quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

CREPÚSCULO - 51 -

- Kristen Stewart -
- 51 -
COLOSSO DE OURO

Marina ficou abismada com a inteligência do homem com quem ela falava. Não lhe era comum ver tao sabia capacidade em um homem normal como os da sua Terra. Talvez porque ela nem se interessasse em procurar a normalidade alheia. E desta forma alguém que era assim capaz de adivinhar o pensamento alheio, para Marina isso era sobrenatural. Uma nívea lagrima escorreu em face à fora da mulher menina a refletir quão belo seria o nobre pais do seu encantado senhor. E então Marina falou sem hesitar:
--- É demais longínquo o seu pais? – indagou com esmerado encanto a bela moça.
O extraterreste sorriu. E respondeu ao final.
--- Longe, para mim, não é. Porém para os da Terra, isso sim. Longe demais. O meio mais moderno de locomoção que os senhores têm é o avião. Há foguetes para lançar ao espaço homens por alguns meses. Mas isso não combina com o nosso meio de transporte. Veja esses aviões que passam por aqui. Eles, para nós, são obsoletos. – sorriu o homem extraterrestre.
--- E se eu quisesse ir até o seu planeta? – indagou a moça com precaução.
--- Ah. Isso é possível. – sorriu o extraterrestre.
--- E cada pessoa tem um nome na sua terra? – perguntou mais uma vez Marina.
--- Claro. Eu, por exemplo, chamo-me Nguyen. Há varias formas de se recitar nomes. – sorriu Nguyen.
--- Ah bom. Assim já é um bom começo. – teceu a moça e, conformada, sorriu.
Orlando e Marina estavam sentados em bancos acolchoados dentro da nave espacial. O homem estava um pouco cismado com a tal viagem interplanetária. Seu gesto de pessoa indecisa foi sentido por o homem da nave, senhor Nguyen o qual logo o tranquilizou ao afirmar:
--- O senhor está receoso? Aqui estamos seguros. Não há o que temer. – sorriu Nguyen ao afirma a Orlando
--- Mas...Sei lá...Uma viagem assim. ...Sem planejamento. – falou Orlando temendo mais ainda.
--- Eu sei. Eu sei. Isso é normal. Todos nós tememos. Mas vós sentíreis mais seguro quando pisar em terra firma ao chegar a nosso planeta. – sorriu Nguyen ao retirar da mente do seu convidado o temor de, pelo menos, morrer ou não voltar mais a sua Terra.
--- É isso, meu pai. Não se incomode. Ele tem razão. – reclamou a moça Marina cheia de si.
E a viagem prosseguiu sem atropelos com Nguyen explicando cada passo que a nave fazia e a rapidez como era feito o vôo sem maiores atropelos. Em certa ocasião, Nguyen conclamou os seus visitantes a percorrer a nave em movimento e explicar cada espaço para que os dois pudessem ver mais de perto o maravilhoso ambiente onde eles estavam. Em tudo e por tudo a nave era um engenho magistral. As divisórias eram todas feitas de um material resistente, assim como níquel ou mesmo de outra matéria. O homem das estrelas explicava a cada passo o interior da nave e os nossos viajantes, de algum modo a temer, não deixavam de extasiar com tal surpreendente forma. Um detalhe: Orlando e Marina não viram qualquer abertura por onde se enxergasse algo no exterior da nave, como estrelas ou demais Universos siderais. Eles sabiam que estava navegando. Mesmo assim, nem havia barulho que os incomodasse. Um local, eles não puderam visitar: a cabine de vôo. Era um local hermeticamente fechado e mesmo que os dois visitantes procurassem abrir, nada conseguiriam forçar. E o temor de pelo menos Orlando não permitia ter ele a sua disposição de abrir ou puxar algo para forçar o que no local existisse talvez, Outro astronauta? Com certeza. Pois não seria possível se levar tal maquinário assim ao leu. Esse foi um mero pensamento que lhe rondou a sua cabeça. A nave extraterrestre era um verdadeiro mundo sem cores ou formatos apresentados. De imediato, Orlando notou com receio a presença de outro astronauta a sair de uma determinada cabine. Ele se preocupou e logo indagou o que se fazia na nave:
--- É um cientista. O Mestre vem para vos aplicar uma formula para vós poderes descer em nosso Planeta sem maiores cuidados. – relatou com paciência o astronauta Nguyen ao seu convidado.
E por meio de caminhos a se locomover com suavidade, Nguyen conduziu Marina de Orlando até ao salão majestoso onde estava os homens fardados com roupas estupidamente brancas. Eram quatro homens e mulheres a fazer algo que Orlando notara, mas não entendera de certo. O salão era todo em branco e algumas macas postadas ao lado da grande sala, também eram forradas de branco. Enfim, tudo era branco no interior do grande sala, inclusive o material de esterilização e os que se faziam os contatos com outros seres viajantes, até mesmo com os nativos de sua terra. Ao penetrar da sala grande Orlando pressentiu a impressão de ter estado ali alguma vez. Mesmo assim, se desfez da impressão de momento. O instrutor sem falar qualquer passagem foi até aos visitantes e os orientou a se por na mesa ou maca. Orlando e Marina obedeceram piamente às devidas orientações dadas. Após alguns instantes, um homem alto e forte se aproximou de Orlando e Marina, com a ajuda de dois aparentemente enfermeiros, aplicou um soro ou anestésico nos visitantes. Eles adormeceram logo em seguida.
O tempo que passou, nenhum dos dois filho e pai soube dizer. Apenas eles acordaram e a sala grande estava vazia. Apenas Nguyen com os braços colados ao corpo, vestindo um traje de cor cinzenta e todo completo da cabeça aos pés, cumprimentou os seus anfitriões. E a sorrir, perguntou a eles:
--- Pronto para descer? – indagou o homem de nome Nguyen.
--- E eu estava adormecido? – disse isso e olhou em volta para ver onde estava Marina. Ao avistá-la sentiu um alívio. E Orlando ficou tranquilo. Ele viu a filha a acordar.
--- O efeito passageiro do medicamento. Nada aconteceu! – relatou o homem Nguyen aos dois convidados.
Por fim, Orlando e Marina, acompanhados do seu cicerone, findaram por descer. O dia era claro. Tao claro que fez o homem por a mão no rosto para não se encandear com tamanha claridade. A filha do homem também sentiu a mesma força da luz. Ela receou em sair, porém logo sentiu ser deveras inútil não aceitar o tal convite de Nguyen. E os dois desceram da nave.
--- Essa é a modesta capital do nosso Império. – relatou o homem aos dois convidados.
Foi um revés tremendo ter a moça Marina ao ver todo aquele complexo de edifício todo forrado de ouro, prata e outros materiais simplesmente brancos como uma espécie granito ou quartzo. Em outras partes a moça pode observar a presença de olivina. Aquele era um minério abundante em rochas lunares e em Marte, planeta do sistema solar da Terra. Orlando olhou admirado e sorriu para ter a certeza de que ele estava em outra Terra que não a sua própria Terra. A olivina apresenta-se com cor verde-oliva, de onde vem o seu nome. Em outros casos a olivina pode ser amarelo ou de cor avermelhada. Os pesquisadores supõem que a olivina é fruto de pequena porção de níquel. Essa matéria é muito usada nas joalharias.
--- Esse é o nosso satélite. Essa é a nossa chamada Terra, cujo nome é Angkor. Na vossa Terra tem algo semelhante. Angkor quer dizer Cidade. – sorriu Nguyen ao se referir ao belo nome da sua capital.
--- Nossa Senhora!!! Mas tudo isso é ouro? – perguntou a moça de boca aberta a admirar com elação os palácios encantados de Angkor.
--- É um belo metal. Se gasta menos com ouro do que com argamassas, ferro, aço, alumínio. A confecção em ouro, prata e níquel além de outras matérias como a própria olivina e outras mais custa menos do que com esses materiais tao utilizados na Terra, - sorriu o homem das estrelas.
