- ÓRGÃO -
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TEMPLOS
O Abade Euclides de Astúrias, em certa ocasião teve um
encontro com os Monges Beneditino do seu Monastério. Ele fazia isso toda a
semana, para falar sobre temas religiosos. Não raro, um motivo levava ao Abade
pesquisar mais do que falar. Uma ideia era bem proveitosa. E essa ideia surgiu
de um encontro por acaso com um monge do seu Mosteiro em certa manhã de
primavera quando o Abade fitava a luz do Sol cheia de encantamento e brilho. O
encontro se deu na Igreja após a missa da manhã logo cedo quando todos os
monges, noviços e os monges cantores do Templo. Os cantores entoavam fazes da
Ave Maria logo depois de terminada a Santa Missa como era de praxe. Eram frases
em latim nos cantos gregorianos. Logo em seguida, quando o Abade se preparou
para falar sobre o respeitável tema, houve silencio total na Igreja. E foi
nesse exato momento que o Abade Euclides se pronunciou após se benzer como era
do seu costume e de todos os Monges que ali faziam o seu retiro espiritual.
Abade:
--- Caríssimos Irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo. Seja o
Deus louvado. Amem. Eu, hoje tenho a vós contar uma história sobre o Diabo.
Lúcifer. Ou Demônio. É um tema muito bem conhecido por todos vós, Irmãos. Mas
tem uma questão em desaviso. Demônio, por exemplo: É o mal que nos aflige. Até
mesmo uma dor de cabeça ou uma gripe. Jesus, o Nosso Senhor, quando foi chamado
para curar uma mulher a estar possuída pelo demônio, Ele extraiu todos os sete
demônios. Ora vejam os senhores: Sete é um número sagrado pelos judeus. Sete
foram os dias que o Senhor levou para fazer o mundo. Mas será que foram sete
dias apenas? Pergunto eu. As palavras ganham outra significação quando se
aplica um numero. Vinte e cinco. Esse é um numero que diz muito. O que, por
exemplo? Em 25 de dezembro começa um novo clima na Terra. E em 25 de dezembro
foi escolhido para ser o nascimento de Jesus. Mas será que Ele foi mesmo nascer
a 25 de dezembro? Quarenta dias Jesus passou em retiro. Será que foi mesmo
quarenta dias? Por que quarenta anos Moises rodou pela Terra em busca do local
prometido ao povo judeu? Temos então mais outro mistério de dias. Já chegamos a
desobediência a Deus. Ele mandou para o Inferno os anjos desobedientes. Quais
foram esses anjos? Teriam sido anjos de verdade? Quando Deus criou o homem,
Lúcifer com inveja tramou uma grande rebelião no Céu. Esse é a historia bem
mais grave do que a simples pincelada que o Genesis nos diz. Por quê? Porque o
exercito de anjos foi derrotado e banido para sempre do Paraíso. Ora, Lúcifer
ou o Satanás estava no paraíso mantendo relacionamentos físicos com mulheres.
Mas não estaria no Paraíso? Onde foram buscar as mulheres? Esses anjos, Caídos,
abandonaram Lúcifer e escolheram viver na Terra entre os prazeres dos Humanos.
Mas esses anjos não seriam gigantes? E as mulheres eram de tamanho pequeno? Mas
os anjos eram híbridos. Metade homem, metade mulher? Como assim? De qual forma
se deu esse concepção? Se eles eram híbridos não teriam a necessidade do
coabitar com as mulheres. Mas diz o Genesis que eles casaram com esposas e
criaram abominações chamadas crianças de Nephilim. Imaginemos nós o poder
desses seres com a sua fortaleza e domínio. E o Genesis ensina que o Criador,
com raiva, inundou toda a Terra matando os Nephilins e levando os caídos a se
esconder. Ele enviou os poderosos anjos guerreiros para caçar os sobreviventes
da inundação. Mas existia esperança para os caídos numa profecia. Vai nascer um
Nephilim que vai redimi-los e retorná-los ao Paraiso. Então os Caídos observam
e esperam. Essa profecia também faz parte do Genesis. Os Nephilins seriam então
os semideuses como então se criou em outras gerações muito bem mais distante do
que diz a nossa Santa Bíblia. Essa questão sobre Lúcifer continua sendo uma
historia das mais comentadas. Todos os povos acreditam que Lúcifer é o Diabo.
Muito bem. Na história da civilização sabemos haver o bem e o mal. O pro e o
contra. O vencido e o vencedor. O que está na terra e o que está no Céu. O
pobre e o rico. O enfermo e o sadio. E por fim, o Deus e o Diabo. Ou seja: a
negação e a afirmação. Mas os que servem diretamente a Satanás e que são
discípulos dos criadores dessa teoria ou dessa fábula continuam ao afirma ser o
Diabo o verdadeiro executor do bem e não do mal. Então, quem segue a religião
católica se afirma não poder ser mentira. Então surgem as opções para se
encerrar a certeza de que existe o Lúcifer. Na verdade, Lúcifer não existe e
nunca existiu. Existe sim: aqueles que nos odeia. E aqueles que nos admira.
