- Bruna Di Tullio -
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PROVA
Com o passar do temporal e do período do cansaço, diagnosticado como sendo asma, pelo médico ao qual foi na tarde do dia seguinte, Joel Calassa então estava pronto para assistir aula, a última da semana. A sua mãe foi até o Grupo a levar um atestado médico para o garoto justificar os dias de falta. Ao entrar na sala, a professora já estava. Ele teve de imediato a permissão em entrar:
Eugenia:
--- Entre, por favor. Pode assumir seu assento. – disse a professora com voz branda.
O garoto entrou meio desconfiado. Apenas deu o bom dia à professora e logo se sentou. A professora Maria Eugenia perguntou ao moço o que motivara a sua ausência nesses últimos dias. E o garoto, com vergonha em falar disse apenas estar com um tipo de cansaço.
--- Bronquite, professora! – disse Joel, tossindo levemente.
Os colegas de classe ficaram atentos para ouvi-lo mais vezes tossir, com certeza. A sua amiga e namorada Elizabete, estava a seu lado e perguntou-lhe:
--- Está melhor bem? – quis saber com muito afago a garota.
Joel:
--- Sim. – respondeu sem olhar para Elizabete. Apenas respondeu.
A professora:
--- Podemos começar a aula, meninos? – indagou a professora Maria Eugenia olhando para toda a classe da esquerda para a direta.
Ninguém respondeu. Era um silêncio único. Talvez ninguém quisesse mesmo assistir aula.
Professora:
--- Bem! Hoje: Prova! – discursou Maria Eugenia sem dó nem piedade.
Quase toda a classe se levantou alarmada. A pergunta era uma só:
Classe:
--- Prova professora? HOJE? – reclamava os insurgentes.
Professora:
--- De Geografia. Todos ponham seus livros aqui na frente. E não quero ouvir mais nem um pio! Entenderam todos?! – falou com severidade a professora a toda a classe.
O certo é que uns gostaram. A maior parte nem tanto. E todos arrumaram seus livros para por na frente da sala e deixarem de qualquer forma em uma arenga imprestável. Nesse momento, antes de começar a prova, o garoto perguntou a professora Maria Eugenia.
Joel:
--- Licença professora?! – perguntou o aluno Joel com suave timidez.
Professora:
--- É sobre a prova? – olhou atenta para o aluno a professora Maria Eugenia.
Joel.
--- Sim e não. Eu queria saber apenas sobre o que é Buraco Negro! – perguntou humildemente o escolar.
Professora:
--- Que? – com a cara azeda – Isso eu não respondo. E estamos conversados! – reclamou a professora ao rebater ao aluno com cara indiferente.
Joel:
--- Mas só um tiquinho! Ou isso está na prova? – perguntou novamente o aluno.
Professora:
--- Está na prova! – disse a professora nem olhando para o garoto
Joel:
--- Como está se nem estudamos o assunto? – reclamou Joel à resposta da professora.
Professora:
--- Mas está e vale nota! – respondeu com a cara trancada e bem seria a professora a olhar Joel em plenos olhos.
Joel:
--- Tá bom. Eu vou responder tudo que eu sei. E não é pouco. Lá vai mexa! – reclamou o garoto pela audácia da professora.
Professora:
--- Pissite! Calado! Todos fechem os livros! – reclamou a professora à classe inteira.
Joel:
--- Que livros? Se eles foram postos todos na parede? – reclamou o estudante Joel.
E a professora irritadíssima:
--- E o que é que você sabe? O que é que você sabe? O que é que você sabe? Heim? – com certeza foi a pergunta da professora, com voz terrível a olhar séria para o aluno e a conservar as suas mãos para trás.
Joel:
--- Quer que eu diga? Quer que eu diga? Veja a minha prova! – falou sincero o aluno Joel.
Após alguns segundos:
A professora:
--- Ah meu Deus! Você me deixa louca seu burro jumento! – e então começou a lacrimejar a professora.
Foram passados alguns minutos, com a professora sentada na sua cadeira em frente ao birô de cabeça abaixada quando declarou.
Professora:
--- Não tem mais prova. Todos para o recreio! – declarou angustiada Maria Eugenia.
Quando quase todos já estavam fora da classe, a professora Maria Eugenia chamou Joel para lhe dizer que ele era um bom menino, porém não fizesse perguntas tão desairosas como fora feita a última do que era o buraco negro.
Professora:
--- Olha filhinho. Nem tudo a professora sabe, meu gentil menino. Eu tenho um imenso carinho por ti. Quando eu não sei uma resposta, me dá um frio na espinha. E você pergunta demais, meu amado filho. – respondeu Maria Eugenia a chorar de tristeza.
Joel:
--- Professora! Mas eu apenas perguntei o que era um buraco negro. Não precisava ficar tao brava comigo, pois eu sei a resposta. – falou brandamente o garoto.
Professora:
--- Eu sei que você sabe. Eu sei. Mas pelo amor de Deus não me faça uma pergunta que eu não sei dizer a resposta. Por favor, meu lindo e amado e todo coração. – respondeu Maria Eugenia abraçando o menino com fraternal afeto e delicado amor.
--- Desculpe professora. Desculpe. – pediu o mocinho a sua mestra E então lhe disse.
--- O buraco negro é uma estrutura exótica com um campo gravitacional tão poderoso que nada escapa. – relatou o estudante a sua mestra com tanta ternura que o fez chorar.
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