--- E governos? Vocês têm? – indagou um tanto esquisito o nobre Orlando Martins de Barros.
--- Como em todas as Nações do mundo, nós temos um governante cujo título é o Soberano. Nós temos um soberano. Em outras nações do universo também tem esse monarca. – relatou Nguyen ao seu convidado.
--- E religião? – indagou a moça acanhada quase por trás do seu pai.
--- Bem. Religião as partes mais comuns do povo de Nhã, a nossa terra, eles – o povo – cultuam a figura de um ser universal.  Nós somos de Nhã, o nosso planeta. E a nossa galáxia é a de Akô. E nós estamos em Angkor, a nossa cidade. A galáxia fica próxima da chamada Via Láctea, a do vosso planeta e do vosso Sol. Na Via Láctea se tem mais de um bilhão de sois, globos como a Terra, asteroides e coisas mais. Nós também temos esses números astronômicos de sois como o que ilumina nossas cidades.  – relatou Nguyen sempre a sorrir.
E durante toda estada dos viajantes em Angkor foi dada uma aula sobre Império, Governos e a própria Religião, onde cada qual ficou surpreso da não existência de só haver um Deus soberano criador do Céu e da Terra.
--- Existe sim: O Livro das Sagrações ditado pelo nosso Soberano. Mas tal fato não significa que exista um Deus Soberano. E nesse conceito participam os milhares e milhões de seguidores do chamado Caminho Sagrado trocando experiências sobre o intelecto, a filosofia e conceitos de visão do Universo. Esse é o conceito da libertação em estudo pelos cientistas das escolas existentes. Não confunda isso com o seu Deus. Ele para nós não existe. Existe, sim: um ser universal. E esse ser pode ser alguém não corpóreo. Veja bem o que estou a vos dizer. Esse ser Universo é o que gera o mundo. Nós nascemos com o conhecimento de obtivemos de nossos pais, avos, bisavós. Quando vós sois fecundadas, vós já tendes o conhecimento e a forma do ser que vós tendes de ser. O espermatozoide que vos permite fecundar já leva o conhecer de todo o Universo. Isso é o saber absoluto das coisas. – falou Nguyen a sua convidada espacial.
De acordo com a tradição de Buda, o Iluminado, todos os fenômenos são marcados por três características ou “selos”.  São eles a impermanência, o sofrimento e o não eu.


Marina ficou abismada com a inteligência do homem com quem ela falava. Não lhe era comum ver tao sabia capacidade em um homem normal como os da sua Terra. Talvez porque ela nem se interessasse em procurar a normalidade alheia. E desta forma alguém que era assim capaz de adivinhar o pensamento alheio, para Marina isso era sobrenatural. Uma nívea lagrima escorreu em face à fora da mulher menina a refletir quão belo seria o nobre pais do seu encantado senhor. E então Marina falou sem hesitar:
--- É demais longínquo o seu pais? – indagou com esmerado encanto a bela moça.
O extraterreste sorriu. E respondeu ao final.
--- Longe, para mim, não é. Porém para os da Terra, isso sim. Longe demais. O meio mais moderno de locomoção que os senhores têm é o avião. Há foguetes para lançar ao espaço homens por alguns meses. Mas isso não combina com o nosso meio de transporte. Veja esses aviões que passam por aqui. Eles, para nós, são obsoletos. – sorriu o homem extraterrestre.
--- E se eu quisesse ir até o seu planeta? – indagou a moça com precaução.
--- Ah. Isso é possível. – sorriu o extraterrestre.
--- E cada pessoa tem um nome na sua terra? – perguntou mais uma vez Marina.
--- Claro. Eu, por exemplo, chamo-me Nguyen. Há varias formas de se recitar nomes. – sorriu Nguyen.
--- Ah bom. Assim já é um bom começo. – teceu a moça e, conformada, sorriu.
Orlando e Marina estavam sentados em bancos acolchoados dentro da nave espacial. O homem estava um pouco cismado com a tal viagem interplanetária. Seu gesto de pessoa indecisa foi sentido por o homem da nave, senhor Nguyen o qual logo o tranquilizou ao afirmar:
--- O senhor está receoso? Aqui estamos seguros. Não há o que temer. – sorriu Nguyen ao afirma a Orlando
--- Mas...Sei lá...Uma viagem assim. ...Sem planejamento. – falou Orlando temendo mais ainda.
--- Eu sei. Eu sei. Isso é normal. Todos nós tememos. Mas vós sentíreis mais seguro quando pisar em terra firma ao chegar a nosso planeta. – sorriu Nguyen ao retirar da mente do seu convidado o temor de, pelo menos, morrer ou não voltar mais a sua Terra.
--- É isso, meu pai. Não se incomode. Ele tem razão. – reclamou a moça Marina cheia de si.
E a viagem prosseguiu sem atropelos com Nguyen explicando cada passo que a nave fazia e a rapidez como era feito o vôo sem maiores atropelos. Em certa ocasião, Nguyen conclamou os seus visitantes a percorrer a nave em movimento e explicar cada espaço para que os dois pudessem ver mais de perto o maravilhoso ambiente onde eles estavam. Em tudo e por tudo a nave era um engenho magistral. As divisórias eram todas feitas de um material resistente, assim como níquel ou mesmo de outra matéria. O homem das estrelas explicava a cada passo o interior da nave e os nossos viajantes, de algum modo a temer, não deixavam de extasiar com tal surpreendente forma. Um detalhe: Orlando e Marina não viram qualquer abertura por onde se enxergasse algo no exterior da nave, como estrelas ou demais Universos siderais. Eles sabiam que estava navegando. Mesmo assim, nem havia barulho que os incomodasse. Um local, eles não puderam visitar: a cabine de vôo. Era um local hermeticamente fechado e mesmo que os dois visitantes procurassem abrir, nada conseguiriam forçar. E o temor de pelo menos Orlando não permitia ter ele a sua disposição de abrir ou puxar algo para forçar o que no local existisse talvez, Outro astronauta? Com certeza. Pois não seria possível se levar tal maquinário assim ao leu. Esse foi um mero pensamento que lhe rondou a sua cabeça. A nave extraterrestre era um verdadeiro mundo sem cores ou formatos apresentados. De imediato, Orlando notou com receio a presença de outro astronauta a sair de uma determinada cabine. Ele se preocupou e logo indagou o que se fazia na nave:
--- É um cientista. O Mestre vem para vos aplicar uma formula para vós poderes descer em nosso Planeta sem maiores cuidados. – relatou com paciência o astronauta Nguyen ao seu convidado.
E por meio de caminhos a se locomover com suavidade, Nguyen conduziu Marina de Orlando até ao salão majestoso onde estava os homens fardados com roupas estupidamente brancas. Eram quatro homens e mulheres a fazer algo que Orlando notara, mas não entendera de certo. O salão era todo em branco e algumas macas postadas ao lado da grande sala, também eram forradas de branco. Enfim, tudo era branco no interior do grande sala, inclusive o material de esterilização e os que se faziam os contatos com outros seres viajantes, até mesmo com os nativos de sua terra. Ao penetrar da sala grande Orlando pressentiu a impressão de ter estado ali alguma vez. Mesmo assim, se desfez da impressão de momento. O instrutor sem falar qualquer passagem foi até aos visitantes e os orientou a se por na mesa ou maca. Orlando e Marina obedeceram piamente às devidas orientações dadas. Após alguns instantes, um homem alto e forte se aproximou de Orlando e Marina, com a ajuda de dois aparentemente enfermeiros, aplicou um soro ou anestésico nos visitantes. Eles adormeceram logo em seguida.
