sábado, 31 de agosto de 2013

"DEUS" - 45 -

- TORTURAS -
- 45 -
INQUISIÇÃO
Esse era um mês das flores, um mês da graça, um mês da fertilidade. Esse era o mês do inicio da primavera. Voltariam voar de deu em deu as ternas borboletas. Borboletas todas multicoloridas. Apenas de uma única cor: o vermelho. Porém tinham as borboletas azuis, amarelas, lilás, roxas, negras e as borboletas brancas. O campo em flor, em baixo, onde corria o rio já estava apinhado de rosas. Lindas e eternas rosas com a sua alegoria e de retratos de figuras mitológicas, alegres e brincalhonas, ternas e cheias de plena vivacidade. Um jardim de encantos e cantos brilhantes e sensuais onde as idades eram de eterna meninice, criancice, peraltice. Alegoria para o crescimento exuberante da Primavera. O ideal amor neoplatônico de gentis crianças meigas e formosas. Uma ode escrita com a poesia romântica, poética cantada ou não em homenagem à pessoa amada. Uma poesia tipicamente virgiliana ou até mesmo virginiana. Primavera de estação florida, cheio de risos e divinal fulgor.  E nessa estação de doce encanto o canto dos deuses, amados deuses da imensidão das flores e das florestas. Dos duendes anarquistas entre vivas sutilezas a demanda do infindável e extenso vale policromado de relva. Os pares de libélulas parecendo um avião de brinquedo volteavam pelos campos e pelas matas a fecundar as nuvens da primavera. Esquilos a brincar pelo bosque como se também fossem crianças. E eles eram crianças, afinal. Crianças brincalhonas como bem se sentem. Afinal, o campo era um encantamento. Na Igreja do Sagrado Coração de Jesus havia paz e tranquilidade. Às seis horas da manhã, ainda friento, o gigante som do ressonante Órgão era um chamado a vocação consagrada em busca de Deus. Todos os Monges, vestindo os seus trajes consagrado ao Divino no ambiente consagrado rezavam do Te Deum, um hino litúrgico iniciado com as palavras “Te Deum Laudamus”, (A Vós, ó Deus, louvamos) num arroubo de fervor religioso. A Vós, o Eterno Pai.  Era esse o primeiro compromisso dos Monges ao iniciar o dia no Mosteiro da Serra. Logo em seguida, servia-se o café onde todos os Monges repartiam o pão sublime entre si. Após então, cada qual ingressava em suas atividades normais. O Abade Euclides de Astúrias, com sua túnica vermelha, ingressava do seu bendito escritório onde tomava a ler os despachos a fazer. E tão logo concluiu o Prior se reservava a ler algum livro tirado da zelada estante feita em mogno com durabilidade secular. Dessa vez foi algo mais surpreendente. Um largueado e rancoroso tomo a tratar sobre o misterioso rancor da chamada Santa Inquisição, casos dados há séculos passados. Como não tinha nada mais a fazer, o abade se espreguiçou na poltrona e pôs seus pés para baixo  e começou a ler aquele nefasto volume tão bem guardado ele estava.
--- A Inquisição. – Maquinas Mortais – Torturas e Morte Diabólicas – De 1200 a 1860 diversos movimentos de inquisição aterrorizaram a Europa. A Igreja atuou em conjunto com o Estado para eliminar hereges, punir pecadores e exercer controles sobre o povo. Os poderosos da vida utilizaram máquinas para facilitar tarefas. Os maquiavélicos utilizaram várias tecnologias para causar e torturar milhares de pessoas. Esses dispositivos talvez sejam os mais malignos da história, pois não apenas executam, mas também torturam e aleijam com a precisão cruel. Muito embora todos esses dispositivos causem uma dor agonizante, poucos são tão amedrontadores quanto ao símbolo da inquisição. A camada “Cadeira da Inquisição”. Os mestres do horror não criaram o tal dispositivo por acaso. Uma cadeira onde alguém estaria sentado para responder perguntas. Durante séculos inquisidores de toda a Europa usaram a “Cadeira de Inquisição” para obter confissões e informações dos hereges. Torturadores de Nuremberg, na Alemanha, utilizaram esse dispositivo até 1809. Era uma das máquinas de inquisição mais comuns. Existiam vários tipos e modelos em diversas partes da Europa. Mas algo que essas cadeiras tinham em comum eram as pontas afiadas de metal.
