- HITITAS -
- 29 -
APOCALIPSE
Após a refeição do almoço, todos foram para os seus
labirintos onde procuravam repousar um pouco para que o seu organismo se
refizesse de abundando comida ingerida. Era um descaço normal tanto para os
Sumérios quanto para os terráqueos. As luzes taciturnas do meio ambiente calmo
desapareciam de vez tendo quase sumido por completo do recinto natural. Não
havia grilos ou cigarras para perturbar o sono indigente de cada qual naquela
hora. E não se sabia se era ocaso ou não, pois sol não ditava as horas do meio
do caminho. No misterioso Universo, bem além do planeta Terra, a nave mãe
cochilava também com a tranquilidade genérica do lugar de onde estava. Ratos ou
sapos, nem pensar. Na nave interplanetária não havia nada conhecido dessa
espécie. O que havia era o aplacado silencio movido apenas pela gigantesca nave
a viajar ao sabor do nada. Podia-se ver quanto se estava para outro lado, às
estrelas cadentes em passagem vertiginosa pelo espaço infindo. No espaço onde
repousava o noviço havia de tudo um pouco. Coisas simples que ele não ousava
tocar, como pequenos tabletes mini Ipad que ele não ousava tocar. O temor era o
maior de todos os fenômenos. O noviço perambulou com todo o seu olhar pelo meio
ambiente até o sono chegar. Foi um sono tranquilo, mas repleto de sonhos onde
ele se via em outro mundo a conversar com seres humanos estranhos. No sonho ele
sabia os nomes de todos e de cada um. Havia árvores verdadeiramente gigantes
por onde ele passeava. Uma jovem senhorita se fazia presente a conversar sobre
algo. Uma casa simples em meio de outras. O noviço percebia que estava despido
e com rapidez se fazia trocar de mudas enquanto a moça tagarelava com ele à sua
vontade. Na rua, havia apenas árvores de um lado enquanto de outro havia apenas
casas simples de duas cobertas apenas. Um homem falava alto de um canto
qualquer da sala mais para dentro o que deixava o noviço sem notar bem quem
articulava. Por mais que procurasse o noviço, ele não percebia ninguém na rua.
Apenas a jovem senhorita. De momento ele sentiu entusiasmo em beijá-la, mais
temia a voz do homem vindo de trás. Uma ladeira talvez tivesse a descambar em
um olheiro onde água abundava. Ele não percebia o olheiro. Apenas sabia da sua
existência naquele distante recanto onde talvez houvesse aves pequeninas a cantarolar.
Ao despertar, o noviço ouviu interfone a
chamar de imediato o rapaz o atendeu. Uma vez peculiar lhe quis saber:
Sacerdotisa:
--- Dormias? – indagou a mulher com sua voz suave:
O garoto procurou se restabelecer do sonho ainda a lhe
ofuscar o pensamento e então respondeu.
Noviço:
--- Um pouco. Eu estava a sonhar com casos de infância. –
respondeu o rapaz a coçar a sua cabeça.
Sacerdotisa:
--- Perdoe-me. Eu não queria acordá-lo assim. – replicou a
mulher de forma ingênua.
Noviço:
--- Eu não sei é noite o dia. Aqui é tudo confuso. – se
esticou o rapaz de modo a se refazer por completo
Sacerdotisa:
--- Para muitos é dia. Mas para nós é noite sempre. Bem. Não
vos querendo perturbar, eu tenho aqui, no meu quarto algo que talvez o
interesse. Queres ver? – indagou a moça.
Noviço:
--- Ah sim. Eu desejo ver. Podeis deixar-me eu arrumar e
estarei em breve em seu quarto! – respondeu o rapaz com a pura vontade de fazer
micção.
De imediato o garoto buscou o sanitário onde pode fazer a sua
micção e depois, a vestir sua túnica de monge calçou as sandálias de couro de
colho se fazendo presente o cômodo da Sacerdotisa um local acima. A porta já
estava aberta e a Sacerdotisa Magda o esperava com um sorriso nos lábios. Não
havia diferença entre um cômodo e outro a não ser por uma mesa pequena onde se
espalhavam montes de pergaminhos, escrituras, uma Bíblia para estudo e outros
materiais provavelmente sumerianos, acadianos e até mesmo hititas. Um grande
mapa tomava conta da ampla mesa de estudos não divulgada por ela na sua imensa
aula dos Sumérios. A Sacerdotisa veio ao encontro do rapaz e o cumprimentou
amistosamente a relatar.
