- AEROPORTO -
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NEGÓCIOS
O dia em canto começou bem cedo na
augusta aurora tenebrosa incerta. Ondas dormidas em vagantes cantos. No entanto
tudo era ilusão, quimeras. Ó linda imagem sedução donzela, cada vez mais a alusão
te espera. Encontrarás mera feição ex-fera. A todo instante de procelas eras. Eterno mar onde procede a ânsia. Instante
nasce navegantes seres. Olhar distrai, alguma coisa canta. E encanta canta as naus
distintas velas. Antigo Rio de Janeiro planta. Em tanta coisa encontrarás maus
versos. Vive alcançar arcano igual a anjo. O Sol, a brisa, o mar. A prima Vera.
Praia a dormir, a cantar, sorrir. Contar. Colar cada instante eterno. Do oceano
encontrareis encanto. Da brasa mansa em manso tento verso. Do céu brilhante,
pranto delirante. As duas ninfas peregrinam imersa. Quanto mais vê do seu destino
o senso. Quanto destino do oceano inverso.
Manhãs, tão belas manhãs. O sol e a
solta vida a cantar. Suavidade devagar um tanto. Casais dormidos procurando
certo. Lua de prata se anoitece, anda. E quando anda, anoitece inverno. Nair e Lenira
atentas a tudo quando dorme a primavera. Velas, ventos, voltam. Pescado e
pescador volteiam. Homens rudes, cruéis. Nada importa. É desigual. Igual a
tudo. Igual a nada. Marulho do bravio mar. Quanto mais volteia, volta ao eterno
procelar do antes. As douradas ninfas se escondem no imenso mar a mergulhar
incertas. Levanta a brisa. Mergulha a onda. Assim caminha a suavidade. Um violão quebra as cordas à melancolia do
som. Nostalgia. Rapaz capaz jamais persegue a quem faz rimas de anais. Ciência
dos povos. O tempo passa. Máculas horas certas. Do oceano às dunas bravias do
Santo das Eras. Damas das Camélias a voltear andar, olhar, morrer de ri algo
lá. Vertente, dormente, contente. Eram duas. As damas. Seguiam conversa afora.
Dizendo: namorar. Quem: não importa.
Vestes em seda compridas até. A sorrir, gargalhar iguais raposas do mar.
Nair ainda notou: duas donzelas a sorrir, a passar lá na calçada do Copacabana
do astuto mar.
Então mergulha novamente. Contente ao se
abrir em puros sorrisos de encanto ao sair à praia. Delirante. Irradiante.
Elegante. Depois da festa, a fase. O oráculo do sentir a imensidão da divinal
modestamente mulher ainda incauta tremia de temor. Pessoas a caminhar no calçadão da Avenida
Atlântica. Conversas! Cenas! Risos! Silêncio! Todos a caminhar. Camisa, peito
coberto, nada a mostra. Terrível! Era a moda dos anos idos. John Wayne era um
jeito só. Não tomava banho de mar. Ele era mais atento sem aumento e desalento.
Pelo menos ele em Copacabana. As belas virgens deliravam com esse aparato nato,
chato, ingrato. A festa em fase continua. Modelos a exibir suas vestes
(sensuais). Os maiôs da moda estavam no auge.
Nair
--- Voir! Que c’est beau! – apontava a
ninfa a descortinar belo maiô a cobrir inteiro corpo.
Lenira:
--- C’est la coutume des Amériques! –
respondia a moça em contrapartida.
Era o costume das Américas de se usar
maiôs composto até. Por isso ser belo.
Nair:
--- Pourquoi seulement dans les Amériques?
– indagava surpresa.
Era o costume americano, apenas. Nair
entendia plenamente.
Lenira:
--- Em France utilize également ces
modèles! – garantia a moça
Esse modelo era universal e, por
consequência era usado também em Cannes. Principalmente.
Nair:
--- Voilà? – perguntava a ninfa com
surpresa.
Se for modelo universal é claro que se
usava desse a apresentar.
Lenira:
--- Bikini! Il utilise-toi! – respondia
com unhas nos dentes a observar o desfile de modas.
Biquíni era um modelo inquietante. As
jovens ninfas da França o usavam com frequência.
