- Kylie Minogue -
- SEIS -
CONTENDA
A fila de carro foi formada ao
logo da estrada. O motoqueiro acidentado com o inesperado impacto da moto
contra a porta aberta do veículo Hyundai se levantou do chão como se nada
houvesse ocorrido. Mancando apenas de uma perna, ele voltou para buscar a sua
moto. Com a pancada, a moto ficou rodopiando no chão quente por vários minutos
igual a um ser atirado ao solo. Outros motoqueiros se enroscaram com a batida
do veiculo e ficaram postos ao chão. A gritaria tomou conta do local de gente
querendo passar. Um guarda de transito entrou em cena a orientar o deslocamento
de veículos em sentido contrário. Caio entrou na confusão exigindo carteira de
habilitação do dono do carro invasor. A “piranha” gritava por seu turno para o
seu homem sair daquele tumulto. Um guarda de transito em sua moto veio com toda
velocidade para resolver a embaraçosa questão. Ao chegar próximo a sua moto se
desgoverno e o militar caiu com a cara no chão tendo sua máquina o mesmo triste
fim. Após alguns minutos ele se levantou e com o apito na boca a sobra apena
areia. O militar fazia apelo com seus braços abertos enquanto Caio, policial civil
mostrou apenas sua identificação presa ao paletó e deu ordens ao policial para
chamar o seu chefe. E logo mandou deter a “piranha” por estar desrespeitando a
sua autoridade. O guarda agradeceu e mandou a mulher sair do carro. Uma viatura
policial se acercou pelo lado da contra mão à beira mar. O policial levou a
mundana para a viatura sob o protesto irritantes da mulher segura pelo braço. E
gritava:
Prostituta:
--- Vou chamar meu advogado seu
“tenente de merda”. – gritava alucinada a piranha.
O “tenente” Caio Teixeira colhia
as informações do homem com todos os documentos à mão. O homem a declarar ser
ele empregado do Governo. O cheiro demasiado de álcool rescendia no ambiente
tendo o tenente a obrigação de mandar verificar a presença de álcool no
sopro motorista à guarnição policial. Em
seguida, chamou o sargento para tomar conta de tudo:
Caio:
--- Em meu relatório vai tudo o
que presenciei. – declarou o “tenente” ao superior da policia.
Policial:
--- Pois não tenente! Eu cuido do
caso! – destacou o policial.
A “piranha” vociferava horrores
tendo jogado um sapato no policial. Com isso, o clima ferveu para a “piranha”
tendo sido algemada no interior o veiculo policial. O tenente Caio buscou a
moça Dalva Tavares a seguir para o Hospital para cuidar do braço. O tenente
falou com o repórter Bartolo.
Caio:
--- Cuide da cobertura. Fernando fica com voce. Tem um cinegrafista
tomando os estragos do Hyundai. Fale com ele. – comentou o homem da polícia
civil.
Bartolo:
--- Pode deixar. A ambulância
está chegando. – falou o repórter.
A moça, em virtual choque pela
avaria sofrida no seu auto, não parava de chorar enquanto Caio seguia a seu
lado para levá-la ao médico do Hospital. Em certo instante Dalva falou não está
sentindo nada para ter de ir ao médico. Caio perguntou se ela queria sentir uma
leve dor como sentem os presidiários. Ele ficou a interrogar:
Caio:
--- Assim, meu amor. – e torceu o
dedo polegar da moça para trás.
Quando sentiu a dor a moça caiu
em desespero e consentiu ser levada para o hospital. A ambulância do SAMUR se
acercou bem próximo do catastrófico acidente e o paramédico correu que depressa
a examinar Dalva enquanto outros já estavam percorrendo o terreno para
averiguar se havia alguém mais. Um veículo policial seguia firme com a
“piranha” a incitar terríveis horrores contra os policiais. De repente, um
deles bateu-lhe na cara:
Policial:
--- Cala tua boca “piranha”
safada!!! – e o murro estremeceu a mulher pela tamanha força.
