terça-feira, 23 de abril de 2013

"NARA" - 42 -

- Cameron Diaz -
- 42 -
SOCORRO
Desse ponto em diante os acontecimentos modificaram por completo o dia a dia naquele Hospital quase o único da Capital. Ambulâncias da Secretaria de Saúde atenderam socorro em diversos pontos. O difícil era o motorista alcançar o Hospital. A lagoa despejada pela adutora de abastecimento da Caixa d’Água movia a terra na altura da Maternidade e descia sem tréguas para o bairro da Ribeira. Quem se dirigia ao hospital encontrava uma trágica situação. A enxurrada não permitia os transeuntes a andar pelo acostamento do Hospital. Em grande parte, o calçamento tinha sido desfeito. E na rua logo abaixo caminho para o bairro da Ribeira, não havia calçamento. Os veículos desciam uma rampa até a Rua Condor e ali voltavam, pois para além só existia uma enorme cratera com plantio de mato onde as pessoas, indo à pé, caminhavam pelo acostamento, quando era tempo de seca. As ambulâncias da Secretaria de Saúde tiveram mesmo de ser dirigida para Rua Nilo Peçanha, única existente de acesso mais rápido ao pronto-socorro. A prestação de atendimento era para alguém ferido ou em desmaio afetado pelo terremoto daquela hora. Eram visíveis na rua principal da Cidade e nos bairros da Ribeira, Rocas, Alecrim e pontos mais distantes pessoas caídas entre muitos outros casos. Casas e prédios desmoronavam a um único instante. As poucas ambulâncias não conta desse contingente. O povo a clamar por ajuda a outras vítimas desse verdadeiro holocausto. A fiação dos postes da rede elétrica se rompeu por completo com o estremecimento degradante. Em outros segmentos da Capital houve igualmente o rompimento dos dutos e a consequente falta de água nas residências. Tudo isso era o clamor do Céu.
Povo:
--- Castigo, Nosso Senhor! Castigo! – relatava enlouquecido o povo a correr para qualquer lado
Os anciãos eram os mais temerosos por questões de saúde. Era gente a pedir ajuda a qualquer um no meio a atribulação vivida por todos. Os mendigos eram os mais sofridos. E qual a pedir uma ajuda a quem intempestivamente passava. E eram muitos na atual situação. O Mercado Público da Cidade Alta se tornara em um abrigo de toda sorte de gente. Como não havia iluminação elétrica por conta do rompimento da fiação dos postes, no Mercado existia tão somente a iluminação feita por lamparinas, candeeiros e velas. E era naquele ermo local um verdadeiro tumulto de pessoas aflitas a procura do nada. Do bairro da Ribeira seguiam carros ou mesmo caminhonetas a levar pessoas enfermas para o Centro de Cura do Hospital “Miguel Couto”. E nesse zum-zum-zum carros e gente transitavam sem parar.  Quase o local não cabia mais de gente enferma. E naquele local o drama ainda era maior, pois médicos e enfermeiros transitavam feito louco para acudir quem estava internado e para quem chegasse. As pessoas entre a lama do duto estourado a despejar para qualquer local eram vítimas recentes. Se houvesse tempo de se avistar a Avenida Atlântica podia-se enxergar o volume de água a cair do aterro formando uma cachoeira a enxotar os poucos moradores da Rua do Motor e suas imediações.
Alguém:
---Loucura!!! – dizia um homem a correr desenfreado em busca de ajuda.
As sirenas das ambulâncias do hospital tornaram a tocar de forma normal e os motoristas seguiram com pressas para os diversos bairros da Cidade onde havia maior contingente dede vítimas. Enquanto isso, quase uma hora depois, chegou ao hospital o senhor Sisenando a procura da enfermaria onde se encontrava a sua filha. Era gente demais em tal ocasião. A atendente nada podia fazer. Alguém com precaução e de imediato se prestou a declarar do senhor Sisenando e lhe mostrou o caminho. O homem estava plenamente coberto de barro por conta do lamaçal do duto da Caixa d’Água. Além do mais a barulheira dos carros a chegar apinhados de gente enferma. Na hora quando Sisenando se acercou do apartamento de Nara, foi justa a hora quando Nara saiu do involuntário sono. Apesar de estar o médico, sua mãe, seu filho e a auxiliar de enfermagem em volta da sua cama, à única pessoa por ela a notar foi à enigmática imagem do pai. A virgem nada fez. Ela apenas focou em Sisenando. E por alguns segundos Nara quis saber:
Nara:
--- Quem é esse homem sujo? – indagou alarmada a moça.
E todos olharam de uma só vez. Dona Ceci foi quem se esforçou em falar.
Ceci;
--- Velho? Que traje é esse? – indagou perplexa a mulher.
Então foi quando Sisenando notou o estrago de sua roupa. E por vez passou o pente no cabelo como se o pente resolvesse a questão. Em seguida declarou:
Sisenando;
--- Terremoto! A terra voltou a tremer!. Muita gente!. Eu apenas tive sorte!. Casas desabaram!. Os mendigos estão de dá dó pelas esquinas das ruas!. Nem sei explicar como em estou aqui! -explicou de uma só vez o velho.
Eurípedes:
--- Terremoto dos diabos! Toda a Terra está por vez tremendo!. Não foi como o primeiro! Mas foi gigante! – relatou o homem enquanto vidros de medicamentos tilintavam no armário.
Um enfermeiro pôs a cabeça na porta e chamou pelo médico em uma medida urgente. O doutor pediu licença a quem estava e foi saber do assunto. Por constante forma a nívea Nara despertou e disse a alguém ter ela estado acordada todo esse tempo. A sua mãe respondeu:
Ceci:
--- Tu dormiste um pouco. - respondeu a mulher.
Nara:
--- Tudo caído! – disse a virgem ao notar o ambiente quase acabado.
Sisenando:
--- Um sismo! Muita gente ferida! Um motorista falou em mortos! – enfatizou o velho.
Nara:
--- Tremor de terra? Mas o senhor está sujo! Que foi? – indagou estranhando a cara do pai.
Sisenando:
--- Tem muita gente pelo interior do Hospital! Doentes! Quase mortos! – declarou o seu pai.
Depois da declaração do seu pai, Nara se lembrou da razão de está esse tempo desacordada, da menstruação e até do terremoto não ouvido. O soar das sirenas fez a moça se lembrar do Hospital. Enfim, de tantas coisas de não ter ouvido falar por alguém. Daí em diante Nara foi recobrando os seus sentidos e ambientando-se na cama onde estava. A virgem estirava seu corpo em ligeiro desconforto enquanto perguntava a seu pai:
Nara;
--- Chove? – indagou a virgem.
Sisenando:
--- Não. Um duto estourou. A Caixa d’Água despejou para cá. – afirmou o velho.
Nara:
--- Caixa? – indagou a estranhar a virgem.
Sisenando.
--- Sim. Uma que tem aqui na subida da praia. – explicou.
Nara:
--- Ah. Já sei. Minha cabeça é que não funciona. – sorriu a moça
Ceci;
--- É melhor repousar. E velho? Fica assim? – indagou Ceci ao marido.
Sisenando:
--- É o jeito. Se houver ainda a minha casa, eu vejo se eu as mudo. – sorriu desfeito.
Ceci;
--- Casas caídas? – indagou perplexa.
Sisenando:
--- Sim. Não sei quantas. – afirmou o velho.
Ceci;
--- Nossa! Será que foi para os lados da rua onde moro? – indagou preocupada.
Sisenando:
--- Não sei. Creio que não. Foi mais para baixo ou nas Rocas, Alecrim....- discorreu o marido um pouco preocupado.
Ceci:
--- Eu acho que vou ver! – atemorizou a mulher.
Nara:
--- E meu filho? – indagou a virgem batendo suave na cama.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

"NARA" - 41 -

- Mariana Ximenes -
- 41 -
TREMOR
A Terra tremeu naquele instante afetando sobremaneira moradores de Natal. O médico Eurípedes estava se dirigindo para o anfiteatro do Hospital quando sentiu abalo forte. Por alguns segundos, não mais que oito, ele viu todo o edifício rodar e os objetos a cair para todo canto. Natal estava numa época de sismo. Ninguém podia prever o acontecido. O novo abalo ocorria no tempo quando o médico se dirigia para fazer palestra aos novos estudantes tendo deixado sua noiva Nara em um apartamento em recuperação de uma forte crise menstrual. O médico já receitara medicamentos e esperava de momento o restabelecimento da moça. Não era nada de risco, aventava o medico. Com o abalo, Nara estava a dormir e sua mãe seguia para o jardim do Hospital após ter falado com o seu marido, Sisenando. O homem ficou de estar no Hospital “Miguel Couto” antes de concluir o primeiro expediente da repartição. Contudo, o tremor mudou o rumo das pessoas. O abalo, de certa forma, foi tão forte que uma auxiliar de enfermagem derrapou no chão e parou em um choque contra a parede de prédio. A própria mãe de Nara se aguentou a segurar Neto, o seu protegido daquele instante e procurou apoio em qualquer lugar temendo tudo a sua volta, pois o abalo Ceci já sentira outro um pouco semelhante quando saiu na correria a buscar abrigo no Convento franciscano onde outro pessoal também buscava. Do ultimo abalo, ou pelo menos o inicial, a Prefeitura quase ou nada fez na recuperação dos estragos provocados nas partes de repartições ou mesmo nas casas mais antigas da capital. A cidade vinha sofrendo constantemente os efeitos dos sismos de um modo bem frequente. Desde o último sismo, com repetição a vários outros, os homens do interior buscavam mesmo até água para dar ao gado, pois as chuvas não ocorriam de modo algum. Sem chuva não havia água das cabeceiras dos rios. E na capital do Estado eram os sismos a ocorrer. O transporte de cargas por caminhão era de certa forma prejudicado desde o primeiro sismo. E ainda se temia pelo poder dos tremores quando a terra sacudiu novamente. De imediato alguém sentiu a terra a vibrar e já estava se acostumando com esses terremotos regulares. Mesmo assim, o novo abalo ocasionou problemas diversos tendo sido sentido em vasta área da cidade e em cidade vizinhas. Até aquela data ainda estava em vigor o toque de recolher em certas horas da noite. E em decorrência o novo sismo veio a afirmar serem tão necessário como antes se alertar as pessoas e proteger a saúde das empresas do comércio e da indústria. Mas isso era o dever posterior. O caso era o abalo naquele instante. Por isso nem adiantava se referir ao que estava por vir. O caso do Hospital era tão grave como os demais da Capital. Os médicos e estudantes calouros do curso de Medicina entraram em polvorosa quando sentiram seus pés abalarem. Formou-se uma correria para qualquer canto em busca de uma saída onde os estudantes pudessem se proteger de algo anormal. Foi uma celeuma atroz mesmo com alguém a gritar:
Alguém:
--- Calma turma! Calma! – dizia um professor a sair do anfiteatro.
Mesmo assim, não havia forma de se conter a fúria dos estudantes. Eles queriam era sair. E com eles levaram carteiras, bancas e tudo mais. O negócio era sair do anfiteatro para qualquer espaço. No apartamento onde estava desacordada a paciente Nara, noiva do médico uma auxiliar de enfermagem foi ao solo como por encanto pondo a moça ao desespero. Tudo balançava no interior do apartamento, desde o lustre sobre a cama até mesmo as ampolas de injeção postas em uma mesa de ferro em um canto de parede. A cama onde Nara conciliava o sono balançou com ímpeto rodopiando em seus pés. O suporte e a bolsa de soro vieram ao solo. Caixas de medicamentos voaram ao leu como a se escapar em derradeiro impacto. De apartamentos em frente, vieram de imediato aos borbotões os outros objetos guardados nos seus armários. A moça telefonista se agarrou com força ao sentir o terremoto. As sirenes das ambulâncias alarmaram como se alguém mandasse perpetrar aquele sinal. Era um verdadeiro tumulto no interior da casa de saúde. Um clamor do Céu. A correria foi constante de um lado para outro com as enfermeiras e auxiliares a esbarrar uma na outra sem saber de fato o mais ser feito. Motoristas alarmados gritavam o poder e não poder. Doentes caíram de seus leitos e a pedir amparo. Por fim, o médico Eurípedes, quase ao vir ao solo, se aprumou de vez e caminhou para o apartamento de Nara passando de imediato por sua futura sogra e o menino, ajudando-a a se soerguer de forma pelo menos com muito esforço.
Eurípedes:
--- Vamos! Segure-se em mim! Assim! Depressa! É um sismo e dos maiores! Siga-me! – falava com vexame o médico.
A mulher a segurar o garoto se aprumou e tentou seguir o seu futuro genro entre o meio de muita gente a correr para um lado e outro e a gritar frenética com temor da tragédia. E assim, os dois saíram a cambalear por entre rumas de estragos vindos de qualquer ponto. Outro médico gritava às enfermeiras e auxiliares ter cuidado com os pacientes, pois muitos estavam a cair dos seus leitos. Eram médicos e enfermeiros a sair para qualquer canto com a terra a tremer em seus pés. Essa tragédia durou por vários tempos onde não sabia quem era quem. Todos estavam metidos num torvelinho de consequências imprevisíveis sem proteção alguma. Entre o meio de toda gente Eurípedes conseguiu entrar no apartamento onde foi encontrar a auxiliar totalmente estabanada a procura de repor a todo custo em seu lugar à cama na qual Nara se encontrava. Nessa ocasião o médico ajudou a repor a cama no seu devido lugar e dona Ceci ficou apenas a observar o esforço dos dois sem poder ajudar em nada. O vento forte açoitou o tempo provocando o maior desespero naqueles que ainda percorriam com macas ou não a socorrer alguns doentes prostrados no chão dos quartos onde alguém colocou alí. Era mais os indigentes uma vez que os em melhores condições financeiras tinham ao lado sempre uma auxiliar a proteger. Nesse ponto, as Freiras a prestar assistência aos doentes corriam cada qual como podia e se apressavam em cuidar de algum enfermo. Na verdade, tinha doente no final da vida esperando tão somente o dia de sua morte. Alguns desses enfermos nem sequer tinham roupa usando tão somente os trajes rotos do Hospital. As Irmãs cuidavam do setor, de modo especial, da capela e de forma geral dos acamados e das mulheres a dar à luz aos seus rebentos. Essas Irmãs se dividiam entre o Hospital e a Maternidade “Januário Cicco”. Na hora do tremor de terra eram as Irmãs as mais sofridas a se deslocar de um lado a outro. Não foi com muita graça que algumas dessas Irmãs chegaram a cair ao solo por conta do habito a usar. Traje longo, todo preto a cobrir das Freiras da cabeça aos pés. Freiras tinham novas, de idade variada entre vinte e mais de setenta anos. As mais idosas ficavam sempre no Retiro. Mesmo assim, o tremor abalou todos os setores do Hospital bem como de outros locais da Cidade. A estação de telefonia ficou muda com o abalo. Na capela houve Imagens de Santos jogados ao piso. Na verdade, foi um verdadeiro terror sofrido por toda a gente daquele nosocômio.
Operário:
--- É o fim do mundo! – gritou um operário a correr desenfreado para se esconder em algum canto qualquer.
Gritos, lamúrias, expressões de medo e tudo o que se podia imaginar ocorria a um só tempo naquele hospital. Uma mulher que estava a esperar a hora pôs a criança para fora da barriga pelo terror formado naquele instante. E nem esperou por qualquer parturiente. Foi de um só instante. Macas caídas, berços aos montes, tudo empilhado ou desempilhado em algum canto de parede. Foi um horror tudo aquilo a se poder notar. Choros e lágrimas, gritos de dor e de desespero. Correria às tontas. Era um hospital em alvoroço. É bom lembrar: tudo isso em um só minuto. O homem da casa funerária caiu dentro da urna como um molambo e foi ao barro com urna e tudo. Flore se grinaldas se amontoaram em cima do caixão.  De tanto terror a ficar o homem nem saiu de dentro da urna nos seus primeiros instantes. Ouviu-se um baque surdo e abafado para os lados do necrotério. Era o de um cadáver. O defunto de imediato rolou ao chão arrastando consigo tudo o existente no local. Água turbilhoava pela calçada aos montes. Era de um cano rompido naquele instante. A  água entrou pelo necrotério formando imenso lago e arrastando o cadáver para fora. Homens passavam de um lado para outro e nem dava fé no cadáver. E se dava nada importava. Cada qual pensasse depressa;
Um:
--- Terremoto? Ai meu Deus! Meus filhos! – fala alguém com muita tormenta.
Dois;
--- Minha mãe! Pelo amor de Deus! – alarmava outro.
Três;
--- A casa vai desabar! – falava ao desespero um terceiro lembrando-se da tapera.
E todos assim corriam de um lado para outro com o chão a tremer nas suas bases. De repente, um estrondo. Uma imensa adutora a abastecer a Caixa de Água da Avenida Atlântica se rompeu de imediato e transbordou para as moradas de baixo com imensa turbulência e seguindo para o local onde se erguia o Hospital e dali para a Maternidade a ficar embaixo da rua. Um Bonde foi tragado pela força das águas e desencarrilhou se virando como se fosse um brinquedo. Poucos carros a circular pela rua ficaram emborcados devido ao transbordamento da adutora. A parte da balaustrada suportou a imensidão das águas, porém serviu para despejar para a Rua do Motor tudo o podia ser feito.
Enquanto isso, no apartamento onde Nara estava o médico Eurípedes auscultava mais uma vez o ritmo cardíaco da paciente enquanto a auxiliar removia todos os entulhos para um canto de parede. Dona Ceci, preocupada com seu neto. O menino não parava de chorar enquanto a algazarra continuava pelo lado de fora. Um médico, espantado, estirou a cabeça para dentro do apartamento e logo retirou. A mulher fazia todo esforço para confortar o seu neto. O medico a olhava e depois ainda preocupado com a saúde de Nara dizia algo por ninguém entendido. Nesse instante entrou no apartamento uma enfermeira a solicitar ajuda para um enfermo. O homem a olhou e não disse nada. A calamidade implantada era enfim absurda. Doutor Eurípedes recolheu o material e seguiu de imediato a enfermeira alertando enfim a sua futura sogra.
Eurípedes:
--- Volto já! – disse o médico angustiado.
A auxiliar procurou algo e não encontrou. Cruzou as mãos nas ancas e prognosticou:
Auxiliar:
--- Pronto! E agora? – falou sobressaltada a moça.
Um moço penetrou no apartamento e indagou:
Moço:
--- Onde está o médico? – perguntou alarmado.

terça-feira, 16 de abril de 2013

"NARA" - 40 -

- Jennifer Love Hewitt -
- 40 -
CONFISSÃO
O homem se mostrou grosseiro e puxou o cinturão de sua veste preso à cintura e mostrou com arrogância à menina-moça. E lhe disse de forma bruta e colérica estar naquele sitio não por brincadeira, mas por sua obrigação e ninguém faria com ele o que se pensava. E ameaçava bater na moça se ela resistisse. E Margarida não temia o açoite do cinturão esbravejando como podia ter a moça o seu direito de proteger a sua honra.
Margarida:
---  Eu não vou casar com ele! Não vou casar! Não vou! Ele não toca em mim! E eu não fiz nada de errado! Não fiz! Não fiz! – gritava a moça ainda a segurar as suas tranças da mão do velho.
Amaro Castro cada vez mais irritado queria porque queria saber da moça à razão pela qual a mesma pôs fogo no homem. Isso era tudo.
Amaro:
--- Não importa saber disso. E por qual razão a senhorita atirou no rapaz? – indagou colérico o velho.
A moça se debatia até afirmar:
Margarida:
--- Ele é um bruto! Ele me desonrou! Deixa meu cabelo! Me solta! –gritava a mocinha sem ter meios de se livrar do seu algoz.
Disse a moça a cuidar de suas tranças. Na sala ampla onde eles estavam também surgiram alguns vaqueiros. Esses ficaram a olhar calados. Apenas, de quando em quando um olhava para o outro e torcia a cabeça para um lado como quem dizia: “A moça tem razão”. Se isso era verdade ou não pouco importava então ao velho. Ele apenas atormentava a moça a dizer a razão de ter atirando no homem do caminhão. De lado de fora da casa, algumas mulheres se baixavam para ouvir a trágica e real situação da virgem. Alguma dizia a outra:
Uma:
--- Eu não disse que havia fogo?! – falava amedronta a mulher.
Duas:
--- Cala tua boca! Tu sabes de nada! – comentava a outra como querendo ouvir melhor.
Três:
--- A menina está buscando saída! – relatava a terceira.
Quarta:
--- Pára de conversa! Eu quero ouvir a zanga! – atrapalhava outra mulher.
E na sala grande de jantar o senhor das terras, colérico, enrolando na mão o seu cinturão feito de correia de touro, torcia a cara para depois indagar de Margarida, sua filha de criação o que mais atormentava;
Amaro:
--- Quer dizer ter ele atrapalhado sua vida? Foi? – disse com bastante raiva o criador de gado
A moça chorava com a cabeça abaixada por entre os joelhos para depois relatar:
Margarida:
--- Aquele bruto me pegou à força e me sacudiu o carro. Nós saímos daqui e ele arranjou umas broas. Foi tudo o que eu comi. Inda fiz os troços. – chorava a garota como nem se sabe.
O vaqueiro presente disse para o outro:
Vaqueiro:
--- Tá vendo? Não te disse? O bicho é cabreiro. – disse o vaqueiro com seu entusiasmo.
Amaro Castro soltou as tranças da mocinha e se soergueu a olhar para os vaqueiros presentes para então proclamar sem nenhum entusiasmo:
Amaro:
--- Vamos à casa da peste. Você vai, está ouvindo?  - falou ele com rispidez à moça.
E o dono da terra buscou caminho imediato, levando consigo o vaqueiro Tomaz e mais dois vaqueiros tendo ao seu lado a jovem Margarida, está completamente com a cara abusada, chorando ainda a se lembrar do tiro desfechado contra Salvador. O tiro disparado não teve mira e a arma detonou de qualquer forma indo a bala se alojar na omoplata de Salvador. O homem, ao sentir o impacto do disparo não teve jeito e foi ao chão. Ao se ouvir o disparo os vaqueiros correram para o auxilio do motorista e alguém notou a moça Margarida saindo da porta de trás da casa grande e a mulher tomando-lhe a arma a dizer desaforos. Foi uma corrida de louco naquele instante, cada qual a fazer algo para estancar o sangue, atrás o ferimento com bandagem improvisada. Teve alguém que arranjou folhas de mato para por em cima. Os vaqueiros contaram com ajuda das suas mulheres e após algum tempo, Salvador foi levado, montado em um cavalo para o Hospital de Santa Cruz, único existente na região. No seu caminhar, o motorista se contorcia de dor e teve a ajuda de outro vaqueiro. Esse homem tomou as rédeas do bruto e caminhou devagar, colocando o doente à sua frente e o vaqueiro a seguir a trotar o animal.  Eram quatro vaqueiros. Foi essa a conversa ter ouvido o dono das terras.
Ao chegar à residência de Salvador, após várias informações de onde o motorista estava o dono das terras, senhor Amaro Castro, notou um aglomerado de gente. O homem não quis saber pessoalmente de mandou o seu vaqueiro Tomaz perguntar onde morava o motorista. O pessoal olhou espantado para o vaqueiro e alguém declarou com pouca conversa:
Alguém:
--- O morto? Aqui mesmo. Nós estamos fazendo “quarto”. Vamos “beber” a vida de Salvador. – relatou alguém do meio.
Tomaz:
--- Mas ele morreu? – indagou espantado o vaqueiro.
Alguém:
--- De morte matada. Acertaram o pobre homem. Sei não. Só pode ser coisa do “tinhoso”. – fez a conta o homem.
Tomaz:
--- E eu posso visitar? – perguntou o vaqueiro um pouco assombrado.
Alguém:
--- Pode. Todo mundo pode. Como é sua graça? – indagou o homem.
Tomaz:
--- Meu nome é Tomaz. Inda ontem eu tive com ele. Ele: vivo de dar sorte. Agora me vem à notícia que alguém furou o pobre. – relatou Tomaz ao entrar na casinha de taipa.
Alguém:
--- Mas parece que foi tiro. O médico extraiu a bala. E ele não suportou a morte. – confessou o homem.
Tomaz verificou bem o morto e viu ser ele mesmo. Salvador. E se benzeu com o sinal da cruz saindo em seguida até o carro estacionado a boa distancia. Tomaz andava freando os pés para não correr. Ele de cabeça baixa e muito calado. O homem que o atendeu se despediu e foi para o interior do mocambo. No seu caminhar, de longe Tomaz olhava para o seu patrão por baixo da vista. E por lá chegou há algum tempo. Então logo declarou.
Tomaz:
--- Morto. – declarou o vaqueiro
Amaro;
--- Quem? Morto? Morto mesmo? – indagou o patrão com espanto.
Tomaz;
--- Eu vi o defunto. Tá lá esticado no caixão. Morto de não dá jeito. – falou o vaqueiro a sacudir seu chapéu para espantaras moscas.
