- Maria Madalena -
- 02 -
O GRAAL
O Santo Graal era um enigma por
todos os tempos de vida do noviço Euclides de Astúrias sabedor de algo
misterioso dado por outros noviços ao discutirem essa sua origem. Pouco tempo
era passado das discussões às escondidas entre os estudantes da Santa Igreja
Católica para se construir uma verdadeira noção do poder da história. De
Astúrias ficou ciente de verdade a qual numa das histórias sobre e Graal havia
uma missão sobre o Caldeirão Mágico, a taça da vida eterna. Naquela manhã de
sol e nuvens no mínimo deixava o rapaz amedrontado sobre tais acontecidos
rumores. Em estudos feitos na Biblioteca
do Observatório, o jovem teve a oportunidade de ver o segredo da espada de luz
do deus celta dada aos heróis após as batalhas ardentes contra invasores de
seus territórios. A narrativa sobre os protagonistas vem do reino dos Celtas um
conjunto de povos organizados em múltiplas tribos e pertencentes à família linguística
indo-europeia. Boa parte da população da Europa ocidental pertencia às etnias
celtas. Na verdade, os celtas acreditavam que a natureza era divina e que
plantas, animais e até pedras se comunicavam com seres humanos. Tudo era
provido de alma. Acreditava-se que espadas, duendes e feiticeiros habitavam o
mundo natural. Os sacerdotes estavam sempre em contato com o além.
De Astúrias:
--- Havia reunião de celtas?
Mesmo às escondidas meu mestre? – indagou o noviço pleno de temor.
O monge largou o telescópio e se
voltou para o noviço para poder responder. Ele coçava a vista já um tanto
preguiçosa por olhar constante o firmamento. Após um breve tempo como se
estivesse numa imensa escuridão, o cientista pôs os seus óculos sobre os olhos
e declarou:
De Escócia:
--- É verdade. Havia sim. Eles se
reuniam em um pequeno bosque mágico para os seus estudos regulares. Os
sacerdotes eram os contadores de histórias e lendas. Eles eram poetas,
filósofos e possuíam poderes curativos. – declarou o monge soprando a lente de
seus óculos por mais uma vez
De Astúrias:
--- E os feiticeiros o que eles
faziam? – indagou engasgado com a primeira resposta.
De Escócia:
--- Feiticeiros? Esses abençoavam
os justos e amaldiçoavam os maus. – sorriu o monge.
De Astúrias:
--- Ainda bem! – respondeu
tranquilizado com a resposta.
De Escócia:
--- Mas, os feiticeiros tinham
ritos e encantamentos! – falou o monge ao pobre ser imberbe.
De Astúrias:
--- Ritos? Encantamentos? Para
que isso então? – indagou assustado o noviço.
De Escócia:
--- Para apaziguar os poderes da
natureza. – sorriu leve o monge e as breves sobrancelhas arqueadas.
Os celtas se organizaram em
tribos e ocuparam o território desde a Península Ibérica até a Anatólia, hoje
Turquia. Com o passar dos séculos eles se converteram ao cristianismo. Então
esse povo nômade sobreviveu em grande parte do território por ele ocupado. Os
celtas eram guerreiros impiedosos. Homens e mulheres. E bem se acreditava em
ressurgir depois de uma batalha sangrenta e mortal. Essa promessa estava muito
bem enraizada no sistema de suas crenças. Quando irrompia uma batalha selvagem
os grupos assumiam reinadas condições desenfreadas. Uma condição mordaz e sem
par era a de decapitar um guerreiro, pois ele assim não poderia ressuscitar.
Esse ritual bárbaro pode ajudar a trazer alguma luz à história do Santo Graal
De Escócia:
--- A convicção celta sobre esse
recipiente no século Iº depois de Cristo fornece mais uma pista para
o surgimento do Santo Graal. Houve
encontro de guerreiros sepultados de cabeça para baixo em vasos. Dentre esses,
estava um guerreiro são e salvo. Abaixo
tinha os guerreiros que foram trazidos da vida dos mortos pelo mesmo processo.
