- PARIS -
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DIAS
Manhã de sol. Nuvem ao poente. Elegante,
mente quente. Gente. Quantas e tantas. Edgar vislumbrou cidade luz. Onde estava
o primata podia reconhecer (do novo) e dar prova às artes belas do sentir,
amar, viver, cantar. Torre Eiffel parecendo gigante. Altaneira, cavalheira,
zoadeira. Passos alegre! Ruas desertas, abertas, discretas. O povo a sorrir,
ouvir, mirar. Vento fluido do ar revolto das coisas insertas, com tantas improváveis
destas. Melancolicamente a aguardar quem passa quem vem quem traça. O senhor do
botequim, gordo enfim atento estava. Coisas e casos espalhados pelo chão tão
raso. Relógio no braço, pulseira de aço. Cara de palhaço! Camisa sem gola.
Contudo enrola a cara amarga a olhar profundo a esse velho mundo de vital
desgraça. Um casal à espera de alguém que passa. Blusa escarlate a senhora
pensa na praça. Ao lado tem sinônimo de desfaça. Disfarce ao quadro. Esposo
fútil “folgado”. Quem? Quem? Quem? Provavelmente embriagado, atordoado,
aniquilado. Camisa azul aberta ao peito. Sem jeito. Varão a sorrir por acaso. Asno!
De vez Lenira surge. Pergunta sem querer
ouvir e sai. Tropeça. Cai. Edgar suado na primavera manhã nada fala. Apenas
cala.
Lenira:
--- Merda! – fala mal a moça ao
levantar.
Nair
--- Qu’est-ce? – indaga inquieta.
Lenira:
--- Não me irrite com seu francês de
merda! – falou zangada a ninfa.
Nair:
--- Pardon! Quero dizer: desculpe-me. –
resolveu prosseguir acanhada.
Lenira:
--- Café da manhã! – resolveu falar
malcriadamente a apontar a direção ocidente.
E indicou para a sala de refeições do
hotel. Exímio luxo. Luzes em profusão. Oito cadeiras. E mesa imperial. Marfim,
metal, enfim! Bar à moda antiga. Três suntuosos lampiões abertos, acessos,
ornados. Uma leve sineta para chamar
garçom. Em total elegância no vestir, Lenira se apoiou com pressa na cadeira da
sagrada mesa de real a fim. Os demais – pai e tio – de imediato se acercaram.
Nair ainda cosicava algo em suas modernas vetes adquiridas no Rio.
Nair:
--- Merda! Tinha que se atar. – reclamava impaciente.
Um fiapo de linha a pregar a blusa de
tricô. Repleta gente no interior do Hotel a ostentar seus glamorosos vestidos
certos da manhã. Sedas em profusão e blusa de filó. Elegância e arrojo no
chique da moda primaveril. Um garoto a chorar de repente e a sua mãe ordenava:
Mãe:
Shut up! – falou de olhos abertos e
dedos na boca, encurvada para o menino. Cale-se. Era o que ditava a inquieta
mulher à sua mesa.
Cuidado! Terna, sente dormente barulho
de rebento. Ruas: comércio. Gente louca compra (quase) tudo e nada mais diz
contente. A mulher enche sacos de marca menor. Homem olha quem. Outros nem tem
(inveja) de conversar inocentes. Carros correm com celebridades contidas,
sentidas, fingidas. O mundo à sua volta. Risos só. Majestades a gracejar. Nunca
se viu tanta confiança em todos. O mundo a sorrir cantar, contente, capaz de
voltar à vinda de todos e outros nem sabe.
Leticia volteou a Praça da Concordia a
companhia de Nair. E mais as damas das casas sorriam a admirar retratos de nus
expostos em toda parte. Estatua de bronze cobria o visto encanto. Moços a
pedalar insistente, contente a ter presente. Isso e mais iguais a ter para
sempre ser. Motos discretas, completas. Na garupa a companhia, a companheira,
saliente, sorridente, sorrateira.
Lenira:
--- C’est la vie! – gritava então de
braços abertos à núbia.
Nair sorria com graça sem fim por está
na Cidade Eterna. Era terna, moderna a delirante e irradiante menina-mulher.
Encerra!. Crianças meigas a rodar-rondar para sempre e sem parar. Mulheres
alegres a sorrir, a brincar com garbo. E festejar. Loucuras: palavras de amar.
As inocentes em mente vivente prosseguiam além. Em todo o arfam também. Aperta
coração, pois não visitavam mais aquelas travas desacertas de Natal ou e tal.
Quartier Latin e qualquer nobre acerto da província amada. A fingir ou mentir
as núbias devotavam os cuidados onde fossem amar e iludir eterna emoção. De nu
antes disperso em cada verso a querer justo triste lamento. Ação ao qual e tal
o qual. Entrais atrás das miríades distantes. Mulheres desatentas tantas antes
do vir andantes. Lembranças. Quimeras. Contas. Passa. Termina. Caminhando. E
depois. Depois. Ou nada. Além do Nada. Cada qual para o seu largo. Cargo.
