- Sandrine Bonnaire -
- SETE -
- TELEFONE -
O jornalista entrou no
apartamento de Caio Teixeira completamente suado e com todas as suas roupas de
qualquer forma amassadas ou não, e ele cansado de tanto conduzir suas tralhas.
Com quase caindo das pernas Bartolo desceu os degraus até a sala e pôs as
roupas em cima de um acolchoado. Enfim, repousou ao se sentar quase em cima das
roupas frias e quase limpas. A senhora Dalva, veio de imediato observar tanto
tormento a provocar pelo jornalista à entrada do apartamento. E ficou assustada
de ver tanta roupa em montão como se alguém tivesse feito de fato uma mudança.
E perguntou Dalva:
Dalva
--- Quer é isso? – indagou
assustada.
Bartolo:
--- Mudança! Eu agarrei as minhas
coisas e vim para o teu apartamento. Agora, meu também. Eu pago. Quanto? –
relatou o homem quase morto de cansado.
Dalva:
--- Ave Maria! Quanto? Quer
dizer: agora? O senhor nem viu o apartamento! – declarou assustada com seu
braço na tipoia.
Caio:
--- Calma! Calma! Vamos se
acalmar! Antes de tudo eu preciso saber da história! – relatou o policial com a
sua aparente calma.
Bartolo:
--- Que calma? Que calma? “Ela”
me pôs pra fora de casa e eu vim dormir aqui ou em algum canto. Até no
banheiro, se possível for. – disse o jornalista a ficar exaltado.
Caio:
--- Ela quem? Ah sim! Sua mulher.
Mas não houve um dialogo entre os dois para se reconciliar? – indagou
calmamente do policial.
Bartolo:
--- Não! Ela não quer, e pronto!
– respondeu mal humorado.
Dalva:
--- Mas ela, que? Pelo amor de
Deus: explique! – disse a mulher soerguendo o seu braço da tipoia.
Bartolo:
--- Dafne! É o nome dela! Nós
estávamos casados há dez anos. E chegou ao fim. Apenas por causa do meu
trabalho. E olhe que eu dava tudo em casa! – relatou amargurado.
Dalva:
--- Ah! Bom! Deixa pra lá. Quer o
apartamento? – indagou.
Bartolo:
--- E nós não acertamos? –
argumentou.
Dalva:
--- Tem o condômino! – explicou.
Bartolo:
--- E voce ainda vai lá? –
indagou com a cara franzida.
Dalva:
--- Ainda. Ainda. Mas só pra
buscar meus remédios! – falou ligeiro.
Caio:
--- Que remédios? – perguntou
estranhando.
Dalva:
--- De mulher. Dor de cabeça e
coisa e tal! – disse querendo não explicar.
Bartolo:
--- Telefone! Vá ver que ela! –
puxou o celular do seu bolso.
Dalva:
--- Quem? Dolores? – indagou.
Bartolo:
--- Dafne. É ela! Não disse. Não
atendo! – e desligou.
Caio:
--- É melhor atender. Ela vai te
telefonar a noite inteira! – recomendou sisudo.
Bartolo:
---Eu sei o que ela quer. Eu sei!
– disse o homem com paciência.
Caio:
--- Então atenda! Ora que
impaciência! – reclamou.
E o celular tocou mais uma vez.
Dalva:
--- Deixa que eu atendo. Dê-me! –
pediu o celular.
Então, Bartolo passou o celular
para Dalva. E a mulher atendeu.
Dalva:
--- Pronto? Quem fala? – indagou.
Dafne:
--- Quem fala? – estranhou a
recepção.
Dalva:
--- Eu perguntei primeiro. Se
quiser falar, responda! – falou brava.
Dafne:
--- Quero falar com o homem desse
telefone. Por favor! – fez questão irada.
Dalva:
--- Homem? Aqui não tem homem! –
respondeu a mulher.
Houve silencio e a pessoa
desligou o celular na outra ponta. Depois de alguns minutos, o celular voltou a
chamar. E chamou por três vezes quando Dalva atendeu:
Dalva:
--- Por favor, quem fala? –
indagou.
Dafne:
--- Olha minha senhora. Veja bem!
Eu quero falar com Bartolo, o dono desse celular! Faz favor! – articulou
intrigante.
Dalva:
--- Ah! Bartolo! Sabe que não o
vejo há vários dias? – falou mansa a quem atendeu.
Dafne:
--- Como não? Ele roubou o meu
celular agora e num instante! – falou brava a mulher
Dalva:
--- Esse? Duvido! Eu não dou o
celular a ninguém! E tem mais: Bartolo é meu irmão! – desligou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário