sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

DOIS AMORES - TRINTA E UM -

- Jennifer Laurance -
- 31 -
NUREMBERG
Após a prisão do general Wagner Rahner o “monstro” – como chamava assim a sua filha Joana Vassina – foi conduzido à prisão da Base Aérea com os demais “companheiros” de ação. Todos foram levados para a prisão. Porém, somente o general recebeu tratamento especial. Após o primeiro mês, uma comissão seguiu até a prisão e comunicou ao senhor Rahner que ele seria julgado nos procedimentos do Tratado Militar igual ao de Nurembergue. Para tanto seria convocada uma Junta Militar Internacional com a presidência de um Juiz Militar do País onde o homem fora preso. Era então e retomada do Julgamento de Nurembergue, afinal. Ou, pelo menos, aos moldes do julgamento militar de Nuremberg, em todos os seus detalhes, inclusive a forca.  O Brasil, por seu representante Coronel Danilo de Mello Prado, da Força Aérea convocou os representantes dos Estados Unidos, Grã Bretanha, Rússia (ex União Soviética) e França para formar as leis e as equipes que conduziriam o julgamento. Enquanto isso, ao longo daquele mês o agente policial Teixeira, era todo satisfeito pela prisão o General Wagner Rahner, quadrilheiro e brutal sanguinário. Em todas as conversas mantidas com seus amigos vez por outra ele levava o assunto a primeiro lugar. Fernando Costa, Bartolo, Dalva e Oliveira eram os mais atentos ao fato. Após a detonação da bomba em seu apartamento, o Agente ficou com maior cuidado, mesmo com a prisão do alemão. Os explosivos plásticos são letais após serem acionados. O cuidado é ter o mentor aplicar o explosivo para onde ter o arremesso e a potência do mesmo. O explosivo posto na porta de Agente Teixeira era de um magnifico teor aterrador. O tal explosivo poderia ser conduzido até em uma bolsa ou saco.
Caio
--- Eles são instruídos da melhor maneira possível. Países de Oriente Médio, pelo que se faz notar. – comentou com certa tristeza.
Bartolo:
--- Eu não sei se você atenta para isso. O Rio Grande tem um forte potencial em combustível fóssil. Além da cana de açúcar, nós temos o petróleo. – relatou o repórter.
Fernando:
--- E por que importa o álcool dos Estados Unidos? – indagou.
Caio:
--- Estratégia econômica. – relatou
Fernando:
--- Não dá para crer. – refletiu.
Caio:
--- Veja bem: nós importamos porque eles têm sobrando. E nós guardamos o que é nosso. – disse mais o agente.
Oliveira:
--- E tem a causa religiosa. A cada dia que passa surge mais templos protestantes nessa cidade. – comentou
Dalva:
--- E tem os Budistas e Islamitas. Esses estão surgindo aos poucos. Além dos luteranos, de Martinho Lutero. – detalhou a linda moça
Caio:
--- A religião não é a causa direta dos conflitos. As três religiões dominantes possuem a mesma raiz. – disse o agente.
Fernando:
--- Isso é. Mas não tolero a mudança de seita. A mulher deixa de ser católica para se tornar protestante. Isso não tem cabimento. – relatou com ojeriza.
Oliveira:
--- E o homem também. – descreveu o rapaz.
Fernando:
--- Mas o homem, esse sempre foi um palerma. Vai à Missa para ficar conversando política do lado de fora do templo. – acalorou a discussão.
Caio:
--- Desigualdades sociais entre os adeptos. – concluiu de vez.
Na verdade, há uma desigualdade frequente entre católicos e protestantes no País e no Estado, por excelência. Nas festividades religiosas cristãs católicas nota-se profundamente essa diferença. Uma vaca, um bolo, um vinho um doce e tantas outras coisas. Elas se arrematam em leilões formados pela Igreja. Isso deixa intrigado o protestante que a cada mês deixa dez ou vinte por cento do seu salário na sua Igreja para sustentar o pastor o qual ilude o homem crente a relatar ser o “dízimo” pago para Deus do Céu. As moças e rapazes costumam distribuir pequenos folhetos com um ensino religioso e convite para um evento na sua Igreja em certo dia do mês.
Há varias diferenças importantes entre católicos e protestantes. Apesar das tentativas, através dos últimos anos, de se achar coisas em comum entre os dois grupos, o fato é que as diferenças continuam existindo, e elas são tão importantes hoje como foram no começo da Reforma Protestante. Uma das primeiras grandes e inomináveis diferenças entre o Catolicismo e o Protestantismo é a questão da suficiência e autoridade das Escrituras. Os protestantes crêem que somente a Bíblia é a única fonte da revelação especial de Deus à humanidade. Os católicos, por outro lado, rejeitam a doutrina da única Palavra e não crêem que somente a Bíblia seja suficiente. Eles crêem que tanto a Bíblia quanto a sagrada tradição católica romana igualmente se combinam no Cristianismo.
Caio
--- Pode-se ver ainda uma combinação de fatores étnicos, políticos, econômicos, religiosos e sociais que surgiram ainda na Idade Média. – relatou o agente policial.
Fernando:
--- Os irlandeses seguem a religião católica. – confirmou o bancário.
Caio:
--- Com certeza. A Irlanda segue com a maioria católica. – enfatizou o policial
Dalva:
--- Na verdade, onde há um católico, o crente não deve mexer a colher. – relatou com estilo
Passaram-se os minutos e a diva foi para a cozinha cuidar do que estava fazendo. Um salmão delicioso feito ao molho. Era sempre uma comida a sonhar por Dalva Tavares. E daquela vez não mediu esforços e fez. Enquanto os homens conversavam ela preparava os pratos do almoço. Salmão era um peixe a se fazer a qualquer receita de molho. E daquela vez Dalva preparou uma mantida em segredo. Sorria muito para ver a cara os comilões ao servir o prato do cozido peixe. As dez ou quinze minutos ela chegou com a sua descoberta. E foi dizendo:
Dalva:
--- Olha o peixe! – sorriu a diva ao servir à mesa,
Caio:
--- Salmão? Que delícia! –se entusiasmou o chefe de cozinha.
Bartolo:
--- Não responda a pergunta de como foi feito esse peixe. – disse o homem com os olhos atentos por demais.
Fernando:
--- Vocês sabem como se trata um salmão? – perguntou a abocanhar o seu bocado
Oliveira:
--- Ora! De qualquer jeito. Desde que não sufoque. – falou sem poder diz como. A boca estava cheia do delicioso salmão.
Dalva;
--- Ora! Comam! O salmão é apenas um peixe. Tem salmão que morre após a sua reprodução. Outros continuam a se reproduzir. – falou com esmero
O salmão é basicamente um peixe branco. O pigmento vermelho é feito através das algas e dos organismos unicelulares. O salmão se alimenta principalmente de camarões. Quando os camarões são comidos pelo salmão, estes também acumulam o pigmento nos seus tecidos adiposos.
Caio:
--- Ontem eu vi um filme vibrante: “A Insustentável Leveza do Ser”- relatou com boca cheia.
Bartolo:
--- Com Juliette Binoche. Filme de 1987. Baseado da obra de Milan Kundera. O único romance que ele autorizou filmar. Filme inteligente. Kundera é checo. Mas foi expulso do país e hoje vive como cidadão francês. – completou o repórter.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