Amaro:
--- Como é que pode? O homem morto? Uma balinha de nada! – foi o que disse o patrão
Tomaz:
--- É. Mais o rombo foi feio. Era para matar touro brabo. – falou ressentido o vaqueiro.
Amaro:
--- Tá vendo coisa ruim? Tu nasceste apenas para dar prejuízo aos outros! – falou brabo o dono das terras.
Nesse ponto a ninfa caiu em desespero procurando por todos os meios abandonar o carro. Seu Amaro Castro a conteve com a maior força possível e prosseguiu viagem de volta a exclamar coisas desastrosas com a moça. Ela apenas chorava.
 


sábado, 13 de abril de 2013

"NARA" - 39 -

- Cameron Diaz -
- 39 -
CRIME
Eram oito horas da manhã quando Amaro Castro chegou à fazenda em seu carro. O vaqueiro Tomaz já o estava a aguardar aparentando ser muito nervoso. Amaro notou a presença do caminhão da água estacionado no ponto do despejo, junto aos tanques. O homem saltou do carro quando o vaqueiro se aproximava um tanto nervoso. Os outros vaqueiros também se aproximaram do patrão. A mulher do casarão estava de pé na porta da frente. Tão logo o homem buscou apoio foi, então, dito o caso acontecido.
Tomaz:
--- Bom dia patrão. Quer que o ajude? – indagou com bons modos.
Amaro:
--- Não. Não é preciso. O que faz tanta gente há esta hora defronte a casa? – quis saber Amaro
O vaqueiro, tirando seu chapéu da cabeça, resmungou um pouco e, afinal declarou com receio.
Tomaz:
--- O homem do caminhão foi levado para o Hospital. – relatou o vaqueiro bastante temeroso.
Amaro;
--- E o que tenho a ver com isso? Você me chama da cidade apenas para dizer uma coisa dessas? Você não acha um absurdo? – indagou colérico o homem.
O vaqueiro torceu o pé no chão e, após certo tempo voltou com cisma a falar.
Tomaz:
--- Acontece que foi a moça. Ela atirou no rapaz. Meteu chumbo. – falou atemorizado
O homem baixou a vista a olhar o vaqueiro por cima dos óculos e foi a pergunta.
Amaro;
--- Que moça? – e olhou ao seu redor.
O vaqueiro temeroso então declarou.
Tomaz;
---A senhora Margarida. – falou afinal com receio.
O seu Amaro Castro olhou para um lado e para outro vendo quem estava a escutar a conversa do vaqueiro. E a grande maioria estava atenta ao falar do vaqueiro Tomaz. Em seguida, o homem, Amaro, indagou surpreso.
Amaro:
--- Quem? Margarida? Ora merda! E por que motivo? Onde ela está? – falou com bastante pressa o homem.
Tomaz:
--- O motorista foi levado para o Hospital de Santa Cruz. A moça está no seu quarto. – declarou com receio o vaqueiro.
Amaro:
--- Vamos por os pontos nos “iis”! Como foi acontecer esse entrevero? – falou com pressa.
Tomaz:
--- Foi o seguinte: – falou o vaqueiro.
E Tomaz passou a relatar o sabido desde o instante quando o motorista se preparava para ir buscar água no município de Macaíba. Pelo que o vaqueiro sabia, houve um desentendimento entre a moça e o motorista. A questão era de haver certo romance entre os dois, pois, de certa vez, Salvador andou se “esfregando” à moça e isso gerou a confusão. A moça Margarida teria dito estar de namoro trancado com Salvador, porém esse não mais a queria. E certa vez, no dia anterior, Margarida se enfurnou no caminhão e não mais saiu de dentro do carro. Gerou o entrevero tendo Margarida a viajar com Salvador, porém esse disse não ter havido nada entre ambos. Depois de abastecer o caminhão Salvador voltou à fazenda e, antes, parou para se alimentar e deu um pouco de comida a Margarida. No fim das contas, o motorista retornou à fazenda de seu Amaro Castro e, logo ter ele estacionado o caminhão, a moça saltou do veiculo e buscou uma arma em casa para com esse jeito detonar um tiro nas costas de Salvador.
Tomaz:
--- E foi assim que se deu. O tiro foi abaixo do ombro do homem. Agora ele está em sua casa, pois o ferimento foi de pouca monta. – relatou o vaqueiro.
Amaro:
--- E o senhor não disse que ele estava hospitalizado? – indagou inquieto o homem.
Tomaz:
--- Sim. Ele foi para o Hospital. Mas logo após o tratamento, Salvador voltou para a sua casa. – relatou com certa preocupação.
Amaro:
--- Ora merda! Ora merda! E eu vir da cidade só por causa de uma coisa dessas? – falou grosso o homem.
Tomaz;
--- Sim. Mas a moça é sua filha. – declarou com cisma o vaqueiro.
Amaro:
--- Filha? E eu tenho lá filha? Ela é filha de um vaqueiro. A mãe morreu quando a menina nasceu. O pai ficou louco. E eu cuidei da menina! Filha? Filha é a puta que pariu! – reclamou exaltado o homem das terras
Tomaz:
--- Foi o que ela disse: “Eu sou filha do homem”. – sentenciou o vaqueiro.
