- Salma Hayek -
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O ESTUDO
De imediato a diretora da escola, professora Maria da Penha, chamou a sua sala o senhor Josino e o mando até a sala da professora Maria Eugenia para ir buscar o aluno Joel Calassa até a sua sala, porém sem atropelos e maldades. Ele apenas solicitava a presença do garoto na sala da diretora e nada mais.
--- Entendeu o que eu disse? Só avisar ao menino que eu estou precisado de sua ajuda aqui na diretoria. Não fale alto e nem com arrogância. Fale suave para dizer ao menino Joel Calassa que eu estou a precisar da sua ajuda. Só isso! – falou a professora Maria da Penha.
E o homem Josino:
--- Sim senhora. Posso sair? – perguntou seu Josino a diretora.
A diretora respondeu:
---Esteja a vontade. – falou sem graça a diretora Maria da Penha.
Em uma cadeira, recostada ao birô da diretora, cabeça abaixada, estava à professora Maria Eugenia com as lágrimas a cair pela face. Era ela uma menina travessa que cometera um pecado mortal. Nesse tempo, a professora Maria da Penha afagou os seus cabelos loiros e bastante longos.
--- Coragem, filha! Coragem! – falou com ternura a diretora em voz suave.
Com um pouco de tempo, abria a porta da sala o seu Josino, e deu entrada ao garoto por completo envergonhado. Ele, por estar à frente da diretora não sabia o que dizer. A professora Maria Eugenia estava ao lado, de pé, a enxugar as suas lagrimas. E o garoto entrou na sala, a paços lentos, com as suas mãos como se segurasse um chapéu, pois não tinha nada em que apoiar, então ficou parado a meia sala, de cabeça um pouco abaixada e sem sorrir. A professora Maria da Penha foi que sorrio para Joel Calassa. E pediu para que ele sentasse em uma cadeira ao lado. Após alguns minutos, a olhar o garoto por seu par de óculos aro de quase ouro, Maria da Penha falou:
--- Você é um garoto muito inteligente. Eu digo até: inteligentíssimo. Não vejo notas perdidas em seu currículo. Quase todas em média de dez. Isso é um orgulho para a Escola. – sorriu a professora ao declarar tudo isso.
O garoto preso de medo fez apenas que sim:
--- Obrigado mestra. As provas são bem fáceis. Quase sempre eu respondo como se deve responder. – relatou o garoto a mestra superior.
A diretora olhou mais uma vez as notas de geografia e enfim indagou a Joel:
--- Você estuda muito a geografia? – perguntou como quem tem a curiosidade em saber.
--- Eu estudo todas as matérias. Inclusive a geografia. – respondeu Joel.
A mestra sorriu e falou mais uma vez de forma carinhosa e terna.
--- Mas eu pergunto se você estuda em outra escola que não essa? – indagou Maria da Penha de forma branda ao menor.
O garoto respondeu:
--- Não senhora. Só estudo aqui! - falou Joel meio encabulado.
A professora Maria da Penha se voltou para a outra mestra, Maria Eugenia e disse então:
--- Ora já se viu? Um garoto precoce! Estuda apenas nesse Grupo e é sabedor de tantas matérias que nós próprias ficamos a admirar. – sorriu a diretora olhando de volta para Joel.
O garoto franziu a boca para não sorrir e esperou o que desejava a professora. E essa então falou com ternura.
--- Você estuda os astros? A Terra? Outros planetas? – indagou a diretora com voz suave.
Joel então relatou o que sabia.
--- Todo o programa da aula. É só isso. – fez ver Joel plenamente sem emoção.
Uma vontade louca de urinar o garoto sentiu, mas apesar de tudo ele teve de aguentar.
--- Eu sei. Eu sei. Mas além da Terra temos outros planetas. Não é? – perguntou a diretora com voz amena ao garoto Joel.
O garoto respondeu como se torcesse a camisa.
