- Jacqueline Bissett -
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DIA SEGUINTE
No dia
seguinte, Eurípedes saiu logo cedo de sua casa em busca do hospital. O tremor
de terra acabara de momento. O médico tinha o dever de verificar os enfermos e,
de modo principal, a sua noiva internada há um dia. O doutor Eurípedes estava
tenso, porém sabia não haver nada a temer, pois o caso de Nara era circular,
aparentado ser a cada mês ou mais tardar, de alguns meses. Na verdade, a virgem
moça teve preocupação extremada naqueles dias por conta, principalmente do
primeiro abalo. Ele não teve tempo suficiente de conversar com o seu pai e teve
oportunidade de observar Margarida poucas vezes, quando a moça estava a cuidar
das roupas no varal da casa. E foi apenas um “olá, como vai”, sorrisos e nada mais. Ao passar pela
Cigarreira, o rapaz comprou um jornal da manhã para tomar conhecimento do
acontecido no dia passado. Sempre que podia o médico fazia essa “aventura” e
até sorriu quando se lembrou do caso. Dentre outros assuntos tinha o sismo. Foi
tremor de 7,7 graus na Escala Richter a uma profundidade de 40 quilômetros
atingindo as placas tectônicas existente no Oceano. O médico nada fez. Mesmo
assim seria ótimo averiguar com cientistas do ramo e observar se tal sismo
poderia se repetir mais constante. O informe dava ainda como número de mortos
cerca de quarenta pessoas apenas na capital. No restante do Estado, o
Departamento de Sismologia não tinha dados concretos. O Governo afirmava ser
muito cedo para definir numero de mortos. Terminando de ler a notícia o médico
seguiu em frente vendo os estragos provocados da cidade. A Caixa de Água estaria
vazia naquele momento, pois a adutora de abastecimento estourou fazendo
estragos na linha do Bonde e demais bairros da Capital além da Rua da Praia
conhecida por Rua do Motor. No Hospital havia falta de água tendo a direção se
apoiado nos carros tanques do Exército e Marinha. A dificuldade encontrada era
a de chegar ao Hospital os carros tanques. Com o rompimento da Caixa as
adutoras ficaram inoperantes. Logo cedo, o médico adentrou ao seu trabalho
ingressando no seu gabinete. No local chegou a conhecer recentes apontamentos e
logo depois saiu, deixando uma funcionária a se ocupar de certos assuntos. Nada
o médico indagou apesar de sabido de uma reunião ainda durante a manhã.
Eurípedes ouviu o relato e agradeceu. Ele vestiu a beca e logo a seguir saiu a
visitar os enfermos chegados às ultimas horas. Euripedes tomou conhecimento por
parte de uma enfermeira ser aqueles os doentes menos graves. O lamento era de
todos os enfermos. Ele nada fez a não ser verificar os apontamentos deixados
por um médico de plantão. Ao sair indagou a uma enfermeira se havia alguma
novidade. A enfermeira respondeu:
Enfermeira:
--- O pátio
está repleto de enfermos! O Hospital está fazendo o que pode e mais! Não sei!
Algumas enfermeiras estão com seus parentes acamados nessa casa de loucos! –
chorou a mulher.
O médico nada
comentou. Apenas olhou para o salão toado por pacientes, cada qual o mais
doente. As enfermeiras e auxiliares cuidavam de muitos sem nada poder fazer. A
sirene de uma ambulância anunciava a chegada do carro com mais doentes. O
médico coçou a cabeça e nada pode fazer. Em seguida se dirigiu ao apartamento
onde estava a sua noiva. No local havia pilha de objetos em desuso amontoado em
um canto. Não tinha mais uma auxiliar. Apenas ele encontrou o seu futuro sogro
a olhar o tempo. A moça estava quieta, deitada em sua cama. O médico indagou a
seu Sisenando como estava a situação.
Sisenando;
--- Normal. A
menina está bem. Eu acho. Ceci seguiu para a casa. Ela levou o neto. Apenas
isso. – declarou um pouco tristonho
Eurípedes;
--- Muito bem.
Eu vou levar Nara agora mesmo. O Hospital está lotado de doentes. Ela está bem.
O sangramento foi suspenso. – respondeu de modo preocupado o médico.
De volta à
residência, Nara continuou calada. Apenas um pouco zonza. Eurípedes seguia com
o seu pai a conversar sobre os efeitos do sismo. O tempo estava claro com o sol
matinal. Nesse instante Nara falou um pouco em sussurro:
Nara:
--- A minha
cabeça está zonza. – disse a moça e começou a vomitar.
Sisenando a
olhar para trás viu a sua filha vomitando. E chamou o futuro genro.
