sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O SENHOR DE LUTO - Capítulo Quarenta e Dois -

- AEROPORTO -
- 42 -
NEGÓCIOS
O dia em canto começou bem cedo na augusta aurora tenebrosa incerta. Ondas dormidas em vagantes cantos. No entanto tudo era ilusão, quimeras. Ó linda imagem sedução donzela, cada vez mais a alusão te espera. Encontrarás mera feição ex-fera. A todo instante de procelas eras.  Eterno mar onde procede a ânsia. Instante nasce navegantes seres. Olhar distrai, alguma coisa canta. E encanta canta as naus distintas velas. Antigo Rio de Janeiro planta. Em tanta coisa encontrarás maus versos. Vive alcançar arcano igual a anjo. O Sol, a brisa, o mar. A prima Vera. Praia a dormir, a cantar, sorrir. Contar. Colar cada instante eterno. Do oceano encontrareis encanto. Da brasa mansa em manso tento verso. Do céu brilhante, pranto delirante. As duas ninfas peregrinam imersa. Quanto mais vê do seu destino o senso. Quanto destino do oceano inverso.
Manhãs, tão belas manhãs. O sol e a solta vida a cantar. Suavidade devagar um tanto. Casais dormidos procurando certo. Lua de prata se anoitece, anda. E quando anda, anoitece inverno. Nair e Lenira atentas a tudo quando dorme a primavera. Velas, ventos, voltam. Pescado e pescador volteiam. Homens rudes, cruéis. Nada importa. É desigual. Igual a tudo. Igual a nada. Marulho do bravio mar. Quanto mais volteia, volta ao eterno procelar do antes. As douradas ninfas se escondem no imenso mar a mergulhar incertas. Levanta a brisa. Mergulha a onda. Assim caminha a suavidade.  Um violão quebra as cordas à melancolia do som. Nostalgia. Rapaz capaz jamais persegue a quem faz rimas de anais. Ciência dos povos. O tempo passa. Máculas horas certas. Do oceano às dunas bravias do Santo das Eras. Damas das Camélias a voltear andar, olhar, morrer de ri algo lá. Vertente, dormente, contente. Eram duas. As damas. Seguiam conversa afora. Dizendo: namorar. Quem: não importa.  Vestes em seda compridas até. A sorrir, gargalhar iguais raposas do mar. Nair ainda notou: duas donzelas a sorrir, a passar lá na calçada do Copacabana do astuto mar.
Então mergulha novamente. Contente ao se abrir em puros sorrisos de encanto ao sair à praia. Delirante. Irradiante. Elegante. Depois da festa, a fase. O oráculo do sentir a imensidão da divinal modestamente mulher ainda incauta tremia de temor.  Pessoas a caminhar no calçadão da Avenida Atlântica. Conversas! Cenas! Risos! Silêncio! Todos a caminhar. Camisa, peito coberto, nada a mostra. Terrível! Era a moda dos anos idos. John Wayne era um jeito só. Não tomava banho de mar. Ele era mais atento sem aumento e desalento. Pelo menos ele em Copacabana. As belas virgens deliravam com esse aparato nato, chato, ingrato. A festa em fase continua. Modelos a exibir suas vestes (sensuais). Os maiôs da moda estavam no auge.
Nair
--- Voir! Que c’est beau! – apontava a ninfa a descortinar belo maiô a cobrir inteiro corpo.
Lenira:
--- C’est la coutume des Amériques! – respondia a moça em contrapartida.
Era o costume das Américas de se usar maiôs composto até. Por isso ser belo.
Nair:
--- Pourquoi seulement dans les Amériques? – indagava surpresa.
Era o costume americano, apenas. Nair entendia plenamente.
Lenira:
--- Em France utilize également ces modèles! – garantia a moça
Esse modelo era universal e, por consequência era usado também em Cannes. Principalmente.
Nair:
--- Voilà? – perguntava a ninfa com surpresa.
Se for modelo universal é claro que se usava desse a apresentar.
Lenira:
--- Bikini! Il utilise-toi! – respondia com unhas nos dentes a observar o desfile de modas.
Biquíni era um modelo inquietante. As jovens ninfas da França o usavam com frequência.