Tarde, Dia. Noite clara. Indo. Caminhando do lugar em sempre andar. Vindo!
Lenira:
--- Essa mulher tem chame. – diz a núbia
ao notar um quadro de dama atriz.
Loucas como o diabo gasta as divinas
infantes delirantes gargalhavam sem cessar. Degustar no tempo do arco. Qual
Arco? Do queijo, comida mágica. Viva e pronta até mais sempre. Inúmeras
expressões da terra amada quente sempre vida. A França – e Paris, por certo -
tornou-se conhecida – merecidamente – como a pátria da boa cozinha. Receitas
típicas. Sem dúvidas! Pratos clássicos convivem com perfeição às variadas da
nova cozinha. Refeição não é apenas alimento. Um ritual em si. O melhor momento
do dia – almoço – pode durar até noite. Loire e Bretagne são regiões mais ricas
do oeste. Salmão pocheado, enguias, carpas. Várias versões. Na Normandia, os
frutos do mar. Leite, manteiga, creme fresco. Variedades a combinar. E mais:
carne de cordeiro. Queijos famosos estão na Normandia. Chique – brie, camember,
roquefort. Champagner, nome da região. Famosa produção de vinhos espumante.
Delícia do outro mundo então. Provence, de frente para o Mediterrâneo. Região
de boa comida. E famosa pelo acentuado uso de azeite, alhos, ervas, saladas,
tomates, alcachofras. Peixes!
Lenira:
--- Escargot! – falou com emoção
Prato de caracóis cozidos servido nos
restaurantes. É tão apreciado a existir inclusive talher especial a degusta-lo.
“Foie gras”, alimento feito de fígado de pato ou ganso. - (gordura de fígado) –
iguaria popular bem conhecida na culinária (francesa). Sabor descrito como rico
e delicado. Ele é vendido inteiro! “Quiche lorraine” tornou-se um clássico das
refeições francesas e de bom agrado. O presunto é receita bastante simples e de
numerosas variações. A blanquette de vitela é um prato de carne – de vitela,
galinha, coelho ou porco -. Embora os vitelos sejam processador de referência.
Nas prateleiras, dizia enfim, Nair:
Nair:
--- Mon Dieu! – dito surpreso pela
ninfa.
Lenira:
--- Você ainda não viu nada! – disse de
forma estúpida se largou na frente às cortes distantes.
Paris! Sena! Marne-Oise! Antiga capital
do Império. Estendida por cinco continentes! A capital do Mundo! As divinas
núbias a correr encontro ao verso sangravam astutamente o largar da eterna
jovem antiga modesta em fase de festa quieta: Paris das eras! Eras a soluçar
dementes do nascer ao poente. As andarilhas em andanças joviais buscavam as
fadas do amor demais. Tao logo avistavam alegavam:
Nair:
--- Ali! – recitava surpresa, olhar
aberto. Simplesmente a sorrir.
Ruas de Paris! Prédios de Paris! Casas
de Paris! À volta ao mundo se aquilatava aos pés das ingênuas, arteiras,
esbeltas, tão belas damas de ardor divino! A sorrir, a gritar! Amor eterno a
brilhar em êxtase! Majestosamente! Em mágica profusão de cores, odores,
horrores, olores! Ambientes escuros, estreitos, estável. Tudo eram canto e
encanto às gentis senhoritas juvenis! Becos estreitos de duvidosa arte e manhas
notadamente mudas. Selos de moradia
sustentável!
Nair:
--- Qual? Qual? Qual? – indagava com
respeito e pressa o local.
Lenira:
--- Lá! – estirava o braço a apontar.
Museus, edifícios ao longe se intrometendo
entre meios lugares asquerosos, mentirosos, então distantes. Equidistantes! A
capital das artes e do turismo! Lenira puxava, então, Nair, pelo braço para
fugir de acaso nos becos estranhos. Imensos prédios de altíssima qualidade a
desabar constante de terna amplitude. A Capital dos Sonhos a desandar para um
lado e para outro em busca de seres robustos, embriagados pelo prazer
constante.
Nair:
--- Onde? Onde? Onde? – e deixava-se
puxar ao reboque de Lenira.
Lenira:
--- Louvre! A vitória voada da
democracia! – arrebatava-se em êxtase.
Obras-primas! Contos de Museus! Beijo do
Cupido! Pessoalmente o local favorito de quem sabe olhar. Forma de caminhar.
Louvre todos os dias! Belas coisas a se consultar. Mergulhar no Louvre é se
mantiver desejo. Ensejo do saber profundo e profano dos anos de amplas nobrezas
e de requinte pureza! Magistrais humildades das antigas artes de índios e de
homens canibais. Todo era novo no velho, antigo, amigo Louvre.
Nair:
--- Aberto? – indagou surpresa.
Lenira:
--- Je sais qu’il ya! – respondeu com
pressa.
Eu sei lá. Foi assim expressado.
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