sexta-feira, 23 de agosto de 2013

"DEUS" - 37 -

- ÓRGÃO -
- 37 -
TEMPLOS
O Abade Euclides de Astúrias, em certa ocasião teve um encontro com os Monges Beneditino do seu Monastério. Ele fazia isso toda a semana, para falar sobre temas religiosos. Não raro, um motivo levava ao Abade pesquisar mais do que falar. Uma ideia era bem proveitosa. E essa ideia surgiu de um encontro por acaso com um monge do seu Mosteiro em certa manhã de primavera quando o Abade fitava a luz do Sol cheia de encantamento e brilho. O encontro se deu na Igreja após a missa da manhã logo cedo quando todos os monges, noviços e os monges cantores do Templo. Os cantores entoavam fazes da Ave Maria logo depois de terminada a Santa Missa como era de praxe. Eram frases em latim nos cantos gregorianos. Logo em seguida, quando o Abade se preparou para falar sobre o respeitável tema, houve silencio total na Igreja. E foi nesse exato momento que o Abade Euclides se pronunciou após se benzer como era do seu costume e de todos os Monges que ali faziam o seu retiro espiritual.
Abade:
--- Caríssimos Irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo. Seja o Deus louvado. Amem. Eu, hoje tenho a vós contar uma história sobre o Diabo. Lúcifer. Ou Demônio. É um tema muito bem conhecido por todos vós, Irmãos. Mas tem uma questão em desaviso. Demônio, por exemplo: É o mal que nos aflige. Até mesmo uma dor de cabeça ou uma gripe. Jesus, o Nosso Senhor, quando foi chamado para curar uma mulher a estar possuída pelo demônio, Ele extraiu todos os sete demônios. Ora vejam os senhores: Sete é um número sagrado pelos judeus. Sete foram os dias que o Senhor levou para fazer o mundo. Mas será que foram sete dias apenas? Pergunto eu. As palavras ganham outra significação quando se aplica um numero. Vinte e cinco. Esse é um numero que diz muito. O que, por exemplo? Em 25 de dezembro começa um novo clima na Terra. E em 25 de dezembro foi escolhido para ser o nascimento de Jesus. Mas será que Ele foi mesmo nascer a 25 de dezembro? Quarenta dias Jesus passou em retiro. Será que foi mesmo quarenta dias? Por que quarenta anos Moises rodou pela Terra em busca do local prometido ao povo judeu? Temos então mais outro mistério de dias. Já chegamos a desobediência a Deus. Ele mandou para o Inferno os anjos desobedientes. Quais foram esses anjos? Teriam sido anjos de verdade? Quando Deus criou o homem, Lúcifer com inveja tramou uma grande rebelião no Céu. Esse é a historia bem mais grave do que a simples pincelada que o Genesis nos diz. Por quê? Porque o exercito de anjos foi derrotado e banido para sempre do Paraíso. Ora, Lúcifer ou o Satanás estava no paraíso mantendo relacionamentos físicos com mulheres. Mas não estaria no Paraíso? Onde foram buscar as mulheres? Esses anjos, Caídos, abandonaram Lúcifer e escolheram viver na Terra entre os prazeres dos Humanos. Mas esses anjos não seriam gigantes? E as mulheres eram de tamanho pequeno? Mas os anjos eram híbridos. Metade homem, metade mulher? Como assim? De qual forma se deu esse concepção? Se eles eram híbridos não teriam a necessidade do coabitar com as mulheres. Mas diz o Genesis que eles casaram com esposas e criaram abominações chamadas crianças de Nephilim. Imaginemos nós o poder desses seres com a sua fortaleza e domínio. E o Genesis ensina que o Criador, com raiva, inundou toda a Terra matando os Nephilins e levando os caídos a se esconder. Ele enviou os poderosos anjos guerreiros para caçar os sobreviventes da inundação. Mas existia esperança para os caídos numa profecia. Vai nascer um Nephilim que vai redimi-los e retorná-los ao Paraiso. Então os Caídos observam e esperam. Essa profecia também faz parte do Genesis. Os Nephilins seriam então os semideuses como então se criou em outras gerações muito bem mais distante do que diz a nossa Santa Bíblia. Essa questão sobre Lúcifer continua sendo uma historia das mais comentadas. Todos os povos acreditam que Lúcifer é o Diabo. Muito bem. Na história da civilização sabemos haver o bem e o mal. O pro e o contra. O vencido e o vencedor. O que está na terra e o que está no Céu. O pobre e o rico. O enfermo e o sadio. E por fim, o Deus e o Diabo. Ou seja: a negação e a afirmação. Mas os que servem diretamente a Satanás e que são discípulos dos criadores dessa teoria ou dessa