Sisenando:
--- Pare o
carro! Pare o carro! Pare o carro! Nara passa mal! – falou atrapalhado o velho.
Eurípedes
brecou o veículo e saiu com pressa para o banco de trás procurando acalmar a
noiva enquanto tirava de seu bolso o estetoscópio para verificar a pressão. Mas
que depressa o velho Sisenando caminhou pela outra porta e totalmente
desnorteado indagou com vexame:
Sisenando:
--- O que você
sente? – indagou o pai totalmente atrapalhado.
Nara nada
dizia. Apenas vomitava no salão do veículo. O médico tirou do bolso um frasco
de um medicamento e depois notou não ser aquele. Coçou a cabeça e em um segundo
deitou a moça no banco de trás e fez massagem nos pulsos para evitar os seios.
O pai totalmente desnorteado apenas queria saber o estado de saúde de Nara. O
médico procurou acalmar o velho e respondeu apenas:
Eurípedes:
--- Mal estar.
É melhor levá-la a outro hospital. E depressa. O senhor fica no banco de trás.
Vê se ajuda. Nara tenha calma. Vamos resolver a sua situação. – falou calmo,
mas com pressa.
De imediato
Eurípedes fez meia volta e rumou com pressa para a Maternidade onde a moça
devia ter sido internada desde seu desarranjo. O carro de Eurípedes voou como
uma pena e não demorou tanto em chegar a Maternidade. O medicou levou a noiva
nos próprios braços enquanto os maqueiros pediam para ajuda-lo. E então o
médico acedeu ponde a moça na cama do pronto socorro. Avisou à funcionária para
“andar” depressa om a paciente.
Atendente:
--- Nome? –
indagou a moça.
Euripedes:
--- O pai vem atrás. Ele da às informações
cabíveis! Vamos! Vamos!...- falou Eurípedes a notar algo como sangue ou mucosa
uterina.
Os maqueiros
foram depressa para uma saleta de emergência. Um médico experiente surgiu e se
pôs a indagar eventuais problemas. As respostas eram dadas. Eurípedes destacou
ser a primeira vez do acontecido. A enfermeira fez de imediato um soro na
paciente enquanto os médicos conferenciavam a respeito da saúde de Nara.
Médico:
--- Nada de
gravidez? – indagou o medico.
Euripedes;
--- Em
absoluto. Ela sofreu pelo recente abalo ocorrido em Natal. O anterior. Esteve
estressada por demais. Além disso, eu julgo ser algo ligado ao endométrio. –
falou o doutor Eurípedes.
E a conversa
girou por quase meia hora e os dois médicos foram visitar de perto a paciente
para observar como estava a moça. O medico da Maternidade auscultou a virgem e
tocou de leve na região uterina para sentir algo de anormal. Depois de certo
tempo o médico se voltou para Euripedes
e comentou ser preciso um exame mais acurado para se ter um resultado mais
conclusivo.
Médico
--- A jovem
fica por mais um dia para se observar como se passa – comentou.
Sisenando de
imediato chegou à Enfermaria onde podia estar a sua filha querida, porém na
metade do caminho encontrou com o doutor Eurípedes e este o orientou a esperar
pela sua mulher e o neto, pois naquele instante a moça já estava medicada e em
repouso. O homem Sisenando baixou a cabeça, bateu com o chapéu e aceitou a
ponderação. E o médico Eurípedes ficou de seguir até a casa de Nara para avisar
a troca de Hospitais naquele instante. E esperava de Ceci o compreender.
Nara ficou
internada por três dias enquanto os médicos analisavam o problema da doença.
Após esse diagnostico, o doutor Eurípedes foi incumbido de dar o seu parecer,
pois como noivo era mais em conta para ele falar da síndrome de ovário
policístico, um desequilíbrio nos hormônios sexuais
femininos. Com esse desequilíbrio hormonal pode causar alterações no ciclo
menstrual com a formação de pequenos cistos nos ovários.
Ceci:
--- É grave
doutor? – indagou espantada a mulher.
Eurípedes:
--- Não. ...
Não é. Mas pode causar inclusive a infertilidade. Esse problema trás incômodos
à moça. ...E tem casos de outra irmã sofrer de igual distúrbio. Como Nara não
tem irmã, ela é a primeira. – explicou Eurípedes.
Nara;
--- O que
vocês falam em cochicho? – indagou a moça por despertar sua curiosidade..
Eurípedes;
--- O seu
problema. É um caso comum. Mas você deve ter na certa a infertilidade. Pode-se
fazer uma cirurgia. Mesmo assim, ainda se desconhece o parecer da síndrome. Mas
isso não prejudica em nada você casar. Tem moças que às vezes tem duas
menstruações cada mês. Tudo é complexo. O seguro mesmo é se tratar. – sorriu o
medico.
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