O tempo que passou, nenhum dos dois filho e pai soube dizer. Apenas eles acordaram e a sala grande estava vazia. Apenas Nguyen com os braços colados ao corpo, vestindo um traje de cor cinzenta e todo completo da cabeça aos pés, cumprimentou os seus anfitriões. E a sorrir, perguntou a eles:
--- Pronto para descer? – indagou o homem de nome Nguyen.
--- E eu estava adormecido? – disse isso e olhou em volta para ver onde estava Marina. Ao avistá-la sentiu um alívio. E Orlando ficou tranquilo. Ele viu a filha a acordar.
--- O efeito passageiro do medicamento. Nada aconteceu! – relatou o homem Nguyen aos dois convidados.
Por fim, Orlando e Marina, acompanhados do seu cicerone, findaram por descer. O dia era claro. Tao claro que fez o homem por a mão no rosto para não se encandear com tamanha claridade. A filha do homem também sentiu a mesma força da luz. Ela receou em sair, porém logo sentiu ser deveras inútil não aceitar o tal convite de Nguyen. E os dois desceram da nave.
--- Essa é a modesta capital do nosso Império. – relatou o homem aos dois convidados.
Foi um revés tremendo ter a moça Marina ao ver todo aquele complexo de edifício todo forrado de ouro, prata e outros materiais simplesmente brancos como uma espécie granito ou quartzo. Em outras partes a moça pode observar a presença de olivina. Aquele era um minério abundante em rochas lunares e em Marte, planeta do sistema solar da Terra. Orlando olhou admirado e sorriu para ter a certeza de que ele estava em outra Terra que não a sua própria Terra. A olivina apresenta-se com cor verde-oliva, de onde vem o seu nome. Em outros casos a olivina pode ser amarelo ou de cor avermelhada. Os pesquisadores supõem que a olivina é fruto de pequena porção de níquel. Essa matéria é muito usada nas joalharias.
--- Esse é o nosso satélite. Essa é a nossa chamada Terra, cujo nome é Angkor. Na vossa Terra tem algo semelhante. Angkor quer dizer Cidade. – sorriu Nguyen ao se referir ao belo nome da sua capital.
--- Nossa Senhora!!! Mas tudo isso é ouro? – perguntou a moça de boca aberta a admirar com elação os palácios encantados de Angkor.
--- É um belo metal. Se gasta menos com ouro do que com argamassas, ferro, aço, alumínio. A confecção em ouro, prata e níquel além de outras matérias como a própria olivina e outras mais custa menos do que com esses materiais tao utilizados na Terra, - sorriu o homem das estrelas.
--- E governos? Vocês têm? – indagou um tanto esquisito o nobre Orlando Martins de Barros.
--- Como em todas as Nações do mundo, nós temos um governante cujo título é o Soberano. Nós temos um soberano. Em outras nações do universo também tem esse monarca. – relatou Nguyen ao seu convidado.
--- E religião? – indagou a moça acanhada quase por trás do seu pai.
--- Bem. Religião as partes mais comuns do povo de Nhã, a nossa terra, eles – o povo – cultuam a figura de um ser universal.  Nós somos de Nhã, o nosso planeta. E a nossa galáxia é a de Akô. E nós estamos em Angkor, a nossa cidade. A galáxia fica próxima da chamada Via Láctea, a do vosso planeta e do vosso Sol. Na Via Láctea se tem mais de um bilhão de sois, globos como a Terra, asteroides e coisas mais. Nós também temos esses números astronômicos de sois como o que ilumina nossas cidades.  – relatou Nguyen sempre a sorrir.
E durante toda estada dos viajantes em Angkor foi dada uma aula sobre Império, Governos e a própria Religião, onde cada qual ficou surpreso da não existência de só haver um Deus soberano criador do Céu e da Terra.
--- Existe sim: O Livro das Sagrações ditado pelo nosso Soberano. Mas tal fato não significa que exista um Deus Soberano. E nesse conceito participam os milhares e milhões de seguidores do chamado Caminho Sagrado trocando experiências sobre o intelecto, a filosofia e conceitos de visão do Universo. Esse é o conceito da libertação em estudo pelos cientistas das escolas existentes. Não confunda isso com o seu Deus. Ele para nós não existe. Existe, sim: um ser universal. E esse ser pode ser alguém não corpóreo. Veja bem o que estou a vos dizer. Esse ser Universo é o que gera o mundo. Nós nascemos com o conhecimento de obtivemos de nossos pais, avos, bisavós. Quando vós sois fecundadas, vós já tendes o conhecimento e a forma do ser que vós tendes de ser. O espermatozoide que vos permite fecundar já leva o conhecer de todo o Universo. Isso é o saber absoluto das coisas. – falou Nguyen a sua convidada espacial.
De acordo com a tradição de Buda, o Iluminado, todos os fenômenos são marcados por três características ou “selos”.  São eles a impermanência, o sofrimento e o não eu. Desse modo Orlando Martins e sua filhar Marina ficaram abismado com tais evoluções das coisas havidas no Universo as quais nenhum deles tinha o conhecer. O tempo foi passando e o Mestre a mostrar a biblioteca com acervos impressionantes da historia do universo. Teve um tempo em que Nguyen solicitou a ambos as suas novas identidades

CREPÚSCULO - 50 -

- Rachelle Lefevre -
- 50 -
PENH
Sábado de qualquer semana.  Cinco horas da manhã. Orlando Martins de Barros já estava acordado desde as quatro horas. Depois dos asseios matinais ele foi para o alpendre do casarão a olhar para o firmamento e ver não ter presença de chuva. O jeep do coronel Juca (João Tenório de Alencastro) estava estacionado na frente de sua casa. Orlando Martins trouxe o carro na noite anterior quando deixou o seu automóvel estacionado no Hotel Cassino, de sua propriedade. Era um velho jeep, do tempo da II Guerra Mundial, usado bastante durante aquele combate entre os países aliados e a Alemanha, governada por Adolf Hitler. Era o tempo do nazismo – Partido Nacional Socialista -. Terminada a Guerra, os norte-americanos queriam se ver livre dos entulhos e o jeep foi um deles. O coronel adquiriu o veiculo a preço de banana. O jeep era um veículo raquítico, mas de muita força atravessando atoleiros e muito mais. Parado há algum tempo, o carro agora estava na fazenda Mombaça de propriedade de Orlando Martins de Barros. O autocarro era o orgulho do seu proprietário, senhor coronel João Tenório de Alencastro. Na verdade, para o coronel Juca aquele era na verdade o seu cofre de seda. Algo sem preço. Mesmo assim, orgulhoso de si, Juca cedeu o veículo ao seu amigo, Orlando Martins de Barros. E nesse tempo, olhando de cima, no alpendre de onde estava o doutor agrônomo bem dizia ter aquele carro por mais alguns instantes quando teria que ir ao logo da Serra do Monte Sagrado com a sua filha Marina quando ele mostraria um dos mais intrigantes mistérios por ele desvendado: o local de montagem tão buscado das naves espaciais por demais autoridades do País.
Em instantes surgiu na varanda Marina, a sua primeira filha dileta. Seus vinte e poucos anos não eram o suficiente para lhe tirar a sedução de uma menina de quine anos. Já quase pronta para viajar ao encontro do chamado pé de baobá que o seu pai avisara ter, Marina olhou para o carro. E fez uma cara de alguém que não gostara nem um pouco. Por fim perguntou:
--- É nessa lata que nós vamos? – indagou a moça com uma cara trincada.
--- Vai chamar de lata ao seu dono, moleca! – respondeu com cara feia o seu pai.
--- Tá bom! Basta! – falou a moça um tanto emburrada e saiu para o interior de casarão reclamando as mil e uma desgraças.
--- Que foi? – indagou Laura, esposa de Orlando Martins,
--- A merda de um baobá! Ora! – respondeu enervada a moça Marina e entrou no banheiro.
--- Baobá? Que diabo é dez? – indagou Laura sem entender ao certo.
