sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CREPÚSCULO - 46 -

- Angelina Jolie -
- 46 -
A FÁBRICA
Em um dos sábados de janeiro, Orlando Martins de Barros convidou a sua filha para que eles fossem à residência do coronel Juca – João Tenório de Alencastro – para ver um jeep que o coronel ficou pronto de emprestar. Marina estranhou o convite e perguntou ao pai que motivo teria do coronel emprestar um jeep. O homem não respondeu de imediato dizendo tao somente que era para que ele fosse fazer uma viagem pelo largo do Monte Sagrado. A moça sentiu mais estranheza no fato. E o sei pai disse algo e não encontrou receptividade no assunto.
--- Quer ir? – perguntou o homem a sua filha.
--- Mas fazer o que? Hoje estou cheia de assuntos para estudar. – falou com rispidez a moça.
--- É melhor você ir!. E não estou para conversa!. E vamos logo! - disse o homem de uma vez por toda com imensa severidade.
--- Bosta! Tudo cai em cima de mim! – falou de modo baixo, mas com bastante raiva a moça.
--- Vamos!!! – chamou forte e alto o seu pai.
--- Hoje eu não posso. – respondeu a moça um tanto amarga.
--- E por quê? – indagou seu pai apenas aborrecido
--- Estou doente! – respondeu a linda e estonteante Marina com quem não querendo dizer.
--- E eu posso saber de que? – indagou com leve ira o pai.
--- Quer que eu diga aqui fora? – perguntou a jovem com muita ira e as mãos nas cadeiras.
---É pra dizer sim! – respondeu o homem com toda a raiva e nem observando a outra filha qa escutar de pé olhando para um e para outro.
--- Estou de boi, pronto. Não perguntou? – e se voltou para dentro da casa partindo tremendo de raiva com o que tinha dito a todo o calor da mocidade.
O homem ficou a olhar para Marina, com o seu requebrado peculiar de uma moça cheia de anseios e morta pela dor que lhe fazia o estado da menstruação. Orlando Martins olhou bem serio a moça a se deslocar para dentro da casa e não pode mais depois de alguns minutos. Ele por fim gargalhou. Mas foi uma gargalhada tremenda que assustava bodes e galinhas. A sua outra filha também não se conteve e começou a sorrir francamente com a cara alegre do pai. Gargalhava o homem e sorria a filha menor com o pano a prender a sua chupeta. A menina, vestindo um chambre comprido, era todo sorriso. Então o seu pai não se conteve de tanto gargalhar que veio para dentro de casa. De passagem, o homem segurou a filha menor em seus braços, louco de alegria. Os dois foram buscar a filhar maior que estava dentro do seu quarto, enfurnada como um frágil gato de porcelana. Marina estava toda embrulhada, apenas com a cabeça descoberta. O pai entrou no recinto com sua filha querida, a inocente Amanda ainda a sorrir pelo jeito de comportamento de Marina. Ao ver seu pai, a moça cobriu o seu rosto por completo. A menina seguia nos braços do pai e olhou abismada do comportamento de Marina. Dai então começou a sorrir. O pai, Orlando, ainda a gargalhar não se incomodou muito com a atitude de Marina. Ele e a sua filha menor sentaram-se na cama e, uma vez passada a crise de gargalhar entrou na conversa mais amena com Marina. E lhe disse:
--- Desculpe-me querida. Eu não sabia que você estava adoentada. Mas isso é normal. Daqui a pouco você vai curar de vez. – relatou o homem à filha. E essa se punha coberta da cabeça aos pés não querendo saber de conversa.
A menina Amanda indagou de vez ao seu pai retirando a chupeta da boca.
--- Ela está doente, tá painho? Está doente, tá? – perguntou com voz de inocência a menina.
--- Está. Mas vai ficar boa. Nem se incomode! – ele balançou a filha nos seus braços fazendo caricias.
--- Mas está doente como Chicão? – indagou a menina se referindo ao pai de um dos vaqueiros da fazenda que esteve muito doente antes de vira óbito.
--- Não! Não! Ela somente está com dor de cabeça. – tranquilizou o pai beijando a filha amada.
--- É com dor de cabeça que pega toda a cabeça, é painho? – indagou a inocente criança.
--- Mais ou menos! Mais ou menos! É quase daquele jeito! – respondeu com suavidade o pai.
--- Ela vai ficar boa, vai painho? – indagou mais uma vez a garota com sua voz de criança.
--- Vai. Vai. Forte igual ao touro Barbudo. – respondeu o pai a tranquilizar a filha amada.
