sábado, 4 de maio de 2013

"NARA" - 45 -

- Jacqueline Bissett -
- 45 -
DIA SEGUINTE
No dia seguinte, Eurípedes saiu logo cedo de sua casa em busca do hospital. O tremor de terra acabara de momento. O médico tinha o dever de verificar os enfermos e, de modo principal, a sua noiva internada há um dia. O doutor Eurípedes estava tenso, porém sabia não haver nada a temer, pois o caso de Nara era circular, aparentado ser a cada mês ou mais tardar, de alguns meses. Na verdade, a virgem moça teve preocupação extremada naqueles dias por conta, principalmente do primeiro abalo. Ele não teve tempo suficiente de conversar com o seu pai e teve oportunidade de observar Margarida poucas vezes, quando a moça estava a cuidar das roupas no varal da casa. E foi apenas um “olá, como vai”,  sorrisos e nada mais. Ao passar pela Cigarreira, o rapaz comprou um jornal da manhã para tomar conhecimento do acontecido no dia passado. Sempre que podia o médico fazia essa “aventura” e até sorriu quando se lembrou do caso. Dentre outros assuntos tinha o sismo. Foi tremor de 7,7 graus na Escala Richter a uma profundidade de 40 quilômetros atingindo as placas tectônicas existente no Oceano. O médico nada fez. Mesmo assim seria ótimo averiguar com cientistas do ramo e observar se tal sismo poderia se repetir mais constante. O informe dava ainda como número de mortos cerca de quarenta pessoas apenas na capital. No restante do Estado, o Departamento de Sismologia não tinha dados concretos. O Governo afirmava ser muito cedo para definir numero de mortos. Terminando de ler a notícia o médico seguiu em frente vendo os estragos provocados da cidade. A Caixa de Água estaria vazia naquele momento, pois a adutora de abastecimento estourou fazendo estragos na linha do Bonde e demais bairros da Capital além da Rua da Praia conhecida por Rua do Motor. No Hospital havia falta de água tendo a direção se apoiado nos carros tanques do Exército e Marinha. A dificuldade encontrada era a de chegar ao Hospital os carros tanques. Com o rompimento da Caixa as adutoras ficaram inoperantes. Logo cedo, o médico adentrou ao seu trabalho ingressando no seu gabinete. No local chegou a conhecer recentes apontamentos e logo depois saiu, deixando uma funcionária a se ocupar de certos assuntos. Nada o médico indagou apesar de sabido de uma reunião ainda durante a manhã. Eurípedes ouviu o relato e agradeceu. Ele vestiu a beca e logo a seguir saiu a visitar os enfermos chegados às ultimas horas. Euripedes tomou conhecimento por parte de uma enfermeira ser aqueles os doentes menos graves. O lamento era de todos os enfermos. Ele nada fez a não ser verificar os apontamentos deixados por um médico de plantão. Ao sair indagou a uma enfermeira se havia alguma novidade. A enfermeira respondeu:
Enfermeira:
--- O pátio está repleto de enfermos! O Hospital está fazendo o que pode e mais! Não sei! Algumas enfermeiras estão com seus parentes acamados nessa casa de loucos! – chorou a mulher.
O médico nada comentou. Apenas olhou para o salão toado por pacientes, cada qual o mais doente. As enfermeiras e auxiliares cuidavam de muitos sem nada poder fazer. A sirene de uma ambulância anunciava a chegada do carro com mais doentes. O médico coçou a cabeça e nada pode fazer. Em seguida se dirigiu ao apartamento onde estava a sua noiva. No local havia pilha de objetos em desuso amontoado em um canto. Não tinha mais uma auxiliar. Apenas ele encontrou o seu futuro sogro a olhar o tempo. A moça estava quieta, deitada em sua cama. O médico indagou a seu Sisenando como estava a situação.
Sisenando;
--- Normal. A menina está bem. Eu acho. Ceci seguiu para a casa. Ela levou o neto. Apenas isso. – declarou um pouco tristonho
Eurípedes;
--- Muito bem. Eu vou levar Nara agora mesmo. O Hospital está lotado de doentes. Ela está bem. O sangramento foi suspenso. – respondeu de modo preocupado o médico.
De volta à residência, Nara continuou calada. Apenas um pouco zonza. Eurípedes seguia com o seu pai a conversar sobre os efeitos do sismo. O tempo estava claro com o sol matinal. Nesse instante Nara falou um pouco em sussurro:
Nara:
--- A minha cabeça está zonza. – disse a moça e começou a vomitar.
Sisenando a olhar para trás viu a sua filha vomitando. E chamou o futuro genro.
Sisenando:
--- Pare o carro! Pare o carro! Pare o carro! Nara passa mal! – falou atrapalhado o velho.
Eurípedes brecou o veículo e saiu com pressa para o banco de trás procurando acalmar a noiva enquanto tirava de seu bolso o estetoscópio para verificar a pressão. Mas que depressa o velho Sisenando caminhou pela outra porta e totalmente desnorteado indagou com vexame:
Sisenando:
--- O que você sente? – indagou o pai totalmente atrapalhado.
Nara nada dizia. Apenas vomitava no salão do veículo. O médico tirou do bolso um frasco de um medicamento e depois notou não ser aquele. Coçou a cabeça e em um segundo deitou a moça no banco de trás e fez massagem nos pulsos para evitar os seios. O pai totalmente desnorteado apenas queria saber o estado de saúde de Nara. O médico procurou acalmar o velho e respondeu apenas:
Eurípedes:
--- Mal estar. É melhor levá-la a outro hospital. E depressa. O senhor fica no banco de trás. Vê se ajuda. Nara tenha calma. Vamos resolver a sua situação. – falou calmo, mas com pressa.
De imediato Eurípedes fez meia volta e rumou com pressa para a Maternidade onde a moça devia ter sido internada desde seu desarranjo. O carro de Eurípedes voou como uma pena e não demorou tanto em chegar a Maternidade. O medicou levou a noiva nos próprios braços enquanto os maqueiros pediam para ajuda-lo. E então o médico acedeu ponde a moça na cama do pronto socorro. Avisou à funcionária para “andar” depressa om a paciente.
Atendente:
--- Nome? – indagou a moça.
Euripedes:
--- O  pai vem atrás. Ele da às informações cabíveis! Vamos! Vamos!...- falou Eurípedes a notar algo como sangue ou mucosa uterina.
Os maqueiros foram depressa para uma saleta de emergência. Um médico experiente surgiu e se pôs a indagar eventuais problemas. As respostas eram dadas. Eurípedes destacou ser a primeira vez do acontecido. A enfermeira fez de imediato um soro na paciente enquanto os médicos conferenciavam a respeito da saúde de Nara.
Médico:
--- Nada de gravidez? – indagou o medico.
Euripedes;
--- Em absoluto. Ela sofreu pelo recente abalo ocorrido em Natal. O anterior. Esteve estressada por demais. Além disso, eu julgo ser algo ligado ao endométrio. – falou o doutor Eurípedes.
E a conversa girou por quase meia hora e os dois médicos foram visitar de perto a paciente para observar como estava a moça. O medico da Maternidade auscultou a virgem e tocou de leve na região uterina para sentir algo de anormal. Depois de certo tempo o  médico se voltou para Euripedes e comentou ser preciso um exame mais acurado para se ter um resultado mais conclusivo.
Médico
--- A jovem fica por mais um dia para se observar como se passa – comentou.
Sisenando de imediato chegou à Enfermaria onde podia estar a sua filha querida, porém na metade do caminho encontrou com o doutor Eurípedes e este o orientou a esperar pela sua mulher e o neto, pois naquele instante a moça já estava medicada e em repouso. O homem Sisenando baixou a cabeça, bateu com o chapéu e aceitou a ponderação. E o médico Eurípedes ficou de seguir até a casa de Nara para avisar a troca de Hospitais naquele instante. E esperava de Ceci o compreender.
Nara ficou internada por três dias enquanto os médicos analisavam o problema da doença. Após esse diagnostico, o doutor Eurípedes foi incumbido de dar o seu parecer, pois como noivo era mais em conta para ele falar da síndrome de ovário policístico, um desequilíbrio nos hormônios sexuais femininos. Com esse desequilíbrio hormonal pode causar alterações no ciclo menstrual com a formação de pequenos cistos nos ovários.
Ceci:
--- É grave doutor? – indagou espantada a mulher.
Eurípedes:
--- Não. ... Não é. Mas pode causar inclusive a infertilidade. Esse problema trás incômodos à moça. ...E tem casos de outra irmã sofrer de igual distúrbio. Como Nara não tem irmã, ela é a primeira. – explicou Eurípedes.
Nara;
--- O que vocês falam em cochicho? – indagou a moça por despertar sua curiosidade..
Eurípedes;
--- O seu problema. É um caso comum. Mas você deve ter na certa a infertilidade. Pode-se fazer uma cirurgia. Mesmo assim, ainda se desconhece o parecer da síndrome. Mas isso não prejudica em nada você casar. Tem moças que às vezes tem duas menstruações cada mês. Tudo é complexo. O seguro mesmo é se tratar. – sorriu o medico.

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