, dos Persas; os Vedas, dos Hindus; o Edas, dos Escandinavos; e as tábuas sumérias. Foi então que Orlando Martins, pai de Marina, quis saber de onde ela conseguiu tantos documentos antigos:
--- Procurando! Hoje em dia se está falando na Serra do Monte Sagrado, de Panelas, e eu fiquei a imaginar: se há alguma coisa encoberta, eu quero saber. Apenas isso. – respondeu Marina Barros meio abusada.
--- Ah sei. Mas isso é antigo. Esse negócio da Serra do Monte Sagrado. E por que só agora você quer saber? – perguntou o seu pai meio confuso.
--- Eu vou perguntar pela última vez: vai me ajudar ou não? – destacou com raiva Marina de Barros.
--- É. Vou ver o que se pode fazer. Mas veja bem: esse negócio leva tempo. E muito tempo! Tem um moço que fala em seres das estrelas. Esse moço mora em Panelas. – declarou Orlando sem ver nem pra que.
--- Eu sei disse. E ele não um moço. Ele é tenente da Base Aérea. Fique o senhor sabendo! – disse isso malcriada à moça Marina de Barros. –E se zangou puxando o papel da mão do seu para ir embora.
--- Espera! Não é assim. Você vai ter que esperar! – falou grosso Orlando tomando o papel de volta.
Marina de Barros se mostrou arrependida e voltou a se sentar na cadeira ainda de modo ainda espojado. Com os braços cruzados e a cara trancada ela nada mais falou. Apenas disse:
--- Está bem! Pode cuidar dos seus negócios. Eu não pedi pra nascer. Portanto tanto faz como tanto fez. Eu sou a última. – e Marina se pôs a chorar.
--- Não é assim, menina! Não é assim! Eu vou procurar! Está certo? – falou revoltado o homem.
Revoltada com a demora Marina Barros se levantou da cadeira onde estava espojada e saiu de porta a fora ainda com lágrimas nos olhos e sem se despedir de ninguém. Ela estava uma verdadeira cobra, pois nem sequer notou a presença do rapaz Djalma. Ele a cumprimento e ela nem respondeu, pois saiu de porta a fora como o mundo se abasse de vez.
--- É assim! Uma cabrita dessas ainda quer ser vereadora! – disse Orlando a sua secretária Augusta Muniz, ele totalmente revoltado.
--- E o senhor ainda pensa em sair para prefeito? – perguntou Augusta Muniz procurando apaziguar a fera.
O homem estava brabo com a sua filha e nem entendeu direito o que a moça lhe perguntara. Por fim, passado alguns instantes, ele respondeu:
--- Não sei. Não sei. Eu vejo tudo tão mudado. Sei lá! – respondeu o homem aborrecido ainda com a filha.
Após o dia que passou veio a noticia. Essa era para estremecer a base. Orlando Martins veio a tomar conhecimento ter o chefe do Ministério da Agricultura, cargo que Orlando temporariamente ocupava tinha sofrido um AVC – Acidente Vascular Cerebral. – E assim que ele foi informado deu um murro na mesa.
--- Tinha que acontecer essa desgraça logo agora. Já sei. .... Porras!!! – gritou o homem bem alto.
--- É uma situação vexatória. Mas não se desespere! – pediu Augusta Muniz para ele se acalmar.
O homem estremecia por completo. E teve a intenção de ir visitar o enfermo. Apesar de ser o seu Chefe, era também um grande Maçom Grau 33, último Grau da Maçonaria. Orlando Martins já sabia que o seu Chefe era Maçom e pretendia manter com o velho uma larga amizade e trocar idéias com o mesmo. E essa notícia de o Mestre Maçom estava acometida por um AVC foi duro demais para Orlando Martins de Barros. Com o apoio de Augusta Muniz o homem foi até ao Hospital em que estava internado o seu chefe e Grande Maçom Instalado. Ao chegar ao Hospital em companhia de Augusta Muniz, ele já encontrou três outros com certeza Maçons, porque não os conhecia de fato. Orlando apenas mostrou os seus cumprimentos e nem sequer disse como era para falar. Os três senhores estavam a perguntar a enfermeira qual o estado do paciente. E a enfermeira respondeu:
--- É estado grave. No primeiro dia é sempre grave. Depois é que vamos notar. Amanhã ou depois. – disse a enfermeira aos três senhores com certeza maçons.
Um rapaz vinha lá de dentro do Hospital e cumprimentou os três senhores e voltou a dizer a mesma coisa. Pela conversa ele – Orlando – notou estar o velho em estado de coma. E cutucou a sua secretaria.
--- É filho do homem. – relatou bem baixo o doutor Orlando E continuou a ouvir a conversa entre o filhos e os três maçons.
Em seguida, Orlando Martins cumprimentou o rapaz e indagou sena seria possível poder entrar no Hospital. O rapaz perguntou que era ele, e de imediato Orlando Martins respondeu.
--- Sou o substituto do seu pai. – confessou Orlando com certo temor.
--- Ah sim. Eu não o aconselho. Ele está em coma. Eu na verdade posso entrar porque sou médico, inclusive desse Hospital. Mas ele não está recebendo visitas. O senhor é.... – perguntou o médico.
--- Doutor Orlando Martins. Estou o substituindo enquanto o velho se recupera. Eu não sou médico. Minha área é outra. – falou o doutor Orlando Martins.
--- Ah bom. Mas o velho vai se recuperar. – disse o médico como quem tem entusiasmo.