DOIS AMORES - TRINTA -

- Alyson Hannigan -
- 30 -
CATÁSTROFE
Naquele dia a imprensa estampou o caso dos explosivos colocados nos apartamentos do nono e décimo andares dos apartamentos do edifício onde Caio e os seus amigos moravam. Em quase todos os casos envolvidos houve retardo de detonação violenta dos petardos alguns de cobertura plástica. Em meio a esse conflito, a Polícia Civil do Estado manteve contato com a Polícia Federal, delegacia de Natal e ficou notificada de outro explosivo o qual tinha sido posto em uma residência particular onde morava um dos seus agentes. O caso tomou maior envergadura a partir desse momento. Houve reunião entre as duas Polícias e combinou-se, inclusive se manter contato com o Exército para a proteção maior da mulher Joana Vassina, principal vítima dos atendados. Em um local de maior segurança a mulher podia ficar enquanto se buscava o alemão Wagner Rahner por qualquer parte do Estado. Noite adentro os peritos fizeram a verificação dos petardos e de quem podia ser os responsáveis de expor locais até então tranquilos.
Enquanto isso, após ter vistoriado o seu apartamento, a linda dama Dalva Tavares teve de voltar ao seu trabalho onde teria de resolver assuntos pendentes. Após o serviço, a mulher voltou ao seu apartamento para cuidar de algum desmantelo existente. Na volta a mulher viu alguém. Era uma anciã dos seus 80 anos ou mais. A mulher era meio corcunda, quebrando em forma de “L” ao contrário. Já era quase noite quando Dalva Tavares tentava entrar no portão de acesso para o seu apartamento. Nesse instante a anciã caminhava lenta pela calçada, com uma bengala na mão para melhor se apoiar. Embora estivesse com bastante pressa, Dalva teve mesmo que esperar a anciã transitar todo o seu pequeno trecho. Sem falar com mais ninguém, a anciã caminhava da forma como podia a passos lentos. Nesse momento, Dalva a olhar a mulher pensava quando ficaria daquela forma:
Dalva:
--- Ah meu Deus! Que sacrifício! Uma mulher a passos lentos tendo de atravessar um portão! E deve fazer muito tempo para atravessar! Coitada! – falou em murmúrio.
Carros a buzinar para poder entrar na garagem não dava conta daquela anciã. Um guarda de transito com seu estridente apito. Ele chegou depressa para organizar o desorganizado. E fazia gestos exagerados com os seus braços para o alto. O estridente apito dava a ordem de espera a quem pudesse ter certeza.  A anciã caminhava a passos lentos pela abertura do portão sem se incomodar com os atarantados motoristas. Moças e homens faziam seu trajeto pelo mesmo espaço onde a anciã parecia dormir ao som do acalanto. Já desnorteados. O guarda imprimia temeroso apito para todos os demais – carros e gentes -. Enquanto isso, em seu volante, a mulher sentia compaixão da figura tenra da mulher de idade avançada. Em determinado instante o guarda do apito chegou para Dalva orientando a dar partida no seu Hyundai. A mulher, então se atreveu a falar.
Dalva:
--- O senhor não está vendo uma mulher com idade de ser sua avó a caminhar lento em frente ao meu Buíque?  Ora! Tenha sentimentos! E vá pra merda! – alertou a linda mulher.
Com o terminar de sua viagem pela frente do portão da garagem, a anciã enveredou em seu caminho não dando sequer ciência do ocorrido. Ela conduzia tão somente apenas a certeza da sua existência amarga e cruel.  
No décimo andar, Dalva Tavares encontrou Caio Teixeira, o seu vizinho de apartamento com outros companheiros a verificar todo o seu compartimento e colocando outro sistema defensor de alarme em posição adequada, porém bem mais disfarçado do anterior. De inicio, Dalva nada falou. Cumprimentou os técnicos e indagou sobre o paradeiro do seu amante. E ninguém sobre dizer ao certo. Apenas o seu vizinho Caio aventurou a informar ter ele saído logo à tarde. A linda dama se pôs inquieta por saber o seu amante não estar mais na redação no avançado da hora.
Caio:
--- Com certeza teve mais serviço. – declarou com cisma.
Dalva:
--- Ainda é cedo. É o seu costume chegar pelas 8 horas. – dialogou.
Perito:
--- Teve outro caso de bomba. Talvez ele tenha sabido também. – relatou o homem.
Dalva:
--- Bomba? Além daqui? - - indagou assustada.
Perito:
--- Sim. Em outra residência. – falo o homem a ajeitar algo.
Dalva:
--- Não pode ser! É no mundo todo! – falou em pânico.
Caio:
--- E eu tenho que sair. Vou deixar vocês atentos e logo em seguida tenho serviço a executar. – falou com calma.
Perito:
--- Pode sair. Estamos terminando. A senha é essa. – entregou uma senha ao homem.
Caio:
--- Vou precisar. Dalva. Se eu encontrar Bartolo, eu aviso ter voce chegado. – disse o homem
Dalva:
--- Está bem. Mas com certeza ele chega antes das oito. – argumentou a linda moça
Logo após as sete horas da noite, a mulher Joana Vassina foi levada para o Quartel General, órgão do Exército, onde teria de passar o tempo todo em um local de maior segurança. De certo modo o Quartel era um verdadeiro cerco não se permitindo entrar gente de fora sem a sua identificação precisa. Em companhia de Julia Vassina estavam agentes da Polícia Federal e igualmente Caio Teixeira. Por certo tempo, o homem Caio Teixeira ficaria a par de tudo o que era segredo militar de alta esfera. Após aquietar a mulher em seus novos aposentos, o homem e alguns militares e pessoais da Polícia Federal saíram no encalço do local já identificado como sendo a Base do alemão Wagner Rahner. O cerco foi montado com precisão para pegar de surpresa o homem capaz de assassinar tantos quantos policiais ou civis quanto quisesse. O campo de pouso estava às escuras. Com certeza não havia qualquer movimento para aquela noite. Além do pátio de estacionamento de aeronaves havia igualmente uma residência de maior segurança ao largo do ponto de pouso. Havia um cerco em toda área com uma turma de soldados e oficiais entre os civis da Polícia. Pelos informes traçados, o alemão Wagner Rahner tinha contratado pistoleiros e peritos em explosivos quando de sua recente estada na região do Paraguai. Eram artífices duros de matar ou mesmo de prendê-los vivos. Os executores eram capacitados em matar sem chance de defesa homens, mulheres e crianças. Após tamanha execução os pistoleiros se evaporavam sem deixar pistas. Vários desses bandoleiros tinham treinamento na Alemanha e nos países do Oriente Médio. Principalmente os peritos de armar bombas. Uma historia de guerra como sendo o maior prazer do homem.
No campo de pouso do aeroporto particular em um recanto remoto para os lados de São José, estava tudo na mais completa escuridão. Essa talvez, fosse uma tática de guerra ou guerrilha muito bem arquitetada pelo General Wagner Rahner conhecedor profundo nos esquemas dessas artes marciais. Tais artes são disciplinas físicas e mentais codificadas em diferentes graus, que tem como objetivo um alto desenvolvimento de seus praticantes para que possam defender-se ou submeter o adversário mediante diversas técnicas. É sistema de treinamento de combate. Passadas as horas, já pela madrugada, um ruído de um aeroplano vindo da região do sul do País. O corpo de defesa de camuflou o mais quanto pode e esperou uma senha de ataque.
Comandante:
--- Atenção. Inimigo à vista! Silencio absoluto. – recomendou o comandante.
A avioneta traçou no ar um vou cujo destino era colocar o aparelho novamente para o sul. Os seus potentes holofotes vasculhavam toda a área compreendida para o pouso e nada pode observar com eficiência. O aparelho seguiu a rota  de pouso e os pequenos sinais luminosos foram acionados para indicar o campo de pouso onde o avião estava a ponto de tocar o solo. As luzes da casa grande acenderam e o aparente general Rahner surgiu como para embarcar naquele momento. Os militares então encobertos pela escuridão receberam ordem de avançar e aprisionar o homem da casa  e todos os componentes de voo.
Comandante:
--- Avante! Já! – gritou o comandante
E foi um avanço único. O general Rahner não teve tempo nem mesmo de gritar, pois em um segundo estava agarrado por todos os lados. O avião tinha chegado àquela hora da madrugada por ordem recebida quando o General embarcaria com destino ignorado. Mas, não lhe sobrou tempo. A Base Aérea deslocou um grupo de militares a bordo de helicópteros enquanto aviões faziam rotineira demanda em busca de alguns pistoleiros. Pelo rádio, o pessoal de terra ficava sabendo a posição dos pistoleiros e peritos em explosivos. Apesar de intensas buscas não se conseguiu encontrar os armadores de petardos.
Caio:
--- Foi uma ação torpedo, essa! – disse o policial se alegrando
Agente:
--- E ainda tem mais. Esperamos encontra-los. – salientou com seu sorriso amargo
 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

