- ALMOÇO -
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VIAGEM
O Sacerdote Ótaka convidou a todos para uma lauta refeição
após a decisão dos Governos da Terra em permitindo a chegada dos Sumérios ao
seu habitat natural, criado há vários milênios pelos próprios homens
sumerianos. O Sacerdote não se esquecia em falar dos “infernos” de fogo por os
Sumérios atravessados quando eles estiveram na Terra pela vez primeira a
quinhentos mil anos quando tudo nesse local precisava de toda a sorte de
engenharia sumeriana. Foi um trabalho gigantesco com a ajuda dos Anunnakis os
homens que vieram do Céu e por isso mesmo a gente da Terra, uns poucos
habitantes, chamavam-nos de “deuses”. Não havia progresso nenhum como água
encanada ou coisa assim. Os Anunnakis procuravam fazer dos poucos seres
encontrados uma família maior de homens e mulheres. Queriam eles reduzir em
tamanho o povo aqui encontrado. Se conseguissem reduzir os aborígenes já era um
passo de gigante. Para tanto, os Anunnakis começaram a fecundar as mulheres e
fazer com os homens o mesmo principio para que pudessem fazer o mesmo. Foram
muitos anos a se fazer homens e mulheres da forma mais parecida com os
Sumérios. Um dia então, eles vibraram com a capacidade de se fazer o gênero
humano. O homem Adamo estava fabricado em uma experiência exemplar de colher os
seres então pacíficos.
Ótaka.
--- Para melhor vós o conhecerdes temos uma vasta história a
contar. E nós podemos iniciar com o primeiro ser que os terráqueos intitularam
de “deus”. Seu nome era Enki caracterizado com a ave, a cabra e as correntes de
água. Enki entre nosso povo era o “deus” das águas doces. A água tinha um
significado também relacionado com o conhecimento ou a sabedoria. Por esse
motivo Enki era também conhecido coo o deus do conhecimento e da sabedoria,
portador dos segredos da vida e da morte. Eu peço a Sacerdotisa Maja Magda para
contar mais um pouco da história. Prossiga! –
A Sacerdotisa sorriu. Logo após se compenetrou e falou com o
Monge, o Noviço e o restante do pessoal sumério em volta à mesa do almoço.
Sacerdotisa:
--- Com imenso prazer senhor Sacerdote. Bem, falo para os
visitantes. Enki é o filho primogênito de Anu com uma concubina chamada Ninki
que significa “Senhora da Terra”. Ela era filha de Alalu onde este se tornou
pai de Enki por matrimônio. Ninki teve filhos com Enki, dos quais se destacam
Marduk antes de Nabucodonosor. A descendência genealógica de Enki narrada em
tábuas de argila pelas antigas civilizações começa a se tornar desconhecida
após a queda do antigo império Babilônico. Mas Enki continuou a ser relatado e
renomeado como Deus da Suméria. O nome Enki significa “Senhor da Terra” em
referencia ao vosso planeta Terra. A civilização suméria criou os doze signos
do zodíaco. Enki foi ele que iniciou a extração de pedras e minerais das águas,
com exclusividade do ouro. Uma tábua de argila Suméria descreve tais fatos.
Enki, após trabalhar duro na construção de Eridú que em Sumério significa ”lar
distante”, passou a descansar no sétimo dia, um claro paralelo encontrado na
Bíblia, onde o sétimo dia de descanso do grupo de 50 heróis também deveria ser
o dia de festejo e recordações de seus feitos. Após esse tempo, Anu envia
Enlil, meio irmão de Enki para governar a cidade de Ki. Enlil fundou a cidade
de Eridú e em conjunto com sua meia irmã Ninmah e seu filho Ningishzidda
participou do momento da criação do homem usando o seu próprio sangue – hoje
chamado DNA – na concepção. Nesse tempo houve o diluvio e uma grande Arca foi
construída a qual se introduziu partes da sua gente. Essa Arca foi conduzida
por Ziusudra. Esse nome foi modificado por outros homens. O Genesis escrito
séculos depois intitulou o homem como Noé. É claro que foram usurpadas as
escrituras do nosso povo. Alguma dúvida?
