- Zhang Ziyi -
- 02 -
CONVITE
Nesse ponto Isabel, ainda
desnorteadas com a confusão no bar, olhou bem para o rapaz e fez pela vez
primeira a pergunta do que pretendia fazer. O rapaz sorrido olhou a maca
totalmente fechada e voltou a indagar se Isabel estaria procurando uma pensão.
Foi então ter Isabel entendido a pergunta e logo respondeu:
Isabel:
--- Um rapaz me indicou aquela
pensão. Eu fui lá para solicitar um quarto e então começou uma confusão e uma
mulher e um homem. Eu vim embora. Estou agora sem noção de onde ir. Pois essa é
uma cidade cheia de gente. Ave Maria! – disse então Isabel.
Homem:
--- É. É assim mesmo. Cidade
grande! Você é do interior? – indagou o homem.
Isabel:
--- Bem. Eu sou. Estou aqui sem
conhecer nada. O senhor também é do interior? – indagou com pressa Isabel.
Homem:
--- Não. Não. Sou daqui mesmo.
Mas eu alugo quartos para casais e pessoas solteiras. Meu nome é Hélio. Queira
aceitar meus cumprimentos! – sorriu Hélio estendo a mão para Isabel.
Isabel:
--- Ô. O prazer é meu. Quanta
gentileza! O senhor tem um cantinho para alugar? – indagou curiosa a moça.
Hélio:
--- Tenho. Fica bem perto da
parada do ônibus. Por trás daquele prédio alto. A gente faz refeição para quem
precisa. Até mesmo gente de fora. Motoristas, mecânicos e assim por diante.
Quer ir para a pensão? – indagou sorrindo o rapaz.
Isabel:
--- Ora se quero! É caro? - -
indagou Isabel com a maior surpresa.
Hélio:
--- Não. Não. Ate porque nós
estamos precisando de gente para ajudar na cozinha. Tem uma moça. Mas é muito
serviço para ser feito. Outra saiu para casar! – sorriu Hélio a Isabel.
Isabel:
--- Ô que ótimo. Sou chegada à
cozinha! – sorriu alegre Isabel.
Hélio sorriu displicente enquanto
Isabel procurava ouvi-lo sobre tudo. De momento, Hélio chamou um biscateiro a
sentar na calçada ainda pertencente ao bar e disse a moça ser a maca bem pesada
e era melhor deixar por uma pessoa acostumada a pegar peso. Isabel consentiu e
foi mais ou menos indagar se podia efetuar pagamento por ter o moço a sustentar
a maca. Hélio fez sorriso e disse a jovem ter ele mesmo a efetuar tal despesa,
pois tudo seria posto em sua conta a pagar no fim do mês, se ela quisesse ficar
no trabalho.
Isabel:
--- Quero sim. Nunca eu tive
tanta sorte de uma vez. – respondeu com simplicidade e alegria a jovem moça.
Após breve caminhar Hélio chegou
ao ponto. A casa era bastante larga e comprida tendo fruteiras em ambos os
lados. Dois pés de fícus faziam sombra logo a tarde para quem entrasse ou
saísse. A cozinha ficava na parte de trás onde havia mais cômodos ocupados e um
estava pronto para alugar. Era uma casa pertencente, quando foi feita, a um
homem de negócio. Naquela nobre residência o dono morou por longos anos e, após
sua morte os herdeiros preferiram se mudar e deixar a habitação para ser
alugada. Isabel, ao entrar no prédio
ficou abismada com tanto encanto visto em um soberbo solar feito em plena
capital. Logo quis saber da origem do primeiro dono, mas teve receio em
perguntar. Na cozinha estava uma mulher. Essa pessoa foi apresentada por Hélio
como sendo dona Marina, a proprietária do local de fazer almoço. A Moça
estanhou um pouco, mas não perguntou coisa alguma. A questão era porque o rapaz
se apresentou como dono de uns cômodos. E veio a cena de quem mandava era dona
Marina e não, efetivamente, Hélio. Porem foi um pensamento tão rápido e Isabel
deixou passar. Fome, sede, vontade de tomar banho eram os casos principais para
a moça tão logo se fez a dona da chave do cômodo.
Marina:
--- Pode se arranjar. O banheiro
é lá mesmo. – recomendou a mulher.
Isabel
--- Obrigada por tudo. – respondeu
a moça e sorriu para Hélio.
Ao procurar o garoto responsável
pela maca, esse já havia saído. Ela nada falou e levou os seus pertences para a
sua nova moradia. Abriu e fechou a porta enquanto tomava banho frio e de uma
água límpida como nunca sentira em sua vida. De momento alguém bateu à porta.
Era dona Marina. A mulher quis saber se a moça tinha toalha. Isabel por pouco
procurou nos seus embrulhos a toalha e logo viu ter se esquecido de trazer
aquela parte dos seus pertences. E de imediato respondeu para a mulher.
Isabel:
--- Eu me esqueci de trazer.
Arranje-me um pano. – respondeu a moça bastante preocupada com esse
esquecimento momentâneo.
Marina:
--- Tem uma nova aqui pregada na
porta. E pode ficar com a toalha. – falou a mulher com a voz meio atrapalhada.
Isabel agradeceu e ouviu seu
passar se distanciando. Embora tudo fosse silencio, a moça ouvia ainda as
panelas sendo lavadas ou guardadas. E o cheiro apetitoso de alguma comida
gostosa remexeu a sua barriga, pois há quase vinte e quatro horas Isabel não
fazia refeição ao contento, salvo empadas a roer pela estrada. De imediato,
alguém bateu novamente à porta. Ele temeu em abrir, pois só se lembrava do
padrasto em suas avançadas libidinosas. Por um tempo a moça calou e a pessoa
partiu sem maiores comentários. Logo depois, quando tudo estava quieto, Isabel
resolveu abrir a porta e, devagar, olhou para fora. Apenas uma doméstica
colocando restos de comidas no balde de lixo. A doméstica era ainda bastante
jovem e logo após despejar o resto de comida retornou ao interior da casa.
Isabel notou a conversas entre ambas as mulheres, mesmo assim não conseguiu
distinguir um todo do falar. Com bastante calma, se era possível definir a
cena, a nova inquilina do quarto se aproximou da porta da sala e logo afirmou a
sorrir.
Isabel:
--- Agora estou uma nova mulher.
– e dizendo isso, sorriu.
Marina;
--- Um banho faz a gente remoçar.
Aqui não falta água. É o dia todo. Esse aí é quem gosta de tomar banho. – falou
dona Marina apontando para a sua auxiliar.
A mocinha sorriu como se tivesse
meio encabulada com o dizer de dona Marina. E em seguida preparou um prato de
refeição para Isabel. A moça pôs o prato a mesa e disse apenas:
Moça:
--- Você. – e sorriu ainda
encabulada com a nova moradora do quarto.
Isabel:
--- Ó. Que bom. Já não via a
hora. Estou sem me alimentar desde a tarde de ontem. – sorriu Isabel, sentado
em uma cadeira e abocanhando o bocado de alimento.
Moça:
--- A senhora é daqui perto? –
indagou com franqueza a auxiliar da cozinha.
Isabel:
--- De outro Estado. Eu vim em um
ônibus não sei de onde. – falou Isabel com a boca cheia de comida.
Moça:
--- Eu moro aqui, mas também sou
do interior. – respondeu a moça sem se atrasar no serviço.
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