DOIS AMORES - VINTE E NOVE -

- Nicole Kidman -
- 29 -
AVENTURA
Por orientação dos peritos da Polícia Federal, era melhor a modificação de casa, pois não mais se podia acreditar onde ele – Otto Blanc – estava morando naquela ocasião. Uma casa de menor espaço onde todos pudessem estar juntos. O em um campo isolado. Um guarda de proteção. Meios de segurança enfim.
Perito:
--- Todo cuidado é pouco. Mudança repentina sem falar a ninguém. – relatou.
Otto:
--- E dona Joana? – perguntou com cisma.
Perito:
--- Nós podemos cuidar do caso. É uma aventura temerosa. Um tempo está em um canto. Depois se muda. É uma forma. Ou morar da Delegacia. – enfatizou.
Otto:
--- Perigoso! Quem colocou o petardo sabia muito bem quem ele queria. – lamentou.
Perito:
--- Isso sim. A vítima fora escolhida a dedo. – argumentou.
Otto:
--- O alemão ou gente especializado de bombas. – salientou.
Perito:
--- Quem é o alemão? – indagou
Otto:
--- O próprio pai da senhora Joana. O homem além de ser nazista não mede esforço para eliminar quem ele não deseja mais. – relatou.
Perito:
--- Parece que estamos em guerra como antigamente. Atacar é a ordem. – lembrou.
Otto:
--- Ele pensa estar no poderio militar alemão. – disse mais
Perito:
--- Provavelmente. Provavelmente. – concluiu o perito.
Otto:
--- O regime nazista está de volta. – falou com cisma.
Perito:
--- É a superioridade da raça ariana. – falou.
Otto:
--- A palavra ariana vem de árias. Um grupo étnico. Tem vários significados. Refere-se, mais especificamente ao grupo indo-europeu. Esse grupo se estabeleceu no final do terceiro milênio antes de Cristo na região do Irã. O nazismo mudou a classificação de uma suposta raça declarando os arianos como o povo nórdico. – enfatizou
Perito:
--- Foi bom saber dessa menção. – declarou.
Otto:
--- O senhor pode observar ter a mulher Joana pele clara. A sua mãe era também de pele clara. Isso levou o General Wagner Rahner a ter um relacionamento íntimo com a mãe de Joana. E depois com a própria Joana. – fez ver o agente federal
Perito:
--- Eureka! Um facínora! E essa mulher vive com ele? – perguntou indignado.
Otto:
--- Ela viveu por bastante tempo. Apenas o largou quando foi presa em Natal. Quer dizer: ela não foi presa. Apenas contou a sua história na Delegacia de Polícia. Eu sei ter ela ficado durante longo tempo escondida em uma casa no interior do Estado. O alemão tem até um aeroporto. Mas, ao que parece, ele teria morrido. No entanto, agora, reapareceu. E pondo bomba em minha casa, no quarto da sua filha. É isso. – concluiu.
Perito:
--- Ao que parece ele não acredita mais em sua filha. E assim quis por fim a senhora. – relatou
Otto:
--- Há muito tempo o alemão rejeita a sua filha. Tem apenas para os serviços domésticos. Embora em guarda ferrenha. – falou o agente federal
Após a inspeção geral em toda casa, os técnicos deram o caso por encerrado. Ficou a recomendação de se mudar de domicilio aquela altura. De imediato, Julia Vassina indagou:
Julia:
--- E eu? – perguntou assombrada.
Otto:
--- A senhora vai dormir da dependência da Delegacia enquanto se ajeitam as coisas. – falou
Julia:
--- Eu sinto temor em dormir na Delegacia. Eu fico constrangida. É o mesmo temor pelo qual passei durante vários anos na Bélgica, Bolívia e Brasil. – declarou a mulher.
Otto:
--- A senhora é de nascimento russo?
Julia:
--- Não senhor. Eu nasci pelo que minha mãe dizia, em Essen, na Alemanha. Agora, minha mãe era russa. O Exército de Hitler sitiou a União Soviética por muito tempo. Hoje, ainda, não se sabe quantas pessoas morreram. Há pelo menos setenta milhões de mortos. Mesmo assim falta ainda identificar cerca de quatro milhões. O Governo russo afirma terem morrido quase vinte e sete milhões de russos. Isso é uma grande diferença do que afirmam os judeus. Cerca de seis milhões de judeus morreram em campos de concentração. Mas a Cruz Vermelha detalha apenas trezentos mil judeus. Uma grande diferença. Eu sou alemã, afirmo. – disse a mulher de forma simples.
Otto:
--- Terrível! E como se encontra esses corpos? – indagou com assombro.
Julia
--- Às vezes se encontra logo abaixo das camadas de folhas e musgos. Eles continuam deitados nos pontos onde caíram. Parece que eles esperam pela chance de poder finalmente ir para casa. – lamentou sem choro.
Nos últimos anos as buscas se intensificaram por um grupo de exploração viajando em caminhões do Exército para chegar às regiões das florestas de São Petersburgo. Às vezes esse grupo acampa em locais úmidos a caminhar com lama até a cintura para achar os corpos. Muitos soldados mortos são encontrados com granadas em suas mochilas. Por conda do tal perigo muitos escavadores já perderam suas vidas em demais regiões da Rússia. Nenhum país sofreu tantas perdas humanas durante a Segunda Guerra como a União Soviética.
Joana:
--- Em junho de 1941, Hitler iniciou a maior e mais sangrenta campanha da história militar, com o objetivo de anexar vastas áreas da União Soviética ao Terceiro Reich Alemão. São Petersburgo foi um dos alvos da operação. Em menos de três meses, o Exército alemão havia cercado a cidade e começado a bombardeá-la pelo ar. – comentou a mulher.
Otto:
--- Quem lhe disse isso? – indagou o policial.
Joana:
--- Minha mãe. Eu ainda não era nascida. As tropas do Reich começaram a invasão por Leningrado. – declarou sem remorso.
Durante mais de dois anos, O Exército Vermelho lutou desesperadamente para romper o cerco alemão. O objetivo era aniquilar os russos pela fome.
 