Mas, se nós falarmos a verdade ao povo comum o que acontece é se incluir as
Igrejas vazias. O povo que ouvir a mentira e não a verdade. Se alguma beata me
perguntar se o Lúcifer existe, eu direi que “sim”, pois se disser que “não”
eu estarei mentindo para aquela beata, mesmo tendo a certeza que não a
convenço. E ter-se-á o templo vazio. Isso então significa falência do sistema,
pois não há dinheiro para se sustentar esse Templo ou esse Mosteiro. Então é preferível
se dizer que “não” e se montar a
verdadeira razão de um Lúcifer inexistente no lugar de dizer ser o diabo apenas uma palavra dos que
acreditam na sua existência. Vejamos bem. Há certo tempo, o mundo todo ficou atônito
por causa de um filme exibido e que mostrava o Lúcifer real. Trata-se do filme “O Exorcista” visto por quem quer que
nem tivesse estudo. Uma menina dos seus dez anos sentia em sua carne a presença
de Satanás. Isso gerou uma convulsão e tanto. Mas uma menina possuída pelo demônio?
Perguntava-se em cada esquina. Ora meus Irmãos. Essa menina ainda hoje existe.
Milhares de meninas, moças, senhoras até de bom proveito. Elas existem! E estão
com o diabo no couro? Parece que sim. Eu digo: Elas não parentesco com diabo
algum. Velamos bem: aquela menina do filme que eu vos citei, não tinha pai, a
mãe trabalhava como uma atriz fazendo indecentes postagens e, certo dia, a
menina se desesperou: mas como? Logo eu? Não tenho pai, a minha mãe vive nos
filmes “indecentes”. Era uma carga
pesada para uma criança. As que têm aqui por perto sentem a mesma culpa da
outra “menina” do filme. Enlouquecem
de um momento para outro. Ou mesmo, por uma questão genética as senhoras tremem
certo dia como se estivesse com “o diabo
no couro”. E procuram médicos que não servem de nada. Não servem porque
eles ignoram que aquelas meninas ou senhoras sentem o drama vivencial dos seus
pais. E findam a procurar os conselhos de um sacerdote. Esse diz: “É o Diabo. É Lúcifer”. Então a mulher
nada mais questiona. Volta para a sua casa, reza, e fica tranquila. Mas na
verdade era o tal de Lúcifer? A essa
altura nem o sacerdote tem mais resposta, pois ele mesmo acredita na versão do “Satanismo”. A mentira leva a verdade. A
verdade leva a mentira. E é taxado de “herege”
quem destina a pregação contra o sistema. Na vulgata se tem a tradução de Lúcifer. Ela informa: Lúcifer é a palavra que vem do Latim e
significa literalmente “Portador da Luz”. Então não poderia ser de maneira
alguma associado às trevas. Não existe fundamento bíblico para associar Lúcifer
a Satanás. O planeta Vênus, conhecido também como “estrela d’alva”, por refletir grande brilho que vem do Sol, foi
chamado de Lúcifer. O que pode ser um dos motivos pelo qual Lúcifer foi
associado a Satanás, pois nesse ponto o anjo soberbo é chamado de Estrela da
Manhã: como caístes do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste
lançado por terra, tu que debilitavas as nações! (Isaias 14:12). Mas as
expressões estrela, estrelas da alva ou da manhã são mencionadas em alguns
versículos da Bíblia e estão associados a anjos.
Este é interessante: Jó 38:7 quando as “Estrelas Da Alva”, ou seja, Anjos,
juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?. E ainda tem um versículo em que o próprio
Jesus se diz ser a brilhante Estrela da Manhã. Apocalipse 22:16. “Eu, Jesus,
enviei meu anjo para vos testificar estas coisas às Igrejas”. “Eu sou a Raiz e
a Geração de Davi, a brilhante Estrela da Manhã”. O belo nome de Lúcifer foi atribuído
erroneamente ao Planeta Vênus, e pior ainda, ao ser aplicado ao príncipe das
trevas, conhecido nas Escrituras bíblicas como Diabo, Satanás, cujo verdadeiro
nome é Samael, nome este bem conhecido na literatura judaica. O verdadeiro Lúcifer
é o Sol que brilha sobre nós e tudo ilumina. Na verdade, o verdadeiro Lúcifer
foi o único digno de ser chamado Arcanjo, e se trata de Miguel, o grande príncipe
da Luz, que foi estabelecido a direita de Deus para governar o Dia, e é
simbolizado pelo Sol, o resplendor do Dia.
