- Basílica de Vezelay -
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MILAGRES
Não foram sem êxtase ter o noviço
conhecido sem conflito os milagres de Jesus. Ele já estava sabedor do conhecer
do velho e decaído Monge um dia encontrado no meio do caminho do Observatório
da Serra. Com alegria o rapaz deu um murro no ar ao ler o escrito. A capacidade
de cura está em todas as pessoas. O noviço estava no caminho certo. Ele se
lembrou de uma anciã a qual fazia a longos anos os referidos milagres. Era ela
uma anciã notadamente pobre e nada cobrava como pagamento. Apenas dizia ser o
mal o qual não voltaria. Em suas preces a anciã costumava dizer: “Vai-te para
as ondas do mar sagrado” quando rezava ao enfermo. Era uma cura que a idosa
fazia. Como Jesus, a ditar os seus inesperados milagres, a velha também fazia
do mesmo modo. Rebuscando nas imensas estantes da Biblioteca do Mosteiro de São
Simplício o noviço De Astúrias encontrou um velho tomo a tratar de Jesus e os
quarenta dias perdidos, o Novo Testamento da Bíblia, a fundação do cristianismo
e seus vinte e sete livros culminam em dois eventos “milagrosos” no centro da
fé cristã: a Ressurreição e a ascensão de Jesus Cristo. A ressureição e a
ascensão são o que dizem que Jesus é quem Ele diz ser: “Eu sou a ressureição e
a vida”. Não vale a pena ter uma fé
cristã se essas coisas não aconteceram. Tudo depende disso, explica o autor do
tomo. Outras histórias da vida e do nascimento de Jesus são cheias de comentários.
Há conecções feitas, há explicações dadas. Quando se chega à ressureição tudo é
ligeiro. Não se conta nenhuma história a respeito. Continua o mistério. O Novo
Testamento diz claramente que o que aconteceu nos quarenta dias não está
incluído no Evangelho. Durante séculos os descrentes perguntam: “Como é
possível que uma fé inteira seja baseada em tão pouca informação?”. No Novo
Testamento Jesus Cristo volta à vida e anda pela terra há quarenta dias. No
final desses quarenta dias Ele sobe ao Céu. Até mesmo para devotos cristãos o
período de quarenta dias pode ser um pouco cego, apesar de esses dias serem os
mais profundos na Bíblia. Uma questão obvia é levantada: por que quarenta dias?
Alguns explicam: são quarenta anos no “deserto” dito em “NÚMEROS”, capítulo 14
versículo 34. A própria experiência de Jesus em seu “ministério público”: -
quarenta dias no “deserto” – Marcos, capítulo I versículo 13. Então os quarenta
dias no final da história do período de Jesus na Terra são um sinal. Não se
sabe se tem um significado simbólico. Pensa-se que pode ser apenas uma
testemunha a lembrar de que Ele esteve no “deserto” por quarenta dias e depois
partiu. Séculos de artes religiosas mostram Jesus Cristo ressuscitado andando
entre os vivos por quarenta dias. Busca-se saber o que Ele fez ou disse. As
principais fontes do conhecimento sobre Jesus de Nazaré são os Evangelhos:
Mateus, Marcos, Lucas e João. Mas além do Novo Testamento ha outras ferramentas
e materiais que podem ajudar a esclarecer essas profundas crenças cristãs.
