quarta-feira, 24 de novembro de 2010

AMANTES - 05 -

- Irene Jacob -
- 05 -
A garota Ana foi incumbida pela professora, ao sair do Grupo ir até a residência de Silas avisar à mãe do estudante para vir ao estabelecimento de ensino ainda naquele dia para tratar de assuntos pendentes com relação ao seu filho. A moçinha afirmou que estaria a passar na moradia de Silas e avisaria a dona Lindalva, mãe do garoto que ela deveria ir de imediato ao estabelecimento, pois aquele era o seu caminho de casa. A garota Vera não disse coisa alguma a respeito de Silas. Apenas a professora lhe perguntou se havia desentendimento entre os dois e a mocinha respondeu:
--- Não senhora. – disse isso e calou.
Ao fim da aula, Ana foi direto à residência de Silas dar o comunicado dá professora Margarida apenas dizer para que dona Lindalva estivesse na Diretoria na tarde daquele dia. Era isso o que a mocinha teria que o dizer. Com exatidão a mocinha não responderia mais questão para não ter complicações com garoto Silas. Se alguém comentasse algo, Ana diria não saber por acaso tal fato. Ao se envolver o nome da garota Ana, era de se saber que entre ela e o garoto pairava uma terna amizade, mesmo de longe. Ana sempre olhava Silas com doces visões acalentadoras e muito embora não houvesse progresso em tal sentido, mesmo assim, não poderia haver assim um inegável retrocesso. Ao sabor do destino, a mocinha deitava imenso carinho por esse impetuoso garoto, um verdadeiro menestrel de ávidos tempos.
Quando Ana chegou à moradia de Silas encontrou o garoto que estava naquela hora a chegar, provavelmente de algum lugar onde passara fazendo tempo até bater a sineta da escola. A garota olhou surpresa o seu amigo Silas e até admitiu ter lado tremendo susto com a sua presença inesperada. O garoto apenas sorriu e ao mesmo tempo perguntou o que fora a aula daquele dia.
--- Geografia. Eu vim aqui trazer um recado pra tu mãe. – falou com receio a adolescente.
--- Ah bom. Não perdi grande coisa. Tu vens falar com minha mãe? – indagou o garoto cismado com a presença de Ana após a aula que ele gazeara.
--- A professora pediu para ela ir ao Grupo hoje à tarde. É isso que eu vou dizer. – sorriu Ana contemplando a face do garoto.
--- Lá vem bomba. Eu! Nem me importo! Entre! Espere. Eu posso estudar hoje na tua casa? – indagou o menor.
--- E Vera? – sorriu Ana cautelosa com a outra garota.
--- Ah. Ela não quer que eu vá! – respondeu Silas quase mentindo.
--- Então eu espero. Minha mãe não está em casa. Vai ao médico. Mas, isso não importa. – sorriu Ana para o garoto.
--- Está bem. Às três horas? – indagou o garoto com um jeito a cismar.
--- Às três, tá bom. – sorriu Ana abrindo o portão da casa de Silas para poder entrar.
Tão logo deu às três horas da tarde Silas chegou à moradia de Ana. A casa não tinha viva alma a não ser a própria Ana que já estava esperando a visita do moço. Silas entrou na casa de Ana com cuidado para não tropeçar em algo. O sofá de vime estava todo arrumado juntamente com o centro e as demais cadeiras enrolando a sala. Uma banca mostrava um rádio àquela hora desligado. Uma estante de livros e um birô onde a mocinha guardava os seus livros da escola. Algo despertou a atenção do garoto. Ao passar pelo quarto da mãe de Ana notou tudo fechado. Não raro Silas supôs que dentro do quarto guardava segredos infindáveis de amor ao luar como ele já observara na casa de Vera. Uma ereção tenaz se aprofundou do garoto e logo pensou na também sua Ana. Aquele local seria o ideal para um coito a dois. De fato, Silas nutria quimeras por aquele azogado ser. Sempre em sua moradia ele a observava. Tinha medo de sua própria mãe em fazer rodeios em torno da mocinha. Acabara-se com fazer sozinho o seu ato solitário em pleno quarto de dormir. Dessa vez, mesmo temendo alguém, ele estava sozinho em um local de domínio da sua pretendida.
--- Queres água? – indagou a donzela voltando-se para Silas ao caminhar para a sala de jantar onde tinha posto seus livros.
--- Não. – sorriu Silas olhando as ancas da donzela a rodopiar sacolejante.
--- Meu quarto é esse. – apontou a donzela para o quarto quando Silas passava a sua frente.
Era um quarto normal. Cama de solteiro, guarda-roupas, penteadeira, perfumes, talco, objetos vários por cima do móvel e um criado mudo no canto da parede do quarto.