E o velho Amaro Castro saiu cuspindo fogo em direção à casa grande a procura de ouvir a história pela boca da moça. Com ele também seguiu o vaqueiro Tomaz. As mulheres dos demais vaqueiros ficaram a deduzir o sucedido. Cada qual que dissesse sua prosa. Era um vai e vem dos seiscentos nas casinhas dos homens. Cada mulher que aludisse qualquer assunto.
Mulher:
--- Vai haver morte! – dizia
Outra;
--- E é por causa de que? – perguntava
Terceira:
--- E vossa mercê não sabe? – indagava.
Quarta:
--- Isso não dá em nada. – fomentava.
Quinta:
--- Sei não! Pelo visto! – discutia.
E o homem da fazenda entrou na casa grande feito uma fera, com passos largos como quem vai ao matadouro, bufando pelas narinas a todo custo sem querer nem saber de conversa e em busca do quarto da moça virgem e nova. A casa era grande e o quarto onde dormia a donzela Margarida ficava no meio de todos. Se estivesse fechado, isso nem importava ao senhor das terras. Pois, ao chegar a frente do quarto, com um tremendo chute ele quase derrubou a porta e o que mais estava dentro do quarto. Logo em seguida, com a moça a ressonar, puxou-a pelos cabelos e a levantou depressa arrastando para fora e reclamando sobre todos os diabos a falar ser aquele o dia de se casar. Margarida, com êxtase, falava apenas:
Margarida:
--- Pai me solta! Pai me solta! – gritava a donzela procurando prender seus assanhados cabelos
Amaro:
--- Me solta é? Me solta é? Não procurou briga? Agora vai enfrentar a guerra! – respondeu o velho a arrastar a moça pelo meio do corredor a segurar nos seus cabelos.
Margarida:
--- Eu não fiz nada! Juro por Deus! Eu não fiz nada! – dizia a moça a chorar.
Amaro:
--- Calada! Se eu sou seu pai, então a senhora vai casar agora! Queira ou não! – reforçou o seu ditado a moça virgem.
Margarida:
--- Eu não vou me casar com aquele vagabundo. – reclamou irritada a jovem a chorar.
 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

"NARA" - 38 -

- Nicole Kidman -
- 38 -
MÉDICO
Bem não deram às oito horas no relógio da Catedral, as duas mulheres – dona Ceci e sua filha Nara estavam a porta do doutor José Ivo, na Avenida Rio Branco, onde o médico residia e mantinha o seu consultório. Após meia hora o médico veio atender a consulente. Nara estava com o filho no colo. Após os cumprimentos o médico foi de pronto indagar ser o menino. Porém dona Ceci informou ser desta vez a mãe do garoto. E foi a conversa à frente com o saber do médico o ter a paciente. E veio a conversa:
Ceci:
--- Ela está acanhada. Mas, sempre que “adoece” vêm às cólicas. Tem mês que é menos. Mas, dessa vez, parece que por preocupação, nervosismo e muita tensão, o “negocio” atrasou por pouco e quando veio, houve àquele desastre. – explicou aflita a mãe de Nara fazendo a menstruação como se fossem as mãos.
Ivo:
--- Isso é normal. Quando a pessoa tem muita tensão por um caso ou outro sempre acontece dessas coisas. Eu vou prescrever uma medicação e peço que a moça procure um ginecologista que ele pode melhor acompanhar o caso. Eu não sou exatamente um ginecologista. Porém tem um médico na cidade que ele um excelente doutor. Eu posso passar a recomendação para ele. Ouviu? – falou o médico com muita calma.
Ceci;
--- Está bem. Pode passar o remédio. E esse médico? Qual o nome deles? – indagou a mulher.
Ivo:
--- Ele é novo. Mas é um excelente médico. Seu nome é doutor Euripedes. Ele atende no Hospital “Miguel Couto” – falou o doutor José Ivo.
Nesse momento Nara quase desmaia. E foi se agarrando ao braço de dona Ceci e lhe dizendo.
Nara:
--- Não, mãe. Eurípedes não. Eu tomo o remédio. E pronto! – falou a filha ainda tensa.
Ivo:
--- Que houve? Ela está com medo? Mas é um bom médico! – relatou o profissional.
Ceci:
--- Não. Não é nada. É que ela é noiva de Eurípedes. – sorriu sem querer a mulher.
O médio só faltou cair da cadeira. E disse em seguida:
Ivo:
--- Noiva? Ela é noiva de Euripedes? Mas como? Ah. ..Desse jeito vá imediatamente para o seu noivo. E pode levar a receita, Estamos conversados. E não me deve nada. – falou o médico com pleno desapontamento.
Ceci:
--- Eu agradeço a sua gentileza. Mas a questão é ela não querer ir ao noivo. – relatou tremendo
Ivo:
--- Não querer ir? Qual motivo? Pôs fique sabendo que doutor Eurípedes é um dos melhores médicos da Capital na sua devida especialidade! E agora eu me enfezei. Vá já! Não tem mais conversas para dizer! Vá agora! – relatou o médico plenamente fora de si a ficar de pé.  