--- É. Temos. São nove ao todo. Mas em pouco tempo serão apenas oito. Um dos nove vai murchar. Encolher. Hoje são nove. Mas haverá mudanças nessa ordem. E ficará o sistema bastante... Ou melhor... Reduzido a oito. Hoje temos: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão. Mas esse último vai sair da lista dos nove. E ficarão apenas oito satélites. – relatou o garoto sem pestanejar.
A diretora ficou de boca aberta com tal explicação e quase sem perguntas. E Joel continuou:
--- E tem outros: Ceres, Plutão, Haumea, Makemake e Éris serão os cinco planetas anões do Sistema Solar. E tanto no Cinturão de Asteroides quanto no Cinturão de Kuiper estão sendo avaliados. – recitou o garoto a diretora.
A professora ficou de boca aberta e olhos tensos para a explicação do garoto e depois de alguns segundos ela voltou à razão.
--- Mas você é um gênio. Nem os cientistas ainda divulgaram tudo isso. E você já sabe? – perguntou Maria da Penha.
O garotou baixou a cabeça como se estivesse a ouvir uma explicação dada por algum ente. E por fim, respondeu.
--- Não sou eu em digo. São os Emissários dos Deuses. Eles já me levaram a conhecer diversos sistemas planetários longe da Terra. Muito longe mesmo. Virgo e Fornax. São os mais distantes da Terra. São galáxias cheias de planetas. Bilhões deles. Na certa: Trilhões. Sistemas de Abell, Andrômeda e mesmo Markarian. Tem tudo isso. Esse último está a 360 milhões de anos da Terra. – relatou o profeta Joel Calassa falando manso à diretora do Grupo.
A diretora caiu pra trás sentada em sua cadeira almofadada com a mão não testa como querendo dizer:
--- Não pode ser uma coisa dessas. Um menino passando um quinal em uma professora? Ai meu Deus. Vou desmaiar! – pensou a antiga diretora do Grupo Escolar.
E, após alguns minutos, a diretora chamou ao pé de sua boca a professora Maria Eugenia e disse apenas:
--- Ele é louco ou é sábio? – falou bem baixinho a diretora.
A professora Maria Eugenia respondeu:
--- Eu não disse à senhora! Eu estou extasiada com tudo o que ele falou agora! – confessou a mestra a sua diretora.
E após alguns a diretora Maria da Penha se voltou ao garoto e lhe disse com plena suavidade.
--- Meu filho! Você não diga a ninguém nada do que falou aqui dentro agora. Nada mesmo. Nem a seu pai, sua mãe ou mesmo a um colega de aula. Você é um gênio! Eu temo perder uma cabeça como a sua. - e a mulher a chorar tomou em si aquele corpo franzino do garoto Joel.
Após uns instantes:
--- Não falo a ninguém. Pode ficar ciente a senhora. – respondeu o garoto.
A mulher sorriu e deu ordens para o garoto voltar a sala de aula junto com a sua mestra. Os dois seguiram como se estivessem felizes da vida. Ela, segurando pela mão o garoto Joel e esse a sorrir para a mestra. Ao entrarem da sala, eles puderam observar a verdadeira fuzarca da qual participavam os alunos da classe com o jogar de bolinha de papel uns nos outros. As meninas estavam a conversar coisas inúteis reunidas no canto da sala. Apenas Elizabete esteve calada todo esse tempo. A sineta tocou a informar estar na hora do recreio. A turma saiu da classe e Elizabete apenas perguntou ao seu amigo:
--- O que a diretora queria? – indagou perturbada a mocinha.
O garoto respondeu:
--- Nada não. Só para mostrar minhas notas. – falou mentindo o garoto Joel Calassa.
--- E você viu as minhas? – indagou confusa a mocinha.
E o garoto:
--- Não. Ela não mostrou. – relatou sem emoção o garoto arrumando a sua mochila.
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