Entre eles, o artefato mais reverenciado e controverso da cristandade: o
Sudário de Turim. O Santo Sudário é um pedaço de tecido de quatro metros e meio
por um metro e dez que tem a imagem de
um homem crucificado: a frente e o dorso. Há sangue nele e acredita-se que esse
foi o tecido que cobriu o corpo de Jesus Cristo. Além do Sudário há outras
possíveis fontes de informação sobre os quarenta dias. Fontes além do sagrado
Novo Testamento. Pastores, beduínos, nômades depois arqueólogos começaram a
encontrar urnas enterradas e começaram a descobrir os rolos que foram
cuidadosamente escondidos dentro delas. O Evangelho de Maria Madalena, o
Evangelho de Tomé, o Evangelho de Pedro. Eles foram encontrados em jarros de
barro que foram escondidos para que não se perdessem em terras do Egito no ano
de 1945. O que é interessante é que há outros Evangelhos que não entraram no
Novo Testamento. Nesses Evangelhos Jesus Cristo guardou os seus verdadeiros
ensinamentos secretos para depois de sua ressureição. Algo real. O verdadeiro
significado de salvação e da vida, nesse mundo. Se esses ensinamentos são reais
eles formam uma parte crítica da história dos quarenta dias. Os registros entre
o nascimento e a morte de Jesus Cristo contam trinta e três anos no início do
primeiro século depois de Cristo. No Novo Testamento por quarenta dias depois
de sua morte Jesus Cristo ressuscitado faz seis aparições chave: começando em
Jerusalém e indo até o norte da Galileia. Jesus apareceu em vários momentos e
em vários locais. Ele não se prendeu a uma área geográfica pequena. Ele podia
se “mover” e aparecer em diferentes lugares em momentos diferentes para pessoas
diferentes. As narrativas da ressurreição são encontros estranhos do cotidiano
com o sobrenatural. Era a vida comum com as pessoas passarem sem o reconhecerem
e o reconhecem depois. Esses eventos milagrosos registrados pela história
começam com um mistério simples, mas profundo. Um judeu é crucificado pelos
romanos. Dois dias depois sua tumba é encontrada vazia. De acordo com o Novo
testamento Jesus Cristo passou quarenta dias na terra depois da ressurreição.
Os autores escreveram pouco sobre o que ele fez e disse nesse período. Onde
começaram as investigações sobre esses quarenta dias aparentemente perdidos? A
ciência definiu o que é um evento histórico. Ele precisa de um observador. Na
ressureição não havia um sequer. Mas a ciência pode permitir a um observador,
se foi criado um registro permanente acessível suficiente tornar esse evento
histórico real. Felizmente a uma relíquia que representa esse evento: o Sudário
e Turim. Se ele é genuíno se precisa entender o que ele presenciou. Muitos
cristãos acreditam que ele presenciou o corpo de Jesus no momento exato da
ressureição. Se tiverem razão o Sudário é um documento único para visualizar as
seis aparições chave do Cristo ressuscitado durante os quarenta dias. No Novo
Testamento os quarenta dias perdidos começam com uma mulher; Maria Madalena, a
primeira pessoa a encontrar Jesus Cristo ressuscitado. Maria Madalena é uma
dessas mulheres míticas. Ela foi usada na tela na qual foram projetadas
fantasias imensas durante dois mil anos. Ela é mais lembrada na imaginação
cristã como a “prostituta” arrependida. Ela é associada ao pecado,
principalmente ao pecado sexual. Até mesmo na língua inglesa Madalena é sinônima
de “prostituta”. Mas o que se vem, a saber, é que Maria Madalena é a esposa de
Jesus de quem teve uma filha. O conteúdo
de um texto antigo descoberto no Egito no final do século XIX oferece uma nova
perspectiva que ainda não obteve aceitação universal: o Evangelho de Maria
Madalena. Esse Evangelho dá um retrato de Jesus visto por ela. Mostra Madalena
como líder da Igreja e íntima de Jesus. Uma pessoa que mostra uma sabedoria que
não está disponível para mais ninguém. De acordo com o Novo Testamento, a
segunda aparição de Jesus acontece entre Jerusalém e a cidade de Emaús. O que
acontece durante esses quarenta dias e o Novo Testamento? É possível olhar além
dos Evangelhos coisas que foram deixadas. Os autores dos Evangelhos foram
sinceros sobre o fato de que Jesus disse e fez muitas coisas depois da
ressureição. Então eles contam uma história nos Evangelhos e chegam a ser
extremamente seletivos no que escolhem falar.
Alguns estudiosos questionam se os autores dos Evangelhos são restritivos
ou seletivos. Ou se havia uma intenção mais obscura. Qual poderia ser a razão
para os autores dos Evangelhos limitarem o número de testemunhas do Jesus
Cristo ressuscitado? Lucas tem uma isca: Há certas pessoas para quem Ele quer
aparecer. Eles são os apóstolos seu circo íntimo de Jesus. Diante disso, além
dos quatro Evangelhos há vinte e três outros livros no Novo Testamento,
incluindo sete cartas que foram escritas pelo apóstolo Paulo. Elas contêm
informação sobre Jesus Cristo ressuscitado durante os quarenta dias perdidos.
