- Kristin Kreuk -
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VOGT
No dia de aula de geografia a professora Maria Eugenia foi logo advertindo ao aluno Joel Calassa a não se intrometer no assunto uma vez que a geografia era o forte que ele já estava a observar a cada tempo. E relatou mais uma vez a professora Eugenia:
Professora:
--- Eu boto pra fora se você vier com certas questões! – relatou bem séria a professora.
E não teve outra. O tomou de sua bolsa, ajeitou os livros e saiu de mansinho para fora da sala. Porém, ao tentar sair da sala a professora Eugenia fez um gesto inquieto.
Professora:
--- Para onde você vai? – indagou a professora de modo inquieto.
Joel:
--- Prá aqui pra fora. Não adianta eu ficar. Então vou para a varanda. – disse o garoto de forma muito meiga.
Professora:
--- Volte já para cá! Eu não dei licença para sair! – respondeu a professora com atrevimento
E o aluno voltou para sentar na sua carteira. Em seguida ele fez menção de pedir licença.
Joel:
--- Licença professora? – indagou Joel todo desajeitado.
Professora:
--- O que é? Vá dizendo logo de uma vez! – respondeu atenta a professora Eugenia
Joel:
--- E queria sair. – respondeu Joel calmamente.
Professora:
--- Não! Sem conversa! E fica sentado ai! E calado! – respondeu feita uma fera a professora.
E o menino obedeceu e se sentou ficando calado o tempo que coubera. A certa altura a professora perguntou à classe sobre a questão do planeta Terra.
Joel:
--- Já sei que vai sobrar pra mim. – falou murmurando o aluno obediente.
Professora:
--- O que foi que o senhor falou seu Joel? – indagou de olhos arregalados e por cima das lentes a senhora professora Eugenia.
Joel:
--- Nada não, professora. – disse Joel se encurvando na sua banca.
Professora:
--- Pois a pergunta vai para você. Qual a quantidade de água e terra em nosso planeta? Responda! – perguntou com severidade a professora Eugenia.
Joel:
--- Eu respondo. Mas antes tem outra questão. Posso perguntar? – falou Joel cabisbaixo.
A professora pensou um pouco como que diz: “La vem bronca”. E após refletir respondeu:
Professora:
--- Pergunte logo! – falou com aspereza a professora Eugenia.
Joel:
--- É o seguinte: Tem um planeta não tão distante da Terra, onde tem água e, possivelmente, vida. Ele está na zona habitável de sua estrela principal. O seu nome é Vogt. A senhora já estudou o assunto? – indagou o aluno a sua mestra.
A professora Eugenia se viu em palpos de aranha. Ela jamais ouvira falar em tal planeta. Mas, para não esquentar mais a causa resolveu dizer que sim:
Professora:
--- Eu sei! E o que tem ele com o nosso planeta? – indagou severamente a mestra.
Joel:
--- Nada. Só queria saber. Sabe o tamanho dele? – perguntou o estudante à tão desnorteada professora.
Professora:
--- Ele é igual que a Terra! Certo? – vociferou a mestra.
Joel:
--- Certo. Mas se trata de um pouquinho maior do que a Terra. Dez vezes mais. É como Urano e Saturno. E inclusive no cinturão de Escorpião, o Vogt leva 28 dias para orbitar sua estrela. Sua distancia é de 22 anos-luz da Terra. Bem. Agora a resposta:
Professora:
--- Não precisa! Não precisa! Você já deu a sua resposta! – atalhou indignada a mestra.
Nesse instante a sineta tocou e a turma, em farra saiu gritando para o recreio de meio de aula, pois ninguém queria perder seu copo de café com leite e o pão com queijo que eram ofertados a todos sem distinção.
A mestra saiu indignada da sala direto para o local da diretora onde não teve outro jeito senão de chorar. Colou a testa no birô da diretora Maria da Penha e largou a chorar, tocando com a mão direita a dizer:
Professora:
--- Não é possível! Não é possível! Não tem vez para eu não ser enrolada! – dizia a mestra com raiva da sua pouca experiência.
A Diretora:
--- Acalme-se filha! Isso é o estudo! Se ele tem conhecimento não tem jeito o que fazer. – relatava a diretora acariciando o cabelo dourado da nova mestra.
Ao terminar a aula, no seu segundo turno, a professora Maria Eugenia se voltou para o garoto Joel e agradeceu a ele pela descoberta feita de um planeta em outro mundo, pois, na verdade, os seus estudos não contemplavam maiores informes. O estudo é contínuo, dizia Eugenia.
Professora:
--- Estude meu homem. O estudo é continuo. Sabe bem quem estuda mais. Obrigada! – disse isso a professora Eugenia com amplo carinho e emotividade.
E os dois, aluno e professora, saíram juntos de escola a fora com Eugenia largando fora a sua eterna vaidade. Ela sabia que não sabia o que o garoto sabia. Na rua, onde os dois se apartaram, Maria Eugenia deu um beije na cabeça do garoto Joel e esse saiu para casa em companhia de sua colega preferida, a mocinha Elizabete. No caminho, a mocinha perguntou ao garoto Joel Calassa:
Elizabete:
--- Que foi que ela disse a você? – indagou curiosa a mocinha.
Joel:
--- Ela me mandou estudar. Todo mundo diz uma coisa só. Droga! – relatou insatisfeito o garoto Joel.
O magrão estava na porta de sua casa de taipa a olhar os meninos saírem da escola. Nada o rapaz falou. E logo após, o magrão entrou e fechou a banda de cima da porta como se nada houvesse também para ele declarar. O garoto Joel perguntou a mocinha Elizabete.
Joel:
--- Vamos de novo para a praia hoje à tarde? – indagou com graça o jovem garoto.
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