- Kalki Koechlin -
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O MOTEL
E foi então que Caio Teixeira receando
ser um temeroso equívoco da parte de Joana Vassina indagou com mais vagar como à
senhora tomou ciência do alemão Wagner e por qual motivo desprezou a ação da
policia federal no assunto. Ele se refez do interrogatório e começou a falar
sem nenhuma contemplação de ser o agente um policial de maior gabarito. Os três
estavam então em um quarto de motel. Bartolo a ocupar uma cadeira onde se
sentou com o espelho ao contrario. O seu rosto ficou abaixado para olhar apenas
a mulher. Caio, ficou de pé e Joana se sentou na cama, mas não deitou. Apenas
dedilhou para conversar.
Joana:
--- O senhor é um policial. Eu
estou nos cuidados de outro policial. Porém, os Federais estão em greve por
tempo indeterminado. Bem. Isso é outro departamento. Eu vim para uma consulta
normal com um médico. Esse médico atende em um edifício próximo ao do alemão
Wagner Rahner. Do consultório eu vi o apartamento de Wagner. Herr Wagner.
Então, eu notei um movimento por traz de uma cortina nesse mesmo local. Não
teria maior importância se eu não tivesse visto o alemão. Sei que era ele,
apesar da mudança na fisionomia. Quando ele fugiu dessa cidade, foi encontrado
embarcando em um navio, conforme disse a polícia. Então, ele não teria morrido
na queda do avião. Ele e os outros que estavam no embarque. Apenas o avião foi
posto no mar. Após algum tempo, esse homem ressurge com uma cara nova. Ora! Em
reconheço o Herr, meu pai, até pelo cheiro do sua axila. Eu procurei o senhor por
ser um homem bem capacitado. E o Herr está residido no mesmo apartamento de
antes. É essa a questão. – relatou com firmeza.
Caio:
--- Veja bem! Mas a senhora viu
de fato o senhor Wagner? – indagou consciente.
Joana:
--- Não só eu vi como estive no
prédio onde ele está. Eu conversei com uma faxineira se tinha alguém a ocupar
os apartamentos e ela falou que sim. Eu me fiz de uma empregada a procura de
trabalho. E a mulher não desconfiou. Então eu perguntei sobre quem morava
naquele apartamento do nono andar. E ela disse que era um velho. Eu falei por
dizer que já trabalhara como um alemão muito boníssimo e que ele precisava de
ajuda a todo tempo. Ela então me falou ter uma senhora no meu lugar.
Conversamos mais alguns minutos. Eu me despedi e fui embora. Isso foi no
sábado. E eu hoje estou conversando com o senhor. – declarou sem susto
Caio:
--- E hoje, ele está no
apartamento? – indagou com receio.
Joana:
--- Está. Eu vi uma sombra do
monstro e era ele! – falou com muita ira.
Caio:
--- Mas a senhora guarda muito rancor do seu pai?
– indagou o policial.
Joana:
--- Herr Caio! O senhor não pode
saber o que é sofrer. Eu vivi muitos
anos sob o julgo de um monstro! Eu saía de casa quando ele mandava. E com uma
companhia do meu lado! Esse fato de eu estar fazendo tratamento de saúde é por
causa dos maus tratos recebidos. Eu sei que nunca vou recobrar a minha
juventude. O senhor sabe o que é passar presa em um cubículo fechado onde eu
não podia nem ver o sol? – indagou com emoção.
E o detalhe da conversa
prosseguiu por várias horas tendo a mulher reportada todo o seu sofrer e como
se podia encontrar o ancião nas horas mais tranquilas do dia ou da noite. Dito
isso, o trabalho se encerrou naquele momento, afinal. Os três saíram do quarto
e a mulher foi deixada já perto da casa onde morava. Em seguida, momentos após,
Caio e Bartolo rumaram para seus apartamentos em outro edifício. Ao entrar para
o seu compartimento no décimo andar, Caio Teixeira notou algo suspeito à
entrada da porta. Ele havia posto um alarme no corredor e algo mostrava um
desarranjo qualquer. O que havia sido posto era da maior segurança na detecção
de violação. O dispositivo sonoro estava mal lacrado naquele momento e desse
modo podia ter alguém manuseado o rigoroso sistema. O acionamento a conectores
ao redor da base de segurança já não estava intacto. Então, o homem seguiu a
sua risca dos interruptores. Sabia ser vida ou morte. Mas, teria que fazer. Ele
combinou com seu amigo Bartolo deixar aberta a porta de seu apartamento e de
longe, acionou o gatilho. Fez isso e fechou a porta estando trancado por
dentro. Uma explosão imediata foi sentida. O homem estaria morto nessa mesma
ocasião.