fábula continuam ao afirma ser o Diabo o verdadeiro executor do bem e não do mal. Então, quem segue a religião católica se afirma não poder ser mentira. Então surgem as opções para se encerrar a certeza de que existe o Lúcifer. Na verdade, Lúcifer não existe e nunca existiu. Existe sim: aqueles que nos odeia. E aqueles que nos admira. Mas, se nós falarmos a verdade ao povo comum o que acontece é se incluir as Igrejas vazias. O povo que ouvir a mentira e não a verdade. Se alguma beata me perguntar se o Lúcifer existe, eu direi que “sim”, pois se disser que “não” eu estarei mentindo para aquela beata, mesmo tendo a certeza que não a convenço. E ter-se-á o templo vazio. Isso então significa falência do sistema, pois não há dinheiro para se sustentar esse Templo ou esse Mosteiro. Então é preferível se dizer que “não” e se montar a verdadeira razão de um Lúcifer inexistente no lugar de dizer ser o diabo apenas uma palavra dos que acreditam na sua existência. Vejamos bem. Há certo tempo, o mundo todo ficou atônito por causa de um filme exibido e que mostrava o Lúcifer real. Trata-se do filme “O Exorcista” visto por quem quer que nem tivesse estudo. Uma menina dos seus dez anos sentia em sua carne a presença de Satanás. Isso gerou uma convulsão e tanto. Mas uma menina possuída pelo demônio? Perguntava-se em cada esquina. Ora meus Irmãos. Essa menina ainda hoje existe. Milhares de meninas, moças, senhoras até de bom proveito. Elas existem! E estão com o diabo no couro? Parece que sim. Eu digo: Elas não parentesco com diabo algum. Velamos bem: aquela menina do filme que eu vos citei, não tinha pai, a mãe trabalhava como uma atriz fazendo indecentes postagens e, certo dia, a menina se desesperou: mas como? Logo eu? Não tenho pai, a minha mãe vive nos filmes “indecentes”. Era uma carga pesada para uma criança. As que têm aqui por perto sentem a mesma culpa da outra “menina” do filme. Enlouquecem de um momento para outro. Ou mesmo, por uma questão genética as senhoras tremem certo dia como se estivesse com “o diabo no couro”. E procuram médicos que não servem de nada. Não servem porque eles ignoram que aquelas meninas ou senhoras sentem o drama vivencial dos seus pais. E findam a procurar os conselhos de um sacerdote. Esse diz: “É o Diabo. É Lúcifer”. Então a mulher nada mais questiona. Volta para a sua casa, reza, e fica tranquila. Mas na verdade era o tal de Lúcifer? A essa altura nem o sacerdote tem mais resposta, pois ele mesmo acredita na versão do “Satanismo”. A mentira leva a verdade. A verdade leva a mentira. E é taxado de “herege” quem destina a pregação contra o sistema. Na vulgata se tem a tradução de Lúcifer. Ela informa: Lúcifer é a palavra que vem do Latim e significa literalmente “Portador da Luz”. Então não poderia ser de maneira alguma associado às trevas. Não existe fundamento bíblico para associar Lúcifer a Satanás. O planeta Vênus, conhecido também como “estrela d’alva”, por refletir grande brilho que vem do Sol, foi chamado de Lúcifer. O que pode ser um dos motivos pelo qual Lúcifer foi associado a Satanás, pois nesse ponto o anjo soberbo é chamado de Estrela da Manhã: como caístes do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! (Isaias 14:12). Mas as expressões estrela, estrelas da alva ou da manhã são mencionadas em alguns versículos da Bíblia e estão associados a anjos. Este é interessante: Jó 38:7 quando as “Estrelas Da Alva”, ou seja, Anjos, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?.  E ainda tem um versículo em que o próprio Jesus se diz ser a brilhante Estrela da Manhã. Apocalipse 22:16. “Eu, Jesus, enviei meu anjo para vos testificar estas coisas às Igrejas”. “Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante Estrela da Manhã”. O belo nome de Lúcifer foi atribuído erroneamente ao Planeta Vênus, e pior ainda, ao ser aplicado ao príncipe das trevas, conhecido nas Escrituras bíblicas como Diabo, Satanás, cujo verdadeiro nome é Samael, nome este bem conhecido na literatura judaica. O verdadeiro Lúcifer é o Sol que brilha sobre nós e tudo ilumina. Na verdade, o verdadeiro Lúcifer foi o único digno de ser chamado Arcanjo, e se trata de Miguel, o grande príncipe da Luz, que foi estabelecido a direita de Deus para governar o Dia, e é simbolizado pelo Sol, o resplendor do Dia.