– indagou a Sacerdotisa. E olhou para os dois convidados.
E o Monge ficou calado. Em um momento apenas disse:
Monge:
--- Não. Prossiga. – falou o monge com os braços cruzados.
A mesa estava posta com diversos tipos de assados, inclusive
o peru que agradou demais ao noviço. Ele olhava constantemente para a ave então
assada. Mas não se atrevia a tocá-la. E dessa forma apenas a olhar o peru ficou
atento o noviço acompanhou a fala da Sacerdotisa.
Sacerdotisa:
--- Um dos símbolos de
Enki também era a serpente devido a sua participação na criação de Adamu
entrelaçando as duas essências, dos Deuses e dos homens. Por este motivo existe
há quem defenda que este Deus seria também a serpente do Éden por um ato
deliberado cometido contra uma de suas próprias criações onde nasce Adapa, a
Eva por assim dizer. Segundo os Sumérios é a partir de Adapa e não de Adamu que
nasce K-in e Aba-el que eram irmãos gêmeos. O (Caim de Abel na bíblia). Enlil
era deus (dingir) sumério do Ar, senhor das tempestades e outras manifestações
naturais ligadas à atmosfera como o raio e o trovão. – e a Sacerdotisa olhou
para o Monge. Nada a falar, ela continuou – Era, a cima de tudo, considerado o
conector entre o Céu e a Terra, sendo o responsável pelo distanciamento entre
os mesmos. Era também o senhor dos ventos e do ar. Segundo os mitos, assim que apareceu
se colocou entre seu pai Anu (o Céu) e sua mãe Antu-Ki (a Terra),
distanciando-os para sempre. Tal evento provocou um coito interrompido e uma má
gestação que ocasionou no nascimento de deuses híbridos, os Utukku. – a
Sacerdotisa parou e olhou para o Monge, mas nada perguntou. E resolveu
continuar a ler os escritos de sua Bíblia – Livro Sagrado -.
Sacerdotisa:
--- Os mitos principais de Enlil estão relacionados com as
disputas com os meio-irmãos Enki e Ereshikigal, o casamento com Ninlil. Quando
Enlil ainda era um deus jovem, se apaixonou por Ninlil. Mas antes a violentou
antes mesmo do casamento. Ninlil foi até a presença dos grandes Anunnakis e
pediu justiça. Os 12 grandes deuses decidiram pela morte de Enlil. Então ele
foi expulso de Dilmun (a casa dos deuses) para habitar com Ereshkigal em
Kur-Nu-Gia “A Terra do Não Retorno”. Porém Ninlil o amava e decidiu seguí-lo
até o submundo. A chegar diante dos três primeiros portões do reino de Ereshkigal,
encontrou com seus guardiões, que na verdade eram disfarces de Enlil. Sob esses
disfarces, Enlil convenceu Ninlil de que só poderia passar se lhe concedesse
favores amorosos. Ninlil logo percebeu quem era e assim o fez, sendo fecundada
e gerando Ashnan, Ninazu, Nergal, Ninurta e Nanna. Durante o período em que
esteve nos domínios de Ereshkigal, teve de se submeter a ela para retornar ao
reino dos vivos e assim gerou com ela Namtar, o vizir da rainha infernal. A
tradução do seu nome em sumério dá precisamente “Senhor dos Ventos”. Era
particularmente venerado na cidade de Nippur e tinha um caráter nacional em
toda a Suméria. – falou a Sacerdotisa ao Monge e ao olhar o noviço. Como se
nada apresentou a mulher continuou.
Sacerdotisa:
--- De resto, durante um período anterior há 60.000 anos
antes de Cristo, Nippur tornou-se um centro político muito importante.