Caio:
--- O alemão! – disse ele a
correr para o andar de baixo
Em sua companhia seguia Bartolo.
Não esperaram sequer o elevador. Ao chegar à parte de baixo onde ficava o nono
andar ele notou outra ação. Caio observou não ter mais ninguém no apartamento e
um alarme de segurança foi posto para detonar a um segundo após aberta a porta.
Caio:
--- Louco!
Louco! Degenerado! – disse alarmado o investigador.
Bartolo:
--- Que
bagunça! É bom não tocar em nada! – disse mais o acompanhante.
Caio:
--- Eu vou
chamar os peritos em explosivos. Esse eu não sei como foi armado! – enfatizou.
Bartolo:
--- Eu vou
avisar a Dalva! Pode haver outros explosivos! – alertou estarrecido o homem.
De imediato,
após verificar não ter mais ninguém no apartamento, Caio Teixeira chamou a
polícia antibomba para desativar o provável petardo posto à porta de entrada do
nono andar, residência do nefasto alemão, o mais indicado por haver perpetrado
tais esquemas explosivos. Bartolo de imediato ligou o seu celular advertindo a
mulher ter maior cuidado ao entrar em seu apartamento. E contou toda a história
ocorrida com o Agente Caio e a sorte do homem ter conhecimento de explosivos
postos onde a pessoa teria de passar sem prestar bem atenção. Dito isso, Dalva
Tavares relatou a seu companheiro de chegar imediato ao seu habitat para ver de
perto se tudo estava de acordo. Bartolo disse não precisar, pois isso ele tinha
feito minutos antes. Após minutos chegou ao apartamento onde Caio estava o
destacamento antibomba. E dessa vez, levou um tempo e tanto. Após verificar o
apartamento os técnicos teriam de inspecionar com maior cuidado o apartamento o
agente. Esse tempo durou quase a tarde toda. Em contrapartida, o agente foi até
a Secretaria de Polícia levar os informes passados por Joana Vassina e o
colocar de bombas nos apartamentos. O dele e o do alemão. O fato tomou um caso
por demais perigoso para todos os envolvidos.
Nesse ínterim,
a mulher, Joana Vassina, estava em sua casa, um local um tanto fechado com
cercas elétricas por tudo que era lado. Mesmo assim, em um instante, a mulher
sentiu de algo por demais suspeitos. Um dispositivo explosivo estava armado em
seu quarto de dormir. Era um petardo pequeno, mas de grande poder de detonação
causando a maior destruição quando ativado. Joana não sentiu temor. Mas, foi de
imediato chamar o agente Otto Blanc pelo aparelho celular secreto. Esse
aparelho era mantido para apenas chamar em caso de supra necessidade. Os seus
filhos e a sua mulher de Blanc não estavam em sua casa. Então, Joana conseguiu
encontrar o telefone e chamar de imediato o seu protetor de emergência. Dando o
seu código secreto ela informou ter a sua residência sido invadida por grupos
estranhos.
Otto:
--- Não toque
em nada! Saia de perto e me aguarde! – informou alarmado
Com um espaço
de poucos minutos o homem Otto Blanc chegou apressado a sua residência na
companhia do pessoal antibomba. Iniciou-se uma pesquisa por toda a casa e o
petardo foi desarmado em poucos instantes pelos peritos.
Perito:
--- Era um
artefato altamente explosivo ativado através de um fusível construído com
mercúrio fulminante. Apesar de ser um modelo antigo, esse petardo era capaz de
destruir todo um quarteirão. – relatou o perito
Otto:
--- Quer
dizer: estamos envolvidos com pessoal bem afinado no assunto. – definiu o
agente da Polícia Federal.
Perito:
--- Tem mais
alguém aqui? – indagou o perito.
Otto:
--- Apenas a
mulher, Joana. Ela detectou o explosivo. – relatou o agente.
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