domingo, 19 de janeiro de 2014

DOIS AMORES - 01 -


DOIS AMORES

Alderico Leandro

- Capitulo Um –

- A BRIGA -

O relógio marcava quinze para as seis horas da tarde. O movimento era intenso na rua com os carros para passar de um lado e para outro sem contar com os apressados pedestres em busca do seu destino antes da noite chegar. O mês de dezembro era do mesmo modo em toda a parte, com os consumidores levando as suas compras adquiridas a qualquer jeito com a pressa irritante de acertar por um e por outro para poder alcançar com mais pressa possível o seu ponto de ônibus ou o carro onde estacionara a não se sabe quantas horas naquele dia frenético de final de semana. Um veículo cruzou com outro na entrada de um edifício de moradia havendo um choque sutil, caso de nem mesmo amassar qualquer coisa de leve. A mulher saltou do seu veículo. Ela, irritadíssima com a fúria de uma leoa a indagar do outro motorista se ele estava cego de não enxergar a sua preferencia de entrada. O homem, com bastante calma saltou do seu veiculo e apenas disse ter a preferência de entrada. A mulher, ainda mais largou o bofete na cara do homem. Esse não chegou a atingir o alvo dado à pressa do homem em segurar a mão da mulher.

Caio:

--- Peça desculpas e eu solto a sua mão. – disse Caio com bastante calma.

A mulher, Dalva Teixeira, fez um rufado antes e pedir desculpas e se ver livre do homem.

Dalva:

--- Desculpe! – e sentiu a sua mão ser largada.

Caio:

--- Agora a questão da batida: vejamos o que amaçou por completo. – disse Caio se dirigindo a traseira do seu carro e verificar o amasso. Ele e a mulher logo atrás. E aproveitando, declarou.

Caio:

--- A senhora bateu na traseira do meu carro. A senhora leve isso em consideração. – e caminhou devagar com seu corpo altaneiro e um pouco barrigudo. A sua cabeça era como se fosse corcunda, porém nem tanto. Braços firmes, pele clara, porém de se pouco notar.  Sua profissão: Detetive policial.

A mulher, Dalva, trabalhava em um escritório onde desempenhava algo como consultora de novos empregados da firma. O homem foi até a traseira do seu carro e examinou como um mestre e viu o para-choque meio barulhento. Mesmo assim, era um carro antigo e já estava com equipamentos quase soltos. Ele se voltou para a mulher e ainda indagou:

Caio:

--- E então? Como se faz? – indagou o homem policial

A mulher nada estava consolada e sacudiu os ombros como a dizer:

Dalva;

--- Eu? Também vou joga-lo fora amanhã de manhã! – declarou Dalva displicentemente.

Ela, de altura mediana, corpo esguio, vestindo cetim de cores leves, com uma bolsa a tiracolo nem percebia o defeito resultante. Olhava então para as estrelas a surgir enquanto na rua pessoas paravam para ver o tira-teima.  Caio observou as pessoas e logo determinou para a sua bela vizinha de quartos.

Caio:

--- Vai entrar? – perguntou com voz serena.

Dalva:

--- Se o senhor deixar! – respondeu a mulher com voz calma.

E os dois pegaram o seu rumo em direção da garagem do edifício. E entrado, se olharam. Ele indagou qual andar era a sua preferencia. Dalva nada respondeu e acionou o décimo andar. Em seguida, Caio fez o mesmo: décimo andar.  E olhou para a mulher dos seus quase trinta anos de idade como averiguar um todo dos pés a cabeça. Faz a cara como se fosse um homem feio e apenas falou:

Caio:

--- O meu carro é um velho trambolho. Não vale a pena fazer questão. – reclamou Caio.

Dalva olhou para o homem dos pés a cabeça e nada respondeu. Apenas guardava silencio com sua bolsa pregada entre o busto como se tivesse a ninar uma criança.  O elevador parou no décimo andar e os dois caminharam para os seus aposentos. Ela ao lado dele. E ao se acercarem do aparamento notaram que os dois moravam de frente um para o outro. Então, Caio se lembrou de algo ao abrir a porta do seu apartamento. Estavam lá: as cartas para Dalva Tavares. Ele retirou o pacote de cartas e devolveu a Dalva. Ao mesmo tempo, a mulher lhe entregou as correspondências dirigidas a Caio Teixeira. O pacote estava atado em sua estrada de apartamento. A troca se deu sem qualquer palavra. Após isso, as portas foram abertas. Mas um problema surgiu: as chaves. Dalva procurou as suas chaves e não as encontrou. E estava a vasculhar a sua bolsa quando a mão de Caio se acercou por perto:

Caio:

--- As suas chaves! – pronunciou o homem e pediu as do seu apartamento.

Dalva notou assim ter as chaves dadas por equívoco à faxineira da manhã e a mulher fez então a confusão de trocar as chaves. Após o desacordo, Caio pegou as suas chaves e entregou as de Dalva com a sua cara amarrada como sempre estava e olhar de peixe morto ao contrário da sua vizinha, com a sua veste e suave rosto a deslumbrar orquídeas em vaso de alabastro.  

Pouco tempo depois, alguém bateu à porta de Caio Teixeira com suavidade e espera. O homem estava na cozinha a assar o seu peixe e se voltou com pressa para atender de imediato sem perguntas a fazer. Ao chegar à porta, ele encontrou uma mulher enrolada em uma toalha de cores róseas e foi de imediato perguntar:

Dalva:

--- Escova? – indagou a entrar de repente no apartamento.

O homem se tomou estupefato e de imediato expôs.

Caio:

--- No quarto! – e apontou para o quarto logo a seguir a caminhar em direção à cozinha. Em lá chegando viu o peixe a estar tostado e nada mais de se poder fazer. Ainda queimou os dedos de sua mão. Ele jogou a fritadeira dentro da pia e voltou à sala onde buscou uma lata de cerveja para matar a tremenda desgraça do peixe queimado. Nesse instante a moça saiu do seu quarto e veio até a sala penteando o cabelo de forma desajeitada a dizer:

Dalva:

--- Deixei a minha no escritório. – relatou a jovem mulher ao tentar puxar o pente do cabelo cheio ainda de shampoo.

Caio estirou os pés em uma cadeira enquanto soltava um arroto por culpa da cerveja. Com seu olhar de peixe morto procurou enxergar da melhor forma a esguia dama. Dalva se sentou nos degraus a dar acesso à sala de jantar e toca a puxar os cabelos para um lado e outro.  Caio propôs para a moça ter uma senha para dois, em uma peça a passar no Teatro aquela noite.

Caio:

--- Tenho entradas para o Teatro esta noite! Queres? – indagou sem receio.

Dalva:

--- Shakespeare? – indagou ainda a repuxar o cabelo.

Caio:

--- Parece. Não sei. Cervantes ou Moliere. – Ele se levantou e arrotou grosso de novo ao buscar mais uma lata de cerveja para entregar a Dalva.

Dalva sentiu um cheiro de assado queimado e se pôs a pesquisa.

Dalva:

--- Cheiro ruim! – falou a moça.

Caio:

--- Peixe tostado. – disse o homem apontando para a cozinha.

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