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PECADO
Um tanto assombrado com os dizeres a respeito de Maria
Madalena, com ela não sendo a mulher santificada pela Igreja, o noviço se
tornou temeroso em buscar maiores informações. A todo custo o noviço Euclides
de Astúrias procurava renegar a imagem de Maria Madalena como sendo uma
sacerdotisa de Isis, vivida há muito tempo passado. Osiris se dizia deus. E o
seu irmão Seth o matou. A mulher, Isis, juntou os pedaços do esposo e fez viver
novamente. Essa seria a lenda. De modo ter o noviço sentido ser Madalena uma sacerdotisa
de anos passados e então não tendo existido. Já bastante tristonho ele buscou
em outros livros algo que pudesse reverter à situação. E foi assim ele ter
encontrado um antigo tomo talvez rebuscando os pergaminhos do Egito e a
retratar a Maria de Magdala dita como Madalena. Entre imagens rebuscadas o tomo
refletia no tema. E assim ele foi lendo com vagar a história da mulher de
Magdala. A ligação errônea das passagens evangélicas que falam de Madalena
levou à identificá-la como pecadora que ungiu os pés de Jesus. E esse erro
virou verdade de fé. O inconsciente coletivo guardou na memória a figura de
Maria Madalena como mito de pecadora redimida. Fato considerado normal nas
sociedades patriarcais antigas. A mulher era identificada com o sexo e ocasião
de pecado por excelência.
Daí não ser nenhuma novidade a pecadora de Lucas ser
prostituta e a prostituta ser Maria Madalena. Não por coincidência, Lucas cita
nominalmente Maria Madalena e diz que dela “haviam saído sete demônios”. Ter
demônios é o mesmo que ser acometido de uma doença grave, segundo o pensamento
judaico. No cristianismo, o demônio foi associado ao pecado. No caso da mulher,
o pecado era sempre o sexual. Nesse sentido, a confusão parece lógica. Mas não
o é, caso se leve em consideração o valor da liderança exercida por Maria
Madalena entre os primeiros cristãos, bem como a predileção de Jesus por ela.
Entre os discípulos judeus considerar Maria Madalena como prostituta
significava também subestimar o valor da mulher enquanto liderança.
Entre os primeiros cristãos havia disputa pela liderança.
Havia o grupo de Pedro, o de Paulo, o de Tiago, e também o de Maria Madalena. O
evangelho de Maria Madalena diz que ela recebe os ensinamentos do Mestre e os
transmite, causando irritação de Pedro. Há também um tratado gnóstico chamado
Pistis Sophia que mostra o quanto a liderança de Maria incomodava os
discípulos. Madalena por certa vez falou a Jesus ter medo de Pedro: “Ele
costuma a ameaçar-me e odeia o nosso sexo.” A opinião de Pedro em relação a Maria
Madalena revela o quanto lhe incomodava o protagonismo de Maria Madalena,
mulher, discípula e apóstola de Cristo. O evangelho de Filipe traz informações
não muito conhecidas. Ele diz: “A companheira de Cristo é Maria Madalena. O
Senhor amava Maria mais do que todos os discípulos e a beijava frequentemente
da boca. Os discípulos viram-no amando Maria e lhe disseram: Por que amas mais
que a todos nós?” Jesus respondeu dizendo: ‘Como é possível que eu não vos ame tanto quanto a ela?’. E
noutra parte diz: “Eram três que acompanhavam o Senhor: sua mãe Maria, a irmã
dela, e Madalena, que é chamada sua companheira”. Com efeito, era Maria, sua
irmã, sua mãe e a sua esposa (Madalena).
