- Tang Wei -
- 04 -
APARIÇÃO
Certa noite, por esses dias, Joel estava a dormir em sua cama patente, por volta de meia noite quando, de repente começou talvez a sonhar com Isabel. A mocinha vestia traje branco e estava no quarto de Joel. Ela entrava sorrateira, com uma luz em torno de si e a face aberta em sorrisos puxando Joel pelo dedo grande do pé e como quem dizia:
--- Acorda menino! – e sorriu a seguir forçado para não acordá-lo de vez.
Joel não acordou como sempre fazia, mas via a garota como uma imagem dourada toda vestida de puro branco e os seus cabelos penteados descendo ao meio dos seus ombros. Sua tonalidade era de cor loira. Como em vida, ela então sempre ajeitava os cabelos quando começava a cair na testa. O menino viu a mocinha e não teve o menor temor. Ele apenas indagou a Isabel:
--- Que estás fazendo aqui? – falou Joel Calassa procurando veras horas da noite.
Isabel sorriu e apenas disse:
--- Eu quero apenas sentar. E conversar com você. – sorriu Isabel a sacudir o cabelo.
Joel estranhou e voltou a perguntar:
--- Conversar o que? – fez vez o garoto.
A mocinha respondeu:
--- Conversar, ora! E pedir para você buscar uma rosa em uma trepadeira na minha casa. Uma rosa branca. Pequena. Você oferece a rosa a santa. E é só. – falou delicada a jovem.
O menino se surpreendeu e perguntou:
--- E por que não faz isso? Rosa? – falou cismado o garoto Joel.
A mocinha sorriu e depois de um instante, respondeu:
--- Eu não posso. Agora, você pode. Como eu vou por a rosa nos pés da Santa? – indagou sorrindo Isabel.
Joel matutou, matutou e respondeu:
--- Mas você está morta? – perguntou Joel a Isabel.
A mocinha demorou um pouco e respondeu em seguida:
--- Não. Mas eu não posso por outros motivos. – sorriu Isabel a começar a delirar.
Joel parou e refletiu para dizer:
--- E o caixão? – indagou Joel um pouco perturbado.
Isabel parou e depois respondeu:
--- Eles gastaram uma fortuna. Mas meu caso é com a Santa. Você vai? – perguntou Isabel ao menino.
E Joel refletiu um pouco. E perguntou:
--- Qual Santa? Têm várias. – declarou o menino.
Isabel pensou e depois de algum tempo respondeu:
--- Santa Edwiges. – respondeu a moça.
--- Santa quem? – perguntou Joel ao ouvir esse nome desconhecido.
Isabel sorriu para depois de certo instante dizer novamente:
--- Edwiges. É uma Santa polonesa. Ela ajuda os endividados. Foi .... – e parou aí.
O garoto perguntou novamente:
--- Pola o que? – indagou o menino franzindo a testa.
Isabel, com bastante paciência pronunciou o nome da terra da Santa.
--- Polônia. Um país bem longe daqui. Ela nasceu na Silésia. Polônia. - refletiu a moça.
O garoto indagou perplexo.
--- Si o que? – perguntou o menino a Isabel.
Isabel sorriu e depois de alguns instantes se pronunciou:
--- Silésia. Ela foi uma freira caridosa para com os endividados. Ela construiu hospitais, escolas, Igrejas e conventos. Foi casada e doou todo o seu dinheiro aos carentes. Ela entrou para o convento depois da morte do marido. Na verdade ela nasceu na Alemanha. Mas casou com um príncipe da Silésia. Ela estava com 12 anos ao se casar. E teve seis filhos. Dois deles morreram logo cedo. Eu peço a você por uma rosa aos pés da Santa. Depois eu digo a você a razão do meu pedido. – falo longamente a moça Isabel.
O menino refletiu e perguntou outra vez:
--- Como é o nome da Santa? – indagou confuso o garoto.
Isabel sorriu e respondeu:
--- Edwiges. – recitou Isabel acrescentando. – Ela está em um altar bem próximo do meio da Igreja, pelo lado direito de quem entra. - refletiu a moça ao ser indagada..
Nesse instante a luz brilhante se esvaneceu do quarto de dormir do menino Joel Calassa e a figura de Isabel sumiu por completo do seu interior. O menino ainda quis saber de algo mais, mesmo assim já não havia tempo para tal pergunta talvez elementar. E de repente Joel Calassa acordou assustado gritando por sua mãe que do quarto primeiro acordou e fez perguntas ao garoto. O menino, com o coração batendo fortemente, aquietou-se em sua cama de dormir e nada respondeu. Ele acendeu a lâmpada pare ter certeza de não haver nada ao seu redor enquanto a sua mãe chegava e perguntava o que houve.
--- Um barulho. Talvez um rato. – se desculpou Joel Calassa não querendo adiantar nada do que talvez sonhasse.
Dona Isaura, cheia de pavor, indagou ao garoto:
--- Rato? Aqui? – perguntou assombrada a mulher enquanto corria até a cozinha para pegar um pau de vassoura.
E o homem corpulento chegou até a porta do quarto do menino e perguntou:
--- O que houve? – indagou o homem com cara de preguiçoso.
--- Nada não. Parece que foi um rato. –desculpou-se o garoto em meio ao entrevero formado em plena noite.
O homem corpulento era o pai do menor: Jaime Calassa. O homem ficou a examinar os moveis a procura de algo estranho e nada pode encontrar. A sua mulher Isaura Calassa veio às pressas armada de vassoura a procura de um horripilante rato para acabar com a vida do roedor. Por precaução, ela se assomou em uma cadeira do quarto junto à escrivaninha e ocupou o marido para por fim ao cruel rato. O homem já sonolento disse a mulher não ter achado rato algum dentro das gavetas do armário e a cômoda.
--- Ele está aí. Tem que está! – reclamou a mulher de cima da cadeira.
O homem sorriu para depois dizer:
--- Não tem nada. Talvez uma bufa mal dada tenha acordado o menino. E ele pensou ser o barulho de um bicho. – gargalhou Jaime Calassa.
Uma vez sem sorte de acabar com a vida de um rato, dona Isaura, bastante precavida, desceu da cadeira olhando em volta e alertando ao filho a lhe chamar por qualquer negócio que ali fizesse zoada. O garoto fez que sim com a cara bastante incomodada. Então desfeito o mistério do rato todos voltaram ao seu leito sem ante a mulher, Isaura olhar por debaixo de sua cama para ver se havia algo estranho. O restante da noite passou depressa e às quatro horas da manha Jaime Calassa se levantou e cumpriu suas obrigações com os seus asseios. Tomou uma xicara de café e saiu para a Emissora de Radio onde trabalhava logo no horário inicial da manhã. A distância era bem pouca e sem se vexar, Jaime Calassa chegou à estação e foi contar a historia do rato em pelo ar da emissora de rádio. Era um programa de musical sertanejo e tudo cabia para se contar. Houve risada a valer do controlista do horário. No correr da manha não tinha quem não perguntasse.
--- E o rato? – perguntava o zelador.
--- Tá lá. – respondia Jaime a sorrir.
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