Meia hora depois, quando Orlando Martins já havia se recomposto com a refeição matinal, o veículo seguiu a estrada a todo custo. Pulava para aqui, pinoteava para lá e seguia entre intrincado matagal roçando em pés de pau o velho jeep. Marina era a quem mais sofria com o balançar do carro. E reclamava às alturas.
--- Essa merda não tem jeito, não? – reclamou despenteada a moça a sentar no banco da frente do velho jeep a rosnar por entre a mata.
--- Tenha calma! O bichinho está se ajeitando! – sorriu Orlando procurando acalmar a filha dileta.
--- Calma um pinico! Estou a bunda toda dolorida! – reclamou esbravejando Marina
O homem não aguentou com o disparate solto pela filha e soltou bela gargalhada. E a moça por demais acovarda encolheu os braços em seus seios. Não foi preciso porque de novo o jeep continuou a salta de um lado apara outro na estrada improvisada aberta pelo motorista Orlando Martins.
--- Lá vem merda! – gritou a mocinha quanto e jeep saltou para um lado.
E assim feito o percurso inteiro da viagem com a moça a reclamar das ameaças do jeep. Por fim, Orlando parou a viatura em um determinado ponto e por fim desceu, chamando a filha para também descer. Era mata fechada. Os pés de pau mediam cerca de vinte metros de altura. Marina saltou do carro e ficou a procurar um pau que teria no local. Porem nada avistava.
--- E o baobá? – perguntou a moça completamente desprevenida com o assunto.
---Não tem baobá. Eu inventei para evitar perguntas. – relatou o homem a sua filha.
--- Agora basta! Até eu caí na esparrela! – falou desgostosa a moça.
Na gente dos dois havia uma majestosa edificação quase encoberta pela mata virgem. Orlando sorriu com vagar e chamou a atenção da filha para o que ele estava a apontar. Não era menos, não era mais do que um enorme hangar todo lacrado para quem estava fora. Uma maravilha dos séculos. Há quanto tempo foi feito aquela engenhosa morada, não se podia supor. Apenas que era uma primorosa construção. Para qualquer pessoa que vissem cairia estarrecida como que fenecesse. Era aquele um babilônico templo com seu majestoso enigma inigualável para os dias atuais. O enigmático templo, solar de luxuosos deuses. No começo dava-se a impressão de se estar em um modesto hangar de fabricação de naves extraterrestres. Porém a continuar se podia vislumbrar um verdadeiro solar dos deuses. Ornado com umas torres em forma retangulares; descendo para uns telhados em sinal agudo indo ficar até o segundo andar; depois tinha uns pilares arrodeando toda a circunferência do edifício; após esse primeiro andar é que vinha um verdadeiro santuário dos deuses. Por consequência, era o portal de bronze de entrada ou saída das naves espaciais quando concluídas. Enfim, era um majestoso templo das verdadeiras divindades. Diante dessa imponente construção, sem saber como entrar no edifício milenar Orlando Martins olhando para a sua filha, por fim exclamou:
--- Pronto. Chegamos à fábrica de naves espaciais. – disse o homem com temor.
--- Meu Deus do Céu!!! É isso tudo?! –exclamou com espanto a moça Marina com os olhos esbugalhados de temor e assombro.
--- É esse. Eu não tinha percebido a magnifica construção de como era feita essa usina de naves! – falou Orlando Martins a contemplar o suntuoso templo.
Por fim, com o suor batendo-lhes a face, eles se aproximaram de um gigantesco portal de bronze onde tudo era hermeticamente fechado. E eles ficaram abismados com esse esplêndido lugar. Ao chegarem eles bem próximo do portal de bronze, eis que o enigmático e soberbo portão de cerca de vinte metros de altura e quarenta de largura esse por si só se moveu. E sem qualquer barulho a porta gigante se abriu. Os visitantes estavam extasiados com tamanha beleza e formosura que se lhe apresentavam. Nem sequer podiam falar diante de tanta perfeição. E uma voz ecoou de dentro do magnifico salão de espera.
--- Entrem, por favor. Não façam cerimônia. – falou em voz forte um cavalheiro a vestir trajes exuberantes.
Como impelidos por uma magnifica e impetuosa imagem eternizada através de mãos abençoadas o pai e a filhar foram compelidos a entrar no vetusto recinto feito de um material estranho e acabado. Os nossos pobres mortais se viram em meio a um redemoinho de emoções esplendorosos como nunca estiveram a visitar em sua desprovida e elementar existência.
O homem esbelto, firme e resoluto sorriu ao contemplar os dois visitantes um tanto incompreensíveis diante daquela formosura. E nessa altura o ser falou sem temer:
--- Tendes vós aqui um belo exemplar de uma nave espacial. Veja! – e o ser apontou para a nave que estava por trás de uma cortina talvez de veludo.
Orlando e Marina se voltaram em breve movimento harmonioso para o local onde tinha armada a cortina de veludo e seda, bem ao gosto dos portentosos orientais e viram a descer do alto uma nave espacial.
--- Nossa Senhora! – declarou a moça entre os lábios abertos.
O homem extraterrestre sorriu e declarou:
--- Essa é Penh, o novo modelo de nossas naves. – falou sem receio o homem apresentador da nave.
A moça ficou a admirar a nave e com receio de tocar em suas ferramentas parecendo feitas de um material sensível ao toque humano. E encolheu a mão. O seu pai também teve a precação de não tocar no objeto. Com isso, o extraterreste falou de modo a desfazer o temor dos dois nativos.
--- Pode-se tocá-lo. Isso é níquel. Quase tudo é níquel. Tem suas implicações. Os engenheiros fazem de um modo a que o níquel não se envergue. – sorriu o extraterrestre ao contemplar a nave.
Com essa explicação, Marina resolveu tocar de leve no objeto. E imediatamente ela percebeu uma escada a descer lenta e vagarosamente. E um raio de luz azul envolveu os dois seres como que fossem atraídos para o interior da nave.
--- Não temas. É um raio de precaução. Ele nada faz. – declarou com calma o extraterrestre.
Orlando Martins, temeroso, falou de qualquer forma.
--- E quem fez o raio descer? – indagou surpreso o agrônomo.
O extraterrestre respondeu com muita calma.
--- Apenas o toque da senhorita Marina. – falou o extraterrestre.
A moça, aterrada, relatou ao seu pai.
--- E ele sabe meu nome! Como? Eu não falei quem eu era! – declarou alarmada a jovem Marina.
O extraterrestre sorriu e respondeu:
--- Eu sei tudo sobre os senhores. Desde quando vós saístes de vossa casa. E muito antes até. Nós, os de Nhã, de há muito temos contato com vós. – relatou soberbo o homem das estrelas.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

CREPÚSCULO - 49 -

- Miley Cyrus -
- 49 -
AKA
No dia seguinte foi publicada a matéria extensa com o homem que fazia barcas. Noé esteve por mais de dez vezes em terras distantes do nosso planeta onde ele pode ver o progresso cientifico e humano dos povos dos mundos distantes onde os seus habitantes eram todos iguais. Conforme disse o homem simples o astro onde mais esteve foi a terra de Aka para onde foi levado em máquinas espaciais voadoras com a sua tripulação, homens inteligentes e de suma acuidade. Ele contou com cuidado toda essa experiência vivida em anos passados bem distantes do que ocorrera com o rapaz Elói. Esse rapaz foi levado por uma nave espacial no dia em que Noé prestou a entrevista ao repórter Eustáquio Lopes. O jovem repórter tinha o habito de procurar temas esquecidos, e esse foi um deles. Anteriormente, o repórter fez uma serie de artigos com o caçador de tatu, Aquiles Gafanhoto, em terras do município de Panelas. Esteve Eustáquio meio fugidio das noticias de impacto até que surgiu Noé e suas viagens interplanetárias. Aproveitando o ensejo Eustáquio enveredou por outros segmentos e foi à vez de ouvir um relato feito por um historiador da capital sobre a vinda e vida de Brahma. Na sequencia de artigos o rapaz fez registro sobre o chamado primeiro Deus a habitar a Terra, nosso planeta. Brahma era o Deus das três formas e a parte manifesta da tripla divindade suprema. Brahma, por sua forma era a liderança dos diferentes estados do Universo: Brahma, Vixnu e Xiva. Esses três arcos simbolizam a criação, a conservação e a destruição do ser.