O fato do beijo de Jesus em Madalena era fato aparentemente
normal naquela época e no local onde se deu o ósculo. Faz parte da cultura da
época. O beijo em hebraico significa comunicar o espírito. No entanto, aquele
beijo talvez tenha sido uma forma de sacramento do amor. Amor carnal. A questão
vista por outro ânulo mostra ser Madalena ensinada por Jesus e nesse termo o
beijo já estaria em gozo. Eles eram espíritos unidos pelo amor. Chamar Madalena
por amada representa a mulher no seu estágio de vida adulta. Jesus revelou
profundo amor pelo outro ser. União sem divisão. Por isso, Madalena apenas
poderia ser a esposa de Jesus Cristo. E tem ainda a expressão de João a dizer
em seu Evangelho ser Madalena “discípula amada”. Ela, assim, recebe esse título nos apócrifos.
A Igreja transformou o Evangelho de Maria Madalena no Evangelho de João pois
esse apóstolo nem sequer foi considerado discípulo amado.
O Evangelho de Madalena afirma: “Não há pecado. Somos nós que
fazemos existir o pecado quando agimos conforme os hábitos de nossa natureza
adúltera”. O ser humano nasce em estado de graça, sem pecado. São os
condicionamentos da vida que criam situações de pecado que então passa a
existir. Infelizmente a Igreja Católica – e demais Igrejas –no decorrer de sua
história, enfocou muito o pecado moral. A Igreja Católica chegou até a criar listas de
pecados, e muita gente viveu (e vive ainda) atrelada a essa idéia, sem
conseguir se libertar. A profissão dos pecados fez e faz que tudo seja pecado.
Mas nem tudo é pecado. Maria Madalena
fala sem absolutismo. Esse Evangelho foi escrito provavelmente no século II.
Foi através de um fragmento copta que ele perdurou. O destaque fica para a
estranha parábola que Jesus conta para Maria Madalena. Essa passagem ocorreu
após a sua crucificação.
Disse Jesus: “Todas as espécies, todas as formações, todas as
criaturas estão unidas, elas dependem umas das outras, e se separarão novamente
em sua própria origem. Pois a essência da matéria somente se separará de novo
em sua própria essência”. E disse mais: “O filho do Homem está dentro de vós.
Quem o procurar, o encontrará”. O quadro
de “A ÚLTIMA CEIA”, de Leonardo Da Vinci, um mural inestimável que reconta um
momento dos mais famosos da história: Cristo e os apóstolos dividindo uma
refeição. Essa obra da Renascença conta um segredo. Ao lado de Jesus tem uma
figura sem barba. Há muito se pensava em se tratar do discípulo João. A
exposição mostra ao lado Maria Madalena, a esposa de Jesus. A razão para isso
ressoar alto e de que Jesus tinha uma esposa e até filhos pode não ser pura
fantasia. É plausível que Jesus pudesse ser casado e que pudesse ter filhos. O
importante é se considerar a pista da vida secreta de Jesus. A evidência
sugeria que ele foi casado ou pelo menos teve relação sexual com Maria
Madalena. E dessa união sexual pode ter havido filhos.
De acordo com a tradição da Igreja, Maria Madalena fugiu para
o sul da França depois da crucificação. Uma hipótese provocativa. O que se
tenta saber é como se chega à conclusão tão radical. Respondendo as perguntas
inquietantes referentes ao mistério novo. E o começo é desvendar o mistério de
Rennes le Chateau, pequeno povoado no sul da França. É um daqueles mistérios
que sempre fascinou as pessoas. Durante gerações tem havido boatos sobre a
origem de uma grande fortuna nesse vilarejo. Desde um tesouro antigo enterrado
provocando a ação de emissários poderosos da Europa para se guardar o segredo.