– explicou o monge.
De Astúrias:
--- Virgem Maria! – gritou alarmado
o noviço.
Com isso, o astrônomo voltou a
sorrir de cabeça curva para baixo a olhar o rapaz com suavidade. Ele sabia
muito do que estava explanando. E o jovem ainda noviço parecia desconhecer a
verdade da história.
De Escócia:
--- Assim como os cristãos, os
celtas acreditavam na ressurreição. A descoberta de um túmulo de um príncipe
perto de Stuttigart, na Alemanha se
encontrou um Caldeirão de Bronze e uma enorme copa do tamanho bastante para
acomodar um ser humano. – explicou o monge com a máxima paciência.
O noviço se mostrou mais assustado
do que antes. Essa história do Santo Graal era um enigma para o noviço e
terrível para ser estudada. A cada passo, Euclides de Astúrias se sentia mais
assombrado do que antes. Ele temia discutir abertamente o tema.
De Escócia:
--- Em todas as culturas humanas o
ato de viver tem um valor especial. Em muitas práticas rituais, viver tem uma
função mágica. Nós sabemos que isso era constante para os celtas que possuíam
recipientes mágicos que podiam conceder a salvação ou os poderes mágicos. A
tradição se manteve viva até mesmo na ideia do Santo Graal, o recipiente que
alimenta e trás salvação. – relatou ainda o astrônomo.
Depois da queda dos Celtas a missão
de recipientes mágicos sobreviveu e assim nasceram as primeiras histórias sobre
o Santo Graal. Na comunhão, os cristãos celebram a Última Ceia quando Jesus
encheu um cálice com vinho simbolizando o seu sangue. O cálice e o vinho
tornaram símbolos de vida eterna. Os acontecimentos dos últimos dias da vida de
Jesus são muito conhecidos. A história de sua crucificação foi contada, escrita
e representada inúmeras vezes. Mas há fatos menos conhecidos dessa história. E
um deles envolve o Santo Graal. Segundo a lenda, o centurião romano Longino
(Longinus) lacerou o corpo de Jesus crucificado com sua lança. José de
Arimatéia, um comerciante distinto e parente de Jesus juntou o sangue de Cristo
no cálice usado na Santa Ceia. Muitas pessoas acreditam que esse Cálice seja o
Santo Graal. Tudo isso é contado pela Igreja Católica e acredita-se que nesse
cálice, o recipiente que se chama de Graal seja aquele que foi usado para
recolher o sangue de Jesus Cristo por José de Arimatéia quando o corpo do
Mestre foi retirado da cruz. Jesus foi levado para o túmulo da família de José
de Arimatéia. Essas lendas e tradições foram à base para o mito do Graal e
empreendida por o Rei Arthur e seus cavaleiros, guerreiros que precisavam de um
ideal cavalheiresco da lenda arthuriana. Era a busca pela perfeição simbolizada
pelo Graal. Segundo a tradição José de Arimatéia guardou o Cálice. Mas por
própria conta dos perseguidores de Jesus, o comerciante foi capturado e mandado
para a prisão. Depois de libertado, José de Arimatéia abandonou sua terra natal
e seguindo uma antiga rota de comércio através do Mar Mediterrâneo ele viajou
até o sul da França. Acredita-se que José tenha se estabelecido em terras da
Gália junto com outros discípulos, incluindo Maria Madalena. Teria o Santo
Graal cruzado à Europa. Sob o ponto de vista puramente arqueológico é
perfeitamente aceitável que um homem distinto como José de Arimatéia tenha
levado o Cálice que tenha sido usado em ocasiões festivas. A Páscoa, por
exemplo.
De Escócia:
--- Ninguém sabe onde ficou
guardado o Santo Graal assim que chegou à Europa. Há muitos relatos
conflitantes. Uma das discutíveis narrativas mais antigas diz que José,
possivelmente acompanhado do próprio Jesus Cristo visitou à Grã Bretanha e
levou o Cálice consigo. – explicou o monge ao seu pupilo.
De Astúrias:
--- Jesus! – fez o noviço numa
longa expressão.
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