- Leighton Meester -
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A FUGA
Naquele sábado
à tarde quando Dalva descansava de seu labor extenuante da semana com as pernas
estiradas de um divã a outro, a ouvir o Sonho de Amor, (Liebestraum), de Franz
Liszt, aguçava a vista para a matéria lida. Em um Jornal de Letras a bela
mulher colhia informações sobre o Prêmio Pulitzer na área de jornalismo a um
competente escritor conferido sempre no mês de abril de cada ano. Tratava-se de
uma Reportagem Especial conduzida com habilidade pelo autor de outras mais. O
prêmio em dinheiro era de dez mil dólares e um certificado. O seu companheiro
Bartolo dormia a sono solto logo depois do almoço por estar bastante enfadado
do movimento de toda a semana. A tarde aquecida não demonstrava o seu calor
tanto porque o ar condicionado estava ligado no apartamento. Ouvia-se bem longe
o grito de um vendedor de frutas a oferecer as mais saborosas espécies de um
momento trivial. O motor de um carro a passar enquanto outro voltava. Após
breve instante tudo acalmou. Nada ouvia para além de outrora. Bartolo se
remexeu na cama quando naquele instante o celular tocou. Ele não ouviu bem.
Mesmo assim, Dalva ouviu o chamado e procurou acordar o rapaz. Apesar do
inquieto sono, Bartolo procurou ouvir o chamado mesmo atrapalhado em seu
despertar. E alguém lhe informou sobre o caso do General Rahner.
Caio:
--- Ele está
sendo levado agora para o Hospital do Coração. O caso é de urgência. Eu estou
indo para lá também. – falou com pressa
Bartolo:
--- Quem?
Quem? – perguntou com pressa para se certificar do chamado.
Caio:
--- O alemão. Entendeu?
– e desligou o outro celular
Nesse mesmo
instante Bartolo disse:
Bartolo:
--- Caramba! O
alemão! Tenho de ir ao Hospital! – falou com pressa o homem.
Em meio do seu
vexame ele tropeçou na sua bermuda quando procurava as calças. No meio da
confusão Dalva procurou saber o motivo da pressa. Bartolo respondeu ter o
General Rahner sofrido de algo a supor ser o coração. A moça se alertou e
resolveu ir com o seu amante.
Dalva:
--- Ah. Vou
ver o sujeito! – disse alarmada.
Bartolo:
--- Não sei se
pode entrar. Mas, de um jeito ou de outro convém ir. – declarou o rapaz a
vestir as calças de forma errada. Ele caiu e outra vez se levantou proferindo
palavras de baixo calão.
O Hyundai
seguia em alta velocidade atrapalhando o transito de outros veículos e deixando
amedrontado quem estava nas calçadas das casas de moradias a supor que tinha
sido a vítima daquele desastrado acidente. Na direção do carro estava o
repórter Bartolo enquanto a sua namorada quase sempre gritava para se ter maior
cuidado.
Dalva:
--- Cuidado!
Voce atropela todo mundo! Cuidado!!!! – gritava a moça.
Bartolo:
--- Cuidado
que nada! O alemão saiu da cadeia! – vociferou o rapaz.
A frente do
Hospital do Coração estava toda tomada por soldados severamente armados onde
não se podia nem mesmo poder se entrar, a não ser com os documentos aprovados e
seguidos de perto por outra guarda militar.
Visitante:
--- Que
horror! Não se pode nem visitar um parente! – dizia uma mulher agoniada com
tanto desespero.
No saguão de
entrada estava postado o agente policial Caio Teixeira como se esperasse o seu
velho amigo, Bartolo Revoreto em companhia de sua amante Dalva Tavares. No
instante, Bartolo se topou com a severa guarda militar e logo teve de se
identificar. A moça nada recebeu em troca, pois não era visitante ou alguém de
cobertura jornalística. Então, a moça voltou ao seu veículo. E estava ela
constrangida por não suportava tal desaforo da Polícia da Força Aérea. As
funcionárias do Hospital cochichavam de modo temeroso com temor de serem
detidas a qualquer preço. Um homem em uma maca passava, empurrada por dois
funcionários para algum lugar do Hospital. Uma enfermeira segurava uma bolsa de
soro aplicada em outro paciente. O homem era um idoso e se podia verificar pelo
seu semblante. A boca aberta do homem enfermo. E um gemido ele soltava a cada
instante. Entre todos os eternos
enfermos, os militares em ponto para vigiar quem entrava ou saía. E todos os
que saíam se voltassem teriam de mostrar a sua identidade:
Visita:
--- Mas eu saí
agora para trancar o meu carro! – dizia assustada uma mulher.
A vistoria se
completava. Se não tivesse documento, a pessoa não podia entrar de forma
alguma. A vigilância era por justo austera naquela ocasião. Em outra parte do
Hospital, o Coronel Júlio César, da Aeronáutica conversava a sós com o
investigador Caio Teixeira sobre as ordens emanadas por conta o presidiário
Wagner Rahner da doença acometida de súbito. Houve um problema cardiovascular
no General Rahner e então ele fora submetido a uma inspeção geral para detectar
alguma anormalidade no seu organismo:
Júlio:
--- Houve uma
queda súbita de pressão. O homem jazia como um cadáver! Impressionante! –
declarou em confusão de memória.
Caio:
--- Talvez ele
sofra de problemas cardiovasculares. Talvez. Ele toma algum medicamento? –
indagou para esclarecer.
Júlio:
--- Isso não
consta no seu histórico de saúde! – falou claro.
Caio:
--- Pode ter
ocorrido de momento. A prisão. Não posso acreditar em doença anterior. –
relatou
Bartolo a tudo
ouvia sem querer se envolver no assunto. Mesmo assim, a certo momento, o
repórter sem querer ser ousado, indagou:
Bartolo:
--- Quem
prepara a comida do palerma? – indagou com suspeita.
Júlio:
--- A comida é
a mesma dos oficiais mais antigos. Ora que pergunta! – reprovou o coronel
A Polícia
Federal procurava em todos os recintos presença de alguém suspeito sem nada
encontrar de imediato. Um militar chegou ao Coronel Júlio César e declarou;
Militar:
--- Suas
ordens foram cumpridas, meu Coronel. – disse ele a bater continência e dar meia
volta
Nesse instante
o Coronel Júlio César se desculpou do agente Caio Teixeira e se afastou até o
gabinete improvisado para atender os chamados de última hora e foi rever a
lista de novas pessoas. Entre elas, estava Dalva Tavares com acesso permitido
àquela hora então. Em conversa particular, Caio indagou de Bartolo:
Caio:
--- Que
história foi aquela de quem preparava a comida do General Rahner? – com
surpresa.
Bartolo:
--- Nada
demais. Apenas uma pergunta desinteressante. – respondeu
Caio:
--- Menino! –
chamou a atenção de Bartolo
Nesse ponto
chegou ao seu lado a amante Dalva Tavares cheia de abusos, conturbada até, por
ter ficado de fora do que podia saber então. Com ela estava o Coronel Júlio
César e pediu mil desculpas pela guarda não permitir a entrada da moça no primeiro
instante.
Júlio:
--- O senhor
sabe. Ordens são ordens. Desculpe-me não ter permitido a entrada da moça no
primeiro instante. Afinal, o preso está nesse edifício e não sabemos quem são
seus cúmplices. – relatou o coronel com toda calma do mundo.
Caio:
--- Não houve
nada demais. No meu setor também se processa da mesma forma. – sorriu
Júlio:
--- Algo a
mais? – indagou
Nada mais
tinha a relatar o agente.
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