--- Não bem assim. Huang Di é um dos cinco imperadores. Rei lendário e moralmente perfeito. Antes de Huang Di a China teve três soberanos. Huang Di é da etnia Han. Durante o seu reinado ele interessou-se principalmente pela saúde do povo chinês. Daí surgiu o livro “O Clássico do Imperador Amarelo”. Daí surgiu “O Tratado da Medicina Interna” e o “Pivot Maravilhoso”.
--- Mas! E os Deuses? – indagou o repórter.
--- Essa questão tem um lógico: o budismo. Principalmente do Tibete. Budismo vem de Buda. E esse termo significa Iluminado. O budismo surgiu na cordilheira do Himalaia. É o reino do Shambhala. Ele surgiu próximo a Sibéria. Não tem nada a ver como o Imperador Amarelo. Shambhala significa “um lugar de paz, felicidade, tranquilidade”. Por isso, os seus seguidores são chamados de Iluminados. – explicou com paz  e pormenor o historiador.
--- Porém tem a questão dos Deuses! Eu gostaria de saber sobre Eles. – pesquisou o repórter.
--- Meu rapaz, você está em plena confusão de idéias. Essa questão de Deuses é muito antiga. Surgiu pelo ano de dois bilhões e quinhentos milhões de anos. Para você sentir: faz mais tempo que os chineses ou o povo chinês. Houve uma época, por esses anos remotos que tudo era terra ou agua. O estreito de Bering nem existia. Você sabe o que é Bering? – perguntou o historiador.
---Já ouvi falar! – comentou sorrindo o repórter.
--- Pois bem! O Estreito liga o Mar Chukchi, no Oceano Ártico com o Mar de Bering, no Pacifico. O Mar tem esse nome por ter sido descoberto por Vitus Jonassen Bering, dinamarquês. Com as ultimas glaciações  o Estreito se transformou uma ponte natural entre a Ásia e a América. Muitas outras pontes se formaram durante longos anos. A questão dos deuses vem de antigos relatos dos povos. Veja-me se entendeu? – perguntou o historiador.
--- Essa parte eu entendo. Mas eu gostaria de saber de onde vieram os Deuses? Ou se eles não existem? E se existem como eles fundaram aqui na Terra? – pesquisou o rapaz já bastante atordoado.
--- HÁ certas lendas dizendo que os deuses nunca existiram. Eles vieram de naves extraterrestres e chegara à Terra onde implantaram o seu império. Existem varias lendas. Olhe bem: eu digo “lendas”. Não é fato. Pois bem. Se for lenda ou fato isso deixo que se explique. Mas, nos tempos remotos surgiram populações vindas de planetas remotos, como os de Aka, e se estabeleceram principalmente no Tibete. Eram seres vivos. Gente mesmo. Não tinha nada de seres estranhos. Eram seres como nós. Uma boca, dois olhos, uma narina, dois braços, duas pernas, barriga e tudo isso que eu e você temos. Entende? – indagou o historiador
--- Entendo. Entendo! – sorriu o repórter de boca aberta.
--- Pois bem! Tal planeta era desenvolvido. Bem diferente da Terra. Além de Aka tinham também outros como Toé, Hué, Log e assim por diante. Eram gentes. Veja bem. Gentes. Esse povo veio para a Terra e habitaram em muitos países. Eles pesquisaram desde folhas simples a organismos, e até mesmo o Ouro. Não porque lhe interessasse. Mas porque havia tudo isso em plena abundancia na Terra. Vê se entendeu? – perguntou o historiador.
--- Entendi. Parece! – respondeu sorrindo com a sua cabeça a mil.
--- Quer que eu comece? – indagou o historiador.
--- Não. Não. Continue. – sorriu o repórter bastante abatido.
--- Pois bem. O Ouro. Ouro propriamente dito é um metal. Data do inicio da humanidade. O gênero humano já teve um tempo que ele se considerou imortal. Isso por que ele vivia por mais tempo que hoje. Por isso ele era imortal. Por isso a era do ouro é conhecida com a era da paz. Na literatura antiga a Idade do Ouro conclui com a Queda do Homem. Ou seja: o pecado original. Mas isso é outra parte da história. E não tem nada a ver com o que estamos a declarar. A Idade do Ouro vem do Cronos, divindade suprema. Ele é filho de Urano e Gaia. Urano é o Céu e Gaia é a Terra. E se tornou senhor do céu castrando o seu pai com um golpe de foice a pedido de sua mãe. Foi durante o reinado do Cronos que a humanidade viveu a sua Idade do Ouro. Veja se entendeu? – indagou o historiador.
--- Estou a cabeça confusa. Mas, prossiga! – relatou o repórter sentado em um divã olhando fixo o homem.
--- Continuo? – perguntou o historiador.
--- Continue. Pode prosseguir. – sorriu Eustáquio de boca aberta.
--- Como estava a declarar. Os planetas, nossos vizinhos depois do Sol – e fez um gesto com a mão – mandaram civilizações para habitar a Terra. Está entendendo? Pois bem. Mas, além de Aka e dos outros planetas, temos outras galáxias. Próximas e distantes. Para você entender, o mundo é como uma teia de aranha. Sendo grande. Pois bem. Em cada espaço há um ponto aberto. E nesse ponto nasce uma estrela com os seus planetas, asteroides, cometas. Sempre está a nascer e morrer. Sempre. Como as civilizações estão à procura de locais mais próximos dos seus planetas, encontram outros como encontraram a Terra. Há quem diga que eles são deuses. Na verdade eles são deuses. Eles governam o seu povo. Em Aka tem deuses como nós temos governos. Em outros planetas se tem deuses – governos – que separam as classes nobres e pobres. É o caso da Índia. No País tem quatro castas. Também a casta existe no Nepal e em outros Países de religião hindu. Isso ocorre até mesmo nos muçulmanos e no cristianismo. Casta se define como classe social. E passa de pai para filho, de geração em geração. Aqui no país temos um caso interessante: sobrenome. Se a pessoa é ou era de uma família rica, opulenta, ele adota o sobrenome da família mesmo não sendo da mesma família. Uma mucama que não tem sobrenome, o patrão a adota como da sua família. E nos outros países até mesmo no nosso, temos a questão de castas. Tem casos de envolvimento entre casais: a endogamia. Cada moça só pode casar com um rapaz da mesma família. Na Índia, como estamos a falar, tem as quatro castas: Os Bramas, que são os sacerdotes, podem se casar com pessoas de sua mesma classe, porque os bramas são considerados como a cabeça de tudo. Os Xátrias – guerreiros – moças iguais a ele. Xátrias são os que nasceram como se fosse aos braços dos bramas. Os Vaícias, que são comerciantes se casam com pessoas dessa mesma classe; os sudras, que são camponeses, artesãos e operários, nascidos nos pés de Brama ou Brahma, vão se casar com pessoas da mesma classe.  E ainda tem os párias que não tem divisão. São os marginalizados da sociedade, como são os nossos presidiários. Se forem do nosso País, eles se amigam se juntam com negras. Na verdade, a origem de casta é certa. Elas vêm dos Brahmas, divindades criadoras do universo. Fui claro? – indagou o historiador.
--- Sim. Quer dizer que: em suma Deus é Brahma. Ou seja: não existe Deus. – quis saber o repórter.
--- É. Mais ou menos assim. Esse é o Universo. Com deuses e párias. – sorriu o historiador.