Sacerdotisa:
--- Nós temos algo a vos mostrar. Com certeza vós já
conhecestes bem. De qualquer forma nós vos apresentamos. Escute-vos. Há uma
matéria bem diversificada do nosso sistema Universo. O Buraco Negro. É o tempo
e o espaço unidos em um violento nó. É maior de todos no Universo conhecido. É
o maior existente no nosso sistema. Ao contrário de uma estrela, ele não emite
luz. Talvez seja o lugar onde o espaço e o tempo seja totalmente deformado. Os
Buracos Negros são corpos estanhos no mundo. A ideia da presença de alguma
coisa estranha poderosa a explica no centro de nossa galáxia. E hoje se torna
clara. O centro de outras galáxias está repleto de estrelas. Mas ao se tentar
ver o centro de nossa galáxia percebe-se que as estrelas estão ocultadas por
uma camada grossa de poeira. Antes de tudo, vos quero dizer: tudo no Universo
vai explodir. É o Apocalipse Cósmico. O ano é vinte bilhões A.D – isto é ANNO
DOMINI ou Ano do Senhor – Nesse tempo há algo profundamente errado com o
Universo. Desde o seu nascimento explosivo o Universo se expande, crescendo
continuamente em um infinito desconhecido. No entanto, um dia, num futuro
distante veremos no Céu que as galáxias do todos os quadrantes invertem seu
rumo se dirigem contra a nossa própria Via Látea. A implicação catastrófica é
fatal. O Universo está se desfazendo e tudo o que nós conhecemos deixará de
existir. A vida está condenada. Todas as galáxias irão colidir e as estrelas
dentro delas serão esmagadas. As estrelas e os planetas vão colidir. Os
planetas serão engolidos por estrelas. Toda vida inteligente morrerá. O
Universo acabará em uma explosão como uma bola de fogo cósmica. Esta é a visão
do Apocalipse de acordo com uma teoria conhecida como Big Crant. Toda a matéria
do Universo vai se juntar de vez. Hoje, o Universo se expande. A cada dia há
mais espaço porque as galáxias estão se distanciando. O oposto acontece no Big
Crant.
Noviço:
--- Eu já sabia dessa história. Porém eu não acreditei de
verdade. – falou o rapaz angustiado.
Sacerdotisa:
--- Portanto vós já sabeis. O igual acontece com o Buraco
Negro. O Monstro da Via Láctea. Existe muita poeira dentro da galáxia. É
completamente opaco. Alguns tipos de luz podem passar pela poeira. Mas já é
possível se avistar mais estrelas. E a poeira já está atravessada. E hoje se
sabe onde está o centro da Via Láctea. Por sinal já é avistável as estrelas.
Mas a questão é o Sol. No astro tem um buraco negro. Não é preciso que vós
assusteis. Eu vou vos dizer um segredo cósmico. Mesmo se vós não quiserdes ir,
ao menos tente escutar. O Sol abre um buraco no espaço. E esse buraco desvia a
luz. Quando não é o Sol, então é a galáxia inteira. Esses abismos sem fundo
engole a luz. Por tal motivo se chama de buraco negro. O Sol tem o seu buraco
negro. Quem se destinar ao sol, deverá entrar, se for possível, também no
buraco negro. Esse fator independe do aquecimento do Sol. Na verdade o Sol é
quente por demais. Entretanto quem migra por seu buraco negro não encontra tão
enervante calor. Quem for enfim terá a oportunidade de atravessar o Sol, por
dentro mesmo, e pegar o chamado buraco branco. Quando chega a esse buraco,
então encontra outro espaço. O chamado Multiuniverso, ou seja, a duplicidade do
seu sistema solar. É nesse sistema que o homem terá a ocasião de olhar os
outros homens e verá casos parecidos com o nosso sistema planetário ou solar.
Por exemplo: se eu ou vós for a esse Multiverso, vós encontrareis teus amigos
ainda vivos, apesar deles terem morrido. Vós encontrareis pessoas que vós não
conheceis agora, aqui. Mas no duplo Universo essas pessoas estão vivas. Vós
encontreis as vossas namoradas, apesar delas não existirem agora nessa Terra.
Vós encontrareis pessoas pobres que não conheceis. Mas assim mesmo elas existem
de verdade e são tuas amigas. Ou encontrareis pessoas abastadas que nunca
vistes. Tudo isso existe no segundo Universo. Quase sempre ao contrário.
Entendestes agora? – indagou a mulher a sorrir.
O rapaz se compenetrou para poder de vez falar:
Noviço:
--- Eu não acredito nessa história. Só vendo de verdade. E
olhe lá! – respondeu o noviço a coçar as mãos com o queixo.
Sacerdotisa:
--- E por que vós não experimentais? – indagou a mulher com seus
olhos brilhantes.
Noviço:
--- Quando? Agora? O Papa de mata! – relutou alarmado.
Sacerdotisa:
--- Qual nada! Vós estais a alimentar o temor. – sorriu a
mulher.
Noviço:
--- Sim. Pode ser. Eu vejo o futuro imediato. Se eu for a
essa aventura estarei posto pra fora da Ordem. – reclamou o rapaz.
Sacerdotisa:
--- Qual nada. A Ordem não vai saber. A não ser que vós
confessais. – sorriu com calma a mulher.
Noviço:
--- Pois é. Eu tenho que confessar e ainda fazer por cima o
“suplicio”. – responde com muito temor.
Sacerdotisa:
--- Qual suplício? Ainda vós tendes “suplicio”? – indagou a
sorrir.
Noviço:
--- Imagine! Uma corda dobrada em quatro nós. – tremeu de
pavor o rapaz.
Sacerdotisa:
--- E por que vós não deixais o Mosteiro? – perguntou a
mulher.
Nenhum comentário:
Postar um comentário