- Melissa Rauch -
- 12 -
SUSPENSE
De imediato, Caio Teixeira se
levantou de onde estava e correu para o seu quarto de dormir se trancando
afinal. Os que estavam com ele ficaram intrigados com a estranha atitude do
cidadão. Por conta disso Bartolo indagou assustado.
Bartolo:
--- Pra onde vai? – indagou
perplexo
Dalva:
--- Endoidou? – perguntou sem
saber de fato o que sucedera.
Bartolo:
--- Vou lá! – disse o homem
assustado.
Dalva:
--- Calma! Ele volta! – reclamou
a jovem senhora.
Com um tempo, dito isso, Caio
Teixeira voltou conduzindo um punhado de artefatos e se dirigiu direto para a
cozinha do apartamento onde procurou colocar os objetos. Ele não fazia nada, a
não ser cantarolar uma melodia sem nexo. Apenas um ronronar. E todos aqueles
artefatos o homem procurou colocar em definidos cantos a passar então para a
sala de visita e outros locais. Ao chegar à sala, olhou para os dois amigos e
fez um aviso de silencio. Mesmo assim ninguém soube relatar o por quê. Com seus
passos arrastados ele usou de forma atrapalhada para dar um par de sapatos de
pele de carneiro ao amigo Bartolo e outro para a moça usar em lugar dos sapatos
de solados. E fez o mesmo aviso de silêncio. Subiu os degraus da pequena
escadaria e entrou no quarto onde dormia a senhora Dalva e depois de algum
tempo saiu, voltando para a sala e foi até a radiola a colocar uma melodia
qualquer. Nesse ponto se sentou e se espreguiçou por completo. Dessa vez,
Bartolo indagou a ele o que estava fazendo com tamanha precaução:
Bartolo:
--- Que houve? – indagou
perplexo.
Caio Teixeira fez sinal de
silencio para poder falar com um pedaço de tempo.
Caio:
--- Se nós estamos lidando com um
nazista todo cuidado é pouco. Eu rastreei todo o apartamento com aparelhos de
escuta. Isso mesmo ele pode ter feito no dele. Agora estamos empatados. Se
estamos dispostos a conversar, então vamos sair para algum lugar longe daqui. –
declarou com precaução.
Bartolo:
--- Sair? – declarou espantado.
Caio:
--- É o mínimo. Talvez a praia ou
outro local. – disse o investigador
Os três amigos resolveram sair
para um local distante, com certeza uma margem de praia onde ficaram a sós. E
conversa vai conversa vem, o homem Caio lembrou a Bartolo ter preferido trafegar
em seu carro, pois ele era um “estranho” ainda e podia não ter nada a ver com o
caso do nazista. Porém, era seguro seguir em outro veículo, afinal, o nazista
poderia não estar a sós nesse trabalho e ter mais alguém a auxiliar. O carro do
policial, ele mandaria inspecionar no dia seguinte para ter certeza de que não
havia nenhum equipamento estranho. E disse mais haver ligado os equipamentos de
escuta em um gravador de baixa rotação. Esse aparelho era capaz de “ouvir” por
oito dias tudo o que se passava no apartamento do nazista. E agora, era a luta.
Todos se combinaram a não usar sapatos de sola do apartamento de Caio.
Caio:
--- Eu coloquei uma rosa vermelha
na sandália de Dalva. No sua sandália eu coloquei uma rosa escura. Estamos
combinados? – indagou o policial.
Bartolo:
--- Escura? E eu sou algum
defunto? – indagou inquieto.
Caio:
--- Bem. Podemos trocá-lo!
Aceita? – indagou sorrindo.
Dalva:
--- E quando chegar outro? –
perguntou um pouco assustada.
Caio:
--- Tenho mais. Tenho mais.
Agora, o importante é a mulher. Logo amanhã vou acionar o Plano “B” e a senhora
recebe uma empregada um pouco idosa. Ela irá fazer o papel da domestica para
lavar as coisas do apartamento do Nazi. Ela sabe executar a sua missão. –
dialogou.
Dalva:
--- E se ele não for nazi? –
indagou.
Caio:
--- Então nada feito. Nós tiramos
a suspeita. – falou o policial.
No dia seguinte, o policial civil
Caio Teixeira, esteve com a mulher policial e recomendou-lhe a fazer o papel de
empregada de uma empresa de limpeza. Ela teria de ir ao apartamento de um
alemão fazer a o recomendado e dizer-lhe estar no lugar da outra doméstica,
ausente por estar de férias. O assunto foi tratado de forma confidencial com o
condômino e então era o acerto devido com a policial.
Caio:
--- Troque-se é vá à luta. Bata
foto do que puder. E verifique estantes retratos. Tudo enfim que houver. – foi à
recomendação passada.
O apartamento do alemão era um
luxo de antiquários. A mulher se identificou e disse estar ocupando o lugar da
mulher anterior por estar de férias. O alemão olhou para um lado e para o outro
e mandou entrar para buscar os entulhos guardados do dia anterior. A nova
empregada, mulher dos seus 50 anos de idade, de nome Maria das Dores, buscou o
balde de despejo e ainda lavou tudo o havido no apartamento. E indagou ao homem
– um velho de seus aparentes 90 anos – se teria de limpar as estantes ainda
cobertas por toalhas. O ancião reclamou ter tudo feito e nada mais teria a
limpar.
Maria:
--- Mas o chão! Ó! Sujo! A mulher
parece que nem lavava as coisas direito! – relatou a empregada.
Alemão:
--- Pois limpe. É só isso. A
estante não se incomode! – respondeu o ancião alemão.
Maria:
--- Não está vedo o tapete? Quer
que eu lave? Não custa nada! É melhor do que botar fora! – falou a mulher sem
assombro.
O ancião já impaciente de
qualquer jeito autorizou fazer e ficou de pé junto a Maria. E essa perguntou
qual o seu nome. Ele respondeu.
Alemão:
--- Sou germânico! – respondeu
grosseiro.
Maria:
--- Ah. Eu trabalhei por muitos
anos para a família do seu Germano. Capaz de o senhor ser parente do outro! –
disse a mulher retirando o tapete para lavar.
Alemão:
--- Não. Sou de outra família! –
declarou irritado.
Maria:
--- Pena! Eram tão distintos. A
mulher, então! E as filhas também! – respondeu devagar
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