- Santo Graal -
- 05 -
TRADIÇÃO
Uma pequena Igreja se encontra no
caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Acredita-se que por séculos o
Nicho tenha guardado o Santo Graal. No século Doze muitos romances sobre o
Graal foram escritos. No ano de 1210 o poeta Wolfram Von Eschenbach, Cavaleiro
Templário escreveu um poema descrevendo a aventura de Parsifal (Inocente
Casto). O poeta considerava o Graal como um objeto, uma pedra com poderes
mágicos. Assim como o livro da Cornucópia esta “pedra” oferecia alimentos e
juventude eterna. Acredita-se que o seu conhecimento veio através de um homem
chamado Kyot, de Provença ou Toledo, na Espanha. Nessa época Toledo era um
centro de ciência e literatura da cidade. O legado está guardado na Catedral da
cidade. O manuscrito escrito em árabe, hebraico e latim e há indícios sobre o
autor original sobre o Graal.
De Astúrias:
--- O que se diz sobre o Graal,
meu nobre mestre? – indagou o noviço.
De Escócia:
--- Em um pergaminho do século 12
se encontra um documento escrito como Guinle Antenabon sendo o autor original
do Graal, o misterioso George. O documento foi historiado pela esposa do Rei
Afonso I governante de Aragão e Navarra, na Espanha, em meados daquele século,
época que a veneração ao Santo Graal atingiu o seu ápice. Em busca de mais rastros
se parte para o leste da Espanha a procura de novas pistas. Os peregrinos foram
até a Igreja de São Pedro em um vilarejo onde se sabia que o Rei Afonso I
costumava se dirigir até a um local existente para a sua contemplação silenciosa
onde o Santo Graal foi venerado por muito tempo. Esse ponto serviu de
interrogação ser o Rei de Navarra seu também guardião do Santo Graal. Mas o Rei
sofrera de uma enfermidade fatal e só Parsifal, então guardião do Graal, podia
salva-lo. E levou muitos anos até Parsifal encontrar o Castelo do Rei. Ao que
parece não houve tempo para salvar o Rei Afonso. Uma capela no local tem uma
cruz dos Cavaleiros Templários. Esses homens Templários guardavam o Santo
Sepulcro em Jerusalém e tornaram-se os Guardiões do Graal. – explicou o monge.
De Astúrias:
--- Tudo isso é muito estranho.
Não haveria outro local para guardar o Santo Graal, meu mestre? – indagou o
noviço.
De Escócia:
--- Acredita-se que o Castelo do
Graal estivesse localizado em um lugar remoto e coberto pela vegetação,
invisível a olho nu. Na Idade Media os Castelos eram símbolos de poder e força.
Eles eram construídos em local que inspirava respeito mesmo a uma grande
distância. O remoto vale dos Pirineus espanhóis era um lugar prefeito para um
Castelo escondido. Existe na Espanha o Mosteiro fortificado de San Juan de lá
Penha. É o local para aonde o Rei Afonso I foi levado depois de ferido. O pátio
interno é impressionante. Tem-se no local uma fileira dupla com guinchos
funerários com representação interessante. Uma âncora foi trabalhada por sobre
um símbolo cristão. Parsifal tinha uma âncora em seu Brasão. Então se admitia
que essa âncora fosse mais um elo de provas que se tentou descobrir o Graal. Em
Barcelona, na Espanha, no registro real da Biblioteca da cidade há mais
evidência sobre o Graal. Um documento se refere a o Mosteiro fortificado e um
presente. Esse presente é descrito metade em espanhol e metade em latim, como
um Cálice lapidado ou um Cálice de pedra. O mesmo Cálice de pedra já ter sido
guardado na Capela de San Juan de lá Penha. Na parte mais antiga do Mosteiro
existem abóbadas de pedra, um local ideal para se guardar o Graal. A Capela
mencionada no documento dos registros reais está localizada por sobre as
abóbadas. Elas foram construídas como um Templo. Essa era a sala que Parsifal
procurava e que a literatura descrevia como um Templo dentro de um Castelo. De
acordo com a história quando finalmente Parsifal encontrou o Santo Graal após
suas muitas aventuras ele testemunhou a procissão do Graal que foi liderada por
uma virgem do descrito Santo Graal. Logo atrás vinha um carregador que trazia a lança que ferira o
corpo de Jesus Cristo. A lâmina da lança nunca parou de sangrar. Uma
carregadora também estava presente. Ela carregava uma travessa na qual
supostamente esteve deitada a cabeça de João Batista. – completou o monge
beneditino.