A estrutura de madeira maciça da Cadeira de Inquisição possui cerca de duas mil pontas de ferro. E para assegurar que o condenado seja ferido por elas os torturadores podem apertar as tiras que o amarraram fazendo com que as pontas perfurem profundamente o corpo da vítima.
Depoimento:
--- Se nós fossemos só sentar na cadeira, não seria difícil por causa da extensão da superfície que estaria sob as pontas.
Por essa razão, o dispositivo foi projetado com feixes que prendem as mãos, os pés e o tronco da vítima na cadeira. Assim, os Inquisidores podem literalmente aumentar a pressão com precisão sobre os assustados suspeitos. Aumentando o calor posto embaixo da cadeira com fogo em brasa, se faz a vitima ser dorida por todo o corpo, vez ter a cadeira assento de ferro e, em consequência, a motivação de aumentar com a fogueira abaixo do seu corpo. Transformando o calor os inquisidores demudavam a cadeira desconfortável numa máquina mortal.  Atualmente, o truque da cama de prego dos mágicos modernos exploram os mesmos princípios físicos da cadeira de inquisição. Os grandes números de pregos distribui o corpo sobre a superfície maior, mantendo a pele da pessoa intacta. 
E se pode observar como os inquisidores podem deslocar membros com esse dispositivo. Durante a Idade Média os inquisidores viajavam de um vilarejo a outro exterminando sinais de heresia, mas nem sempre levavam máquinas de tortura. Em vez disso usavam ferramentas encontradas no dia-a-dia, como cordas e roldanas. Por essa razão, o dispositivo de tortura mais usado pela Inquisição possui um conceito surpreendentemente simples. É a camada; Estrapada. Um antigo suplício que consistia em içar repetidamente a vítima, até a certa altura, por meio de cordas passadas por uma roldana. E daí, despenca-lo até perto do chão, às vezes com os braços e pernas atados às costas. Com o choque, deslocavam-se as articulações.  A Estrapada utiliza a força da gravidade para explorar uma fraqueza do corpo humano: a articulação do ombro. As mãos da vítima eram amarradas atrás das costas e então eram presas a uma corda que passava por uma roldana presa no teto. Em seguida, a corda era puxada, levantando o acusado no ar. A força da gravidade passava a agir sobre a vítima levando as articulações dos ombros ao limite. Por fim, os ombros se deslocavam.
Depoimento:
--- A engenharia da Estrapada é bem diabólica porque utiliza o peso do corpo e a gravidade pra causar o deslocamento dos ombros. A roda funciona como uma grande alavanca o que permite girar o eixo e levantar o peso da pessoa com certa facilidade.
O objetivo da Estrapada é deslocar a articulação do ombro, uma das partes mais vulneráveis do corpo humano. Inquisidores na Itália, França e Espanha construíram variações da Estrapada para extrair informações dos acusados de heresia. Os juízes adequavam o grau de tortura à gravidade das acusações. A tortura na Estrapada podia ir de uma simples ameaça do uso do dispositivo, até penas mais severas como pendurar a vítima e forçar uma parada súbita durante a queda. Isso causaria o deslocamento instantâneo das articulações dos ombros. A Estrapada seria, realmente, capaz de causar deficiências físicas permanentes? Para responder a essa questão uma réplica da maquina passa por uma série de testes. Primeiro, um manequim de dezoito quilos é pendurado com treze quilos adicionais. Um dinamômetro mede a intensidade da força gerada pela roldana suspensa. Os ombros do manequim cedem no mesmo momento em que os ombros humanos se deslocariam. Estudos médicos indicam que é necessário um total de cento e vinte quatro quilogramas força para deslocar as articulações dos ombros. Esse segundo teste vai determinar a distância que uma vítima deva cair para que os ombros sejam deslocados. Uma queda de trinta centímetros do manequim com um peso extra de vinte e dois quilogramas-força. Isso causaria uma dor terrível e agonizante. Mas não seria suficiente para causar o deslocamento dos ombros.
