segunda-feira, 1 de julho de 2013

"NARA" - 88 -

- Natalie Portman -
- 88 -
A LUZ
O professor Sisenando, certa vez, no início da aula falou da luz como tema. Os estudantes ficaram atentos. Os rapazes queria saber o mais profundo significado da energia ao atravessar o tempo e o espaço. Eram evidentes os estudantes já saber do que a luz podia fazer. Mesmo assim, ao ser anunciado pelo grande mestre o silencio se fez presente. Viajando pelo espaço a luz é a coisa mais rápida do Universo. Ela pode circular a Terra em apenas um segundo. Enquanto ela nos atinge vinda de grandes distancia no espaço ela revela a história do Cosmos. E somos capazes de olhar de volta o passado. A luz viajava a uma velocidade de trezentos mil quilômetros por segundo. Sua velocidade é a última barreira e nada pode ir mais rápido. Ela não pode ser vista nem sentida. É uma quantidade abstrata do imenso vaco. A taxa de movimento desde o início de toda a existência. A pedra fundamental que se chama de Velocidade da Luz:
Sisenando:
--- No planeta Terra onde a velocidade é uma exigência, as pessoas, veículos e tecnologias mais rápidas, parece engatinhar no Cosmos onde a velocidade da luz é enorme. A velocidade da luz é o exemplo de como o Universo foi construído. Essa incrível velocidade é o primeiro fenômeno que se encontra quando se confronta o fenômeno da luz. Dizer que ela é rápida é apenas um equívoco colossal.  A velocidade da luz em relação com a velocidade da vida faz o mundo funcionar do jeito que se espera. A velocidade da luz torna-se experiência do dia a dia virtualmente instantâneo. Quando uma lâmpada incandescente é acesa se nota a luz de forma instantânea. Qualquer evento ao seu redor é registrado de forma imediata.  E certas experiências mostram com clareza que a velocidade da luz viaja mais rápida do qualquer outra coisa, incluindo o som. A luz possui os seus limites quando dissipada em um lugar tão grande como o Universo. A luz do Sol, por exemplo, demora oito minutos para alcançar a Terra. A estrela mais próxima é uma estrela anã vermelha chamada de “Próximo Centauro”, aproximadamente quarenta trilhões de distância. O ano luz é nove trilhões de quilômetros: a distância que a luz viaja em um ano. Usando ano luz para descrever distância abre se outra dimensão para as características para a velocidade da luz. Sirius, a estrela mais brilhante no Céu está há 8,6 anos luz de distância. Isso significa que se observa  não como ela é hoje. Mas sim, como era ela há 8,6 anos atrás. O Núcleo Galáxia, centro da Via Láctea, está há 126 anos. A galáxia de Andrômeda, a vizinha mais próxima da Via Láctea ha 2,5 milhões de anos atrás. Mas praticamente ontem na escala cósmica. Mas o Cosmos possui também a sua imagem de infância mostrando o Universo quando ainda engatinhava. Tais galáxias possuem irmãos mais novos. Há conjunto de galáxias distantes 2,2 bilhões de anos luz de distância permitindo que se viaje no espaço e no tempo. O Universo no início de sua criação era algo como uma bolha. O que se observa na época remota  são às primeiras ondas da história alcançado a Terra a 13,7 bilhões de anos luz após elas explodirem para a existência. A radiação cósmica de fundo de micro ondas é algo mais distante que se pode vê. Ela é, por exemplo, a figura de um bebê no parto.    descreveu o professor perguntando se estava sendo entendido.
A classe estava muda e assim continuou. O professor Sisenando cada qual para ouvir surgir uma só questão. Mas nenhum dos escolares estava disposto a dialogar. Nesse momento, o professor resolveu mudar de questão. Em lugar a luz faria algo mais salutar. Mesmo com a mudança do tema ele advertiu a todos para estudarem a questão, pois, no futuro, esses informes seriam da maior importância à ciência cósmica. Não seria a indiferença de uns poucos à questão da velocidade da luz a não se importar. E o silencio prosseguiu.
Em dias após, uma noticia chocante. O grupo de cinco alemães moradores no interior do Estado foi detido e conduzido a Secretaria de Segurança Pública. O caso teria sido mantido em sigilo não fôra a perspicácia de um jornalista. Esse rapaz fazia uma matéria rotineira quando percebeu a entrada de uns homens de cor rosada a passar pelo repórter e se encaminhar a uma sala com uma escolta de seis agentes por ele desconhecidos. O jornalista se fez de tolo e acompanhou os novos detentos entrando na sala onde os homens estavam virtualmente presos. E por lá ficou.  O pequeno auditório estava em silencio. Os agentes se mantinham de pé. Os prisioneiros tiveram ordem para sentar. Era um ambiente intrigante com o pessoal calado e nem sequer notava a presença do jornalista entre eles. Após esse grave silencio entraram no salão três generais com mais seis segurança. Os segundos homens eram agentes com cada qual a levar mapas e volumosos conteúdos em suas pastas. Entre os três generais, havia um das Forças Armadas, da Aeronáutica e da Marinha. Eram homens corpulentos e de tamanho irregulares. Um era o General das Forças Armadas. O que comandava a todos os outros dois oficiais. Tão logo os Comandantes entraram do recinto, os prisioneiros receberam ordens para se por em pé. Após alguns instantes o General do Exército, pôs de pé, e apanhando uma folha de papel, olhou para os cinco aprisionados e falou;