O noviço Euclides de Astúrias ouviu
toda a explanação ele de muito admirado. Em plena manhã de sol o rapaz ficou até de
boca aberta e olhos desorbitados. Nada comentava como se tudo o que ouvira
fosse uma alucinação. As árvores ciprestes davam o tom de sua graça a balançar
constante as suas galhas a todo instante. Pássaros canoros agitavam-se como
ternas crianças a gargalhar. O silvo do vento cálido era por demais insistentes.
Abelhas arapuás faziam sua féria no tronco do pau-brasil. Por longe de onde
estava o Observatório viandante a caminho sem dar a mínima importância
caminhava como se nada houvesse a discorrer. No caminho da serra apenas o vento
instigante.
De Astúrias:
--- Mestre! Tem algo mais? –
indagou o noviço ardendo por conhecer a história.
O
monge olhou a distancia e se voltou para o seu pupilo. Sorriu com vagar.
De Escócia:
--- Queres saber? Pois bem: Eu
imagino que a busca pelo lendário Santo
Graal esteja no seu fim. Essa parte, que julgo ser derradeiro, então me
leva a Valencia, ainda na Espanha. Ali existe
a Capela do Santo Graal. Apesar da Igreja Católica nunca ter oficialmente
reconhecido o Santo Graal como relíquia santa, ele tem sido venerado em sua
capela por cerca de 600 anos. Sobre o altar existe um sacrário protegido com
vidros a prova de bala. Ali dentro está recipiente mencionado o documento da
Biblioteca de Barcelona: o Cálice lapidado. O Cálice de pedra. O Santo Graal.
Segundo o poema do Santo Graal, de vez em quando uma inscrição estranha
aparecia do Graal. Inscrições que não foram até hoje decifradas. E assim se chega
ao fim da busca ao Cálice Santo, o Cálice da Última Ceia, desde os celtas à era
cristã. Mas não existe uma conclusão verdadeira para a história. O Graal ou o
Cálice continuará para sempre um enigma. Como as linhas entre a realidade e a
imaginação, a fantasia e a história continuam nas mesmas áreas de um conto. O
Santo Graal permanecerá para sempre contado diferente para pessoas diferentes.
E a busca para se encontrar a verdade permanece. – definiu o monge com seu
olhar ao noviço.
O Santo Graal é um dos mais antigos
e enigmáticos mitos da humanidade. Sob uma análise superficial, é o cálice
usado por Jesus Cristo no episódio da Última Ceia e que contém seu sangue, que
havia sido recolhido no momento da crucificação. O termo Graal, no francês arcaico, significa bandeja. Por outro lado, pode ter origem
latina, no vocábulo Gradalis, que
significa cálice. Já o termo Sangraal
seria uma variação etimológica de Sangue Real. Numa narrativa mais fantasiosa,
o próprio Cristo, quando esteve na Cornuálha (Inglaterra), recebeu de presente
um cálice de um druida (sacerdote celta). Jesus atribuía um valou especial a
este objeto. Após o episódio da crucificação, José de Arimatéia decidiu levar o
objeto, já santificado pelo sangue de Jesus, de volta ao sacerdote celta. Este
sacerdote celta seria Merlin, o poderoso mago das lendas da Távola Redonda.
Há, pelo menos, duas versões para
justificar a origem e o desenvolvimento histórico do mito. Numa primeira
análise, a lenda conta que José de Arimatéia recolheu no cálice utilizado na
Última Ceia, o sangue de Jesus, no momento em que este era crucificado, após o
último golpe de lança aplicado pelo soldado romano conhecido por Longinus.
José, que era membro do Sinédrio (tribunal judeu) e um homem de posses,
solicitou ao Imperador Pôncio Pilatos o corpo de Cristo como uma “recompensa”
por seus préstimos ao Império. Pilatos atendeu ao pedido e José enterrou o
corpo de Cristo em suas terras.
Após esse fato, José de Arimatéia,
que secretamente era seguidor de Cristo, teria sido feito prisioneiro pelos
judeus por ocasião do sumiço do corpo de Cristo. José ficou muito tempo como
prisioneiro numa cela sem janelas, alimentando-se apenas de uma hóstia diária,
entregue por uma pomba que se materializava. Certa vez, o próprio Cristo surgiu
diante de José entregou-lhe o Graal com a missão de protegê-lo. Após conquistar
a liberdade, utilizou-se de uma conhecida rota comercial e viajou para a
Inglaterra, onde atualmente há as ruínas da Abadia de Glastonbury. Porém, não é
possível afirmar onde o Graal teria sido ocultado a partir deste momento.
De Astúrias:
--- Mas mestre: Não há outra versão
sobre o Graal? – indagou o noviço querendo saber.
O monge olhou para a face do noviço
e tornou-se sério.
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