- Marina Rui Barbosa -
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CONVERSA
Enquanto a
conversa girava em torno de gente pré-histórica por parte dos acadêmicos na
sala de visita, na sala de estar ficava Nara angustiada com as palavras ditas
pelo professor Macedo. Por antes o professor havia convidado o seu pai a
lecionar na Faculdade. Até então a moça se mostrou satisfeita. Porém quando
largou para ocaso de Osíris, sua Mulher e a irmã da mesma, o negócio tomou
outro rumo no compreender de Nara. E assim, a moça quedou a pensar, sentada em
uma cadeira com a cabeça apoiada na mão direita vendo, por acaso, a sua mãe
tecer as suas costuras. Nesse ponto, sem bater ou falar, entrou direto no
corredor da morada a virgem Rócia, irmã de Euripedes. A virgem estava, por um
acaso, entusiasmado sabe lá com que. Quando chegou à sala de jantar foi
surpreendida pelo temor de Nara. E sem mais nem menos, a olhar o costurado a
maquina e a mulher Ceci a cozer, foi por fim perguntar:
Rócia:
--- Morreu
alguém? – indagou inquieta.
Nara respondeu
com certa náusea.
Nara:
--- Que eu
saiba, não. Que houve? – indagou a moça.
Rócia:
--- Nada não.
Eu vi você com o rosto abatido. Pensei logo ter notícia de morte. – disse a
moça.
Nara:
--- Não. Não.
Não houve nada. E você o que está fazendo? – perguntou aborrecida.
Rócia:
--- Não é
nada. Mas é. Sabe o alemão? – sorriu a moça.
Nara:
--- Alemão?
Que alemão? – indagou a moça.
Rócia:
--- Ah! Você
não sabe. Mas vou contar. Um alemão de nome
de nome Franz. Ele esteve ontem no armazém. Eu tremi de medo. Ele não me
viu. Eu estava no escritório. Mas eu pude vê-lo. Ele estava só. .. Parece.
Pediu ração de gado, foi despachado e depois foi embora. – disse Rocia a
sorrir.
Nara:
--- Só isso?
Pensei que ele foi te agarrar. – falou descrente a moça.
Rocia.
--- Não. Que é
isso. Ele não faria tal coisa. – disse a moça um pouco inibida.
E Rócia contou
em pormenores o que se deu a uma semana atrás quando esse mesmo homem apareceu
no armazém para compra de ração de gado. E ela atendeu a falar em língua alemã.
Franz compreendeu satisfatoriamente, porém declarou ter sido atendido, como
foi. Desse dia para frente não mais voltou ao armazém. Quando menos Rócia
esperava, eis a figura de Franz a buscar ração de gado. Ela não saiu do seu
lugar apesar de sentir forte impacto com o rapaz.
Nara:
--- Cuidado. Ele
é nazista. Com ele não se brinca. O nazismo matos seis milhões de prisioneiros,
alguns dos quais eram crianças. – falou alarmada a moça.
Rócia:
--- Eu sei
disso. Seis milhões? Nossa! Não é muita gente? – indagou a visitante.
Nara:
--- É o que se
diz. Eu vi as fotos publicadas no jornal do Rio. “Folha Ilustrada” foi um
deles! – comentou temerosa a moça.
Rócia:
--- Sim. Eu vi
também. Aparece até o líder espichado numa montanha de caveiras. – tremeu de
medo a senhorita.
Nara:
--- Hitler.
Nem se imagina. Duraram seis anos. – falou angustiada a moça.
Rócia:
--- Meu pai me
contou ter Hitler escapado para a Argentina. Será? – indagou surpresa.
Nara:
--- Pergunte
ao Franz. – sorriu a moça.
Rócia:
--- Deus me
defenda. Eu só quero é vender ração para o gado criado por todos eles. –
refletiu magoada.
Margarida
estava no quintal àquela hora e notou um algo estranho no Céu. Ela entendeu não
ser nenhum avião ou coisa semelhante. O negócio viajava a grande velocidade e
parava então, Ela já ouvira falar em balão e Zepelim. Porém o negocio tenha
forma diferente. Assustada e temerosa, Margarida que estava a colher fraudas do
pequeno Netinho, largou tudo e correu aos gritos para dentro de casa. Quem estava na sala de janta
pensou ter sido monte de abelha ou marimbondo caboclo. E as mulheres logo se
assustaram e começara a gritar:
Nara:
--- Que foi Margarida? – perguntou assustada
temendo abelhas.
A mocinha,
assustada também não conseguia nem falar.
Rócia:
--- Diga
mulher. Vamos! – insistiu a outra moça de olhar atento.
Então a menina
moça findou por dizer de forma alarmada e de pleno pavor.
Margarida;
--- Um bicho!
Um bicho! – rebateu atarantada a donzela.
Ceci:
--- Camaleão?
Onde? – indagou amedrontada a mulher.
Margarida:
--- Não. No
Céu. Lá em cima! Um bicho! – gritou com alarme e cheia de espanto a mocinha.
Nara:
--- No Céu?
Bicho? Não pode! – e se levantou d cadeira em que estava a correr para o
quintal.
Logo em
seguida Rócia acompanhou. E atrás, vinha dona Ceci. Por fim, a própria
Margarida. Essa a tremer de medo. E muito apavorada ela falou.
Margarida;
--- Ali! Bem
ali! Ah! Ele se escondeu! – falou temerosa a mocinha.
Nara:
--- Onde?
Onde? Não estou vendo coisa alguma! – falou de forma inquieta com a mão na
testa
Rócia:
--- Parece que
estou! Um ponto branco. Desce e sobe! Ali, olha! – falou com temor a jovem.
Ceci:
--- Espera!
Vou chamar meu velho! – e saiu a correr para a sala onde estavam os três
homens.
Quando chegou
ainda o professor Macedo estava a explicar casos passados. Mesmo assim, a
mulher chamou seu marido para ver um negócio no Céu. Ela, não falando coisa com
coisa fez ver a Sisenando uma esfera a voar.
Sisenando:
--- Onde?
Onde? – indagou o home já de pé e com receio.
Eurípedes
partiu na frente em busca do objeto brilhoso. Logo após veio o mestre Sisenando
e, por fim, o professor Macedo. Todos queriam ver o objeto brilhoso. As três
donzelas estava no quintal a procura de vislumbrar o objeto. Esse negócio
aparecia por momentos e desaparecia em seguida. Na rua, o pessoal já avistara
também a tal nave. Era uma coisa estranha. Correu o assunto de casa em casa. E
todos vislumbraram aquele Disco, pois mais parecia mesmo um disco. Umas
mulheres gritavam.
Mulheres:
--- Ave Maria!
Vou pra Missa! – diziam todas elas a um só tempo.
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