Era uma tradição misteriosa e não explicada de grande soma em dinheiro não bem
explicada. A razão de isso funcionar tão bem é que, sem dúvida, muito dinheiro
foi gasto. E a tal soma foi aplicada perto da virada do último século por um
pároco, padre Berenger Saunière, sacerdote de uma pequena Igreja dedicada
curiosamente a Maria Madalena. A lenda é extraordinária. Quando chegou ao
vilarejo, Saunière era um padre muito pobre e sua Igreja está sucumbindo. No
verão de 1888 o jovem padre começa um pequeno projeto de reforma da Igreja. Ele
derruba uma laje do altar apoiada em duas colunas. Supõe-se que ele encontrou
dentro da coluna alguns pergaminhos enrolados como papiros. Em breve, Saunière
vai ao encontro de uma mulher moradora em Paris, pois além do papiro ele
encontra também um frasco contendo um líquido parecido com sangue. De modo é
que passada a viagem e os encontros em segredo sua construção, muito em breve,
fica digna de um Rei. Ele reforma a sua Igreja e ergue uma torre para a gigante
biblioteca. E constrói um caminho público numa grande vila com jardins formais.
Na nova mansão ele vive e se diverte como uma realeza com sua jovem e fiel
empregada. Desde então, até a sua morte em 1917, Saunière gasta uma quantia
assombrosa de dinheiro. Algo como 47 milhões de Libras. A pergunta óbvia é: de onde vem o dinheiro? O
que ele descobriu dentro do buraco do pilar? O que eram os pergaminhos que o
levaram a essa riqueza fabulosa? Ele descobriu um tesouro ou descobriu um
segredo?
O que, exatamente Saunière pode ter achado? Existem numerosas
lendas de tesouros escondidos na área. Sejam quais forem à origem do seu
dinheiro Saunière passa a viver muito bem para um padre pobre gastando milhões
enquanto entretém os ricos e famosos. Anos após anos, o Bispo de Saunière exige
saber a origem da fortuna repentina. Mas Saunière nunca conta mesmo depois de
ser suspenso dos seus deveres de padre. Saunière continua a viver na vila com
sua empregada até sua morte em 1917.
A governanta do padre Saunière sabia os seus segredos. A
empregada morava sozinha por mais de quarenta anos até sua morte em 1953. Seu
nome: Marie Dénarnaud. Morreu aos 85 anos de idade. Embora ela insinue que é um
segredo que tornou o padre rico e poderoso, ela jamais revelou levando para a
sepultura ao lado de Saunière, no Cemitério da Igreja. Os pergaminhos
encontrados pelo padre continham uma mensagem secreta. E assim começa o conto
intrigante do que uma mera caça ao tesouro. A história de uma linhagem antiga e
ilustre que passa por Reis da França e volta milênios até Maria Madalena e
Jesus de Nazareth.
A busca pelo tesouro secreto de Rennes le Chateau e a
tentativa de descobrir como um padre pobre com uma paróquia minúscula no sul da
França se torna extraordinariamente rico leva à Biblioteca Nacional Francesa,
em Paris. Um autor disse ter conseguido decifrar uma das mensagens antigas. A
principio o pergaminho decifrado tem certo sentido. Diz o pergaminho: A
Dagoberto II pertence o tesouro e ele já
está morto. Dagoberto II foi um rei
francês da dinastia Merovíngia, que foi assassinado em 669 depois de Cristo.
Estaria esse Rei relacionado ao tesouro de Rennes le Chateau? Em breve levará a
uma reinterpretação radical da história de Jesus e com uma mulher conhecida na
história como Maria Madalena. Os pesquisadores franceses a medida que vasculham
documentos eles encontram algo suspeito referentes a uma sociedade secreta: a
organização chamada Priorado de Sião. O Priorado parece ligado a um mistério de
Rennes le Chateau. Referencias a ele surgem através dos séculos. As pistas são
obvias. Quem se alinhar aos pergaminhos por certo há de encontrar a palavra
Sião que está ligado a Priorado de Sião. E tem outras pistas nos documentos secretos,
inclusive referencias estabelecendo um elo entre o secreto Priorado de Sião e
os Cavaleiros Templários que durantes as Cruzadas protegeram Jerusalém que são considerados como sendo os Guardiões
do Santo Graal.
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