- Ali Larter -
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VISITA
Naquela tarde a professora Maria Eugenia resolveu passar na casa de Joel para ter uma maior aproximação com a família do pequeno rapaz. E logo que bateu à porta surgiu uma senhora de pouca idade a perguntar:
--- Sim? – fez à senhora mãe de Joel, dona Isaura Calassa.
--- Boa tarde. Eu sou Maria Eugenia professora do seu menor Joel Calassa – sorriu a mestra do início da conversa.
--- Ah. Queira entrar. E tome uma cadeira. – respondeu Isaura avexada por conta da presença da professora em sua casa.
A professora fez a vez de dona Isaura e entrou na sala da casa e aproveito para conversar algo e se sentou em uma cadeira forrada de palha de vime ficando apenas a sorrir. Após alguns minutos Maria Eugenia perguntou:
--- Onde está o garoto? – sorriu a mesma preocupada por não avistar Joel.
A mulher Isaura logo respondeu:
--- Ele foi ao mercado comprar frutas. Mas há de chegar logo. Quer água? - disse a mulher e oferecendo água a visitante.
Maria Eugenia sorriu e fez questão em aceitar um pouco de água.
--- Sempre é bom um pouco de água. – sorriu à mestra a mãe de Joel.
A mulher saiu da sala para buscar um pouco de água ao tempo em que falava de dentro da casa com relação ao puxado que o menino estava a sofrer durante a noite e ter que tomar remédio prescrito pelo médico. Além disso, ele também inalava de uma vez ou outra por uma bomba com um remédio para abaixar a falta de ar.
--- É fuxico com esse tempo. Mormaço de dia. O menino tem que fazer a inalação uma ou duas vezes. Sempre quando vai dormir. Mas está melhor. Se Deus quiser ele vai ficar bom. - relatou a mãe de Joel no seu vai e vem para a sala onde estava a professora.
Maria Eugenia sorriu, mas logo entendeu a aflição dita pela mulher mãe de Joel. E então falou
--- Essa fase infantil é a mais dolorosa. A senhora pode notar como tem crianças com impinge, ferimentos no corpo e muito mais ainda. As crianças de famílias paupérrimas sofrem o duro golpe de nem saber dizer o que sentem. Na cidade, ainda bem. Afora as crianças locadas nos distantes meios rurais, aqui dentro ela sabem bem mais que os seus irmãozinhos do interior. É dura a vida dos que não tem um teto para se abrigar. – falou Maria Eugenia sem sorrir.
Isaura ficou a pensar nas palavras que ouvira e quase não teve nada a dizer.
Nesse momento, como um terrível furacão, um desastrado e irreverente louco entrou na porta da sua casa de qualquer forma o menino Joel e assustado ficou quando deu fé da professora Maria Eugenia. Temeroso com alguma reprimenda por parte de sua mãe Isaura ele então fez apenas cumprimentar Maria Eugenia com um sorriso pálido na face.
--- Bom dia. Boa tarde professora. – sorriu sem querer o mocinho Joel sem pensar no que havia dito na verdade.
A professora:
--- Boa tarde Joel. Fazendo compras? – Maria Eugenia sorriu de leve como perguntou também.
Joel:
--- É. Minha mãe. Conhece? – falou o menino sem saber ao certo o que dizer.
A professora aduziu que sim e elas estavam a conversar sobreo garoto tão somente.
Isaura:
--- Ponha as compras na mesa e venha para cá. – falou a sua mãe Isaura com determinação.
E o menino correu mais devagar a sorrir para a professora com o sorriso pálido.
Professora:
--- Menino esperto, esse. – sorriu Maria Eugenia para dona Isaura.
Isaura:
--- É. Mas dá trabalho. – relatou a mulher. E em trabalho fez uma voz longa e triste.
Com um pé no outro o garoto Joel voltou à sala e se enfurnou na saia de sua mãe como que se protege de algo por ventura ameaçador. As mulheres não conversaram mais. Isaura passou a mão na cabeça da criança e lhe deu um beijo de ternura. E o menino perguntou:
Joel:
--- Vocês estavam conversando sobre mim? – quis saber o garoto com seu sorriso amarelo na face,
A mestra:
--- Sim. Da sua doença. – falou Maria Eugenia recordando a conversa que há pouco tivera com Isaura.
Joel:
--- Ô mãe. Você diz a todo mundo? – falou envergonhado o menino enfiando o rosto das ancas da mulher.
Isaura:
--- Psiu. Não tem nada de mais. A professora sabe disso muito bem. – Isaura passou essa reprimenda do garoto.
Mestra:
--- É verdade meu bom garoto. Nós sabemos disso. E eu vim aqui apenas por uma visita de cortesia. Não é nada sério. – falou a professora a sorrir.
Isaura:
--- Tá vendo? Tá vendo? Não é nenhuma coisa ruim. Afinal você parece ser uma criança descente. – reclamou a mãe do garoto.
O menino olhou devagar para a professora, descobrindo meia testa da veste de sua mãe e sorriu sem graça. Após alguns instantes passados o garoto já estava no assento em uma cadeira de palhinha para ouvir as duas mulheres a conversar, balançado as suas pernas. De repente, Joel saiu e foi até o birô do seu pai onde buscou um enorme livro a tratar de assuntos diversos. E trouxe à professora para ela conhecer a Origem do Universo.
Joel:
--- Olha professora. É esse livro que estudo. Tem tudo o que a senhora ensina. – declarou Joel mostrando o grosso livro, pesado como que, a jovem mestra.
A mestra:
--- Ah garoto. É aqui aquelas perguntas que me faz! Porque você não me disse? – falou a mestra com o rosto rubro.
O mocinho sorriu e depois de alguns minutos voltou a falar.
Joel:
--- Algumas. Isto é: nem todas. Muitas eu escuto do radio ou leio nas revistas. – sorriu Joel apontando o radio e mostrando uma porção de revistas especializadas.
A professora:
--- Ah. Agora eu compreendo meu geniozinho. – sorriu a mestra a mestra ao consultar o livro
Joel;
--- Mas Isabel também me ajuda. – respondeu Joel.
A professora:
--- Isabel? Quem é Isabel? – perguntou de olhos atentos no livro.
Joel:
--- E a menina que morreu, mas não morreu. Foi apenas para o outro lado. – confessou o garoto sem saber muito que articular.
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