Inscrições obtidas das placas sumerianas escritas em cuneiformes mostram que
Enlil era o líder de um extenso o populoso panteão de deuses e deusas. Essas
inscrições referem-se a ele como o Rei das Terras, Rei dos Céus e da Terra ou
Pai dos Deuses. O Pavilhão em Nippur tinha o nome de Ekur, ou seja, “A Casa da
Montanha”. Existe inclusive quem queira
associar esse templo à Torre de Babel, uma vez que esta sugere uma construção
enorme semelhante a uma montanha. Enlil fazia parte dos Anunnakis – aqueles que
do céu a terra vieram -. A Terra estava sob o comando de Enki, que teria sido o
primeiro da família dos Anunnakis a chegar a este lugar. Enlil criou o Jardim
do Éden e o homem. Enki aperfeiçoou o Homem. A Bíblia usurpada refere em
Gênesis: ”Façamos o homem à NOSSA imagem, conforme a NOSSA semelhança”. Isto é:
“DEUSES”. Embora os Sumérios tiverem criado um tipo de paralelo entre Enlil e Elói
existe diferenças básicas e cruciais entre um pensamento hebreu e sumério
acerca de tal coisa. Todo o Tanak – a Bíblia Judaica – dedica-se ao conceito de
que Deus não tem forma e não pode ter uma representação física ou qualquer tipo
de característica humana ou animal, diferente da forma de adoração e
interpretação de Enlil, onde as imagens e personificações eram tidas como atributos
reais sempre foram interpretados pelos eruditos judeus que os versículos do
Tanak que admitiam características a Deus, como “bom” ou “forte” ou “poderoso”,
são metáforas feitas para que o ser humano tivesse capacidade de entender em
suas limitações, tanto que a tradição judaica explica que a Torá (Pentateuco)
possui quatro níveis de interpretação, indo do mais raso ao mais profundo. Nós podemos
dizer que temas bíblicos como “Adão e Eva”, “Dilúvio”, podem ser tomados como
metáforas, e não eventos reais, inclusive a explicação judaica para Adão e Eva
consiste em que tal metáfora é um mapa da mente humana, e não um fato real. Na
verdade, Adamu é a “humanidade”. Eva é “a vida”. Não pode haver um sem a outra.
– finalizou sua explicação a Sacerdotisa.
O Monge estava atônito com tais explicações. Duvidar era
impossível. Acreditar em um só Deus era uma questão de fé. Ele poria dúvida na
palavra da Sacerdotisa. E para esfriar completo a refeição seria bem melhor
comê-la a uma só vez a saborosa carne do peru o qual deixava transparecer a sua
delícia. E à ordem de Ótaka, o Monge alargou a saborear como um glutão as coxas
receadas da ave. E em seguida fez o mesmo o “frangote” Euclides de Astúrias
estudante do noviciado. E todos os mais degustavam com prazer a comentar os
feitos heroicos dos sumérios na Terra do Sol. Alguns perguntava o por que do
dilúvio. A resposta vinha a qualquer modo:
Comandante:
--- Chuvas torrenciais! – falava sem sossego o comandante
enquanto degustava a carne de porco.
Após o almoço, a Sacerdotisa Magda procurou falar com seu
rebelde aluno se ele estava disposto a conhecer o multiverso e observar de
perto aquilo que dizia haver, na verdade. O noviço, angustiado, não sabia o que
falar. E apena perguntou:
Noviço:
--- É longe? – indagou cismado.
Sacerdotisa:
--- Nem um pouco. Logo depois do Sol! Vamos? – indagou com um
olhar bem aceso para o noviço.
O rapaz manteve-se quieto por alguns momentos para ouvir o
Monge Ambrósio se estaria de acordo:
Monge:
--- Você está louco? Vai se meter numa aventura desse tipo? –
esbravejou o monge.
E o rapaz ficou em um impasse terrível. A coçar a sua cabeça
e fazer a cara feia como desgosto, nada pode falar se podia ir ou não. Uma
coceira das partes de baixo deixou o noviço mais intranquilo. Seria melhor
desistir ou deixar para outra vez, com certeza. No entanto o sonho de conhecer
o ser de outro Universo era inquietante. O noviço conhecer um buraco negro era
uma aventura sem igual. Viajar pelo tempo sem fim à procura de mais vidas e,
talvez ele mesmo, seria uma fantástica viagem ao mundo distante e tão perto de
se alcançar.
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