Eis um trecho considerado apócrifo, mas que tem fundamento
nas escrituras bíblicas: Existem dois caminhos no mundo: o da vida e o da
morte; o da luz e o das trevas. Neles foram estabelecidos dois anjos: o da
Justiça (Miguel) e o da iniquidade (Samael). Genesis: 1:16. “Fez Deus os dois
grandes luzeiros: o maior (Miguel) para governar o Dia, e o menor (príncipe Samael)
para governar a noite”. “E fez também as Estrelas (que são os demais anjos)”. “E
o colocou no firmamento dos céus para alumiarem a terra, para governarem o dia
e a noite e fazerem a separação entre a luz e as trevas”. “E viu Deus que isso
era bom”. Portanto, Lúcifer é a invenção de um nome. – descreveu o Abade
Euclides em sua preleção.
E continuou na sequencia após observar a quietude dos Monges.
--- Alguém, contudo, deve ter se perguntado: de onde vem o
nome Lúcifer? Em que versículo das Sagradas Escrituras pode se encontrar tal
nome? A maioria dos estudantes de Teologia mostra-se surpreso com a queda de
Lúcifer nos textos clássicos de Isaías 14:12: “Como caístes de céu, é estrela
da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitava as
nações!”. E em Ezequiel 28.14-15: Tu eras querubim ungido para proteger, e te
estabeleci. No monte santo de Deus estavas. No meio das pedras afogueadas
andavas. “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até
que se achou iniquidade em ti”. Vale lembrar que os textos antes citados não
são claros a respeito da queda de Lúcifer e se referem em seu contexto imediato
ao rei de Babilônia (Is. 14.12) e ao rei de Tiro (Ez 28. 14-15). Uma referencia
indireta a Lúcifer é possível. Mas não se pode tirar uma conclusão definitiva
sobre as duas passagens. – concluiu o Abade.
Na nave do Templo nada pode se ouvir. Todos os Monges se
mantinham em silêncio.
O substantivo Lúcifer ocorre seis vezes na Vulgata, versão
latina da Bíblia, e uma vez em algumas Traduções da Bíblia em outros idiomas.
Lúcifer se refere literalmente a Estrela da Manhã ou a “luz da manhã” aos Signos do Zodíaco ou,
metaforicamente ao “rei da Babilônia”, ao sumo sacerdote Simão, filho de Onias,
“à Gloria de Deus” ou a Jesus Cristo. É por esta razão que é possível encontrar
pessoas com o nome de “Lúcifer” entre os primeiros cristãos, sendo o exemplo
mais famoso São Lúcifer, bispo de Sardenha, onde existe a única Igreja à São
Lúcifer conhecida. A religião judaica não possui um ser todo malévolo, que
combata contra o Criador. A Bíblia foi escrito em Koiné – o dialeto comum – e
hebraico línguas onde a palavra lúcifer não existe.
Após alguns minutos se ouviu o cantar gregoriano pelos Monges
acompanhados magnifico órgão instalado a cima do Coro onde acordes trovejante
acompanham do entoar com o cantar do Agnus Dei feito em uníssono pelos célebres
monges do Monastério. Andorinhas da Áustria, do lado de fora do Templo gorjeavam
a procura de seus ninhos. Mistério envolvente se fazia de todo. Ao passear com
os seus passos acadêmicos os Monges começaram a se retirar a procura da sua
bancada em uma Cela estreita e bruxuleante onde apenas cabia cada qual um único
ocupante. O silencio a vagar irrompia para todos os lados. As folhas de
ciprestes relutavam a voltear em quase um zig-zag, indo e voltando para depois
recomeçar. O sino plangente com o seu grosso acorde bateu as décimas horas da
manhã.
Satã, príncipe das trevas. Homem com dois chifres e um par de
asas. Na aurora do tempo, no segundo dia da criação Deus reuniu com os arcanjos.
Entre eles achava-se Lúcifer, com sua espada e seu escudo, o anjo que transportava
a luz. Então Deus pediu aos anjos algo que Lúcifer não podia dar. Deus queria
que ele servisse ao homem, criado a imagem e a Sua semelhança. Foi uma ordem que
o orgulhoso Lúcifer se recusou a obedecer. Satã e os seus seguidores, os anjos “negros” travaram uma amarga batalha
contra Deus e seu arcanjo Miguel. Satã e os anjos negros foram confinados ao cruel inferno onde padeceriam por toda a
eternidade. Satã jurou vingança e destruir toda a humanidade. Estranhamente,
Satã não perdeu os poderes angelicais, o que inclui a capacidade de mudar de
forma. Então, Satã apareceu da Terra, rastejando sob a forma de cobra. Entrou
no Jardim chamado Éden e procurou uma mulher chamada Eva. Deus preveniu a Eva
que não comesse do fruto do conhecimento. Mas Satã fez a experimentar do fruto
proibido dizendo que ela teria o conhecimento de tudo e seria igual a todos. Em
seguida convenceu Eva a dividir o fruto com Adão. Como castigo, o primeiro casal, foi banido
para sempre do paraíso. O Diabo assestara o primeiro golpe no homem. Era uma
vingança profunda.
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