E daí, e daí as exuberantes divas encetaram a vida bem vivida a percorrer cinemas, boates, teatros, cassinos, dança, estonteantes locais de música erudita, bailés, e até óperas no pouco espaço de tempo restante antes de seguir viagem para a capital dos sonhos e poder avistar a bela e eterna cidade de Paris onde se podia notar entre tudo mais inclusive as Deusas do Olimpo, vindas há séculos da Grécia e do Monte Olimpo onde eram afinal residentes. O conhecer o Rio, magistral e incomum, bem diverso da cidade vinda para Nair era o esplendor divinal e fulgurante de noite e dia. Os homens, Edgar e o comandante Ricardo França deliravam de entusiasmo ao perceber as suas divas prosseguir viagem às casas diurnas e noturnas do Rio sempre amado. Ambos sentados no Templo do Glamour em cadeiras macias e confortáveis, apenas visitavam com as suas apropriadas visões o ir e vir das musas virginais. As andanças das musas prosseguiam sem termo, sem fim com maestria. Apenas as duas moças olhava para os “velhos” magnatas a sorrir sem fim.
França:
--- Você sabe quem esteve aqui? – indagou com maestria o comandante.
Edgar:
--- Um mundo de gente. Mas quem? – indagou surpreso
O comandante sorriu e fez o tempo passar. Após, o astuto homem falou:
França:
--- O Rei Alberto I da Bélgica e a rainha Elizabeth. Isso foi em 1920. Faz tempo. Trinta anos! – comentou com agudez.
Edgar:
--- Sim. Ouvi certos comentários. – falou baixo o notável homem
França:
--- O casal veio a convite do presidente do Brasil, senhor Epitácio Pessoa e de sua mulher, Mary Pessoa. Naqueles idos tempos, a Rainha contribuiu para se executar a construção da Igrejinha de Santa Inês, no bairro da Gávea. – sorriu o comandante com maestria.
Edgar:
--- Excelente! O homem sabe tudo! – declarou com simbolismo o velho noivo de Nair.
França:
--- Ora! Ora! Eu apenas escutei conversas de escadas. – sorriu com prazer o comandante.
Edgar:
--- Rolantes? – indagou como se fosse piada.
À noite. Aeroporto. Orly. Estava desimpedida ao tráfego internacional essa base. Era ele o meio principal de transporte aéreo. Vôos nacionais e europeus. Também destinos internacionais. Estados Unidos-Brasil. Chuva fina. Gente muita. Congestionado então. Tempo sem lua. Lugar de espera. Por meia dúzia a era. Quarta meta de gera. Ação nenhuma! Quem dera. Parte interna. Tragédia! Quase muita coisa. Eterna! Precocemente tempo. De chegada! Quimera!  O roncar dos aviões traduzia emoções às mitológicas ninfas “brésilienne”. Evita Peron também chegaria naquela hora. Ou tinha mala especial. As duas amigas a procuraram. Porém não a viram. Apenas souberam por comentários.
Nair:
--- Evita? – indagou preocupada.
Lenira:
--- Oui! – responde a procura com ansiedade da mulher numero UM das Américas.
Nair:
--- Quelle chose!  - destacou deveras preocupada.
Os homens estavam à procura de alguém para despachar as bagagens. Sumiram então! Apenas eles disseram!
Edgar:
--- Espere! Espere! Nós voltaremos! – falou o l’enfant agité de surpresa.
Lenira:
--- Por que ele não diz: I’ll be back? – respondeu murmurando a sobrinha com a mão no queixo.
Nair:
--- Dire quoi? – indagou sem entender ao certo.
Lenira:
--- Nada! Deixa pra lá! As compras! Amanhã decerto! Hoje, dormir na eterna onda! – disse mais
Nair:
--- Mas você não disse que aqui eu devo falar francês? – perguntou indignada.
Lenira:
--- Nem sempre! Nem sempre! Nós estamos juntas. Não tem por que falar francês. – desativou.
O comandante Ricardo França chegou apressado puxando pelo braço um transportador de cargas o qual se fazia de rogado. O Comandante apenas ordenou ser preciso sair daquele entulho de seres “desumanos” porque a hora era tardia. Em seguida, chegara Edgar colhendo informações do seu amigo. E esse respondeu:
França:
--- Agora! Agora! Não tem espera! – disse atordoado o comandante.
Lenira:
--- Que foi? – indagou preocupada a moça a roer os dedos.

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