- Mariana Ximenes -
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FIM DA TERRA
Em um sábado
pela manhã estava o professor França a ouvir o dito do mestre Sisenando com
relação a um livro publicado. Tal livro citava casos importantes, como o fim da
terra. Em meio de conversas, se mostrou o mestre senhor de imenso conhecer do
existir no Universo. Entre meios e fatos o mestre falou com ênfase.
Sisenando:
--- Ao que se
pode entender sem dúvidas, o autor desse livro diz ser a Terra o único planeta
do sistema solar capaz de sustentar a vida. Apesar de ter sido sempre
bombardeada pelo Cosmo. Pelo que diz o cientista tudo que cruza o sistema solar
pode um dia se chocar contra esse globo. É como se diz; uma luta de pesos
pesados. E no meio está a Terra. E nesse caso, os nossos corpos ficavam a voar
em pedaços. É esse o tal “Armagedom”. O fim da Terra. Esse globo faz parte do
sistema solar. Mas, no espaço a destruição pode vir com pouco tempo. Esse Sol
parece um parque de diversões. Acontece que os oito ou nove sistemas ficam a
abrir caminho em torno dele.. E nesse caso, rochas espaciais podem vir de
encontro à Terra. É uma espécie de montanha ruça a envolver enormes perigos,
como escreve o autor. Ha asteroides terríveis a caminho do nosso planeta. Um
deles é o Apophis. E um impacto com tal asteroide pode trazer a destruição
total. No ano de 1908, um objeto de sessenta metros de extensão mergulhou em
nosso planeta há uma velocidade a cerca de 60 mil quilômetros por hora e
explodiu em Tunguska, na Sibéria deixando tudo consumado em fogo. - falou o
mestre.
França:
--- Foi a
maior explosão ocorrida na historia modera. – considerou o professor.
Sisenando:
--- A explosão
provocou ondas de calor que consumiram oitenta milhões de árvores. A catástrofe
se deu em uma região pouco povoada. – retrucou o mestre.
Os homens
continuaram a falar em todo o acontecido e os estudos ditos pelo autor do livro
tecendo histórias falando-se da possível morte de um milhão de pessoas a
ocorrer em um desastre como tal se havidos em regiões bastante povoadas, como a
Europa. Houve hipótese da explosão havida a oito quilômetros antes do asteroide
atingir o solo. Em outra passagem do livro o autor considerava ser impossível a
um asteroide pequeno resistir ao impacto com a atmosfera da Terra. Esses
objetos - escreveu o autor do livro - são
asteroides e cometas ainda a sobra da formação do sol e dos maiores planetas,
como a Terra. Para o autor, no Cosmo, dentre as forças as quais poderiam
destruir a Terra, os ataques de asteroides são reais e perigosos, tendo
ocorrido e possivelmente voltará a ocorrer. A sessenta e cinco milhões de anos
um asteroide despencou do espaço explodindo na península de Yucatán com força
de cem milhões de megatons de TNT (dinamite). Bilhões de toneladas de crosta
terrestre foram para atmosfera provocando devastação da árvore da vida –
discorreu o autor -.
França;
--- Mesmo
assim, um dia, com certeza, uma rocha cósmica pode varrer do planeta toda a
raça humana. – dialogou o professor.
Sisenando;
--- Mas, hoje
em dia há a inquietante descoberta para mais de oitocentos e cinquenta objetos
na aproximação do planeta. – refletiu o mestre.
Nesse instante
chegou à residência de Nara o seu noivo, o médico Eurípedes. Com o seu rosto
pleno de felicidade alegrou a todos os demais ao afirmar ser o seu pai um
convalescente de primeira qualidade. A cirurgia a qual se submetera estava
cicatrizando e, apesar das dores sentidas a altura do ventre era tudo normal.
Nesse ponto Eurípedes chamou a sua noiva para uma visita ao seu pai a qualquer
hora. Por certo eles teriam aula de instrução durante aquela manhã e ainda
assim, faltara a aluna Rócia e o estudante Fred. Esse rapaz viajara com sua
noiva Tâmara Peluso para participar de uma vaquejada no interior. Após uma
breve conversa o professor França quis saber como estavam os estudos, vez que
faltara há algumas aulas. Após tudo acertado, Eurípedes informou ter pensado em
começar na abertura do programa com a música de George Gershwin, Rapsódia in Blue. Em seguida entrava
Nara com o cravo “Odeon” e depois
tinham varias composições por Rócia e por ai seguia.
França:
--- Muito bem.
Então avance! – relatou o professor.
Euripedes:
--- Agora? –
sorriu o medico o abrir o piano.
França:
--- É todo
seu. Não se esqueça de que no Teatro há outro piano. – relatou o professor.
