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MONGE
A nave interplanetária seguiu o seu curso em velocidade
tremenda, porém não sentida pelos seus dois passageiros, pois a atividade era
apenas visível por quem a avistasse. O Monge Ambrósio e o seu noviço De
Astúrias permaneciam sisudos a olharem
ao derredor como se estivessem preocupado com o tempo de viagem. O monge não
tirava da cabeça o que deixara para trás: o Observatório da Serra. E contra
isso resmungava constante como se fosse um bonequinho esquecido em cima da
coberta da cama. Os três tripulantes, homens severamente altos, desapareceram
incontinente ao penetrar na nave. No salão não havia nem a alma de alguém. Nem
mesmo o barulho de alguma máquina se escutava. A estrutura do disco era hermeticamente
fechada não se divisando nada no seu exterior. A iluminação do salão da nave
era amplamente total e se divisava o mínimo detalhe se houvesse. Se houvesse
uma vertiginosa velocidade para a direita ou para a esquerda, disso o Monge não
saberia dizer. Apenas se surpreendeu quando um telão caiu logo à sua frente e
apareceu a imagem desconhecida de alguém. O Monge se estarreceu de momento e
uma voz seca e quase abafada surgiu no ar.
Comandante:
--- Sejam bem vindos à casa dos Sumérios, senhores. Eu sou o
Comandante Andro. Ao meu lado estão os demais assessores Isis e Remo. Nós
agradecemos a sua presteza em oferecer seu decisivo apoio a nossa causa. Como
os senhores já ouviram relatar em tempos remotos, nós, os sumérios já visitaram
o vosso planeta há milhares de anos. E continuamos a fazer as nossas
costumeiras visitas. Como podemos ditar, nós os sumérios, viemos do planeta
Nibiru. Não fosse a ação nefasta de alguns governantes da Terra, o nosso
planeta terminaria no caos. Mas os Governantes por hora envolvidos com a ação
não contavam com os nossos armamentos dominantes. Nós desfizemos as bolas atômicas
por eles mandadas com um simples artefato de antimatéria. E não sobrou vestígio
algum dos que foram dirigidos ao nosso planeta. Nós não queremos guerra. Apenas
o direito de habitar o vosso planeta. Por isso eu vos convido a entender melhor
o estado dos nossos habitantes. – falou o comandante Andro
O Monge Ambrósio de Escócia nada falou por estar preocupado
até demais com o seu Observatório e o tormento causado a central de Roma onde
ninguém sabia de nada. A ocorrência viera do comandante Andro e apenas o Monge
Ambrósio sabia deferir o ocorrido. Com a cabeça atormentava e a nave a viajar e
ele não sabia para onde, apenas fez menção de aceitar a missão de forma
incontinente. Afinal os Sumérios foram povos os quais habitaram o seu
território desde há tempos infindos. E se estavam de volta, então era preciso
conhecer a sua verdadeira arte. O Comandante Andro continuou a conversa
alegando ter o Monge a oportunidade de clamar aos Governos para por fim as
atuais desavenças. E dito isso o Comandante se despediu a relatar ter o Monge à
oportunidade de ver a imensa astronave a ser acolhida por ele.
Comandante:
--- Vós podeis ver em instante quão pequena é essa nave em
comparação com a que vos acolherá. – falou o comandante Andro.
Na escuridão do Universo, os dois Monges nem imaginavam ter
aquela nave a pequenez em tamanho de uma nave mãe de proporções descomunais.
Eles sem dúvidas eram apenas crianças diante de um imenso Universo ancião. Era
a tentativa de encontrar o homem do espaço e procurar seu significado nas
estrelas. O Monge a procurar do significado da vida não a tal que ele a tão bem
conhecia. Aquele era sem duvidas um fenômeno natural e sombrio. Os
extraterrestres estavam enfim no nosso quintal. A possibilidade de vida em
outros planetas sempre o deixou intrigado. E as imagens de objetos estranhos
deixavam incrédulo o pobre Monge. As aparições de Ufos sempre deixaram o Monge
pasmado. Ele os avistara, então, como bolas de bilhar. Mesmo assim, nunca
dissera algo nesse sentido a ninguém. E no instante final de sua vida, Ambrósio
foi despertado por uma fantástica missão. Os extraterrestres não eram feios.
Até mesmo eles eram belos, apesar de sua altura descomunal. A jovem moça Isis
era um exemplo disso. Pele alva no seu rosto. Maciez incrível. Olhos normais
parecendo os de uma sacerdotisa. Boca suave e de resto o Monge nada podia
falar. A roupa de um amianto ou seda ocultava todo o seu complemento. As
inertes e obscuras luzes brancas, vermelhas, amarelas e azuis chegavam a um
ponto onde o Monge podia adivinhar:
Monge:
--- Já estamos chegando ao termo de nossa missão. – disse ele
murmurando ao noviço cheio de temor.
O noviço nada respondeu. Ele se agachou na espécie de
poltrona a descer até o fim.
Muitos dos quais invisíveis a olho nu, os Ufos aterravam e
levantavam vou a qualquer instante. Assim eram os quais a vagar circunspecto e
pleno de temor o Monge Ambrósio e o noviço Euclides de Astúrias por entre
estranhas luminosidades candentes. Era um novo leque nas dimensões dos Discos. Era
esta descoberta a reveladora de seres viventes do espaço. As criaturas
espaciais. Uma forma de vida invisível à simples visão. Essas espaçonaves
viajavam a alta velocidade em suas missões. A existência de naves era conhecida
de há muito pela NASA e outros países do Ocidente. Porém nunca divulgada.