O impacto da bofetada fez a
mulher cair ao solo no interior do carro camburão. Com efeito, a piranha
desmaiou. Outro policial se alarmou e gritou para o agressor.
Policial 2
--- Voce matou a piranha! Isso é
estupidez! – gritou o segundo policial.
Policial:
--- Puta só presta apanhando! Que
se lasque! – falou sem temor.
O policial agressor foi o mesmo
da sapatada levada na cara na hora de prender a “piranha”.
Policial 2
--- Vamos soltar essa piranha
dentro de um matagal! – falou temeroso.
Enquanto isso a ambulância do
SAMUR chegava ao hospital. Dalva relatou não estar sentindo coisa alguma. Ela
queria apenas o seu Hyundai de volta. Caio declarou aos paramédicos ter ela
ficado desacordada por alguns instantes na hora da colisão e não sentira a
torção no braço.
Dalva!
--- “Que mentira deslavada, eu
nunca desmaiei na minha vida! Vai mentir assim no inferno!” – pensou a mulher a
olhar a cara de Caio.
E caio olhou a moça sem fazer
sinal algum. Apenas esboçou um sorriso
pálido. Por seu turno, Dalva observou o homem e franziu a testa como a indagar
“que desmaio foi esse?”. Já no interior do Hospital os maqueiro vieram com
pressa a atenderam a enferma acolhendo na cama a levar para o interior do
pronto-socorro com a maior pressa possível. Gente muita havia no corredor
principal. Muita gente empilhada em macas, uns chorando, outros pedindo um
pouco de água “pelo amor de Deus”, alguns adormecidos, e além havia mulheres,
meninos, acidentados e muito sangue a ruir sem piedade.
Dalva:
--- Isso aqui é o inferno! –
declarou desanimada a mulher.
A maca parou em um canto de uma
sala e os maqueiros forçaram a mulher a se levantar enquanto Caio corria em
busca de atenção a procura de alguém. Ele buscava uma enfermeira ou um médico a
lhe poder ajudar em um caso complicado a por uma atadura no braço de uma
paciente. Mesmo assim, ninguém o atendia. De vez, ele puxou a identidade de
policial civil e foi como pode ser atendido na Urgência. Uma tipoia foi
colocada no braço da mulher unindo do pescoço ao cotovelo mantendo o braço
preso ao ventre. No tumulto geral sempre a haver em um hospital de atendimento
urgente, aquele era mais um caso dos muitos atendidos por todo o dia do
domingo. Às três horas da tarde Dalva Tavares chegou ao apartamento de Caio, em
sua companhia, tremendo de aparentes dores, mais pelos murros acertados no novo
veículo adquirido no dia anterior. O acidente desmoronou todo um sonho da
mulher. Em momentos ela chorava pelo o triste fim do Hyundai. E o homem, com
aparência delicada enfim dizia:
Caio:
--- Acalme-se. Amanhã eu procuro
resolver o assunto. Eles darão um carro novo em troca do “cambão”. – falou com
calma.
Dalva:
--- Cambão? Cambão? Cambão? Já é cambão? –
indagou irritada a mulher.
Caio:
--- Bem! Não passa de um cambão!
Amanhã a senhora terá um novo! – relatou a olhar por baixo a mulher.
Dalva:
--- Outro cambão! – chorou
irritada.
Ao anoitecer o jornalista Bartolo
Revoreto tocou a sineta da porta por mais de uma vez. Caio se pôs apressado
para atender ou apenas quem chamava com insistência. Ao olhar pelo visor mágico
da portinhola logo observou a figura atarraxada do seu amigo com uma trouxa de
roupas a passar de sua cabeça. Depressa, Caio abriu a porta e deixou entrar o
marmanjo já não podendo mais com tanta roupa, desde paletó, calças e roupas de
baixo além de sapatos e meias. Os chapéus, em ruma, vinham todos na cabeça.
Bartolo apenas disse:
Bartolo:
--- Mudança! – e fez um ufa de
quem está cansado.
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