Nesse teste seguinte, uma queda de sessenta centímetros provocou o deslocamento às articulações dos ombros do manequim. E mais uma vez se repete o teste e a Estrapada desloca os ombros do manequim. E se pode confirmar que a Estrapada é muito mais eficiente do que se pode imaginar. Na verdade, a vítima de torna parte da máquina. Ao se amarrar os braços atrás das costas, cria-se um mecanismo de alavanca e isso gera uma vantagem mecânica para a Estrapada. Embora a Estrapada seja um mecanismo simples que utiliza uma roldana, ela é muito traiçoeira. Os próprios braços da vítima facilitam o trabalho da máquina, gerando assim lesões incapacitantes. A Estrapada é tão eficiente que os torturadores a utilizam em alguns locais do mundo.
Durante a Inquisição, os inquisidores convenciam os hereges a confessar da invenção de diversas máquinas diabólicas. Uma das maiores prova de sua criatividade perversa está num dispositivo da Inquisição espanhola: o berço de Judas. Esse é um exemplo do lado negro da engenhosidade humana. O berço de Judas é composto por uma pesada pirâmide de madeira colocada sobre o apoio de quatro pernas semelhantes a um assento. Suspenso acima da pirâmide está um sistema de sustentação formado por cordas e roldanas que se conectam ao troco e aos pés da vítima. Os acusados de heresia eram pendurados nus sobre a pirâmide nesse dispositivo. Os torturadores utilizavam esse dispositivo de várias maneiras. Eles podiam deixar o acusado cair sobre a pirâmide ou colocá-lo lentamente sobre a ponta, forçando a sentar alí por longos períodos.
O potencial do berço de Judas está na capacidade de ferir algumas das partes mais vulneráveis do corpo humano: as partes íntimas.  Durante a inquisição espanhola fazer com que suspeitos confessassem a própria culpa era apenas o início. Os Inquisidores deixavam a vítima sobre o berço de Judas até que denunciassem todos os outros conspiradores. Essa foi à inspiração para o nome do dispositivo.
Opinião:
--- O Berço de Judas teve o nome inspirado em Judas que denunciou Jesus para as autoridades romanas.
Mas quais as técnicas de tortura do berço de Judas é a mais eficiente? A queda livre ou a descida controlada? Durante o interrogatório, se a vítima não cooperasse, ela poderia ser deixada sobre a ponta por várias e terríveis horas.  Na infausta posição de vigília. Ela é assim chamada por que os músculos irão se contrair, tentando minimizar a dor e seria impossível adormecer.
Abade:
--- OH MEUS DEUS! Quanto se fez para se mostrar alguma forma de ser cristão. Eu não suporto mais ver esse manuscrito. Para mim, o tempo passou. E eu penso não voltar jamais.
E o abade se levantou de sua poltrona procurando tragar mais um gole de vinho. O fascinante livro ele o deixou aberto em cima de sua escrivaninha onde costumeiramente trabalhava. Um assunto bastante delicado até se falar de atrocidades cometidas na velha e imortal Espanha, sua terra natal. Ao beber um gole de vinho, De Astúrias voltou o olhar para o grandioso livro adormecido pela primeira vez em seu local. O Abade sentiu vontade de rasgar todo aquele escrito feito por quem sabe foi. A Inquisição, o Prior tinha os seus conhecimentos escolares. Sempre ouvia alguém dizer das atrocidades das vítimas do silêncio. Alguma pessoa conhecida por um bisavô ou mais além. Sempre quando ouvia alguém falar em bruxarias ou na pele o Diabo, o Abade Euclides sentia um arrepio assustador por temer alguma vez ser testemunha de Belzebu, o demônio para todos os fins. Euclides, o Monge, certa vez acordou assustado por um rancoroso e tenaz brado feito em sua cabeceira. Terror atroz, ele pensou sentir.  Provavelmente talvez um bruto e rigoroso Lúcifer. O garoto, então suado por conta desse tal demônio, apenas correu da sua cama e se deitou, enrolado com um cobertor junto à sua mãe querida. Nada pode sentir daquela felina e malsinada aparição do lobisomem. E a leitura do ocorrido lhe deixou apavorado.

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