E daí, e daí as exuberantes divas
encetaram a vida bem vivida a percorrer cinemas, boates, teatros, cassinos,
dança, estonteantes locais de música erudita, bailés, e até óperas no pouco
espaço de tempo restante antes de seguir viagem para a capital dos sonhos e
poder avistar a bela e eterna cidade de Paris onde se podia notar entre tudo
mais inclusive as Deusas do Olimpo, vindas há séculos da Grécia e do Monte
Olimpo onde eram afinal residentes. O conhecer o Rio, magistral e incomum, bem
diverso da cidade vinda para Nair era o esplendor divinal e fulgurante de noite
e dia. Os homens, Edgar e o comandante Ricardo França deliravam de entusiasmo
ao perceber as suas divas prosseguir viagem às casas diurnas e noturnas do Rio sempre
amado. Ambos sentados no Templo do Glamour em cadeiras macias e confortáveis,
apenas visitavam com as suas apropriadas visões o ir e vir das musas virginais.
As andanças das musas prosseguiam sem termo, sem fim com maestria. Apenas as
duas moças olhava para os “velhos” magnatas a sorrir sem fim.
França:
--- Você sabe quem esteve aqui? –
indagou com maestria o comandante.
Edgar:
--- Um mundo de gente. Mas quem? –
indagou surpreso
O comandante sorriu e fez o tempo
passar. Após, o astuto homem falou:
França:
--- O Rei Alberto I da Bélgica e a
rainha Elizabeth. Isso foi em 1920. Faz tempo. Trinta anos! – comentou com
agudez.
Edgar:
--- Sim. Ouvi certos comentários. –
falou baixo o notável homem
França:
--- O casal veio a convite do presidente
do Brasil, senhor Epitácio Pessoa e de sua mulher, Mary Pessoa. Naqueles idos
tempos, a Rainha contribuiu para se executar a construção da Igrejinha de Santa
Inês, no bairro da Gávea. – sorriu o comandante com maestria.
Edgar:
--- Excelente! O homem sabe tudo! –
declarou com simbolismo o velho noivo de Nair.
França:
--- Ora! Ora! Eu apenas escutei
conversas de escadas. – sorriu com prazer o comandante.
Edgar:
--- Rolantes? – indagou como se fosse
piada.
À noite. Aeroporto. Orly. Estava desimpedida
ao tráfego internacional essa base. Era ele o meio principal de transporte
aéreo. Vôos nacionais e europeus. Também destinos internacionais. Estados
Unidos-Brasil. Chuva fina. Gente muita. Congestionado então. Tempo sem lua.
Lugar de espera. Por meia dúzia a era. Quarta meta de gera. Ação nenhuma! Quem
dera. Parte interna. Tragédia! Quase muita coisa. Eterna! Precocemente tempo.
De chegada! Quimera! O roncar dos aviões
traduzia emoções às mitológicas ninfas “brésilienne”. Evita Peron também
chegaria naquela hora. Ou tinha mala especial. As duas amigas a procuraram.
Porém não a viram. Apenas souberam por comentários.
Nair:
--- Evita? – indagou preocupada.
Lenira:
--- Oui! – responde a procura com
ansiedade da mulher numero UM das Américas.
Nair:
--- Quelle chose! - destacou deveras preocupada.
Os homens estavam à procura de alguém
para despachar as bagagens. Sumiram então! Apenas eles disseram!
Edgar:
--- Espere! Espere! Nós voltaremos! –
falou o l’enfant agité de surpresa.
Lenira:
--- Por que ele não diz: I’ll be back? – respondeu murmurando a sobrinha
com a mão no queixo.
Nair:
--- Dire quoi? – indagou sem entender ao
certo.
Lenira:
--- Nada! Deixa pra lá! As compras!
Amanhã decerto! Hoje, dormir na eterna onda! – disse mais
Nair:
--- Mas você não disse que aqui eu devo
falar francês? – perguntou indignada.
Lenira:
--- Nem sempre! Nem sempre! Nós estamos
juntas. Não tem por que falar francês. – desativou.
O comandante Ricardo França chegou
apressado puxando pelo braço um transportador de cargas o qual se fazia de
rogado. O Comandante apenas ordenou ser preciso sair daquele entulho de seres
“desumanos” porque a hora era tardia. Em seguida, chegara Edgar colhendo
informações do seu amigo. E esse respondeu:
França:
--- Agora! Agora! Não tem espera! –
disse atordoado o comandante.
Lenira:
--- Que foi? – indagou preocupada a moça
a roer os dedos.
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