Ao chegarem ao centro da nave mãe, os convidados foram
recebidos pelo alto comando do supremo Exército dos emblemáticos Sumérios e
logo apresentados à autoridade maior presente, o Sacerdote Ótaka e à
Sacerdotisa Maja Magda. O Monge Ambrósio fez as suas reverencias pessoais
seguidas por seu auxiliar, o noviço Euclides de Astúrias. Dai em diante o grupo
seguiu para um salão amplo e oval onde o Sacerdote Ótaka dialogou com o Monge a
explicar aquilo que os Sumérios estavam despostos a fazer. A nave mãe era um
gigantesco aeroporto onde trafegavam dezenas de naves espaciais a todo
instante. Na verdade era um campo
coberto por onde todos os acadêmicos transitavam. Era impossível de medir o seu
tamanho. Por conta disso a nave-mãe não podia sequer se aproximar da Terra. Com
relação ao buraco escuro existente do lado de cima do Sol, esse de fato existia
e por ele se transitava de um Universo a outro. Nesse segundo Universo podem
existir outros seres iguais aos se estava vendo na real circunstância. Todos
nós podemos estar existindo vidas múltiplas e paralelas. Os Universos paralelos
de fato existem a podem decidir o destino da humanidade.
Esse foi o início da conversa entre o Sacerdote Ótaka e o
Monge Ambrósio. A sua nave-mãe era habituada a cruzar o espaço passando por uma
abertura no Sol e penetrando em um buraco negro a sair em outro Universo. Esse
era um caso da física muito pouco conhecida pelos cientistas da Terra. Milhões
de Sumérios estava vivendo nesse outro Universo. Mesmo assim, no caso da Terra,
eram os que habitavam em seu planeta natural. Essa gente já estava acostumada a
viver nesse local e, embora talvez existisse outro igual, os da Terra
desistiram da segunda missão ou segunda vida. Mesmo porque eles podiam
desaparecer de um momento para outro ao cruzar com o seu semelhante do outro
Universo:
Monge:
--- Mas isso é impossível, Sacerdote! – reclamou atarantado o
Monge.
O Sacerdote Ótaka sorriu e deixou o tempo esfriar para poder
responder.
Ótaka:
--- Impossível, mas provável. Se vós quereis saber poderás ir
ao local e cientificar a verdade! – relatou com expressiva emoção o Sacerdote.
E o Monge se benzeu dizendo por amor ao desconhecido:
Monge:
--- Deus me livre de tal coisa! – argumentou com pressa e se
benzendo o Monge.
Ótaka:
--- Nós outros estava a argumentar por fé ou por razão? –
indagou a sorrir o Sacerdote.
Monge:
--- Eu creio que por fé. – respondeu atrapalhado o Monge.
Ótaka:
--- Por razão caro Monge. Por razão! – explicou o Sacerdote
ao amedrontado homem da fé.
O Monge Ambrósio se coçou todo por sua inquieta posição
frente ao Sacerdote. E esse prosseguiu:
Ótaka:
--- Os duplos cosmos existem além dos limites do Universo
conhecido. Mesmo num Universo infinito ocorrências extremamente improváveis são
possíveis. A Terra é uma enorme pilha de pedras assim como o corpo humano é uma
enorme pilha de átomos. Como esses átomos são arranjados no espaço determina
quem e o que são os humanos. Quanto maior for o padrão o ser humano terá que ir
para encontrar uma repetição. Se for procurado bem longe se encontra uma cópia
exata, por exemplo, do senhor Monge, com certeza. Esse é o seu clone cósmico.
No microcosmo bem logo abaixo de nosso eu onde nada assim parece existir. –
falou de vez o sacerdote Ótaka.
Tais explicações deixaram perturbado o astrônomo Ambrósio de
Escócia. Ele já chegava ao limite da sua compreensão humana tal explicação
pormenorizada. E quanto viesse explicações mais confusas era para a sua tacanha
mente. Homem legado as doutrinas cristãs, por mais que se exigisse ele não
aceitava viver em duas vidas ao mesmo tempo. Era assim como ele se fosse um
cristão e, ao mesmo tempo, um ateu. Já bastava ser um astrônomo e nada mais.
Monge:
--- Vamos com calma! Aonde sua Eminencia que chegar, por
favor! – relatou com ênfase o Monge a balançar as suas duas mãos para frente e
para trás.
O Sacerdote sorriu com vagar perante o desespero do Monge em
alcançar as suas pueris explicações. Sentado em uma única mesa os dois
cavalheiros se vigiavam a um só modo para não perder o desatino da explicação.
O relógio do tempo corria a um único modo e cada qual se explicava de uma forma
bastante esquisita sobre a questão do buraco disforme existente do Sol. Há
certo tempo, a sacerdotisa Maja Magda ao verificar o noviço sempre a bocejar,
com certeza, de sono o chamou a passear pelo recinto onde tudo parecia estranho
para o moço. Apesar da diferença dos tamanhos entre ambos, o noviço aceitou o
convite, pois aquela discussão levaria horas a fio para terminar. E os dois
caminharam a sentar em um carro navegador e percorrendo o amplo recinto onde
estavam os guardas bem armados atentos a todo instante. O noviço, a certa
altura indagou à sacerdotisa:
Noviço:
--- Afinal, onde estamos? – indagou pleno de
medo o rapaz.