- Kristen Stewart -
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BRIGA
E foram todos os alunos para a diretoria levados por Josino, o homem da sineta. Parecia até um bando de burros mesmo. Um atrás do outro. Menos dois: Joel e Elizabete. Esses dois ficaram sentados, calados, como os olhos aboticados para a professora Maria Eugenia. A moça acompanhou a saída da turma de dentro da sala de aula para poder falar. Ajeitando a sua roupa para não se sabe o que, Eugenia se voltou de imediato para os dois pupilos e mostrou sua atenção com ambos. E falou:
--- Meus filhos amados. Eu peço pelo amor de Deus que vocês não briguem! Vocês me deixam louca quando estão a brigar. ....- relatava a professora aos dois pestinhas.
Nesse momento os dois falaram a um só tempo:
Discussão:
--- Foi ele! – falou brava a menina.
--- Foi ela! – disse por sua vez o menino muito zangado.
A professora:
--- Silencio! Calados! Vocês sabem que são as pupilas dos meus olhos! Eu amo a vocês! Mas não briguem pelo amor de Deus! Venham aqui amados filhos! – respondeu a professora no principio cheia de raiva e por fim apenas amorosa.
Os dois marcharam até a banca da professora, um de cada lado da mestra. E ela olhou a ambos e delicadamente declarou:
--- Joel! Ela é uma menina igual a você! Por que a arenga? Não faça isso! Parecem dois namorados! – falou suave a mestra.
E o garoto.
--- Foi ela quem começou. E Deus me livre de namorar essa burra! – disse Joel olhando trocho pata Elizabete.
Isso foi o bastante para começar uma nova arenga.
A menina:
--- Olhe o que ele disse! Olhe o que ele disse! Olhe o que ele disse! MACARRÃO! – respondeu a mocinha em cima da bucha e pulou para se atracar com Joel. Foi papel da mesa da professora pra cá, foi lápis pra lá.; Caderneta de notas e tudo o que tinha na mesa da professora que se conseguia pegar, eles pegaram. A mocinha partiu para cima de Joel que se defendeu como pode e puxou os cabelos de Elizabete enquanto a mestra, aturdida com tamanha avidez de cólera entre ambos os alunos, procurava proteger o que restava no birô. E do jeito que a coisa andava os dois agarrados. Chute para um lado. Pontapé para outro, e Maria Eugenia não teve outro jeito a não ser morrer de graça quando viu os dois atracados por cima do trabalho onde estava o birô. Era para morrer de rir, sem duvida;
A menina:
--- MACARRÃO! – dizia Elizabete agarrada pelos cabelos e com bastante ódio.
--- BURRA CEGA! JUMENTA! CARAOLHA! – respondia o menino com toda a zanha.
--- ZÉ BUCHUDO! IMUNDICE! FEDORENTO! – respondia a menina se retorcendo para agarrar o pescoço do seu algoz.
Quando o homem da sineta entrou na sala para confirmar a presenta da turma na diretoria encontrou a bagunça infernal o desespero e a professora a morrer de rir com os dois no pega a pega. E nem podia falar sequer. De onde ela esta sentada na cadeira apenas mostrou a Josino os dois agarrados apontando com o braço e a outra mão tapando a boca e a dizer:
--- Ali, ó! Ali, ó! Ali ó! – respondia a mestra a seu Josino a mistura de menino e menina atracados como que.
O homem partiu para a guerra e pegou o algoz Joel pelo troco e arrebatou das mãos da menina e a levar chute e pontapé enquanto a professora atracou a menina a continuar falar mal o seu colega de sala.
A menina:
--- MACARRAO! – dizia a menina ostensivamente braba.
O menino:
--- JUMENTA! – respondia o menino por aonde ia passando com a voz de zanga.
Das classes vizinhas a turma saiu a correr para ver o entrevero de Joel e Elizabete já puxado, ele, para fora de sua classe pelo homem da sineta. E a mocinha ficou dentro da sala segura pela professora apesar dos esforços para se soltar. Pontapé era o que não faltava da parte da mocinha. E o dizer de:
--- Me larga! Me larga! Me larga! – era a garota quem dizia com imensa raiva.
A professora:
--- Fica aqui. E quieta! Se não eu ponho de castigo! – relatava muito brava dona Maria Eugenia enquanto a menina estirava língua para a mestra.
--- Hunna! – fazia a mocinha com um palmo de língua pra fora da sua boca.
Para todos os efeitos foi um Deus nos acuda aquela manha na parte interna o Grupo Escolar. Seu Josino deixou o garoto na sala da Diretora que, assanhada da vida, indagou:
--- Mais um? – perguntou dona Maria da Penha a seu Josino com plena assombração.
Josino:
--- E tem mais. – declarou o homem com toda convicção.
Ao passar de alguns minutos chegou à sala da Diretoria a professora Maria Eugenia arrastando pelo braço a sua pupila Elizabete. E por fim, mandou de volta à classe toda a turma que estava presa no minguado recinto da dona Penha. E pedia, com desespero, a outra mestra a cuidar dos seus alunos enquanto resolvia o desacerto dos dois rebeldes, Joel e Elizabete. Com o passar de poucos segundos Maria Eugenia falou a sua mestra toda atormentada e assanhada pela luta que tivera com os insurgentes.
Eugenia:
--- Estão aqui os amotinados! – e soltava o folego pelas narinas de cansada que estava.
A professora Maria da Penha, ainda perplexa com o desvario, foi à pergunta:
--- Mas o que está havendo mulher de Deus? Que foi isso? – perguntou a diretora com terrível alarme à Maria Eugenia.
Explicação:
--- Só teve um jeito: botar a turma toda pra fora. Uff. Esses dois começaram uma briga por conta de Tiradentes. – dizia Maria Eugenia cansada para explicar.
A mocinha:
--- Foi ele quem começou! – atalhou a mocinha estirando língua para o seu rival.
O garoto:
--- Eu não. Foi você a primeira sinhá boca de sapo. – respondeu o rapazinho.
A mestra diretora:
--- Psit! Calados! Ou eu ponho todos dois no xilindró. – falou braba dona Da Penha não aguentando mais tanta desdita.
Então Maria Eugenia deu a sua explicação como os dois alunos se altercaram. E tudo ficou sem jeito para a mestra então dominar o desacordo dos pestinhas.
A Diretora:
--- Fiquem já sentados. Um olhando para o outro. E sem mais conversa ou estirar de língua! Ouviram! Ouviram! – respondeu a diretora enquanto seu Josino punha aas carteiras para que os dois sentassem um olhando para o outro. E assim ficaram calados com cada um querendo achar graça primeiro que o outro. E teve todo o horário de aula para se sentirem livres de qualquer ressentimento. No final, Maria da Penha deu liberdade aos alunos insurgentes e que fossem de braços dados para as suas casas.
--- Isso é o castigo! Insurretos!! – falou grosseiramente a mestra diretora.
--- E o que é insurretos, Joel! – indagou calmamente Elizabete ao seu rival.
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