sábado, 15 de fevereiro de 2014

DOIS AMORES - VINTE E OITO

- Kalki Koechlin -
- 28 -
O MOTEL
 
E foi então que Caio Teixeira receando ser um temeroso equívoco da parte de Joana Vassina indagou com mais vagar como à senhora tomou ciência do alemão Wagner e por qual motivo desprezou a ação da policia federal no assunto. Ele se refez do interrogatório e começou a falar sem nenhuma contemplação de ser o agente um policial de maior gabarito. Os três estavam então em um quarto de motel. Bartolo a ocupar uma cadeira onde se sentou com o espelho ao contrario. O seu rosto ficou abaixado para olhar apenas a mulher. Caio, ficou de pé e Joana se sentou na cama, mas não deitou. Apenas dedilhou para conversar.
Joana:
--- O senhor é um policial. Eu estou nos cuidados de outro policial. Porém, os Federais estão em greve por tempo indeterminado. Bem. Isso é outro departamento. Eu vim para uma consulta normal com um médico. Esse médico atende em um edifício próximo ao do alemão Wagner Rahner. Do consultório eu vi o apartamento de Wagner. Herr Wagner. Então, eu notei um movimento por traz de uma cortina nesse mesmo local. Não teria maior importância se eu não tivesse visto o alemão. Sei que era ele, apesar da mudança na fisionomia. Quando ele fugiu dessa cidade, foi encontrado embarcando em um navio, conforme disse a polícia. Então, ele não teria morrido na queda do avião. Ele e os outros que estavam no embarque. Apenas o avião foi posto no mar. Após algum tempo, esse homem ressurge com uma cara nova. Ora! Em reconheço o Herr, meu pai, até pelo cheiro do sua axila. Eu procurei o senhor por ser um homem bem capacitado. E o Herr está residido no mesmo apartamento de antes. É essa a questão. – relatou com firmeza.
Caio:
--- Veja bem! Mas a senhora viu de fato o senhor Wagner? – indagou consciente.
Joana:
--- Não só eu vi como estive no prédio onde ele está. Eu conversei com uma faxineira se tinha alguém a ocupar os apartamentos e ela falou que sim. Eu me fiz de uma empregada a procura de trabalho. E a mulher não desconfiou. Então eu perguntei sobre quem morava naquele apartamento do nono andar. E ela disse que era um velho. Eu falei por dizer que já trabalhara como um alemão muito boníssimo e que ele precisava de ajuda a todo tempo. Ela então me falou ter uma senhora no meu lugar. Conversamos mais alguns minutos. Eu me despedi e fui embora. Isso foi no sábado. E eu hoje estou conversando com o senhor. – declarou sem susto
Caio:
--- E hoje, ele está no apartamento? – indagou com receio.
Joana:
--- Está. Eu vi uma sombra do monstro e era ele! – falou com muita ira.
Caio:
---  Mas a senhora guarda muito rancor do seu pai? – indagou o policial.
Joana:
--- Herr Caio! O senhor não pode saber o que é sofrer.  Eu vivi muitos anos sob o julgo de um monstro! Eu saía de casa quando ele mandava. E com uma companhia do meu lado! Esse fato de eu estar fazendo tratamento de saúde é por causa dos maus tratos recebidos. Eu sei que nunca vou recobrar a minha juventude. O senhor sabe o que é passar presa em um cubículo fechado onde eu não podia nem ver o sol? – indagou com emoção.
E o detalhe da conversa prosseguiu por várias horas tendo a mulher reportada todo o seu sofrer e como se podia encontrar o ancião nas horas mais tranquilas do dia ou da noite. Dito isso, o trabalho se encerrou naquele momento, afinal. Os três saíram do quarto e a mulher foi deixada já perto da casa onde morava. Em seguida, momentos após, Caio e Bartolo rumaram para seus apartamentos em outro edifício. Ao entrar para o seu compartimento no décimo andar, Caio Teixeira notou algo suspeito à entrada da porta. Ele havia posto um alarme no corredor e algo mostrava um desarranjo qualquer. O que havia sido posto era da maior segurança na detecção de violação. O dispositivo sonoro estava mal lacrado naquele momento e desse modo podia ter alguém manuseado o rigoroso sistema. O acionamento a conectores ao redor da base de segurança já não estava intacto. Então, o homem seguiu a sua risca dos interruptores. Sabia ser vida ou morte. Mas, teria que fazer. Ele combinou com seu amigo Bartolo deixar aberta a porta de seu apartamento e de longe, acionou o gatilho. Fez isso e fechou a porta estando trancado por dentro. Uma explosão imediata foi sentida. O homem estaria morto nessa mesma ocasião.
