- Anne Hathaway -
- 15 -
INVASÃO
Caio Teixeira apenas modesto,
simplesmente indagou se a moça havia tido a conhecer tudo o que lhe contara
naquele momento. Ela afirmou sem dúvidas ter levantado todo o setor sigiloso da
Inteligência alemã mesmo depois da II Grande Guerra. O Comandante Wagner Rahner
era também conhecido como o “carniceiro” no tempo quando era um simples homem
do Serviço Secreto. Com o final da Guerra ele fugiu para países sul-americanos
e findou a se fixar em Natal, com o nome de Klaus Renner. A mulher tinha
modificado o seu nome quando teve que ir fazer o papel de faxineira no
apartamento do alemão. Com efeito, o seu verdadeiro nome era Élia Pontes,
divorciada e trabalhava o setor de Segurança da Policia Civil.
Caio:
--- O “animal” veio a se refugiar
debaixo das minhas barbas. – confessou distraído.
Élia:
--- Bem debaixo do teu nariz. –
disse isso vagarosamente e gargalhou
Caio.
--- Sim. É claro. Mas voce acha
que ele ficou surpreso ou não com a tua visita? – perguntou.
Élia:
--- Eu tenho a impressão que sim.
O ancião é muito astuto. Ele não levou grande importância à história da barata.
Ele sabia muito bem não haver barata na sua estante. Mas. ...- falou a mulher.
Caio:
--- E na cozinha? – indagou a
imaginar o fato.
Élia:
--- Cheio de “baratas”. O
interessante é ele usar um inseto asqueroso nas suas investigações. E uma
coisa: Os insetos são apenas no aspecto. Eles são radio escuta. – relatou com
razão.
Caio:
--- Baratas! – comentou o homem a
investigar o céu.
Élia:
--- Ele obtém pagamento de uma
empresa “fictícia” alemã e recebe através de um Banco dos Estados Unidos. A sua
missão é inspecionar os novos pró-nazistas em nosso País. Esses são jovens
decididos. Matam os homossexuais, gente do nordeste e mendigos. Klaus Renner
investiga a todos os neonazistas. – declarou a espiã.
Caio:
--- Mentalidade muito alemã! –
reportou deveras.
Élia:
--- Como disfarce ele usa o
título de uma empresa. – disse mais.
Caio:
--- O livro! – entregou a Élia
uma edição antiguíssima do Mein Kampf – Minha Luta.
Élia:
--- Se ele ainda aceitar! –
sorriu a mulher.
Era noite e Caio Teixeira chegou
a seu apartamento no 10º andar e cuidou de acionar o botão da sineta. Porém
notou algo de anormal. Com muita cautela, ele pressionou a porta e o trinco se
mexeu lentamente. Logo em seguida, pôs os seus pés na sandália e notou a falta
da outra pertencente a bela senhora Dalva Tavares. Bem lento ele caminhou sem
fazer barulho para ouvir qualquer murmúrio no seu viandar. Notou Caio a porta
do quarto de Dalva ligeiramente aberta. Ele caminhou lento e ouviu murmúrio. Um
ruído de alguém. Mais lento ainda, ele abriu a porta do quarto e viu com
surpresa a moça amarrada pelos pés e uma de suas mãos. A sua boca estava amordaçada
com uma toalha. Tão de repente ele se abraçou a moça a soltar as cordas
bastante acochadas a atar suas pernas. Em seguida, Caio tirou a mordaça para
assim a moça poder falar. Com bastante tristeza, ela balbuciou algo
inteligível. A cama onde Dalva estava também fazia a moça mais paralisada com a
força do atar nos seu braço direito, vez que o outro braço continuava
paralisado por conta da tipoia. Finalmente a garota falou com desatino.
Dalva:
--- Eles! Foram eles! Foram eles!
Prenderam-me! Eles! – chorava e gritava a um só tempo.
Caio:
--- Certo! Certo! Fique deitada!
Descanse! Eu vou olhar quem foi! – adiantou o homem ao sair do cômodo com sua
arma na mão.
Enquanto isso, do elevador saltou
o novo provável inquilino Bartolo Revoreto, despreocupado e a cantarolar uma
peça musical qualquer. Ele caminhava de cabeça abaixada como se tivesse
pensando no tempo. Ao chegar à frente de seu apartamento enfiou a mão no bolso
a procura da chave. Porem não a encontrou de momento. Ele deu meia volta por se
lembrar da anterior inquilina, a senhora ou senhorita Dalva Tavares.
Bartolo:
--- Deve ter ficado com Dalva,
com certeza. – aventou o homem ainda a cantarolar.
E foi a frente. Ele tocou o botão
da sineta e viu não precisar, pois a porta estava sem tranca. Por isso Bartolo
Entrou a procura as suas sapatilhas de couro de carneiro, uma vez ter recebido
recomendação de trocar os sapatos a não fazer zoada. Como de costume, se pôs
ainda a cantarolar quando, de repente, notou a presença de Caio com o revolver
apontado para ele. E Bartolo indagou com surpresa.
Bartolo:
--- O que foi que eu fiz homem? –
indagou surpreso
Caio fez para ele em troca um
sinal de silêncio com a mão levada à boca.
Caio:
--- Psit! – e o mandou chegar
para perto uma vez que ele estava perscrutando algum ruído.
Bartolo seguiu adiante e quando
chegou à porta do quarto de Dalva ele não se conteve e soltou um espirro
rigoroso. Irritado, Caiu falou bravo com o moço por causa das suas narinas.
Caio:
--- Porra! Tinha que ser agora? –
indagara o homem intranquilo e cheio de ira.
Bartolo:
--- Foi o que deu. O que houve?
Onde está Dalva? Ou seja: a senhorita? – reclamou.
Sem mais nem menos Caio Teixeira
baixou a arma e olhou com raiva a cara do seu amigo, Bartolo e disse apenas com
a arma na mão a apontar para o lado.
Caio:
--- Lá dentro. Na cama! – disse
ele atormentado com voz abafada de muita raiva.
Bartolo:
--- Ocorreu algo? – exclamou o
homem com voz espantada.
Caio:
--- Talvez! Não sei! Vou agora
verificar! – confessou o homem totalmente irritado
Bartolo:
--- E Dalva? – perguntou
inquieto.
Caio:
--- Dentro! Entre!. – disse o
homem com ódio a sair à procura de vestígios de alguém.
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