quarta-feira, 29 de agosto de 2012

ISABEL - 39 -

- Noomi Rapace -
- 39 -
CHEGADA
Nesse ponto ouviu-se um ruído de entrada na porta do quarto quando entrava o enfermo Toré, ainda sonolento. O carro de mão no qual vinha o enfermo era empurrado por um rapaz forte e negro. A frente o enfermo estava uma enfermeira orientando o rapaz a conduzir o carrinho de modo a não afetar em qualquer coisa o enfermo cirurgiado. Após esse rapaz a conduzir Toré vinha outro, um pouco moreno, magro, afilado e sempre a sorrir. Com esse segundo moço estava uma auxiliar de enfermagem com uma tabuleta presa em uma espécie de prancha com as indicações do enfermo. Tão logo a auxiliar entrar foi direto para a cama de Toré a pregar a tabuleta. Depois, a moça ficou ao lado dos maqueiros. A enfermeira orientava os rapazes enquanto a família do enfermo caía em pratos. A mãe de Toré era a mais nervosa possível a argumentar:
Dulce:
--- Meu filho. Meu filhinho. Como está você? – perguntava a mulher aos prantos.
A enfermeira mandava a mulher ficar ao lado. Enquanto isso a esposa Otilia, soluçava constante a procurar agarrar a mão do rapaz. E enfermeira falado moderado dizia:
Enfermeira:
--- Ele está sonolento. – respondia a enfermeira preocupada em sentar o rapaz na sua cama.
A filha Silvia e a irmã de Toré nada diziam. A mulher Luiza aguardava se por o rapaz  na cama. Do lado de fora estava o investigador Silva. Esse nada reportava. Apenas ligava em seu rádio para o delegado informado ter Toré já em seu quarto e perguntava se saía de onde ficara a manhã inteira. A resposta negativa veio com outra indagação.
Silva:
--- Em preciso de muda de roupas. – falou baixo o investigador.
Delegado:
--- Aguarde! Mando já as suas roupas! – falou grave o delegado.
Silva:
--- E a história de Mão Branca? – indagou para saber.
Delegado:
--- Aguarde! – disse o homem e desligou o rádio de comunicação.
Silva:
--- Merda. Eu matei Mao Branca. – falou baixo o investigador fora do fone.
E com a cara obtusa o homem largou o rádio comunicação e ficou na porta do quarto com o semblante de quem não gostava nem um pouco de estar no seu lugar.
No interior do quarto os maqueiros firmaram o enfermo em seu lugar. A enfermeira disse para Otilia algo dele está sem a roupa de baixo, pois tudo estava sujo de sangue. E  mesmo se ele precisasse urinar, um aparador estava em baixo da cama.
Enfermeira:
--- Hoje ele não faz mais outras necessidades. Ele foi submetido a uma lavagem estomacal. Eu vou fazer uma injeção contra dores e outras necessidades mais urgentes. A auxiliar vira a cada duas horas ver o estado de saúde do paciente. Seria melhor ter menos gente no quarto. – relatou a enfermeira. E chamou a auxiliar a dizer ter ela de ficar no quarto para alguma necessidade. A auxiliar teceu um sorriso amargo e concordou.
Nesse pontou a enfermeira saiu com um bolo de papel nas mãos.
Enquanto isso a noticia de Toré chegava ao Bar de Isabel através de um mecânico. Ele não muito que contar e apenas disse:
Mecânico:
--- Toré foi internado. Levou um balaço no peito! – falou o mecânico se mais histórias.
Isabel:
--- Toré?! Quando?! – perguntou surpresa a mulher.
Gonzaga:
--- Toré? Você esta brincado! – vez ver o homem assustado.
Mecânico:
--- Sério! Hoje de manhã. O ladrão atirou nele. – falou sem mentir o rapaz
Isabel:
--- Vou já prá lá. Você cuida das coisas! Das Dores! Ajuda aqui! Ai meu Deus! Otilia! – disse Isabel meio atormentada.
Das Dores:
--- Pode deixar. Eu ajeito. Ora mais! – responde a mulher.
Isabel saiu apressada direto para o Hospital a procura de maiores informações sobre o enfermo. A chegar na porta de atendimento se topou com Luiza, irmã do enfermo, e a filha de Toré, a menina Silvia. Ela então se dirigiu a Luiza, com a face de desespero. E perguntou:
Isabel:
--- Otilia! Como está Otília! – indagou apressada a mulher.
Luiza até se assombrou com tal situação. Mesmo assim, respondeu:
Luiza:
--- Ela está bem. Você pode subir. Ela está fazendo companhia a Toré. Minha mãe saiu um pouco mais cedo. – respondeu a irmã do doente.
Isabel:
--- Ave Maria! Você nem sabe como eu fiquei triste com essa notícia. Eu fiquei sabendo inda há pouco. Eu tinha de vir depressa. Ave meu Deus. Otilia está bem? E Toré? – indagou apressada a mulher.
Luiza:
--- No momento ele está dormindo. Mas, Otilia, depois de muita gritaria, ela vai passando normal. – relatou a irmã do enfermo.
Isabel:
--- Gritos? Houve gritos? – indagou Isabel tomada de surpresa.
Luiza:
--- É. Você sabe como é Otilia. Ela chegou ao desespero no hospital. Mas agora está calma. E vai ficar. A enfermeira disse que Toré vai passar uns três dias no quarto. – falou a simpática Luiza.
Isabel:
--- Ave Maria! Só rezando! Eu vou subir! Posso? – indagou mais uma vez a moça.
O investigado Silva esteve no banho para trocar de roupa. O outro investigador trouxe a roupa para Silva e uma ordem do mesmo ficar por mais algumas horas até chegar o seu substituto. Isabel não viu o investigador Silva. Ela falou apenas como o segundo investigador para poder entrar no apartamento de primeira classe.  E assim a mulher entrou no quarto estreito, porém bem ornamentado, coberto de cortinas. A cama onde Toré se encontrava estava coberta com um véu transparente de seda. Isabel nem olhou esse luxo. A auxiliar estava na quina da cama no aguardo de algo para ser feito. Outra auxiliar entrou depressa para examinar as injeções aplicadas no doente. A mulher averiguou e fez um aceno para a outra auxiliar como quem dizia “tudo bem”. E voltou para outros cômodos. Isabel se abraçou com Otilia e se pôs a chorar com a situação do doente. Otilia também chorou. Então as duas ficaram solitárias e procuraram se sentar em um acolchoado para por em dias a situação de Toré.  
Otília:
--- Eu não vi coisa alguma. Apenas cheguei quando a multidão estava alarmada. E então fiquei sabendo ser  vitimado o meu marido. Eu entrei em pânico. Arrumei um carro não sei de quem e estou aqui desde as oito horas. – relatou a mulher ainda em prantos.
Isabel:
--- Mas mulher? Como foi isso? – indagou perplexa a mulher
Otilia:
--- Eu não sei. Não ouvia nada. Tive desmaios ao chegar aqui. E pronto! – respondeu Otilia.
Isabel:
--- O povo está falando em Mão Branca? Não é possível! – comentou com tristeza a mulher.
Otília:
--- Mão Branca? O criminoso? Não é possível! – fez vez Otilia um tanto assombrada.
Isabel:
--- Pois é. Eu digo o mesmo. – vez ver a mulher.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário