sábado, 1 de junho de 2013

"NARA" - 68 -

- Mariana Ximenes -
- 68 -
FIM DA TERRA
Em um sábado pela manhã estava o professor França a ouvir o dito do mestre Sisenando com relação a um livro publicado. Tal livro citava casos importantes, como o fim da terra. Em meio de conversas, se mostrou o mestre senhor de imenso conhecer do existir no Universo. Entre meios e fatos o mestre falou com ênfase.
Sisenando:
--- Ao que se pode entender sem dúvidas, o autor desse livro diz ser a Terra o único planeta do sistema solar capaz de sustentar a vida. Apesar de ter sido sempre bombardeada pelo Cosmo. Pelo que diz o cientista tudo que cruza o sistema solar pode um dia se chocar contra esse globo. É como se diz; uma luta de pesos pesados. E no meio está a Terra. E nesse caso, os nossos corpos ficavam a voar em pedaços. É esse o tal “Armagedom”. O fim da Terra. Esse globo faz parte do sistema solar. Mas, no espaço a destruição pode vir com pouco tempo. Esse Sol parece um parque de diversões. Acontece que os oito ou nove sistemas ficam a abrir caminho em torno dele.. E nesse caso, rochas espaciais podem vir de encontro à Terra. É uma espécie de montanha ruça a envolver enormes perigos, como escreve o autor. Ha asteroides terríveis a caminho do nosso planeta. Um deles é o Apophis. E um impacto com tal asteroide pode trazer a destruição total. No ano de 1908, um objeto de sessenta metros de extensão mergulhou em nosso planeta há uma velocidade a cerca de 60 mil quilômetros por hora e explodiu em Tunguska, na Sibéria deixando tudo consumado em fogo. - falou o mestre.
França:
--- Foi a maior explosão ocorrida na historia modera. – considerou o professor.
Sisenando:
--- A explosão provocou ondas de calor que consumiram oitenta milhões de árvores. A catástrofe se deu em uma região pouco povoada. – retrucou o mestre.
Os homens continuaram a falar em todo o acontecido e os estudos ditos pelo autor do livro tecendo histórias falando-se da possível morte de um milhão de pessoas a ocorrer em um desastre como tal se havidos em regiões bastante povoadas, como a Europa. Houve hipótese da explosão havida a oito quilômetros antes do asteroide atingir o solo. Em outra passagem do livro o autor considerava ser impossível a um asteroide pequeno resistir ao impacto com a atmosfera da Terra. Esses objetos  - escreveu o autor do livro - são asteroides e cometas ainda a sobra da formação do sol e dos maiores planetas, como a Terra. Para o autor, no Cosmo, dentre as forças as quais poderiam destruir a Terra, os ataques de asteroides são reais e perigosos, tendo ocorrido e possivelmente voltará a ocorrer. A sessenta e cinco milhões de anos um asteroide despencou do espaço explodindo na península de Yucatán com força de cem milhões de megatons de TNT (dinamite). Bilhões de toneladas de crosta terrestre foram para atmosfera provocando devastação da árvore da vida – discorreu o autor -.
França;
--- Mesmo assim, um dia, com certeza, uma rocha cósmica pode varrer do planeta toda a raça humana. – dialogou o professor.
Sisenando;
--- Mas, hoje em dia há a inquietante descoberta para mais de oitocentos e cinquenta objetos na aproximação do planeta. – refletiu o mestre.
Nesse instante chegou à residência de Nara o seu noivo, o médico Eurípedes. Com o seu rosto pleno de felicidade alegrou a todos os demais ao afirmar ser o seu pai um convalescente de primeira qualidade. A cirurgia a qual se submetera estava cicatrizando e, apesar das dores sentidas a altura do ventre era tudo normal. Nesse ponto Eurípedes chamou a sua noiva para uma visita ao seu pai a qualquer hora. Por certo eles teriam aula de instrução durante aquela manhã e ainda assim, faltara a aluna Rócia e o estudante Fred. Esse rapaz viajara com sua noiva Tâmara Peluso para participar de uma vaquejada no interior. Após uma breve conversa o professor França quis saber como estavam os estudos, vez que faltara há algumas aulas. Após tudo acertado, Eurípedes informou ter pensado em começar na abertura do programa com a música de George Gershwin, Rapsódia in Blue. Em seguida entrava Nara com o cravo “Odeon” e depois tinham varias composições por Rócia e por ai seguia.
França:
--- Muito bem. Então avance! – relatou o professor.
Euripedes:
--- Agora? – sorriu o medico o abrir o piano.
França:
--- É todo seu. Não se esqueça de que no Teatro há outro piano. – relatou o professor.
