- Audrey Hepburn -
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ESTRELA DUPLA
E certo dia daquela mesma semana, Joel Calassa foi ao Grupo em companhia de sua colega, Elizabete sem nada a conversar. Elizabete indagou sobre a razão de tal silencio e nada teve por resposta. O garoto com sua bolsa a tira colo apenas observava a casa do magrão que certa vez ameaçou atirar uma pedra contra ele. Nada viu, então. A janela continuava fechada. A porta cerrada em duas bandas tinha aberta apenas a parte de cima. A costureira também não estava no lugar de sempre a cozer um pano qualquer. Joel Calassa pensou ter saído o magrão para comprar mais papel na mercearia de seu Ferrer. E apanhou uma pedra sacudindo a seguir na casa do magrão fazendo carreira para o grupo de arruaceiro. Todos estavam no maior tumulto a discutir vários assuntos, principalmente jogo de bola de gude. Ela nem mesmo se interessou com tais assuntos. Com rapidez de um raio chegou até Joel a garota Elizabete a reclamar as mil porque ele tinha feito aquele gesto contra a casa do magrão. Joel sorriu e respondeu:
--- Para ver se o magrão aparecia! – e caiu na gargalhada.
Elizabete reclamou:
--- E por que me deixou atrás? – ela perguntou com a cara trombuda.
Joel respondeu:
--- Nem me lembrei. Mas você não podia levar culpa. – gargalhou o mocinho ao notar a presença de alguém na meia porta da casa.
Uma mulher botou a cara na meia porta e, em seguida, veio o magrão olhar também quem sacudira aquele petardo contra a maquina de costura da mulher magra que só um sibite. E os dois olharam para o grupo de adolescente. Teimavam os dois que podia ser algum aluno daqueles malcriados até a alma que socou a pedra. A mulher sacudiu a pedra para fora e o magrão disse lá qualquer coisa e foi buscar a pedra de volta. E discutiram as pampas a se referir aos alunos do Grupo. O magrão entrou na casa sacudindo os braços para cima e falando um punhado desaforos. De longe, Joel Calassa via a cena de gargalhava igual uma raposa. A mocinha Elizabete chegou ao garoto e reclamou.
--- Pára! Do contrario eu vou dizer que foi você quem atirou o bolo. – falou irritada a menor.
O garoto se irritou e respondeu:
--- Vá dizer sinhá burra! Vá dizer! Aí eu digo que mixou no aparelho dos meninos! – relatou o menino irritado.
A menina sentiu um frio na espinha e se calou por completo. E pouco depois, quando a sineta tocou, a mocinha deu uma rabissaca e disse ao colega:
--- Burra é sua mãe! – falou a garota com toda a raiva do mundo. E se deslocou para a fila de entrada da classe de aula.
Quando a aula teve inicio, já em seu inicio, Joel resolveu dizer a professora Maria Eugenia um assunto diferente da discussão entre ele e a colega Elizabete. E foi assim:
--- Professora! Com sua licença! – perguntou Joel.
A professora:
--- Pode falar menino! – deu vez a Joel.
O moço ficou irritado com a expressão “menino”, mas mesmo assim se levantou da carteira e indagou a mestra.
---A senhora já ouviu falar em estrela dupla? – perguntou de uma só vez o garoto.
A professora pensou:
--- Lá vem bomba! – pensou a professora Maria Eugenia.
E demorou alguns segundo para responder.
--- Você que dizer – duas estrelas? Dois Sóis? Já ouvi sim. Alias: Eu estudo esse tema. Porque a pergunta? – disse em troca a professora.
O aluno decepcionado:
--- Por nada. Ontem eu vi ter várias galáxias pelo Universo afora com esses sistemas de duas. – respondeu o garoto.
A professora:
--- Ah bom. É bom que tenha visto. Em qual livro? – quis saber a professora.
O menino se prendeu todo para não dizer a verdade. E apenas declarou:
--- Num jornal. Uma matéria que falava nesse assunto. – respondeu Joel meio apressado.