Ao terminar de ler o que estava escrito pelo repórter Eustáquio Lopes, o homem Orlando Martins de Barros ficou a indagar ser tudo aquilo verdade. Na verdade eles acreditam  na unidade e não apenas de toda a vida humana.
--- E a vaca? – perguntou Orlando após ter lido a entrevista do historiador.
--- O senhor falou seu Martins? – indagou com surpresa a secretaria Augusta Muniz.
--- Nada! Não foi nada! – sorriu o doutor Orlando Martins porque ele pensou alto demais.
E ele continuou a meditar nos acontecimentos do que acabara de ler.  E daí pensou:
--- Cronos é um filho da puta. Comeu até seus próprios filhos. Menos Zeus. Esse cresceu e se vingou do velho. Ora porras! Fez o Cronos beber  uma poção mágica e o velho vomitou seus filhos de volta. – sorriu Orlando Martins vendo a cara da moça Augusta que o observava com serenidade.
Depois de alguns instantes Orlando Martins olhou para Augusta Muniz e disse então:
--- Você sabe quem foi Pandora? – indagou Orlando a Augusta a sua secretaria.
--- Quem? – indagou surpresa a moça.
--- Pandora: “a que tudo dá” a “que possui tudo”. Foi a primeira mulher que existiu. Foi ela quem abriu uma caixa onde estavam os males da Terra. Ela apenas foi rápida em conseguir fechar a caixa e deixar dentro: A Esperança!. Mas dai por diante os homens foram afligidos por todos os males. – contou Orlando a Augusta.
Com isso, a moça sorriu. As horas se passaram e era tempo de trabalhar afinal ele acabara de convidar para almoço a sua secretária particular. E essa apenas sorriu e disse:
--- Hoje eu sou Pandora. – falou a moça com timidez.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

CREPÚSCULO - 48 -

- Helena Bonham Carter -
- 48 -
PALÁCIO
Na segunda feira pela manhã, logo cedo já estando na sua repartição, o doutor Orlando Martins de Barros foi conhecedor de um acidente ocorrido pela madrugada com um camponês em uma rodovia do interior do Estado. Apesar de ser a notícia desencontrada e com certos exageros, deu para Martins entender. Mesmo por alto de um homem perseguido pelo um objeto voador não identificado em uma estrada carroçável. Tal feito foi ocorrido por volta das duas horas da madrugada quando o homem teria ido buscar leite em uma fazendo de gado próximo ao local do acidente. Para algumas pessoas, o homem teria morrido de medo. Para outra, o homem não morrera. Havia desencontro nas versões, por assim dizer. Na verdade, ao que parecia, o camponês teria sido seguido por um objeto de luzes fortes. Há certo tempo, o homem parrou estarrecido a procurar areia nos seus pés e não encontrar. Dizia-se de tal objeto tinha parado em frente ao camponês e descido do mesmo um homem ou mulher – as feições não davam para identificar – e levou o camponês para dentro do objeto. Uma escada de ferro ou apenas de metal, teria descido até o chão e o objeto ficou sustentado no ar. A escada media cerca de cinco metros de altura e o alienígena subiu com o camponês a escada e dai o objeto seguiu viagem para o céu. Em outras versões dizia-se ao contrario: que o camponês foi deixado há alguns metros do campo onde foi pego por o alienígena e que o homem estava bem de saúde. O problema é que ele não mais se lembrava do que acontecera no meio tempo de apenas dez minutos ou coisa assim. Falou-se que um pelotão da Aeronáutica – ou do Exercito – compareceu ao local com bastante pressa e tinha levado o camponês para outro lugar bem mais seguro e garantido.
A conversa seguiu caminho com seus desencontros durante vasta hora. Um rapaz que presenciou tudo era o mais requisitado pela imprensa a cuidar do fato. Ele especulou ter visto o camponês de nome Elói quando pego pelo alienígena e levado pelo braço até o objeto e depois seguiu rumo desconhecido. Eram muitas indagações que se fazia ao rapaz. Como era o alienígena, a sua cor, tamanho, forma, era alto ou baixo, forma e muitas outras questões. O rapaz se atanazou e foi embora, pois não queria inventar o que ele não viu.  Um policial, homem da casa onde Elói deveria ter ido apanhar leito, foi o mais coerente. Ele falou ter sido procurado pelo camponês logo após a sua chegada do voo estelar. O militar falou não saber de muita coisa, pois a conversa com Elói teve muito desencontros. O militar apenas combinava o que Elói dizia com o que gostaria em falar. E teve pouco tempo para conversar com Elói, pois foi quando os superiores da Aeronáutica chegaram para levar o pobre camponês. Mesmo assim, Elói relatou que o alienígena tinha o formato de um ser humano normal como os demais da região. Seu tamanho era de cerca de 1,70 metros de altura; falava fluentemente a sua língua, olhos amendoados e cabelos lisos. O militar ainda quis saber das vestes do alienígena. E Elói respondeu ser longas, lhe cobrindo até aos pés e nada havia demais para lhe cobrir a face. Isso ele viu quando o alienígena veio devagar até Elói. Depois que ele entrou na nave, não se lembrava de como era feita. Apenas pode notar na subida da escada que o material era como uma espécie de zingo ou alumínio. E nada era quente na escada.
Ele – Elói – não se lembrava de mais de coisa alguma. Apenas de quando entrou da nave. Parecia que um véu lhe toldara todo o consciente. Ao perguntar por que o alienígena procurara uma pessoa comum, Elói respondeu não saber. Apenas o alienígena lhe dissera ter ele seu nome imaculado. Na verdade ele devia ser chamado por um nome mais conclusivo. Isso disse o alienígena antes de subir a escada de levar até a nave especial. Quando voltou ao seu recanto, Elói ainda nada sabia. Apenas, com o passar do tempo é que foi se lembrado do que ele dizia. Na Base Aérea, o homem contou a mesma história, pois de nada se lembrava.
No correr das horas, um homem que cuidava de embarcações, de nome Noé, chegou a dizer ter o mesmo encontro quando ele era rapaz com vários alienígenas. Ninguém deu importância ao relato do velho. Porém, teve um repórter de nome Eustáquio Lopes que deu de cara com esse barqueiro. E perguntou e se podia escrever algo sobre suas visitas às naves espaciais. O homem acedeu e então o repórter buscou a perguntar detalhes das visitas. O ancião foi respondendo a tudo o que o repórter perguntava. E disse o ancião que as naves espaciais tinham um piso metálico, poltronas, luzes e varias pessoas ao comando da nave quando essas se dirigiam ao espaço. E o repórter quis saber de qual espaço o homem falava, e esse disse sem temor:
--- Espaço. Longe. Muito longe. Eles diziam ser de outras (o homem não teve como dizer galáxias e disse apenas ‘mundo’). – falou o ancião.
E o repórter indagou:
--- Galáxias? – perguntou Eustáquio Lopes.
--- Isso mesmo. Esse nome aí. Porque a minha língua não dá para dizer. Mas é como o senhor falou. – sorriu o velho Noé.
--- E esses mundo como são? – perguntou Eustáquio Lopes.
--- Homem! Nós fomos num mundo que era tudo reluzente. Parecia ouro. Os homens das estrelas me disseram ser aquele o mundo que eles habitavam há muito tempo. Mas tinham outros tão ricos quanto os deles. – respondeu o velho barqueiro.
--- Certo. Mas o senhor se recorda de nome de mundos que eles –  homens das estrelas – lhe mostraram? – indagou o repórter a anotar tudo o que o ancião dizia.
--- Homem. Seu menino. Tem nomes demais. Tem nomes como Aka; Toé; Hué; Log; Esses eu me recordo. – falou o ancião Noé, barqueiro de verdade.
--- Quantas vezes o senhor fez nessas viagens? – quis saber o repórter.