Ceci:
--- Sim senhor. Nós iremos agora. Tome a sua receita. – falou trêmula.
Ivo;
--- Não precisa. Leve a receita e a recomendação. Mas agora! – falou com bastante raiva.
Ceci e Nara saíram do gabinete do doutor José Ivo e se largaram para o ponto de carro de aluguel, pois a moça continuava de torcendo de dor. Ceci agarrou o neto amado e solicitou ao motorista a ter pressa, uma vez ser preciso chegar ao Hospital o quanto antes. Com menos de dez minutos o automóvel de aluguel estava estacionado em frente do Hospital. As duas mulheres e mais a criança entraram com pressa no interior da Casa de Saúde e foram logo recebidas pela atendente. E tão chegaram foram a dizer estarem procurando pelo doutor Eurípedes. A moça, meio preocupada informou ter esse médico expediente à tarde. Dona Ceci procurou o envelope com o numero do telefone da casa de Eurípides e pediu a moça ser discado para o numero.
Atendente;
--- Aqui não se o pode fazer. – falou a moça.
Ceci:
--- Ah pode! É a noiva do médico! Ela está passando mal! E exijo que o chame! – falou irritada
A atendente ficou sem saber o que era justo ou não. E logo outra funcionária do Hospital agarrou o telefone e discou para a casa do médico. Uma mulher atendeu. Houve um minuto de espera. Foi então que Eurípedes atendeu de forma paciente. Quando soube do caso ser urgente chamou por telefone um atendente e deu o recado;
Eurípedes;
--- Ponha a moça em um quarto de primeira!. Chego já! – deu esse recado e falou com a outra moça para por soro na paciente de qualquer forma.
Foi um vôo. Em minutos Euripedes estava no Hospital Miguel Couto. Foi direto para a sua sala observar as anotações e seguida procurou a enfermeira chefe ara ter noção do estado de saúde da paciente por ele cuidada. As informações foram básicas e, de imediato o médico estava ao lado de Nara auscultando seus ritmos cardíacos e a fazer comentários com dona Ceci enquanto uma enfermeira ficou de sobre alerta para atender a qualquer emergência adotada. A moça Nara irritada chorava a cântaros e cobria seu rosto com o lençol da cama. O médico torceu o nariz e disse para tirar de modo mais adequado aquelas cobertas, pois queria a paciente em local arejado e quieto.
Enfermeira;
--- Sim senhor, doutor. Agora mesmo! É pra já – relatou a enfermeira a correr para buscar diferentes lençóis de cama.
Dona Ceci ouviu tudo e não disse nada. Apenas comentou ter passado no Consultório do doutor  José Ivo e ele, passando medicamento, mandou a moça urgente para Eurípedes e por aquela questão elas estavam no Hospital. A moça chorava como uma criança. Aliás, o menino Neto estava no colo de sua avó, ela a fazer mimos para o garoto se acostumar com o ambiente, mas  menino estava irrequieto e por tudo queria chorar a procurar a própria mãe. A avó fazia todos os contornos para calar o menino. O médico procurou saber quais os sintomas sentidos por Nara. A moça nada falou por motivo do choro. Nesse ponto o doutor Eurípedes mandou  fazer uma dose injetável a provocar maior tranquilidade a enferma. A enfermeira se apressou em fazer na veia uma nova injeção para produzir efeito rápido. E com isso, o médico observou a hora e cinco minutos após a moça já estava a dormir. Em seguida, a equipe de enfermagem ficou orientada de fazer a limpeza em Nara. A enfermeira-chefe cuidou do trabalho e fechou o véu da cama postando tudo no esmerado cuidado. O médico pediu licença à dona Ceci para sair do apartamento por causa do filho de Nara.
Eurípedes:
--- As crianças são inocentes. Porém perturbam por quer estar com sua mãe. – sorriu o homem ao falar deveras baixo.
Ceci:
--- Não se preocupe. Eu vou para a ala de fora. Qualquer coisa, se precisar, é só me chamar. – respondeu Ceci ainda bastante preocupada
Eurípedes:
--- Tenho sim. A senhora pode se comunicar com seu Sisenando. Eu guardo a impressão de que ele não sabe de Nara está no hospital. – falou pouco em murmúrio o médico.
Ceci:
--- É verdade. E eu nem me lembrava! – falou a mulher a procura de algum telefone.
Eurípedes:
--- Por aqui, senhora. Na central. Eu peço a atendente. Depois a senhora mesma pode pedir. – falou em murmúrio o médico ao sair do apartamento onde Nara ficou hospitalizada.
Com isso, estava a cumprir a etapa inicial. A enfermeira cuidou de retirar o vestido da interna e com ajuda de duas outras auxiliares pôs uma veste bem ao conforto da moça, isso feito com o maior cuidado. E uma auxiliar tomou conta do trabalho junto a paciente. Nara estava a dormir e passaria assim por mais de duas horas. O médico saíra por alguns instantes para a central telefônica onde dona Ceci conversaria com seu esposo a respeito da internação de Nara. Alguém chamou o doutor Eurípedes. Ela disse qualquer coisa a respeito da sua palestra de logo mais aos estudantes.