--- Virgem! Aquele tourão bem grandão? Maior que uma onçona? – perguntou espantada a menina a se lembrar de uma onça que os vaqueiros abateram.
O homem gargalhou com a pergunta inocente da menina. E Amanda desceu do colo do seu pai e saiu gritando para dentro da casa por sua mãe a dizer que Marina estava curada igual ao touro Barbudo.
E na sua cama Marina disse com a voz de quem caçoa.
--- Touro Barbudo! Só estou! –responde vagarosa a moça a balança os pés de queria caçoar do pai.
E deu uma bela risada.
E o tempo foi passando quando Orlando Martins puxou o cobertou do rosto de Marina para conversar mais a vontade. Essa pegou a coberta e pôs em cima do rosto novamente. E o homem não se deu por vencido e retirou a coberta para falar com a moça ele mais tranquilo.
--- Eu chamei você porque o coronel me emprestou o seu jeep. Eu queria mostrar a você um canto onde os homens as estrelas faziam suas naves. Era só isso. Como você esta incomodada, fica para depois. É uma viagem longa. Eu peço que você não fale a ninguém sobre esse assunto. – relatou Orlando Martins com tranquilidade e carinho.
--- O Coronel está fora. Foi para a capital. – respondeu a moça já bastante calma.
--- Como assim? E eu não fiquei sabendo? – relatou com firmeza o doutor Orlando.
--- Quinta-feira. Ele foi fazer consultas do coração e hérnia. – falou a moça já tranquila.
--- Puxa! Está todo mundo doente nessa Terra! – relatou surpreso o agrônomo.
--- Não é só ele. Tem mais gente! – sorriu a moça feita uma menina.
--- Mais gente? Como? – se espantou o homem com a informação.
--- Um caminhão pau-de-arara com agricultores virou ontem na Curva do Bezerro. Morreram pelo menos dez trabalhadores. – comentou Marina com voz suave.
--- NOSSA!!! É o mundo todo? Como aconteceu isso? – perguntou o seu pai.
--- O caminhão virou e pronto. Parece que tinha uma vaca no meio da pista. O caminhão foi desfiar e o motorista perdeu a direção e – catabrum – virou! – relatou com um pouco de riso.
--- Desmoralizações! E o coronel? Quem falou? – perguntou o doutor Orlando Martins.
--- O neto dele. Foi ontem que ele falou. Falou por falar. Eu também não sabia de nada e nem me preocupei de forma alguma. – falou com tranquilidade Marina.
--- É. Parece que vai levar certo tempo. O caso: na Serra, lá para adiante, tem um local onde eles fabricavam as naves. Faz tempo. Tempo demais. Coisa de sessenta mil anos. Veja bem. Eu queria mostrar a você o local das naves fabricadas. Quando eu era garoto, eu fui muitas vezes nesse local. – comentou baixo o homem.
--- Eu sabia que tinha um hangar. – relatou a moça.
--- É. Mas esse é depois. Bem mais distante. Eu tenho que ir de jeep. Carro não dá. Certo? – falou Orlando quebrado a cabeça com mais uma desilusão.
--- É. Mas tem outro rapaz que tem jeep aqui. – falou a moça aconselhando o seu pai.
--- É. Eu sei. Mas não quero deixar rastro. Ninguém pode saber. – falou quieto o homem.
--- Zé Meninho está aqui. Vem passar uns tempos. Está de férias. – sorriu a moça ao falar “de férias”.
--- Está? É bom para ele puxar o fole aqui para nós em uma noite dessas. – sorriu o homem já bastante tranquilo.
--- Ele perguntou pelo senhor, ontem! – sorriu a moça enquanto se ajeitava na cama.
--- Êta moleque bom. Tem mais de setenta anos – falou abismado o doutor Orlando.
--- Eu me lembro do Caixão de Gás. – sorriu a moça a delirar.
--- Parece que ele fez outras. Não sei! – falou o homem meio desconcertado com a sua lembrança.
--- É. Eu também não! – respondeu Marina ao seu querido pai.
E a conversa prosseguiu por manhã a fora sempre eles pesquisando historias antigas por entre falas e falas e no computador de mesa para onde Marina se levantou de vez e foi até a sala grande de estar. E eles penetraram mais a fundo na chamada Terra Ôca onde certos fenômenos estranhos ocorriam no campo magnético da Terra.  Os dois iniciantes viram por bem as descobertas feitas sobre a Terra onde existia uma parte ôca da casca externa e um núcleo interno separado. E cada um com o seu próprio campo magnético. Entraram eles estudos sobre viagens a parte interna do planeta percorrendo todo o sistema da Europa.

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