--- Muitas. Muitas. Não sei quantas. Pelo menos onze vezes. – disse o barqueiro moquecado em um canto de cerca, nas imediações do cerado onde o repórter fora para ouvir o homem Elói.
--- Mas nesses locais tinham plantios, roçados, gado, animais gigantes ou pequenos? – tentou ouvir o rapaz.
--- Tem. Ah isso tem. Tem matas. Têm rios, canoas, barcaças, gente a trabalhar. E tem esses palácios de ouro que eu já falei. – respondeu o viajante do espaço.
--- Carros? – indagou o repórter.
--- Desses que tem aqui, não tem. Tem carros modernos. Não usam gasolina. Eles usam energia. – soube dizer o velho Noé.
--- Tem bodegas? – quis ouvir Eustáquio.
--- Homem. Seu menino! Bodega eu não vi. Nem vi casas como essas que nós temos aqui. O povo mora em casas. ... Ou melhor: em palácios. – por fim disse o ancião.
--- Mas o senhor disse que tem barcaças? Para que servem as barcaças? – fez questão em saber o repórter
--- Eu imagino que é para o transporte de víveres. O povo não tem classe social mais rica e nem mais pobre como se diz por aqui. Agora não tem partidos políticos. Tem o Governo Central. Ou seja: os Deuses. Mas todo mundo tem o seu negócio. Eu aprendi ter nesses novos mundos vários Deuses. Cada um com o seu poder. E um Deus Central. Mas eles não vivem espezinhando a gente,. Por lá não tem tempo de vida. Pelo menos no palácio que eu fui. Palácio de Aka. Mas de outras vezes eu fui visitar – conhecer – o palácio de Toé; Outras vezes eu fui ao de Hué. E tive também em Log. É todo igual. Nessas terras não tem miseráveis, nem gente morrendo de fome. E muito menos gente doente. É sim. – falou tranquilo Noé.
--- E os Deuses? Como são esses Deuses? – ainda quis saber o repórter.
--- Como nós! Gente comum como eu e você. Normal! Não tem pompa nenhuma! Ele é Deus sempre que quiser. Quando não quer mais, ele põe outro em seu lugar. Não ganha dinheiro. E dinheiro para que? No mundo de Aka não se precisa de dinheiro. O povo tem tudo. – comentou o velho Noé.
--- Médicos? – indagou por vez o repórter.
--- Médicos? Veja bem, Quando a pessoa nasce  já tem um destino. Ser médico. Pelo menos, em Aka todos são cientistas. Ou seja: todos tem ciência. Não é essa ciência oculta. É ciência. A pessoa tem o seu conhecer e como ciência ele tem o seu conhecimento. Não têm concorrentes. Por isso não tem dinheiro. Um palácio de ouro é feito porque o material é de graça. Ouro, níquel, cobre. Tem tudo a flor da pele. – fez questão de dizer o ancião.
--- Mas deve existir o povo comum! Não existe? – fez questão em saber o repórter Eustáquio.
--- Olhe bem, seu menino. Parece que o senhor não entende. Não existe gente comum com essa plebe rude existe aqui. Todos são iguais. Se voe quer ser Deus, então vá ser Deus! Agora, não pense que o senhor vai ganhar dinheiro. Em Aka não tem dinheiro. Veja se entende! – falou severo o cidadão Noé.
E o repórter Eustáquio Lopes se deu satisfeito e prometeu voltar tao logo a matéria fosse publicada em seu jornal para saber se estava tudo conclusivo ou se alguma coisa tinha a mais para dizer Noé, o barqueiro. O ancião concordou com o repórter e lhe deu seu endereço, pois ele morava em outro local que não era aquele onde estavam a dialogar. Eustáquio temeu um pouco o que levaria então a publicar de um velho alquebrado pela idade e por fim muito bem recebido pela sociedade em geral. De qualquer modo, o jovem repórter se despediu e ouvindo do velho barqueiro as advertências sobre a nova realidade da vida. Na metade do caminho Eustáquio se lembrou de perguntar algum caso de forma pouco inusitada. Porem, de qualquer modo, ficaria para outra ocasião, se ele pudesse voltar com mais vagar.
--- Será que eles não têm um santo? – indagou Eustáquio bastante apreensivo.
Um carro passou pela moto na qual ele seguia para a capital e ouviu um gracejo solto pelos seus heroicos ocupantes:
---  SONRISAL!!! – ouviu-se o grito alarmante dos viajantes.

domingo, 18 de dezembro de 2011

CREPÚSCULO - 47 -

- Priscilla Lane -
- 47 -
A SERPENTE
Domingo, pela manhã. Anunnaki, como sempre estava no seu labor diário, no cimo da Serra do Monte Sagrado onde guardava a sua abençoada faina de ser o Guardião das Tumbas. Com sempre, nos últimos meses, aquela era uma manhã de sol, onde nem mesmo os pássaros canoros gorjeavam para a alegria dos próprios mortais. A calma era decorrente da falta de brisa a sacudir as esbeltas árvores. Nada havia de especial e que pudesse tirar o sossego dos influentes homens letais. Anunnaki observou dois tenentes da Força Aérea a conversar negócios de caserna. Por alguns momentos os oficiais se abanavam com tampas de caixa de sapatos. Anunnaki estranhou até de onde eles trouxeram aquelas tampas, porém em nada quis saber. Ele, apenas se deslocava para uma das tumbas onde ficaria por toda a manhã. À tarde, Anunnaki voltaria pelas três horas para ficar no trabalho até a noite chegar, por volta das seis horas. Os mosquitos a zoar era o que mais o incomodava. Em baixo da Serra ficavam as guaritas onde as duas sentinelas, cada um de cada lado. Na verdade, eram três sentinelas em cada guarda e um cabo para atender uma possível visita. Mas esse pessoal ficava em baixo, na pista de acesso ao Serrado onde ficaram terminantemente proibidas as visitas a qualquer tempo de pessoas estranhas ao serviço, principalmente civis. Apenas, o garoto Paulo aparecia nas guaritas sempre a levar refrescos e bolos para os soldados da Guarda, inclusive aos cabos. Paulo morava na casa grande era neto do velho Juca – João Tenório de Alencastro – e foi o único a ver os seres extraterrestres quando os homens estiveram na Serra para resgatar um humanoide e levar três homens da terra, sendo dois vaqueiros e um ajudante de veterinário.
Em determinado instante da vida, um dos dois tenentes, chamado de Reguete – seu verdadeiro nome era Aristolino Reguete - chamou para perto de si o Guardião das Tumbas, o civil Anunnaki. Esse voltou das Tumbas e se acercou de Reguete para ouvir, com certeza, algum pedido. E dito e feito. O tenente Reguete queria tao somente visitar uma das tumbas alí existentes. Anunnaki refletiu um pouco, pois era um caso muito especial um militar vir a pedir para visitar uma tumba dos extraterrestres ali sepultados. Aliás, nem mesmo o Comandante da Base Aérea teria a impetuosidade de exigir tal rogativa. Após alguns momentos Anunnaki respondeu.
--- Eu não tenho ordens para tal. – relatou Anunnaki querendo dizer que só os homens das estrelas poderiam aceder a tal rogo.
--- Ora não tem ordens!!! Eu estou ordenando. E tem mais! Eu quero ver aquela tumba mais ao largo! – e apontou o mausoléu mais distante que os demais.
Ora! Anunnaki sabia das tumbas e das que ofereciam maior risco, mesmo depois da primeira. E por certo, Anunnaki não teria o dever de visitar as tumbas mais ameaçadoras. Ele calou por verdadeiros instantes e, afinal perguntou ao tenente.
--- O que leva o senhor em conhecer a tal tumba? – indagou com voz branda o chefe Anunnaki.
---Ora essa! Eu não tenho nada a dizer ao senhor, seu verme! Pois abra a tumba! – falou alto o tenente Reguete com voz ativa de um tenente a dar ordens a um contingente.