General:
--- Senhor ex-General Karl Hélder! – chamou e calou.
O homem se empertigou e colou os pés em forma de prontidão e respondeu:
Humberto
--- Sou eu Senhor. – e fez o cumprimento nazista com o braço estendido para frente.
O General não fez menção alguma. Apenas declarou:
General:
--- De conformidade com a lei do País o senhor e seus quatro outros seguidores estão presos. A partir de agora os senhores terão que seguir para o Quartel General e aguardar novas ordens. – declarou o Comandante.
E o General se retirou do recinto junto com os demais membros que o acompanhava. Os prisioneiros saíram escoltados com as mãos algemadas para pegar um caminhão de Combate usado pelo Exercito. Outros veículos de combate e jipes também estavam do lado de fora da Secretaria de Segurança. O repórter anotou peças de artes, armamentos, bandeiras, suásticas, colares e muito ouro apreendidos pela Polícia onde estavam homiziados os nazistas no interior do Rio Grande do Norte. O sacrifício do jornalista conhecedor muito pouco do que era o Nacional Socialista foi o de juntar as peças e promover uma reportagem de primeira linha. Por conseguinte foi necessária a participação do Chefe de Redação em falar com o Governo do Estado a fim de obter maiores informações sobre a ação da polícia. A princípio o Governo tentou negar as informações declaradas do repórter amador. Mesmo assim, o Chefe de Redação declarou ter em mãos um manancial fotográfico dos prisioneiros, peças históricas e mesmo os caminhões onde estavam embarcados os referidos presidiários.
Chefe de Redação:
--- Vossa Excelência é quem sabe. Desmente ou não as fotos? – perguntou o chefe de redação.
Governador:
--- É melhor deixar a coisa esfriar um pouco. Eu nem sabia dessa operação. Foi tudo de muita surpresa. O senhor tenha cuidado com o que pode divulgar. Acho por bem não divulgar até como a situação terá um fim. – fez ver o Governador.
Chefe de Redação:
--- Vossa excelência desmente ou não da prisão dos algozes da Secretaria de Segurança? – indagou com firmeza o chefe.
Governador:
--- Eu desminto e o seu jornal pode ser mesmo fechado!!!. – falou com brutalidade.
Chefe:
--- Tem razão. Tem razão. Eu sei o que Vossa Excelência tem poderes para tal. – e resolver calar por instantes o chefe de redação.
Com dois dias de silencio após outro jornal da mesma linha publicou a matéria em letras garrafais da prisão dos nazistas em terras do Estado. No início ninguém acreditou. Mas a continuação o caso teve um desdobramento chegando mesmo à imprensa do sul do país. O Comando do Exército não se pronunciou a respeito. Contudo, os repórteres mais tarimbados conseguiram entrar em depoimentos dos prisioneiros e até ir buscar informes dos moradores do interior do Estado.
Matuto:
--- Eu vi o Exército aqui. Os homens vieram cheios de moral e aprisionaram de imediato todos os fazendeiros. – relatou o primeiro.
Dois:
--- Tinha muita coisa. Medalhas, bandeiras e até uns negócios que as mulheres ricas usam no pescoço. – disse alguém.
Três:
--- Para o senhor sentir. Esses homens orgulhosos nunca me cheiraram bem. Eles viviam em festas trancados vestidos à moda antiga. Eu não sei muito para contar. -  disse mais alguém.
Quatro:
--- Eles eram “comunistas”. Taí.  Dinarte Mariz que o diga. – declarou alguém ao desaforo.
Dinarte Mariz era líder político da região de Caicó e em 1935 comandou um verdadeiro exército contra um grupo comunista dando matança a trezentos e cinquenta homens na região do município de Campo Redondo. Esse foi um fato histórico de se marcar o ponto exato de onde houve o morticínio na subida do município a ficar na Serra do Doutor.  Mas a detenção dos nazistas no Rio Grande do Norte guardou silencio na impressa depois da divulgação dos primeiros momentos do feito. Essa prisão passou em brancas nuvens para o público em geral. E não se sabia, ao menos, o lugar exato onde aconteceu o desastre. Houve quem dissesse ter os nazistas escoltados para Rio de Janeiro em avião da FAB às caladas da noite. A Base não informava coisa alguma. E jornalistas do Rio voltaram a seu ambiente arrastando a mala. Com certeza na Capital Federal tivesse eles maiores chances em desvendar o mistério dos nazistas. No momento, tudo não passava de um verdadeiro enigma.

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