Nas histórias dos Evangelhos, a segunda aparição acontece a segunda aparição
horas depois do encontro com Maria Madalena, a sua esposa, num caminho onze
quilômetros fora de Jerusalém. Um estranho se aproxima e indaga; “O que há com
vocês? Por que estão melancólicos?” E eles dizem: “Você é o único que não sabe do
que aconteceu?”. E o estranho pergunta a eles: “E o que aconteceu?”. A resposta
foi: “Tínhamos a esperança e ela foi desfeita”. Era enorme a decepção por Jesus
ter sido crucificado. Mas a história tem uma virada surpreendente. Sem que
soubessem eles conversavam com Jesus Cristo e esse Jesus estava prestes a se
revelar no caminho para Emaús, a segunda de suas aparições chave durante
quarenta dias. Os três companheiros de viajem se abrigam durante a noite, Os
apóstolos se hospedam em uma estalagem logo perto e chamam Jesus para sentar à
mesa com eles sem saber quem o convidado era. Então, Jesus pega o pão, o
abençoa e parte. Foi nesse ponto que os apóstolos reconheceram Jesus. Não por
sua face. Mas por causa do modo como Ele dividiu o pão, como o fez na Ceia dias
antes. Aqueles senhores estiveram na última Ceia. Essa ocorrência seguiu
depressa para todos os recantos entre toda a comunidade cristã. Na estalagem,
quando o pão toca a mesa Jesus desaparece daquele meio. Imediatamente os
discípulos percebem e trocam impressões sobre a verdadeira pessoa convidada. Há
um último enigma intrigante nessa segunda aparição. Por que Jesus escolheu se
revelar desta forma? A jornada de Jesus Cristo ressuscitado está longe de
terminar. Em algumas horas ele fará sua terceira aparição. Dessa vez aos
seguidores mais próximos. Quando as pessoas dizem a palavra “milagre” elas se
referem a um evento para o qual não há explicação física obvia. A questão é:
Deve continuar a ser assim? A ciência cegou a um ponto em que todo o Mundo se
conhece que já há não a permissão de algo é um milagre. O que acontece é algo
que não se entende, mas se tenta entender.
Jerusalém for o marco zero da
violência por mil anos. Esse foi o local da terceira aparição, no Senáculo, da
cidade antiga e sagrada do povo judeu. Os grandes impérios do mundo antigo
tinham disputado frequentemente naquela mesma região, naquela cidade. Jerusalém
era uma cidade de tensões políticas prontas a explodir a qualquer minuto. Nos
dias depois da crucificação, temendo por suas vidas os homens que ficariam
conhecidos como apóstolos se escondem. Podia-se imaginar qual seria a atmosfera
do Senáculo. Naquele local não existia esperança e não existia futuro. Tudo em
que se acreditava tinha acabado. Não foram apenas os romanos que mataram Jesus
Cristo. Foram os amigos mais íntimos que fracassaram, O abandonaram e até O
negaram. A ideia de que Jesus Cristo pudesse
estar vivo simplesmente não existia. A devastação Dele é intensificada pelo
histórico político da época. Uma guerra romana de um século contra o povo judeu
combatido desde o tempo do nascimento de Cristo até a era dos quarenta dias foi
escrita. A crucificação era uma arma psicológica naquela guerra. O sofrimento
intenso da crucificação não apenas dele. Isso era comum. Quem existisse ao
julgo romano era crucificado. O objetivo da crucificação era essa
característica. Grotesca, extrema e sádica. Então essa era a marca da maldade.
Uma morte lenta. Uma morte miserável.
De Astúrias:
--- Meu Deus. Era uma morte
lenta. Uma morte miserável. – compadeceu-se da real situação de Jesus o jovem
noviço.
Uma morte lenta e miserável.
Morte no calvário com as suas características de sadismo e selvageria.
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