A lição do dia foi a de Geografia. Para Silas isso de pouco importava. Ele observou o vestido de Ana e sentiu ereção. Silas teve que cruzar as suas pernas para evitar mostrar algo que a jovem mocinha ainda não tinha o costume de observar. O calor era demais àquela hora da tarde. Não era propriamente um calor natural, porém algo mais que fazia ferver os sentidos do garoto. Ele estava a ponto de partir para cima de Ana. Mesmo assim se conteve. Dentro da moradia de Ana estava o gato a dormir como todos os gatos costumavam fazer. No quintal da casa vizinha um cão latia parecendo pedir algo para comer. Nas mangueiras do quintal de Ana vinham o cantar dos pássaros. Um papagaio preso em seu poleiro era a única testemunha da volúpia do garoto. A todo tempo o papagaio soltava os seus grunhidos alarmantes e tagarelas. Em determinado instante a garota pediu licença e se levantou. Ela saíra para o seu quarto.  Silas ficou apenas a observar o que se passaria depois. Foi aí que Ana lhe chamou. Meio escondida, da porta do quarto ela fez um chamado de modo delicado:
--- Vem cá. – sorriu Ana quando chamou o garoto.
Esse se levantou da cadeira onde estava e caminhou até o quarto. Ana já estava sentada na cama a sorrir lentamente. O garoto então chegou até onde estava Ana. Ali encontrou o que não esperava. O amor para todo o sempre. A mocinha chamou o garoto para deitar com ela em cama Patente Faixa Azul, aquelas que eram então as mais modernas da época. O garoto tremeu de medo, pois não era o seu costume ficar com aquela garota. Porém, pela insistência da mocinha ele então cedeu. Entre caricias e beijos o céu foi se encobrindo e as paredes do quarto não tinha mais cor. O encanto era o frenesi dois sem prática, por parte da mocinha e menos por parte do garoto. Ana estirou-se na cama e mandou o garoto se deitar em cima.
--- Mas não é assim. É de outro jeito. – reclamou o garoto um pouco temeroso.
--- E como é então? – indagou a mocinha assombrada.
--- Tire a roupa. Tudo. – reclamou o garoto meio sem graça.
--- Eu ficar despida? Nunca! Se quiser é assim! Pronto! – rezingou a mocinha já tremendo de medo por não ter acertado a primeira vez.
--- Mas assim não presta. Como eu vou ficar? – indagou o garoto coçando a cabeça.
--- Não sei. Você fica em cima e pronto! – declarou Ana já um tanto aborrecida.
--- Vamos ver o que eu faço. Pelo menos tire a calcinha. – reclamou o garoto sem noção de como se fazia ao certo.
--- Minha roupinha. Nunca! – fez finca-pé a donzela cuja atitude era mais alvoroçada.
Após algum tempo passado, Silas fez como Ana tanto insistiu, por cima da roupa de casa que a estudante estava a vestir. O negócio era bastante ruim por demais. A mocinha agoniada sacudia a cabeça para um lado e para o outro sem nenhum acordo a chegar. O garoto, com um pouco de jeito foi tirando as calcinhas da mocinha e até que enfim penetro no seu corpo. Era assim que ele imaginava ser de fato. Ao penetrar, a garota estremeceu de dor e gritou de maneira assombrada, vez que Silas largou a moçinha e saiu de cima ficando a tremer ao lado do armário. Nesse instante de dor e desassossego a mocinha a chorar procurando remendar as calcinhas de cambraia toda suja de sangue disse ao garoto:
--- Bruto. Você nem sabe fazer! Minha mãe não grita e nem chora! Bruto! – lamentou a mocinha pelo que o garoto tinha feito com ela.
Em seguida, banhada em prantos, Ana mandou que o garoto se retirasse de sua casa, pois não queria mais vê-lo tão cedo. E correu para o banheiro onde lavou a sua peça de cambraia com todo o esforço do mundo para retirar aquela mancha se sangue ainda umedecido. A mocinha chorava e olhava para fora vendo se o garoto tinha saído ou se a sua mãe já havia chegado do médico, pois a mulher não tinha hora para retornar. E ela pensou por mais tempo que ao manter relações sexuais com Silas era um fato temeroso,  pois a sua mãe podia ter chegado e a mocinha estava desprevenida até mesmo de roupa.
--- Isso é loucura. Bosta! – comentou Ana ainda a chorar de raiva ou de dor.
O garoto não havia saído de casa. Ele estava postado na cama de Ana procurando por as idéias em ordem. Foram passados tempos e de repente Ana chegou a seu quarto pegando Silas todo desarrumado e a meditar sozinho. A linda jovem esquentou o facho e pos para fora o garoto uma vez que já o tinha feitos minutos atrás. Com imensa ira ela levantou o rapaz pela pescoço e mandou ir embora de qualquer jeito.
--- Vá embora. Vá embora. Minha mãe não tarda a chegar. Suma daqui! – prognosticou Ana com bastante raiva por conta da peça molhada de sangue que ele fizera.
O garoto partiu sem ao menos dizer adeus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário