segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

ACASO - 13 -

- Camila Pitanga -
- 13 -
GEOGRAFIA
Segunda-feira, de manhã, antes das sete horas, Joel Calassa e Elizabete rumavam para o Grupo onde toda a turma presente tinha aula norma e de modo especial de geografia. Eles não estavam dando muita importância ao caso. E seguiam como alunos que eram. No meio do caminho, Joel Calassa declarou a sua colega ter visto durante a noite a pessoa de Isabel. Isso então causou furor na sua companheira. E disse ela em seguida:
--- Deixa de mentira Macarrão! Que história é essa? Tá vendo só? – declarou estupefata a mocinha.
E o garoto responde em cima da bucha.
--- Macarrão não! Macarrão não! Não me chame dessas coisas! Eu vi e pronto. Ela me levou para o Planeta lá longe! Ora! – reclamou o jovem pequeno Joel aborrecido com a história do Macarrão.
E a mocinha quase a sorrir com a cara enroscada disse a ele:
--- Mas tá vendo que não acredito nessa historia? Olhe aqui Macarrão! Vamos acabar com essa sem-vergonhice que já me deixando com medo! – falou Elizabete dando uma parada no seu caminhar para dizer bem claro a Joel o que ela achava disso tudo.
 –-- MACARRÃO NÃO!!! -  respondeu Joel numa reclamação bem prolongada.
E Elizabete:
--- Macarrão e pronto que eu vou embora! – reclamou por vez a mocinha saindo com toda afobação em direção ao Grupo Escolar com toda a raiva do mundo.
O garoto Joel não se deu por vencido apesar do apelido e procurou Elizabete para lhe contar a aventura da noite passada.
--- Espere aí sinhá burra!!! – gritou Joel para Elizabete.
A garota esbravejou de volta com toda a ira.
--- Burra é a sua mãe! – em um dizer bem prolongado quando se referiu a “mãe” de Joel.
Joel parrou revoltado e disse:
--- Você é burra. E pronto! – falou o garoto para Elizabete.
A sineta de seu Josino tocou insistentemente naquela hora quanto toda a meninada na maior algazarra do mundo procurava entra no Grupo Escolar, puxando uns aos outros. Era um turbilhão de crianças procurando entrar em primeiro lugar na fila da sala de aula.
--- Tenham modos meninos! – gritava a professora Maria Eugenia a reclamar de todos e de cada um dos alunos.
E Josino tocava com o cabo da sineta na cabeça dos mais afoitos a lhes dizer:
--- Vocês estão na escola, ouviram? – dizia com ênfase o velho Josino.
Uma sinetada errou o alvo e colheu a cabeça de uma aluna de logo disse:
--- Arra! Seu barbudo de uma figa! – respondeu a menina moça pondo a mão na sua cabeça pela dor sentida.
Pelo lado de fora, do outro lado da rua, na casa de taipa, um meio rapaz juntava as páginas de papel almaço e olhou atento para a criançada dizendo:
--- Dá neles velho rouco! – e sorriu as pencas o jovem ranzinza com a atitude de seu Josino.
E entrou sem mais nada a dizer limpando o nariz com um pano por conta do severo estalecido renitente.
A garotada estava em silencio ao ver o velho Josino a se aproximar com a sua sineta na mão quando todos estavam encolhidos na parede esperando a ordem de entrar pronunciada pela mestra Maria Eugenia. A menina que levara a pancada na cabeça estava ainda passando à mão no que podia ser um ferimento pela dor com efeito provocada. A sua cara para Josino era de modo emburrada.  Com um curto espaço de tempo a professora Maria Eugenia ordenou a todos que podiam entra. E advertiu:
--- As mocinhas, primeiro! Depois os grandalhões! – falou alto Maria Eugenia.
E todos obedeceram. Apenas os garotos faziam fila, um atrás do outro a arrastar os pés no chão e achar graça como se fosse uma novidade. Após todos sentados foi feita a chamada dos que estavam presentes, a professora anunciou a aula daquele dia:
--- Abram o livro que hoje vamos dar a aula de geografia. Entenderam? – perguntou com voz alta a professora Maria Eugenia.
Os alunos responderam em uníssono.
--- Sim! – numa falação longa e bem alegre.
E Maria Eugenia perguntou:
--- O que é um planeta? Vocês sabem? – indagou a professora a toda a classe.
Todos fiaram quietos. Mas ao passar dos segundos uma voz soou:
---Com licença, professora! Será um globo como esse em que vivemos? – perguntou o dono da voz que era Joel Calassa.
A professora respondeu:
--- Muito bem. É o nosso planeta, a Terra. Mas além da Terra, tem outros planetas? – perguntou a professora se dirigindo a Joel.
E menino se pós de pé e respondeu:
--- Creio que sim. Existem vários. Como existem várias galáxias. Talvez bilhões delas com trilhões de planetas, satélites e outros corpos maiores e menores do que a Terra. Por exemplo: o aglomerado de Virgem. Têm-se lá planetas, satélites e outros corpos. Eles fazem parte do Universo como também se tem o Aglomerado de Fornax. - falou com brilhantismo o garoto.
A mestra quase caiu da cadeira e perguntou a Joel que história era essa de aglomerado. O aluno voltou a dizer serem várias galáxias.
--- Não estou acreditando no que ouvi. Como você sabe disso? – indagou perplexa a linda mestra.
O garoto sorriu e disse:
--- Bem. Eles existem. É só. Os agrupamentos de galáxias são as maiores estruturas do Universo.  São unidos centenas e milhares de corpos. Elas  estão a 13 bilhões de anos da Terra e já cresceram como uma cidade galáxia. – disse o garoto a professora.
Maria Eugenia não teve meios de discutir com o aluno Joel Calassa e perguntou:
--- Você leu isso aonde, menino? – corou a mestra ao querer saber a verdade do aluno.
Joel Calassa se aquietou e disse:
--- Eu estive nos agrupamentos das galáxias. Só isso! – falou o garoto sem se molestar.
A professora baixou testa para pensar e logo levantou. E indagou a Joel.
--- Leu isso? – indagou perplexa ao aluno.
E ele respondeu:
--- Eu vi tudo isso. Talvez alguém diga que estou mentindo. Mas, na verdade, eu vi todas as Terras existentes nessas galáxias que são o aglomerado do sistema estelar. – falou com brio o menor Joel Calassa.
A professora Maria Eugenia ficou atônita com o que acabara de ouvir e não teve mais pergunta a fazer. E pediu ela um instante para beber um copo de água. Logo depois voltava.
A classe em peso ficou a olhar para o estudante e esse nada comentou a respeito. A professora se dirigiu a sala da diretora e alarmada entro quase a chora a dizer:
--- Tem um aluno na minha classe dizendo que viu Terras em outras galáxias! Não é possível! Cada nome estranho! E não posso nem imaginar! – relatou febril a jovem e bela mulher Maria Eugenia.
A diretora olhou por um momento a professora e perguntou sem surpresa.
--- Quem é ele? –indagou corajosamente a diretora.
Ao responder, a professora caiu em prantos.
--- Joel! Joel Calassa! – confessou a professora a baixar a fronte e a chorar de verdade.

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