O rapaz fez um
sorriso e balançou a cabeça para um lado e para outro, esticou os dedos e então
começou com muito esmero a tocar a bela melodia. Não chegou a tocar por inteiro
o Blue para ouvir sempre comentários do professor. “Assim, não. “Assim, sim” E
tais coisas a mais. Depois veio Nara com
duas melodias: “Odeon” e “Luar
de Paquetá”, uma canção muito ao gosto do seleto público. Outra vez ,
Eurípedes, tocando uma composição chamada “Cortina
de Veludo”. Outras e outras mais em uma aula de duas horas e meia. O
professor aproveitava os momentos para se pronunciar com esmero como deviam
ficar os quatro músicos de formas a não embaralhar tudo. Entre uma melodia e
outra Margarida chegava com taças de xerez para os convivas. Tal bebida era
feita de uva espanhola. Ao final do recital
o boêmio entoou a melodia “Perfume
de Mulher Bonita” e piscou o olho para a sua noiva. Era de imediato o
efeito do vinho.
Nesse dia
Eurípedes estava de folga. E ficou em casa de Nara para almoçar e jogar
conversa fora com o mestre Sisenando. Mais tarde, por volta das três da tarde,
ele sairia com Nara para a moça visitar o velho Amaro, o seu pai. O ancião
ainda estava convalescendo da cirurgia feita na região da próstata. Do Rio de
Janeiro não veio qualquer mensagem naquele sábado. Eurípedes supôs estar tudo
bem com o Jonas. O dia era de estio em Natal e o comércio fecharia suas portas logo
após as doze horas. De movimento, somente o Alecrim onde havia a feira dos
sábados. A Casa da Fazenda para a venda de produtos de alimentação de animais
era ainda aberta durante a tarde. O bairro da Ribeira encerraria expedientes as
doze. Desse ponto então só havia abertos os bares e casas de prostituição,
notadamente. O Grande Hotel pululava com toda a gente. Um piano de calda fazia
o ritmo para os homens ricos da capital. Mulheres damas já estavam se alegrando
com o fim de semana. No bairro da Cidade
Alta era pouca a agitação da tarde de sábado nas lojas de armarinhos ou negócio
semelhante. Um carro buzinava ao passar no cruzamento da Rua Santo Antônio. Era
bem comum esse brado de alerta. Diante d
todo o caso, Eurípedes ouvia do grande mestre as histórias relatadas pelo autor
do livro de leitura. Sisenando, antes do almoço, enquanto França se dedicava a
ensinar à filha Nara bem como ao noivo da moça os toques de acordes de piano e
violão, lera um pouco e depois saíra para trocar lorotas com os demais anciãos
homens de sua idade, na cantina do Grande Ponto. De volta, Sisenando estava
pronto para discutir assuntos do pergaminho. Na mesa posta na sala de refeição,
a moça Margarida ajeitava os pratos enquanto dona Ceci providenciava os
alimentos. Nesse ponto, Nara já estava a cuida do seu rebento, dando-lhe sopa
morna. Foi nesse ponto que a conversa começou:
Sisenando:
--- Sabe meu
rapaz: achar objetos próximos a Terra é talvez o método de rastreamento de
furacões. No seu livro, o autor dita a forma de conhecer tais objetos e saber
por igualdade o seu caminho. Já se detectou a maior parte dos objetos
perigosos. Imagine só. Noventa por cento são de corpos nocivos. Esses objetos
podem atingir a Terra com uma energia superior de todas as armas nucleares
existentes no planeta. Tal impacto poderia levar a extinção em massa – declarou
com ênfase o mestre.
Eurípedes:
--- Mas. Os
cientistas já descobriram todos os asteroides grandes ou pequenos, meu senhor?
– indagou com bastante curiosidade.
Sisenando:
--- Sempre
existem dezenas ou até centenas de objetos cujo impacto com a Terra não se pode
descartar, explica o autor desse volume. Hoje, está a se desenvolver tecnologia
para impedir que objetos próximos colidam com ela – a Terra - por um bom tempo.- respondeu o mestre.
Eurípedes:
--- É difícil
acreditar que a Terra sobreviva a quatro bilhões e meio de anos. Pelo que
estudei desde o começo o planeta tem sido bombardeado. – vaticinou.
Sisenando:
--- A Terra
vive abaixo de constantes ataques de asteroides que entram em sua órbita todos
nos anos. – conversou o mestre a passar a mão no seu pescoço.
Eurípedes:
--- Será um
crime se nós soubermos o que vai acontecer e não fizermos nada a respeito –
comentou meio tristonho.
O almoço
estava servido e dona Ceci se acercou da mesa recomendando a todos almoçar, uma
vez que ela teria de sair de casa pouco tempo depois.
Cecí:
--- Almoce
gente. Eu tenho que sair logo mais. – falou sem motivo de se saber onde Ceci
deveria ir às primeiras horas da tarde.
Sisenando;
--- Para onde
você vai? – perguntou o mestre marido da senhora.
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