E Orlando Martins voltou com a sua acompanhante, Augusta Muniz para a sua repartição com a camisa de linho completamente encharcada de suor. Ele apenas pensava na morte do velho chefe. Ainda, no meio do caminho, segurando a mão de Augusta Muniz o homem derramou lágrimas como uma criança. O sol da manhã era quente e todos que passavam nas ruas eram também cobertos de suor. O mormaço era intenso e Orlando Martins nem imaginava que o ar condicionado do seu automóvel estava a funcionar. Outros veículos cruzavam em eterna velocidade pelo automóvel do doutor e isso não surtia efeito algum para Orlando. A moça Augusta Muniz verificou no seu relógio e notou ser quase meio dia. As pessoas saindo das repartições; as casas bancárias repletas de gente; o rapaz de consertos de relógios fechava a porta de sua oficina a conversar, talvez, com um cliente; os Cartórios de Ofícios já não atendiam mais, pois era hora de almoço; um navio no porto acionava a sua corneta marítima italiana avisando que estava a atracar; os barcos pesqueiros soavam as buzinas avisando estar a sair; o trem de carga fazia a tração na movimentada estação de descarga; um guincho de uma oficina de limpeza de automóveis era ouvido por todos ao passar por perto; uma mulher saltava para frente para não espalhar os respingos da agua suja; o garoto de vender cocadas ao passar gritava assombrosamente pelos produtos de boa aceitação; um pedinte acolhia de bom grado a oferta da mulher religiosa. Enfim, essa era a vida a continuar na bela capital do seu Estado.
Ao voltar do almoço, Augusta Muniz passou por um sebo existente em uma rua próxima da repartição onde ela costumava ir ao período da tarde para seguir com o seu afã. Por certo a moça nem notava a existência do acanhado sebo, pois todo o dia era caminho de ida e volta da moça. Apenas, naquele dia ela fugiu da rotina, pois havia saído para almoçar em companhia de Orlando Martins, o novo Diretor Geral da repartição onde a mesma senhorita trabalhava a manha e a tarde. Contudo ao retornar ao seu setor, ela teve que vir a Casa Bancaria, e então caminhou pelo beco onde estava o tal sebo. E, sem ao menos pesquisar, viu um volume de algo que lhe chamou a atenção: O MUNDO DAS ESTRELAS era o seu titulo. Augusta Muniz se deteve um pouco abismado pelo titulo e pediu ao rapaz que tomava conta do sebo para ver melhor aquela brochura. Ao examinar com paciência o volume já um tanto gasto, Augusta Muniz observou temas relacionados com os Maias, Persas, Hindus, Escandinavos e outros mais. Nessa ocasião Augusta se deteve para ler o pensamento dos povos mais antigos da nossa civilização do passado. E, bem ao canto viu Augusta Muniz um texto cuneiforme do povo sumério.
--- É aqui! Só pode ser aqui! – vibrou a moça ao dobrar o livro e perguntar seu preço.
Dito isso, Augusta Muniz, irradiante seguiu plena e feliz por ter encontrado o volume ao qual tanto a moça Marina Barros estava a discutir na hora cedo da manhã. Era um tema demasiado longo para uma brochura de poucas páginas. Sírios, a estrela é, atualmente, a estrela cuja existência se perceptível com um telescópio bem potente. E essa estrela foi o marco para a posição das pirâmides do Egito, diz o autor desse documento superinteressante. E Orion, cuja existência foi comprovada a recentes tempos é o berço das estrelas da nova civilização estelar. Em outra pesquisa ainda sobre as pirâmides do Egito é que alí foram encontradas baterias, cuja existência nunca foi relevada. Para a moça Marina, essa era uma dádiva a qual Augusta Muniz tinha a certeza de ser a procura encontrada apenas nesse momento. Em outro segmento o texto, Augusta Munis encontro outro artigo sobre os Vimanas. Diz o articulista ter sido a Índia habitada há mais de quinze mil anos pelo Império Rama. No norte do País existiram cidades sofisticadas ainda hoje encontradas no deserto do Paquistão. Tais modernas vetustas cidades ainda nos tempos atuais não se tem explicação de como foram edificadas. Tais cidades já possuíam sistemas de irrigação, esgoto, largas avenidas e iluminação pública. Em pontos mais antigos sob essas cidades misteriosas encontram-se ainda cidades mais modernas. O texto do Império Rama traduz nos Védicos como as Sete Cidades Rishi. E diz ainda os textos que o povo utilizava-se de máquinas voadoras chamadas de Vimanas. Elas voavam na velocidade do vento sob um som melodioso. As máquinas decolavam de forma vertical e podiam pairar no ar. Na verdade, os textos antigos sobre os Vimanas são muitos incluindo manuais de vôo dos vários tipos de naves. Augusta Muniz ainda pesquisando a brochura leu ter a Samara Sutradhara um tratado científico com todos os aspectos dos Vimanas. Em mais um texto antigo, Vymaanika-Shaastra, diz a forma de pilotar o Vimanas. De posse desse tratado, Augusta Muniz vibrou pelo entusiasmo e colocou em cima da bem cuidada escrivaninha de Orlando Martins. Após essa ação, a moça se pôs a sentar em sua mesa de trabalho onde passou a pesquisar em seu computador o que ainda podia encontrar sobre os antigos habitantes da Terra. Em dado momento, Orlando chegou meio atarefado. E indagou:
--- Alguma noticia? – perguntou Orlando querendo se referir ao Diretor Geral de sua repartição.
--- Não. Nenhuma. – respondeu Augusta Muniz a pesquisa no seu computador aquilo que lhe interessava.
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