Caio:
--- O alemão! – disse ele a correr para o andar de baixo
Em sua companhia seguia Bartolo. Não esperaram sequer o elevador. Ao chegar à parte de baixo onde ficava o nono andar ele notou outra ação. Caio observou não ter mais ninguém no apartamento e um alarme de segurança foi posto para detonar a um segundo após aberta a porta.
Caio:
--- Louco! Louco! Degenerado! – disse alarmado o investigador.
Bartolo:
--- Que bagunça! É bom não tocar em nada! – disse mais o acompanhante.
Caio:
--- Eu vou chamar os peritos em explosivos. Esse eu não sei como foi armado! – enfatizou.
Bartolo:
--- Eu vou avisar a Dalva! Pode haver outros explosivos! – alertou  estarrecido o homem.
De imediato, após verificar não ter mais ninguém no apartamento, Caio Teixeira chamou a polícia antibomba para desativar o provável petardo posto à porta de entrada do nono andar, residência do nefasto alemão, o mais indicado por haver perpetrado tais esquemas explosivos. Bartolo de imediato ligou o seu celular advertindo a mulher ter maior cuidado ao entrar em seu apartamento. E contou toda a história ocorrida com o Agente Caio e a sorte do homem ter conhecimento de explosivos postos onde a pessoa teria de passar sem prestar bem atenção. Dito isso, Dalva Tavares relatou a seu companheiro de chegar imediato ao seu habitat para ver de perto se tudo estava de acordo. Bartolo disse não precisar, pois isso ele tinha feito minutos antes. Após minutos chegou ao apartamento onde Caio estava o destacamento antibomba. E dessa vez, levou um tempo e tanto. Após verificar o apartamento os técnicos teriam de inspecionar com maior cuidado o apartamento o agente. Esse tempo durou quase a tarde toda. Em contrapartida, o agente foi até a Secretaria de Polícia levar os informes passados por Joana Vassina e o colocar de bombas nos apartamentos. O dele e o do alemão. O fato tomou um caso por demais perigoso para todos os envolvidos.
Nesse ínterim, a mulher, Joana Vassina, estava em sua casa, um local um tanto fechado com cercas elétricas por tudo que era lado. Mesmo assim, em um instante, a mulher sentiu de algo por demais suspeitos. Um dispositivo explosivo estava armado em seu quarto de dormir. Era um petardo pequeno, mas de grande poder de detonação causando a maior destruição quando ativado. Joana não sentiu temor. Mas, foi de imediato chamar o agente Otto Blanc pelo aparelho celular secreto. Esse aparelho era mantido para apenas chamar em caso de supra necessidade. Os seus filhos e a sua mulher de Blanc não estavam em sua casa. Então, Joana conseguiu encontrar o telefone e chamar de imediato o seu protetor de emergência. Dando o seu código secreto ela informou ter a sua residência sido invadida por grupos estranhos.
Otto:
--- Não toque em nada! Saia de perto e me aguarde! – informou alarmado
Com um espaço de poucos minutos o homem Otto Blanc chegou apressado a sua residência na companhia do pessoal antibomba. Iniciou-se uma pesquisa por toda a casa e o petardo foi desarmado em poucos instantes pelos peritos.
Perito:
--- Era um artefato altamente explosivo ativado através de um fusível construído com mercúrio fulminante. Apesar de ser um modelo antigo, esse petardo era capaz de destruir todo um quarteirão. – relatou o perito
Otto:
--- Quer dizer: estamos envolvidos com pessoal bem afinado no assunto. – definiu o agente da  Polícia Federal.
Perito:
--- Tem mais alguém aqui? – indagou o perito.
Otto:
--- Apenas a mulher, Joana. Ela detectou o explosivo. – relatou o agente.
 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

