- Nicole Kidman -
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AVENTURA
Por orientação
dos peritos da Polícia Federal, era melhor a modificação de casa, pois não mais
se podia acreditar onde ele – Otto Blanc – estava morando naquela ocasião. Uma
casa de menor espaço onde todos pudessem estar juntos. O em um campo isolado.
Um guarda de proteção. Meios de segurança enfim.
Perito:
--- Todo
cuidado é pouco. Mudança repentina sem falar a ninguém. – relatou.
Otto:
--- E dona
Joana? – perguntou com cisma.
Perito:
--- Nós
podemos cuidar do caso. É uma aventura temerosa. Um tempo está em um canto.
Depois se muda. É uma forma. Ou morar da Delegacia. – enfatizou.
Otto:
--- Perigoso!
Quem colocou o petardo sabia muito bem quem ele queria. – lamentou.
Perito:
--- Isso sim.
A vítima fora escolhida a dedo. – argumentou.
Otto:
--- O alemão
ou gente especializado de bombas. – salientou.
Perito:
--- Quem é o
alemão? – indagou
Otto:
--- O próprio
pai da senhora Joana. O homem além de ser nazista não mede esforço para
eliminar quem ele não deseja mais. – relatou.
Perito:
--- Parece que
estamos em guerra como antigamente. Atacar é a ordem. – lembrou.
Otto:
--- Ele pensa
estar no poderio militar alemão. – disse mais
Perito:
---
Provavelmente. Provavelmente. – concluiu o perito.
Otto:
--- O regime
nazista está de volta. – falou com cisma.
Perito:
--- É a
superioridade da raça ariana. – falou.
Otto:
--- A palavra
ariana vem de árias. Um grupo étnico. Tem vários significados. Refere-se, mais
especificamente ao grupo indo-europeu. Esse grupo se estabeleceu no final do terceiro
milênio antes de Cristo na região do Irã. O nazismo mudou a classificação de
uma suposta raça declarando os arianos como o povo nórdico. – enfatizou
Perito:
--- Foi bom
saber dessa menção. – declarou.
Otto:
--- O senhor
pode observar ter a mulher Joana pele clara. A sua mãe era também de pele
clara. Isso levou o General Wagner Rahner a ter um relacionamento íntimo com a
mãe de Joana. E depois com a própria Joana. – fez ver o agente federal
Perito:
--- Eureka! Um
facínora! E essa mulher vive com ele? – perguntou indignado.
Otto:
--- Ela viveu
por bastante tempo. Apenas o largou quando foi presa em Natal. Quer dizer: ela
não foi presa. Apenas contou a sua história na Delegacia de Polícia. Eu sei ter
ela ficado durante longo tempo escondida em uma casa no interior do Estado. O
alemão tem até um aeroporto. Mas, ao que parece, ele teria morrido. No entanto,
agora, reapareceu. E pondo bomba em minha casa, no quarto da sua filha. É isso.
– concluiu.
Perito:
--- Ao que
parece ele não acredita mais em sua filha. E assim quis por fim a senhora. –
relatou
Otto:
--- Há muito
tempo o alemão rejeita a sua filha. Tem apenas para os serviços domésticos.
Embora em guarda ferrenha. – falou o agente federal
Após a
inspeção geral em toda casa, os técnicos deram o caso por encerrado. Ficou a
recomendação de se mudar de domicilio aquela altura. De imediato, Julia Vassina
indagou:
Julia:
--- E eu? –
perguntou assombrada.
Otto:
--- A senhora
vai dormir da dependência da Delegacia enquanto se ajeitam as coisas. – falou
Julia:
--- Eu sinto
temor em dormir na Delegacia. Eu fico constrangida. É o mesmo temor pelo qual
passei durante vários anos na Bélgica, Bolívia e Brasil. – declarou a mulher.
Otto:
--- A senhora
é de nascimento russo?
Julia:
--- Não
senhor. Eu nasci pelo que minha mãe dizia, em Essen, na Alemanha. Agora, minha
mãe era russa. O Exército de Hitler sitiou a União Soviética por muito tempo.
Hoje, ainda, não se sabe quantas pessoas morreram. Há pelo menos setenta
milhões de mortos. Mesmo assim falta ainda identificar cerca de quatro milhões.
O Governo russo afirma terem morrido quase vinte e sete milhões de russos. Isso
é uma grande diferença do que afirmam os judeus. Cerca de seis milhões de
judeus morreram em campos de concentração. Mas a Cruz Vermelha detalha apenas
trezentos mil judeus. Uma grande diferença. Eu sou alemã, afirmo. – disse a
mulher de forma simples.
Otto:
--- Terrível!
E como se encontra esses corpos? – indagou com assombro.
Julia
--- Às vezes
se encontra logo abaixo das camadas de folhas e musgos. Eles continuam deitados
nos pontos onde caíram. Parece que eles esperam pela chance de poder finalmente
ir para casa. – lamentou sem choro.
Nos últimos
anos as buscas se intensificaram por um grupo de exploração viajando em
caminhões do Exército para chegar às regiões das florestas de São Petersburgo.
Às vezes esse grupo acampa em locais úmidos a caminhar com lama até a cintura
para achar os corpos. Muitos soldados mortos são encontrados com granadas em
suas mochilas. Por conda do tal perigo muitos escavadores já perderam suas
vidas em demais regiões da Rússia. Nenhum país sofreu tantas perdas humanas
durante a Segunda Guerra como a União Soviética.
Joana:
--- Em junho
de 1941, Hitler iniciou a maior e mais sangrenta campanha da história militar,
com o objetivo de anexar vastas áreas da União Soviética ao Terceiro Reich
Alemão. São Petersburgo foi um dos alvos da operação. Em menos de três meses, o
Exército alemão havia cercado a cidade e começado a bombardeá-la pelo ar. –
comentou a mulher.
Otto:
--- Quem lhe
disse isso? – indagou o policial.
Joana:
--- Minha mãe.
Eu ainda não era nascida. As tropas do Reich começaram a invasão por
Leningrado. – declarou sem remorso.
Durante mais
de dois anos, O Exército Vermelho lutou desesperadamente para romper o cerco
alemão. O objetivo era aniquilar os russos pela fome.
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