Anunnaki calou. Mas ao mesmo tempo pensou não ter a missão de mostrar qualquer tumba a qualquer militar sem ordem expressa do comando. Isso se daria apenas em casos muito graves. De base nessa ordem do comando, Anunnaki falou:
--- Não tenho ordens do Comando! – disse apenas isso Anunnaki.
--- Ora não tem ordens!!! O Comando agora, aqui, sou eu! Apresse-se! – falou o tenente Reguete.
No tal caso, o tenente não tinha ordem alguma para suplantar a ordem do Comando. Porém, Anunnaki quis testar o atrevimento do tenente e fez a sua vontade.
--- Está bem. Seja como for, eu não tenho as Ordens. Porém como o senhor quer, vamos abrir a tumba. – relatou com certo temor o Guardião das Tumbas.
E Anunnaki foi seguindo com as ordens expressas do tenente até chegar à frente da tumba exigida. Ainda alí, Anunnaki teve um meio de defesa. Quando ele teria que soltaras trancas da imensa porta, de dez metros de altura por seis, lhe veio a ideia de que podia permanecer diante do portal do selo. E foi assim que Anunnaki pediu ao tenente. Ao lado, bem distante, estava o outro tenente. Esse acompanhava todo o alarido do seu amigo. Seu nome verdadeiro era Antônio Fracasso, conhecido na caserna por tenente Fracasso. O seu nome até servia para a gozação dos demais tenentes ou de alguém de patente inferior. O homem sofria com a desdita, porém não levava a serio pelo seu sobrenome.
O Guardião das Tumbas subiu a escada posta ao lado de fora com um segredo apenas por ele conhecido e partiu para o “Olho do Sol”, um símbolo existente no meio da porta. Quando ele estava a postos no triangulo do Sol, advertiu ao tenente que se afastasse da porta, pois a ninguém era dado o privilégio de ver o sol a ser aberto. Isso levou mais ao desejo de ficar em seu local o tenente Reguete e determinou:
--- Abra essa porta seu insolente! – berrou ao todo custo o tenente Reguete.
Apesar de temer o que aconteceria, Anunnaki não teve alternativa a não ser abrir o grosso pesado portão de bronze. Ao se abrir o portal, algo aconteceu. Uma pesada lufada de ar pegou o tenente Reguete e o levou para dentro da tumba. E o portal se fechou de imediato. O tenente Fracasso olhou perplexo aquele instante e nem teve tempo de dizer algo. Do alto de onde estava, acima do portal, em pé, braço cruzado sobre os peitos, alí estava Anunnaki, soberbo e altaneiro. Nenhuma palavra era ouvida de sua boca. Ele era um verdadeiro Guardião das Tumbas. Seu traje era rígido e completo. Vestia o Guardião um mando escuro cobrindo da ponta da gola aos pés. No seu parecido altar ele apenas incólume.
Do interior da tumba chegaram os gritos estarrecedores do tenente Reguete. Gritos enormes de alguém a sofrer terríveis dores. É que, ao ser puxado para dentro da Tumba, víboras de todas as espécies atacaram o homem a picotar todo o seu corpo, desde os pés até a cabeça. Eram um amontoado de víboras como se está a defender algo superior. E o tenente Reguete gritava por socorro a todo instante. Com o passar dos minutos, talvez uns cinco, o portal do Templo se abriu de imediato e uma lutada de ar empurrou para fora o corpo do tenente já sem vida. Nesse momento, um homem serpente, todo serpente, da cabeça aos pés, cauda enorme, cabeça igual a uma sucuri, pés e mãos escamadas. Era um verdadeiro monstro, desde a sua com mais de dois metros a fortaleza dos seus músculos. E com a cabeça vergada para frente, o monstro horripilante soprou uma camada de ar de forma vigorosa sobre o corpo do inerte tenente. E o deixou plantado sobre o chão maculado de folhas secas de final de verão o tenente Reguete. Logo ao longe estava o seu amigo tenente Fracasso. Em dado instante, o homem serpente se voltou contra o outro militar o soprou um jato aparentemente morno e cobriu o homem por completo o deixado cego, surdo e mudo. Por uns tempos o jato também deixou o tenente Fracasso totalmente alucinado. O homem cobra se voltou e olhou para cima vendo o Guardião das Tumbas. E nada teve a dizer. Apenas entrou na tumba e a porta foi fechada de forma instantânea. Anunnaki o Guardião da Tumba do alto do seu altar olho bem para o corpo do tenente Reguete e o viu inerte, sem vida. Nesse momento, Anunnaki sentiu orgulho de si.
Em instantes, o radio receptor tocou e Anunnaki falou vagaroso com Gafanhoto sobre o que tinha ocorrido nas Tumbas. O subtenente pediu que o aguardasse e chamaria o comando da Base Aérea para ir até o local e buscar a vitima fatal e dar a atenção ao tenente Fracasso. Foi um verdadeiro tumulto no Comande da Base com a notícia da morte de um tenente. O que dizer enfim sobre a sua morte! O coronel embarcou no jeep e se largou para o local da morte do tenente na chapada da Serra do Monte Sagrado. Ao seu lado também seguiram dois oficiais graduados e todos a discutir do que seria feito com o tenente.
--- Eu estou pensando o que é que nós vamos fazer depois dessa! – reclamou um major.  
--- Mas o tenente for morto por uma serpente? – perguntou outro oficial sem querer acreditar na história.
--- Eu previno que os senhores não digam coisa alguma! – declarou o Coronel comandante.
--- E a morte do tenente Reguete? – perguntou o major.
--- A morte foi consequência de um infarto ou coisa assim. – declarou o comandante.
Nesse momento o radiofone tocou para o comandante. Gafanhoto estava no local do acidente. E disse mais pormenores com relação a vitima fatal, o tenente Reguete. E também, a situação do que estava com vida, o tenente Fracasso. Disse Gafanhoto ter o tenente ficado doente da “bola”, ou seja, lunático. Ele, Fracasso, ficou completamente surdo, mudo, cego e demente. O Comandante disse estar seguindo a ambulância e ele além de mais dois oficiais já estavam a caminho. A ordem de prontidão foi redobrada na guarita. Soldados do Exercito e Aeronáuticas ficaram a postos. Não entrava mais ninguém, a não ser os oficiais dos dois Comandos Militares e mesmo os que estavam envolvidos  com a Guarda das Tumbas.
Apenas os miliares envolvidos com a operação tinham ordem de subir até a Serra. A ambulância embarcou o tenente Fracasso e carro fúnebre (rabecão) colocou o tenente Arselino Reguete. Os seus temerosos ocupantes tinham ordem expressa de não falar mais coisa alguma. As sirenes foram ligadas e os veículos partiram em dispara. A ambulância seguiu em direção ao Hospital da Base e o rabecão seguiu para outro departamento hospitalar onde seria feita a autopsia do corpo de Arselino Reguete para a comprovação da morte, com certeza, por acidente. O Comandante se reuniu com Gafanhoto e Anunnaki ele de outros oficiais para saber com detalhes da morte do tenente Reguete. Foi o restante da manha e a tarde completa com as declarações de Anunnaki tomada a limpo. Horas depois, já à noite, o Comando alertou para não mais permitir visitas as Tumbas.  As guardas foram redobradas e o subtenente Gafanhoto teve que voltar para o Monte Sagrado as partir do dia seguinte. Ao falar com Anunnaki, o subtenente  declarou:
--- Você fez o certo. Porém se precipitou ao obedecer à ordem do tenente Reguete. Você estava dentro do seu plano de ordem. Ele foi o desaforado. Pena ele ter morrido. Mas o homem serpente tem poderes como ninguém! – lembrou outra vez o subtenente Gafanhoto.
A noite chegou cheia de estrelas. O céu estava limpo. As corujas executavam o seu canto de morte. Enfim, todos dormiam na cidade de Panelas.