A professora com um calafrio:
--- Ah sim. Traga-me esse jornal que eu quero ler também. – repostou Maria Eugenia.
O menino foi pego de calças curtas e teve que responder:
--- Não sei mais onde está o jornal. Minha mão tocou fogo nas palhas e levou o jornal. – respondeu Joel Calassa mentindo as pampas.
A professora suspirou:
--- Que pena! De outra vez você guarde o jornal – reclamou a professora a Joel por querer ler o jornal de verdade.
E com ela comentou:
--- Duas estrelas? Não é possível! Duas?! – pergunto a si mesma Maria Eugenia.
Uma semana depois correspondência chegou à casa do senhor Jaime Calassa com convite para o aluno Joel estar presente a um cerimonial a se realizar nos dias marcados no auditório da Secretaria de Educação onde o aluno teria presença marcante. Jaime Calassa leu com orgulho a correspondência e relatou a seu filho ser ele o convidado de honra para um evento a ser em breve promovido pela Secretaria de Educação do Estado. Jaime se aprumou no dia para ir com o seu filho, a vestir roupas compridas, paletó, camisa e gravata com sapatos finos da moda. O menino não sabia do que se tratava. Ele apenas se vestiu e sorriu, rumando para o prédio da Secretaria onde estava armada uma bancada para cinco mestres e um auditório onde estavam caso de vinte convidados especiais. A diretora do Grupo, professora Maria da Penha e a sua professora Maria Eugenia também estavam presentes além de outras professoras do mesmo grupo escolar. O evento era à tarde, de quatro horas. O pai de Joel também estava presente em companhia do seu filho Joel.
Todo garboso e cheio de si procurava a seu modo antever participação de mais alguns alunos. Mesmo assim, Jaime Calassa não percebia nenhum menor de idade. De qual forma ele se conteve. Apenas foi cumprimentado pelo diretor da bancada, pela professora Maria da Penha e pela lente do aluno, Maria Eugenia além de alguns circunstantes. A sessão começou com o brilhantismo de sempre. Os elevados professores, antigos por sinal a falar sobre assunto de mera circunstancia a todos os participantes. O garoto, todo exprimido na sua cadeira, apenas ouvia os discursos dos celebres mestres, cada qual mais elegante que o outro.
No meio da sessão, o presidente dos trabalhos, professor emérito, Jaime dos Campos, fez chamar o aluno Joel Calassa, brilhante estudante de Geografia, cujos méritos eram elevados à sumidade dos elevados graus. Com esses termos o augusto professor convidou até a bancada armada de um lado da mesa onde os eméritos professores, com seus bigodes extensos para ver na pequenez daquele aluno a sumidade que lhe eram atribuídas. Em sua fase de um aluno aprendiz de Geografia, alí estava Joel Calassa, com tremor a sacudir até as calças, pois não sabia que ele era o chamariz do toda aquela esnobe gente. Fotógrafos fizeram seu material e repórteres decidiam ficar em seus locais de trabalho.
Joel nada sabia por que era tao aclamado daquela forma com angustiantes palmas para o aluno mais aclamado daquela tarde. Por fim, depois de um longo discurso do brilhante professor emérito teve inicio a serie de questões incidentais sobre a matéria de Geografia. Nesse dado instante, se apresentou a Joel Calassa as figura da moça Isabel, onde apenas Joel tinha o poder de ver e ouvir. A moça disse:
--- Eles querem fazer você de trocha. Deixa comigo que eu respondo. Não diga nada. Tudo o que eles forem a perguntar terão a divida resposta. Não fale coisa alguma. – falou Isabel colega espiritual do menino.
O garoto, abismado ainda perguntou:
--- Mas o que estou fazendo aqui? – indagou em surdina o garoto.
Isabel respondeu:
--- Nada. Deixe vir às questões! – respondeu o espirito de Isabel de forma quase rude.
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