DOIS AMORES - VINTE E SETE -

- Horikita Maki -
- 27 -
A ESTRADA
Logo cedo alguém tocou na sineta da porta de Caio Teixeira às primeiras horas da manhã. Vagaroso como sempre, ele se deslocou até o visor da portinhola para observar quem era. Visto então, ele ainda indagou quem estava a tocar a sineta. Uma mulher sem dizer o nome apenas alegou ter um assunto do seu interesse.
Caio:
--- Que assunto? – perguntou desconfiado.
Mulher:
--- Assunto não é lá muito bom. Mas eu não posso declarar aqui fora. – relatou com cisma.
Então, Caio abriu a fechadura, porém deixando a porta semiaberta presa por uma corrente de tranca. Ele, no mesmo instante observou pelo visor externo do Help Center onde percorreu  todo o corredor para verificar algum movimento estranho se por acaso houvesse. No entanto não avistou ninguém mais. E devagar abriu a porta e deixou passar a pessoa. Era uma mulher. Ele não a reconheceu. Ela percebeu o seu disfarce. Cabelos negros e compridos, vestido longo e sapatos de salto baixo. Ela então falou:
Joana:
--- Eu sou Joana. Creio que não me reconhece. Joana Vassina. A mulher que estava limpando o chão do apartamento abaixo. Já faz meses. Conhece ou me reconhece? - indagou a mulher.
Caio:
--- Claro! Claro! Quer dizer: não a reconheci. Mas agora que mostrou sua face, eu então me recordo muito bem. O assunto! De que se trata? – perguntou o homem a estranhar a mulher.
Joana:
--- Podemos descer? – indagou com calma.
Caio:
--- Sim. Claro. Podemos. Faz favor. Joana Vassina. Estou lembrado. O que há de novo? – perguntou o homem com seu jeito estranho de falar.
Joana:
--- Podemos falar a sós ou tem mais alguém? – perguntou com insistência.
Caio:
--- Podemos. Não tem ninguém nesse apartamento. – lembrou o homem
Joana:
--- Mas tem gente no debaixo. E com isso eu não posso falar o que sei! – relatou com atenção
Caio:
--- No debaixo? Aqui? Gente? – falou inquieto o homem.
Ela então fez um sinal de silencio e a seguir murmurou:
Joana:
--- É bem melhor nós sairmos do apartamento. O senhor arranje outro carro. Não o seu. Outro. E vamos conversar em algum lugar remoto. Distante. Mas, não aqui. – relatou com absoluta calma.
Caio:
--- Por que não aqui? – indagou assustado.
Joana:
--- Tem gente que ouve. Só isso! – salientou a mulher.
Caio
--- Já sei. Mas, espere. Vou ter que pedir ajuda. Não só eu. Espere! – disse de forma discreta.
Em um passou o Inspetor de Polícia se voltou e procurou seu celular para poder usar  de forma tranquila. Como a mulher havia dito ter problemas de escuta, então era melhor um celular de forma neutra. Ele vagou pelo espaço da mesa abriu a vitrola e pôs um disco a tocar com um pouco de zoada e discou para Bartolo a pedir sigilo.
Caio:
--- Escute. Sigilo. Arranje outro carro e venha agora para aqui.  – e desligou.
Bartolo ficou na mesma. Não sabia do que se tratava. Contudo, outro carro ele conseguiu de imediato e rumou para o edifício onde morava. Ao chegar ao prédio encontrou logo, bem abaixo, Caio e uma senhora. Nada indagou e fez a meia volta para sair. Passado o portão automático se destinou a um local desconhecido. Naquele instante Caio orientou o seu companheiro motorista a ingressar em um Motel para onde os três ficariam a vontade. Logo a seguir, perguntou:
Caio:
--- Então? – a pergunta.
Joana:
--- O homem está aqui. Outro nome e uma mulher. Com certeza espiã para ele. – declarou
Caio ficou aturdido com as informações passadas pela senhora Joana Vassina e esperou um tempo para continuar com a menção do fato.
A mulher lembrou-se dos dias passados e de outros dias a conversar com vagar sobre o assunto atinente.  E passado om impacto do sumiço de alemão. Ela já estava resguardada na Polícia Federal onde passara vários dias. Com o tempo Joana Vassina seguiu para outro local onde era guardada por um agente da Polícia Federal em um local remoto a ficar distante da capital. Na residência moravam o agente, a sua mulher, duas filhas e com o passar do tempo ela  - Joana – também. Não vivia enclausurada. Mas, de certa forma, conhecia pouca gente. Uma maquiadora agente policial fora fazer o trato na face de Joana para deixa-la disfarçada de algum modo. E assim, a mulher levava a vida, mesmo estado escondida dos homens do alemão, por sinal, seu pai.
Joana:
--- A policia não acreditou no desaparecimento do meu pai. Mesmo porque ele fora embarcado em um navio após jogar no mar o seu avião. Ele e os demais. Era o documento comprovado à saída de território brasileiro e embarcado em um navio de bandeira sueca. Desde aquele dia, já ao anoitecer não se teve mais notícia de Herr Wagner Rahner. Eu duvidava ter seguido o homem para a Suécia. Os tempos mudaram. A vida é outra. Mesmo estando escondido na Bolívia onde comandava o trafico de entorpecente, Wagner Rahner seguia sempre com novas identidades. Certas vezes eliminava alguns dos seus ajudantes. Ele sempre dizia de quanto menos, melhor. Em segui a vida ao seu lado. Vivia eu escondida para efeito de investigação. Era tudo isso e mais alguma coisa. – declarava a mulher.
Caio:
--- Como a senhora tomou ciência da vida do alemão? – indagou.
Joana:
--- Eu? Eu tenho meus sintomas que se aguçam cada vez mais – informou a mulher.
Caio:
--- Sexto sentido! – comentou o homem.
Joana:
--- Isso não tem valor. Eu escuto calada e raciocino comigo mesma. – alertou
Caio:
--- Mas tem algum ponto de inquietação? –perguntou
Joana:
--- Vários! Vários! Quanto mais um homem desaparece, mais ele estar por perto. Esse é um dos pontos. – declarou a mulher.
Caio:
--- Desaparece como? – perguntou inquieto