Eis um trecho considerado apócrifo, mas que tem fundamento nas escrituras bíblicas: Existem dois caminhos no mundo: o da vida e o da morte; o da luz e o das trevas. Neles foram estabelecidos dois anjos: o da Justiça (Miguel) e o da iniquidade (Samael). Genesis: 1:16. “Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior (Miguel) para governar o Dia, e o menor (príncipe Samael) para governar a noite”. “E fez também as Estrelas (que são os demais anjos)”. “E o colocou no firmamento dos céus para alumiarem a terra, para governarem o dia e a noite e fazerem a separação entre a luz e as trevas”. “E viu Deus que isso era bom”. Portanto, Lúcifer é a invenção de um nome. – descreveu o Abade Euclides em sua preleção.
E continuou na sequencia após observar a quietude dos Monges.
--- Alguém, contudo, deve ter se perguntado: de onde vem o nome Lúcifer? Em que versículo das Sagradas Escrituras pode se encontrar tal nome? A maioria dos estudantes de Teologia mostra-se surpreso com a queda de Lúcifer nos textos clássicos de Isaías 14:12: “Como caístes de céu, é estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitava as nações!”. E em Ezequiel 28.14-15: Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci. No monte santo de Deus estavas. No meio das pedras afogueadas andavas. “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti”. Vale lembrar que os textos antes citados não são claros a respeito da queda de Lúcifer e se referem em seu contexto imediato ao rei de Babilônia (Is. 14.12) e ao rei de Tiro (Ez 28. 14-15). Uma referencia indireta a Lúcifer é possível. Mas não se pode tirar uma conclusão definitiva sobre as duas passagens. – concluiu o Abade.
Na nave do Templo nada pode se ouvir. Todos os Monges se mantinham em silêncio.
O substantivo Lúcifer ocorre seis vezes na Vulgata, versão latina da Bíblia, e uma vez em algumas Traduções da Bíblia em outros idiomas. Lúcifer se refere literalmente a Estrela da Manhã  ou a “luz da manhã” aos Signos do Zodíaco ou, metaforicamente ao “rei da Babilônia”, ao sumo sacerdote Simão, filho de Onias, “à Gloria de Deus” ou a Jesus Cristo. É por esta razão que é possível encontrar pessoas com o nome de “Lúcifer” entre os primeiros cristãos, sendo o exemplo mais famoso São Lúcifer, bispo de Sardenha, onde existe a única Igreja à São Lúcifer conhecida. A religião judaica não possui um ser todo malévolo, que combata contra o Criador. A Bíblia foi escrito em Koiné – o dialeto comum – e hebraico línguas onde a palavra lúcifer não existe.
Após alguns minutos se ouviu o cantar gregoriano pelos Monges acompanhados magnifico órgão instalado a cima do Coro onde acordes trovejante acompanham do entoar com o cantar do Agnus Dei feito em uníssono pelos célebres monges do Monastério. Andorinhas da Áustria, do lado de fora do Templo gorjeavam a procura de seus ninhos. Mistério envolvente se fazia de todo. Ao passear com os seus passos acadêmicos os Monges começaram a se retirar a procura da sua bancada em uma Cela estreita e bruxuleante onde apenas cabia cada qual um único ocupante. O silencio a vagar irrompia para todos os lados. As folhas de ciprestes relutavam a voltear em quase um zig-zag, indo e voltando para depois recomeçar. O sino plangente com o seu grosso acorde bateu as décimas horas da manhã.
Satã, príncipe das trevas. Homem com dois chifres e um par de asas. Na aurora do tempo, no segundo dia da criação Deus reuniu com os arcanjos. Entre eles achava-se Lúcifer, com sua espada e seu escudo, o anjo que transportava a luz. Então Deus pediu aos anjos algo que Lúcifer não podia dar. Deus queria que ele servisse ao homem, criado a imagem e a Sua semelhança. Foi uma ordem que o orgulhoso Lúcifer se recusou a obedecer. Satã e os seus seguidores, os anjos “negros” travaram uma amarga batalha contra Deus e seu arcanjo Miguel. Satã e os anjos negros foram confinados ao cruel inferno onde padeceriam por toda a eternidade. Satã jurou vingança e destruir toda a humanidade. Estranhamente, Satã não perdeu os poderes angelicais, o que inclui a capacidade de mudar de forma. Então, Satã apareceu da Terra, rastejando sob a forma de cobra. Entrou no Jardim chamado Éden e procurou uma mulher chamada Eva. Deus preveniu a Eva que não comesse do fruto do conhecimento. Mas Satã fez a experimentar do fruto proibido dizendo que ela teria o conhecimento de tudo e seria igual a todos. Em seguida convenceu Eva a dividir o fruto com Adão.  Como castigo, o primeiro casal, foi banido para sempre do paraíso. O Diabo assestara o primeiro golpe no homem. Era uma vingança profunda.
 

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