O rapaz fez um sorriso e balançou a cabeça para um lado e para outro, esticou os dedos e então começou com muito esmero a tocar a bela melodia. Não chegou a tocar por inteiro o Blue para ouvir sempre comentários do professor. “Assim, não. “Assim, sim” E tais coisas a mais.  Depois veio Nara com duas melodias: “Odeon e “Luar de Paquetá”, uma canção muito ao gosto do seleto público. Outra vez , Eurípedes, tocando uma composição chamada “Cortina de Veludo”. Outras e outras mais em uma aula de duas horas e meia. O professor aproveitava os momentos para se pronunciar com esmero como deviam ficar os quatro músicos de formas a não embaralhar tudo. Entre uma melodia e outra Margarida chegava com taças de xerez para os convivas. Tal bebida era feita de uva espanhola. Ao final do recital  o boêmio entoou a melodia “Perfume de Mulher Bonita” e piscou o olho para a sua noiva. Era de imediato o efeito do vinho.
Nesse dia Eurípedes estava de folga. E ficou em casa de Nara para almoçar e jogar conversa fora com o mestre Sisenando. Mais tarde, por volta das três da tarde, ele sairia com Nara para a moça visitar o velho Amaro, o seu pai. O ancião ainda estava convalescendo da cirurgia feita na região da próstata. Do Rio de Janeiro não veio qualquer mensagem naquele sábado. Eurípedes supôs estar tudo bem com o Jonas. O dia era de estio em Natal e o comércio fecharia suas portas logo após as doze horas. De movimento, somente o Alecrim onde havia a feira dos sábados. A Casa da Fazenda para a venda de produtos de alimentação de animais era ainda aberta durante a tarde. O bairro da Ribeira encerraria expedientes as doze. Desse ponto então só havia abertos os bares e casas de prostituição, notadamente. O Grande Hotel pululava com toda a gente. Um piano de calda fazia o ritmo para os homens ricos da capital. Mulheres damas já estavam se alegrando com o fim de semana. No bairro da  Cidade Alta era pouca a agitação da tarde de sábado nas lojas de armarinhos ou negócio semelhante. Um carro buzinava ao passar no cruzamento da Rua Santo Antônio. Era bem comum esse brado de alerta.  Diante d todo o caso, Eurípedes ouvia do grande mestre as histórias relatadas pelo autor do livro de leitura. Sisenando, antes do almoço, enquanto França se dedicava a ensinar à filha Nara bem como ao noivo da moça os toques de acordes de piano e violão, lera um pouco e depois saíra para trocar lorotas com os demais anciãos homens de sua idade, na cantina do Grande Ponto. De volta, Sisenando estava pronto para discutir assuntos do pergaminho. Na mesa posta na sala de refeição, a moça Margarida ajeitava os pratos enquanto dona Ceci providenciava os alimentos. Nesse ponto, Nara já estava a cuida do seu rebento, dando-lhe sopa morna. Foi nesse ponto que a conversa começou:
Sisenando:
--- Sabe meu rapaz: achar objetos próximos a Terra é talvez o método de rastreamento de furacões. No seu livro, o autor dita a forma de conhecer tais objetos e saber por igualdade o seu caminho. Já se detectou a maior parte dos objetos perigosos. Imagine só. Noventa por cento são de corpos nocivos. Esses objetos podem atingir a Terra com uma energia superior de todas as armas nucleares existentes no planeta. Tal impacto poderia levar a extinção em massa – declarou com ênfase o mestre.
Eurípedes:
--- Mas. Os cientistas já descobriram todos os asteroides grandes ou pequenos, meu senhor? – indagou com bastante curiosidade.
Sisenando:
--- Sempre existem dezenas ou até centenas de objetos cujo impacto com a Terra não se pode descartar, explica o autor desse volume. Hoje, está a se desenvolver tecnologia para impedir que objetos próximos colidam com ela – a Terra -  por um bom tempo.- respondeu o mestre.
Eurípedes:
--- É difícil acreditar que a Terra sobreviva a quatro bilhões e meio de anos. Pelo que estudei desde o começo o planeta tem sido bombardeado. – vaticinou.
Sisenando:
--- A Terra vive abaixo de constantes ataques de asteroides que entram em sua órbita todos nos anos. – conversou o mestre a passar a mão no seu pescoço.
Eurípedes:
--- Será um crime se nós soubermos o que vai acontecer e não fizermos nada a respeito – comentou meio tristonho.
O almoço estava servido e dona Ceci se acercou da mesa recomendando a todos almoçar, uma vez que ela teria de sair de casa pouco tempo depois.
Cecí:
--- Almoce gente. Eu tenho que sair logo mais. – falou sem motivo de se saber onde Ceci deveria ir às primeiras horas da tarde.
Sisenando;
--- Para onde você vai? – perguntou o mestre marido da senhora.
 

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