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

DOIS AMORES - VINTE E SEIS -

- Jennifer Lawrence -
- 26 -
SUSPEITA
 
O homem, sem querer se alterar disse apenas ser um morador em frente ao apartamento da mulher. E no caso em apreço, ele estava pedindo a gentileza do rapaz recuar o seu veículo, pois o mesmo dificultava a saída do auto da senhora a quem ele estava a reportar. O ex-marido de Dalva se embruteceu e largou desaforos ferrenhos contra a mulher:
Lauro:
--- Se ela quiser que venha pedir! – relatou desaforado.
Caio:
--- Escute bem. Ela me pediu um favor. E é isso o que eu faço. – recomendou o policial
Lauro:
--- O senhor não tem nada com isso. Que ela venha então! – falou embrutecido.
Caio:
--- Moço! Seja razoável! Não custa nada mover o veículo! – recomentou o policial sem Lauro saber que era
E Caio fez isso a olhar para o carro e apontar para o mesmo.
Lauro
--- É melhor o senhor sair daqui porque se não o caldo grossa para o seu caminho. - declarou e levantando da cadeira.
Com o impacto a cadeira caiu para trás. O homem era alto e forte. Ele estava de roupa de banho e se notou de imediato não ter armas consigo. E Caio guardava uma arma no cós da calça. Mesmo assim, não a sacou. Quando observou a altura do homem ele pensou ser de imediato ou não a dominar o afoito homem. E fez a vez de sair para o outro lado onde estava o carro. Sentiu em seu ombro a mão pesada do seu agressor. E no verdadeiro ímpeto Caio torceu o braço de seu algoz e declarou pondo o dedo polegar de Lauro contra o punho do individuo..
Caio:
--- Agora é por bem ou por mal! O senhor retira o carro de qualquer forma! – declarou com ira
Caio viu um homem cair frágil ao chão a gritar tremendo de dor. Aquele era um golpe fatal.
O Hyundai tomou regresso pista de barro a fora comendo terra, tecendo areia, limpando chão ao desespero. A velocidade do veículo era maior que o vendo solto na mata virgem no cuidar da vinda da praia. De repente, ao olhar pelo retrovisor interno e externo, Bartolo falou aos seus acompanhantes.
Bartolo:
--- Temos visita. O homem vem com tudo para nos pegar. – disse isso e ele atolou o pé no acelerador perseguindo maior velocidade.  
Os dois, com pressa, olharam de momento para trás vendo o outro carro em completa velocidade, atrapalhando galinhas, porcos, carneiros e cães. O motorista enlouquecido fazia zig zag em sua passagem nem procurando livrar mulheres, moças, meninos, roceiros em suas carroças de burros ou pessoas vindos da feira livre da cidade. O motorista ensandecido assumia o norte de ver de perto a sua ex-mulher, Dalva Tavares para se vingar da atroz voracidade pela qual por demais sentira. E seu carro corria demais em busca de emparelhar com o Hyundai. Sem pensar demais, Bartolo seguia desesperado a buzinar a todo instante pondo atento quem voltava da feira da cidade, o homem da carroça, o outro a conduzir um saco de farinha, uma mulher com seus dois filhos, um evangélico em busca de seu templo e muitos outros a transitar e a subir ou descer pela ladeira dos Coqueiros. Finalmente o Hyundai atingiu o cruzamento com a BR e dali, com toda pressa, ultrapassado os outros veículos com destino a cidade, pegou o giro para o sudeste. Bartolo com todo cuidado virou a frente do seu carro desviado com precisão do trucado a descer a ladeira de pista e a buzinar atormentado. Sem outro meio de errar, o Hyundai desviou a deixar o gigante tomar o seu destino. O trucado a conduzir combustível inflamável teve tempo de deixar passar o Hyundai, mais não teve o de brecar para não colidir com o outro veículo que tenazmente perseguia o carro da frente. No entroncamento da encruzilhada o misterioso veículo despontou sem dar sinal de alerta algum. O caminhoneiro não teve tempo de brecar e deixou o trucado correr a passar por cima do veiculo enlouquecido. Em um desmantelo total o trucado passou por cima do auto antes desse buscar outro caminho. O choque do trucado foi tamanho que o “cavalo” se desgovernou a deixar o tanque em cima do auto e continuar sua marcha em desordem. O caminheiro parou distante com o seu carro virado. O homem não sabia o que fazer ao ver o tanque pegar fogo com uma explosão instantânea. Era um verdadeiro vulcão em chamas. Os demais motoristas que voltavam à cidade entraram em pânico.
Motorista:
--- Arra égua! O caminhão ficou em cima do automóvel! – relatou de olhos arregalados um motorista.
Mulher:
--- Corra menina! Sai dai! É o mundo todo! – declarou a mulher as suas filhas na margem da pista.
Homem:
--- Ora diabo! O carro virou pedaço! – disse um homem na estrada.
A explosão era tamanha de onde se estava não se via coisa alguma. Apenas o fogaréu. Gente a gritar de horror ou de temor. Muitos a correr para longe. Carros que transitavam no sentido interior paravam de imediato. Nesse ponto, motoristas e passageiros ficaram alarmados com tamanha explosão do carro tanque. Ninguém entendia a razão do ocorrido. Gritos de terror e carros a buzinar a todo custo. Era o eterno furor do inferno.
Mas à frente, há cem metros de distancia o Hyundai estacionou de vez. O motorista Bartolo pode verificar o violento choque o trucado com o automóvel totalmente aos pedaços. E disse aos demais companheiros de viagem com todo o terror a sentir.
Bartolo:
--- Mataram o homem? – disse assombrado o motorista.
Dalva:
--- Quem? – perguntou assustada a mulher.
E os passageiros saíram do interior do Hyundai para ver de longe as labaredas a consumir o veículo de Lauro Alcântara, ex-marido de Dalva Tavares. Mesmo estando distante das chamas a mulher não perdeu o instante de chorar por conta da tragédia. O fogo se espalhou pela descida da ladeira a conduzir ao interior do Estado. Homens, mulheres e crianças, aterrorizados, saíram dos seus veículos a procura de locais mais seguros. Eram cerca de trinta caros a voltar para Natal quando a hecatombe ocorreu. Toda a estrada foi tomada pelas chamas bloqueando a passagem de ida e vinda de qualquer carro. As chamas intensas levariam horas para serem consumidas. Os escombros do veículo menor estavam por baixo da parte móvel da carreta de combustível. O acidente foi por deveras grave. Três carros a subir foram atingidos pelas intempestivas chamas. O acidente envolveu um Bitrem – conjunto de cavalo mais um semirreboque tanque - . Várias vítimas do desastre foram chamuscadas pelas chamas do catastrófico acidente.
Caminhoneiro:
--- Não deu tempo para nada! A cabine da minha carreta ficou desgovernada após bater o carro! Ele bateu bem no meio de meu trucado. Então o semirreboque tombou na pista. – relatou o motorista a tremer de susto.
O cavalo foi arrastado para o mato às margens da pista onde trafegava. O motorista do trucado foi arremessado para fora do veículo escapando com vida. O motorista do automóvel morreu no mesmo instante. Ele e a mulher que o acompanhava. Os corpos foram carbonizados pelas chamas. Sua identificação foi feita no Instituto Legal para onde foram horas depois. O Agente Policial Caio Teixeira foi a testemunha a depor sobre o trágico acidente naquele inicio de tarde do domingo. Em seguida depôs a mulher Dalva Tavares como ex-esposa da vítima. Os corpos carbonizados ficaram na geladeira do ITEP por várias horas. No fim de tudo Caio ainda confessou a mulher.
Caio:
--- Já vi que voce não tem vocação para a praia. – alertou murmurando.
Dalva:
--- A felicidade foi ninguém ter morrido da outra parte o desastre. – fomentou consciente.