terça-feira, 11 de março de 2014

DOIS AMORES - TRINTA E NOVE -

- Kate Winslet -
- 39 -
FOTOS
O rapaz buscou a sua maquina de tirar fotos da bolsa e documentou a tragédia das vítimas da ambulância. E de vez ele documentou principalmente as imagens do corpo do suposto General Wagner Rahner, morto entre os escombros da ambulância atada como por uma serpente voraz do trucado. O transporte de óleo diesel se enroscou com a minúscula ambulância agarrando voraz como para matar sem piedade. Era o dragão ensandecido contra o minúsculo escorpião. Da fuselagem da ambulância saía o horrendo cheiro putrefato de carne assada na brasa ardente das alarmantes chamas. Homens corriam às desabaladas pressas com os corpos das calcinadas vítimas. Nas imediações da tragédia, as casas de comércio ardiam em chamas tragadas com por um voraz Viserion lendário a expelir fogo pelas narinas. As minúsculas habitações mais parecidas taperas gemiam de dor atroz ante o poder do gigante de fogo com a sua imensa e ignorante força. O vento tétrico uivava como uma víbora a consumir o resíduo dos casebres feitos de tijolo.
As gigantes paredes do moderno e nobre edifício do Midway ruíam para dentro a cada passo. O estrondo vertiginoso corria o assombro dos soldados do fogo. E tudo isso era documento do repórter Bartolo Revoreto. Da imprensa apenas ele estava a colher as imagens funestas do terrível acidente. Quando o homem retratava o mortal ambiente, um toque lhe bateu as costas. Mesmo em olhar quem ele pediu licença para documentar a tragédia amarga. Nesse ponto uma voz soou. 
Élia:
--- Moço! Por favor! O senhor tirou as fotos do morto? – perguntou paciente.
Nesse ponto Bartolo se voltou quase de imediato.
Bartolo:
--- Élia? Que prazer! Eu fiz as fotos. Estão aqui comigo! – sorriu               extasiado.
Élia:
--- Olá. Companheiro. De quem era o corpo? – indagou severa.
Bartolo:
--- Ora! Só podia ser do General. – fechou a cara.
Élia:
--- Eu sei. Acontece que o morto não era o General. Voce se lembre de que eu conheci o “verme” Ele é um homem de quase 90 anos de idade. Aquele não tem nem 70 anos. E mais: eu estou aqui com Joana Vassina. Ela está pronta para afirmar. – e mostrou a outra mulher
Bartolo ficou sem jeito com a tal revelação. E procurou acertar a mente:
Bartolo:
--- Não? Isso não é possível! – argumentou o repórter.
Élia:
--- Fale para o rapaz. – e apontou Bartolo.
Joana:
--- É o que ela afirmou. Esse homem não é o General Rahner. Primeiro: o velho tinha um aparelho de metal no seu joelho. Apenas isso. Aquele não tem. – alertou a mulher.
Bartolo:
--- Caramba! Quer dizer que eles devem enterrar o vivo? Aliás. ... Bem!. Sei lá! -  falou sem graça.  
Joana:
--- O General está voando a essa altura a caminho da Bolívia. Desde a noite passada. Ele fugiu outra vez. – falou sem traumas.
Bartolo:
--- Fugiu? Eita pau! Como fugiu? Ele não estava doente? – perguntou espantado
Joana:
--- Fugiu em traje de Padre. Vestiu a Batina e meteu o pé na estrada.  E ninguém notou! – disse a filha do General.
Élia:
--- E assim, como um Padre, ele embarcou para o Recife, Salvador e agora está voando para a Bolívia ou Paraguai. – completou a moça.
Bartolo:
--- Eita lasqueira!  E a Base? – indagou assustado
Élia:
--- Está em alerta total. Dessa vez ele não escapa. – alertou a agente.
Bartolo:
--- E como a senhora descobriu? – perguntou a Joana.
Joana:
--- Desde ontem à noite, quando se deu a fuga, eu estou com o Comando da Polícia. Eu adverti sobre o uso do aparelho de metal – artroscopia. – relatou compreensiva.
Bartolo:
--- Vou acabar com a concorrência. Eu vou fazer a matéria de que o morto está vivo. – disse o rapaz procurando se articular com a redação.
As duas senhoras sorriram.
E assim ele fez. Matéria: “General escapa com vida” – “Eu contrario do que se informa o General Wagner Rahner, declarado morto, está vivo e escapou em traje de Padre para a Bolívia às últimas horas da noite passada.”
Esse é a chamada da notícia. Apesar das altercações havia com a direção do jornal, o assunto pôs silêncio em tudo o que houve. E o jornal voltou circular com notícia em primeira mão sobre o tema Wagner Rahner. A direção do matutino teceu maiores elogios ao repórter Bartolo Revoreto o qual não largara a matéria para expor em primeira mão a fuga do nazista além da cobertura da derrubada do edifício Midway.  
Ainda no domingo, reuniram-se no apartamento de agente Caio Teixeira todos os participantes da trágica ocorrência da parte sul da cidade. Na ocasião estava presente à senhora Joana Vassina, filha do todo poderoso General Wagner Rahner, o astuto homem das fugas. E no meio da conversa, voltou-se para o tema de Adolf Hitler. Apesar de ter sido anunciada a sua morte, o seu corpo jamais fora encontrado. Tudo o que se tem notícia foi de que Adolf Hitler e Eva Braun puseram fim à vida nos esconderijos do abrigo do Ministério das Relações Exteriores. As buscas foram estendidas pelo Exercito Soviético por diversos cantos do País. Principalmente do abrigo antiaéreo. Os restos mortais encontrados foram todos examinados e nenhum pertencia ao líder nazista. Josef Stalin, da URSS, denunciou ao mundo que Hitler havia fugido. A única prova da morte de Hitler, um crâneo humano com um buraco de bala, foi considerada falsa.
Caio:
--- Desde 1945 surgiram várias teorias sobre possível fuga de Adolf Hitler para a Argentina em um submarino. E há centenas de declarações de pessoas que viram Hitler em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil, como em São Paulo e em outros Estados. – relatou o agente.   
Joana:
--- Eu estava presa em um bunker em um local remoto na cidade tcheca de Morávia antes de 1º de abril quando chegou ao local o General Rahner, com muita pressa e declarando de irmos embora, pois era chegada a hora. Ele veio do campo de extermínio de Chelmno, na Polônia. E saímos em debandada para lugarejos remotos onde ele me deixava confinada. – relatou a mulher.
Dalva:
--- Mas um General declarou ter Hitler caído heroicamente até o final da guerra. Então ele cometeu suicídio. Ele e a mulher, Eva. A mulher ingeriu uma pílula de cianureto. – confirmou
Oliveira:
--- Mas as agencias de notícias não divulgaram que Hitler morreu? – declarou sem sentidos.
Caio:
--- Não se pode provar de que Hitler cometeu suicido em Berlim. – fez vez o agente.
Bartolo:
--- Então, o que aconteceu realmente com Adolf Hitler? – indagou perplexo.
Joana:
--- É fato que ele veio para a Argentina onde muitos nazistas buscaram refúgio. – asseverou.
Caio:
--- Serviços de Inteligência dos Estados Unidos relatam a presença de Hitler na Argentina onde ele modificou o seu semblante. – afirmou o agente.

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